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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Possível relação negativa entre objetividade ideacional/comportamental e sociabilidade


Para os mais objetivos não há nada menos objetivo do que perder tempo com as subjetividades do meio social.

Eu sou bastante objetivo e tenho demonstrado parcialmente esta minha característica saliente por meio dos meus textos, pensamentos, ideias, mas também, pra mim mesmo, através do meu comportamento ideacional = mais literal do que a média, e geral, por exemplo, porque só saio de casa quando tenho algo para fazer, do contrário, não vejo razão para fazê-lo, bater perna por bater, é algo raro de se fazer, ao menos de minha parte. Em outras palavras, aplico minha objetividade em quase tudo, e também nas relações sociais. Talvez este seja o meu grande mal porque não deveria fazê-lo, mas ninguém manda em si mesmo não é? 

Por exemplo os jogos subterrâneos de flertes e/ou subjetividades que caracterizam a dinâmica interpessoal no meio social são tão prevalentes, determinantes, que a maioria dos muitos objetivos, e pelo que parece, muitos que serão autistas, não perderão os seus tempos nestes novelos embaraçados, subjetivos onde o sim é não, onde mentiras brancas são quase sempre a regra, etc 

A vida social humana se consiste tal como num baile de máscaras onde as pessoas mentem compulsivamente umas às outras conscientes a subconscientes e denominam tudo isso como "o normal", é a norma mesmo, agora que é saudável ou ideal ai já será outro papo. 

Em um mundo em que estamos a todo momento fingindo alguma coisa sobre algum assunto uns para os outros, a objetividade e aqueles que são mais objetivos, não conseguirão se adaptar de maneira significativa justamente porque este mundo social humano é mentiroso e confuso enquanto que nós, os mais objetivos, desejamos uma vida mais ordenada e honesta (e que não é o contrário de divertida e/ou invariavelmente agitada), em especial a social. 

Claro que não é "apenas" isso que nos faz mais repelentes a este mundo de mentiras. Por exemplo a percepção muitas vezes precoce de rejeição "recíproca" ( na verdade o comum é sermos rejeitados primeiro e de passarmos a ser recíprocos a esta rejeição) tende a afastar os mais objetivos. No entanto é fato que quem não gosta de perder tempo com bobagens será bem mais propenso a não ser do tipo mais social e mais, não estão errados pois só estão evitando possíveis problemas no futuro sem se deixarem cair pelos encantos artificiais (infelizmente) da socialização. 

Ideal e objetivo muitas vezes estarão interligados

E como eu já falei em outro texto a objetividade ideacional/comportamental muitas vezes senão na maioria delas se relacionará com baixa tolerância para ambiguidades interpessoais, ou incertezas desta natureza, isto é, enquanto as pessoas tendem a mentir umas para as outras e a se acostumarem com esta realidade, os mais objetivos serão mais propensos a buscar pela sinceridade e honestidade por parte das mesmas e claro que acabarão saindo frustrados.


Os mais objetivos também, é possível, que serão mais idealistas do que a média, especialmente se a objetividade costuma sempre ter uma finalidade, e quanto mais correta, racional ou equivocadamente tomada como racional, mais idealista será. E claro, que quanto mais racionalmente correta, mais literalmente idealista será.

Enquanto que muitas vezes o subjetivo nos passa a ideia de algo que é vago ou impreciso, o objetivo, novamente, nos passará a ideia oposta, de perfeccionismo, de precisão, de certezas ou de busca pelas mesmas.

E é o que acontece com o ''mundo social'' em que subjetividade e erros encontrar-se-ão mui presentes, constantes, determinantes em sua dinâmica. 

A maioria dos menos objetivos (e também menos idealistas) aceitarão, muitas vezes com quase total acrítica, este besteirol do meio social, por exemplo, o castelo de camadas de ''roupas novas do imperador'', isto é, de escolhas populares que são consideradas como qualitativamente superiores apenas por serem populares e não por seus valores intrínsecos, por si mesmos, menos objetivo.

Portanto, da mesma maneira que eu não vou à rua apenas para ''bater perna'', mas quando tenho algo para fazer, o mesmo acontece no caso da ''cena social'', em que, se não tiver amigos com os quais eu possa confiar (bem poucos), ou se a música não me agradar (se souber o tipo de música que vai tocar antes de pensar em ir ao evento social hipotético), ou se a comum frivolidade social for predominante, como é o costume, eu não vou me sentir motivado para ir a tal festa ou evento social. Uma constância de pensamentos idealistas + objetividade fazem com que a maioria de nós, os mais objetivos/idealistas, refuguem participar dessas besteiras sociais, ao menos se forem decididamente valorosas (se não forem besteiras), em outras palavras, se forem idealmente objetivas. 

Estes dois traços, que parecem ser comuns em autistas, ''superdotados'' e outros tipos similares, pode explicar, parcial a predominantemente, o porquê destes grupos serem menos socialmente orientados. 

Tendemos a renegar a ''religião'' da mesma maneira que o fazemos quanto ao ''mundo social''.

Objetivos demais, ''hard working'' de menos** e correlação com racionalidade à sabedoria

Objetivos, idealistas... que ou aquele que presta grande trabalho na arte do pensar, ou que se consiste em um genuíno pensador, será mais propenso a ser um hipoativo cinestésico, em que a sua grande capacidade e/ou energia mental o fará direcionar toda sua força pra essas tarefas menos manuais ou físicas, que eu já comentei antes em outros textos.

No entanto, objetividade e idealidade, duas características extremamente importantes na filosofia, podem fazer com que os indivíduos que são mais objetivos, tendam a questionar inclusive as muitas subjetividades da vida, eu não diria apenas da vida humana, mas das regras naturais, se a vida social humana se perfaz justamente por essas regras, enquanto sua herdeira direta e com isso abrem-se janelas de oportunidade para a verdadeira evolução social humana, sem voltar para o velho mundo da carnificina natural ou ''cadeia alimentar'', mas limpando-se da loucura organizada e coletiva que tende a caracterizar os meios sociais humanos, desde os mais urbanos até aos mais primários, como os dos caçadores coletores.

Objetividade é questionamento/ para resolver problemas

Se o meio social é por si próprio, impreciso, mentiroso, vago, então já se consistirá em um problema, a ser resolvido. Ao invés de se adequarem às bobagens sociais, os muitos objetivos/idealistas serão muito mais propensos a vê-las como problemáticas, isto é, sob uma ótica mais factualmente verdadeira do que àquela que as legitima como ''a norma'' ou ''o único modo de socialização''. 

Portanto existe um bocado de racionalidade na hipo-socialidade e não é preciso buscar por muitas evidências pois basta olhar para a densidade de problemas que geralmente caracterizam o mundo social humano. 


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