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domingo, 30 de outubro de 2016

inteligência: cognitivo e intelectual/cultural = criar/sustentar/construir e viver

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Máquina (cognição) e Alma (afetividade/temperamento)

Fonte: inverse

O mundo do trabalho e o mundo da vida

Vivemos e trabalhamos, seja numa cidade grande, ou em uma caravana de camelos no meio do deserto do Saara ou no meio da floresta amazônica.

E nossos comportamentos e inteligências, inconscientemente, imediatamente, sabem quanto a esta sina da vida.

Nos dividimos em cognição, intelectualidade e temperamento/afetividade e os três são controlados por nossas capacidades de reconhecimento básico e não-tão-básico de padrões. Como eu já comentei, primeiro temos o simples auto-reconhecimento físico, do próprio corpo. Depois temos o uso desses atributos, de acordo com que eles vieram pra nós. Todos os seres vivos, incluindo o ser humano, apresentam essas duas fases do comportamento. O ser humano é aquele com o nível mais desenvolvido de auto-consciência, claro, se comparado com o restante da fauna terrestre, porque se forem comparados entre si mesmos, haverão grandes diferenças de indivíduo para indivíduo. Existe um espectro entre a cognição, o comportamento misto cognitivo-afetivo e o temperamento. Eu denominei o comportamento misto cognitivo-afetivo de ''intelectualidade''. A cognição em seu estado puro seria metaforicamente falando como as partes ''mecânicas'' de nossas inteligências, enquanto que a intelectualidade se consistiria no uso intermediário, da cognição e do temperamento ou afetividade, o comportamento por si mesmo, caracteristicamente falando. Sem a cognição, o temperamento ou afetividade é basicamente inútil e se perderá nas emoções fortes e incontroláveis. Também podemos entendê-los/vê-los como o espectro mecanicista e mentalista, em que o mecanicismo será mais cognitivo em natureza, e o mentalista será intermediário entre o intelectual e o afetivo, e não necessariamente apenas o intelectual ou o afetivo, como eu já expliquei logo acima. Os homens, em média, são mais mecanicistas e as mulheres mais mentalistas. Os homens pensam mais nas coisas (ou redor dos seres/vidas), e são mais propensos a serem do sócio-tipo do trabalhador. As mulheres pensam mais nos seres, mas também são mais propensas a serem deste sócio-tipo, ainda que tendam a se diferir no tipo de trabalho em que são melhores.

Quem é mais cognitivo, será mais propenso a ser mais frio em temperamento e mais focado justamente nesta área, ainda que o estado puro de cognição como eu falei, mais se pareceria com uma máquina. O temperamento também pode ser entendido como uma espécie de ''alma'', e a intelectualidade se consistiria na mistura entre a máquina cognitiva e alma afetiva.

A inteligência cognitiva basicamente atrela-se ao mundo do trabalho e/''ou' da sobrevivência enquanto que a inteligência intelectual se atrelaria ao mundo misto, entre o temperamento/afetividade e a cognição. Como eu tenho falado, a inteligência não se consiste apenas em seu lado cognitivo/mecânico, mas também afetivo, e a união de todo esse espectro produzirá, que geralmente resulta na intelectualidade, também na inteligência por si mesma, se eu não poderia ser ainda mais atrevido ao sugerir que ambas possam ser consideradas como sinônimos. Como eu já falei muitas vezes, não somos apenas ou especialmente de trabalhadores, mas de seres completos, e portanto nossas capacidades precisam abranger todo o espectro cognitivo--afetivo.

A intelectualidade geralmente se relaciona com o nível cultural/moral dos seres humanos (dentre outros seres) e portanto quanto mais acrítico e copiado de culturas locais, que quase sempre são irracionais (civilizações) OU inconscientemente incompletas (comunidades de caçadores/coletores), menor será o nível da mesma, enquanto que quanto mais factualmente correto e artisticamente rico, elegante ou elegantemente variado, maior será o nível de intelectualidade. Não preciso dizer que a intelectualidade se relaciona com a consciência estética, a consciência da beleza e que por sua vez, ao fazer-se de modo generalizado, resultará na sabedoria (já falei sobre isso), isto é, a ''artisticização'' da vida, harmonizando, simetrizando a mesma, em sua ''totalidade''. 

Quem é mais intelectualizado, presume-se, de acordo com esta lógica que está sendo proposta, tenderá a ser melhor na arte de viver, mas também de compreender o mundo dos seres, nomeadamente dos seres humanos. Quem é muito orientado para o emotivo/afetivo, tenderá a ser mais ilógico e potencialmente irracional daquele que for muito orientado para o lado cognitivo e em especial, em relação a quem está mais balanceado. 

A qualidade do comportamento terá o seu cume, o seu teto de excelência, ao menos em termos de potencial, mas também em relação a toda sorte de comportamento/atitude racional, justamente na intelectualidade, enquanto que será mais minimalista, direto e insensível do lado mais cognitivo (comum entre os homens) e mais maximalista, indireto e sensível do lado mais afetivo (comum entre as mulheres). Como também acontece com a sabedoria, a intelectualidade será consideravelmente mais balanceada, por causa de sua natureza intermediária, mas também por causa de sua qualidade, por reunir o que há de melhor nos dois lados, ainda que puxe mais para o lado afetivo.

O cognitivo é mais lógico e nem por isso mais racional. O afetivo é mais ilógico e nem por isso totalmente irracional.

Portanto este se consiste em mais um texto com o intuito de desbaratar a narrativa supremacista do sócio-tipo trabalhador que tolamente tenta vincular a inteligência exclusivamente para si, reduzindo-a meramente ao papel que original e corretamente cabe à cognição. Não somos apenas máquinas... 



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