Conserva atores
Conserva a atuação
Conserva dores
Sem discriminação
Sem sutileza
Com um bom deus no coração
Atua pensando ser real
Despreze a filosofia
Chame a arte de engana dor
Me chame de farsante
Se inflame e no barbante
Arrebente e sem se arrepender
Pendure lá no alto do prédio
E construa o mundo que não é seu
E tenha orgulho do papel de trouxa que recebeu
Trabalhe e quem sabe se libertará
Em seu limbo cravado nos genes
É intrínseco, difícil curar
Conserva sem pesar
Generaliza sem piscar
Olhos fixos no mundo de papel
Que não é seu
Enxuga e seque-o no varal
Cante músicas simples vindas do coração
Embaçado a sua visão
De quem entende o mundo pela metade
Igrejas de uma certeza
Monstros de mares bravos
Da incerteza, de pecados
A idade média passou
Mas continua nela
Como um museu ambulante
Não é preciso ler livros de história
Se a humanidade é obsoleta, lenta e fajuta
Não é preciso ler sobre guerras
Se agora pouco caiu mais um morto doutro lado do mundo
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