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sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Os prismas existenciais e seus sistemas morais
Fonte: google.play
Social, artístico, filosófico, científico, primário/egoísta em ênfases ou prismas existenciais. A perspectiva existencial individual que eu já comentei antes, nossa localização no cenário da existência, encontra-se sob o domínio dos prismas existenciais, isto é, os espelhos que melhor refletem nossas naturezas psico-cognitivas e/ou biológicas.
Os seres humanos tendem a escolher por um ou combinações dos subsequentes prismas existenciais, em ordem de percepção existencial ou hiper-realista: primário/egoísta, social, artístico e científico, filosófico.
O primeiro prisma existencial, primário/egoísta, encontra-se universalmente presente no reino animal e humano e caracteriza-se pela percepção primária oriunda lógica e diretamente da consciência primária, o básico auto reconhecimento e posterior tomada de diretrizes que reflitam a natureza intrínseca ou as intrinsicabilidades do organismo (expressão da forma). O compromisso deste prisma é a sobrevivência ou auto conservação, independente das pendengas morais.
E por que isso acontece??
Porque o nível de percepção do prisma primário, partindo de uma [uber lógica] abordagem epicêntrica, do ser ao seu meio/ambiente, do organismo ao cenário, a forma se expressando, é muito baixo e portanto o nível de responsabilidade das próprias ações será igualmente baixo, direcionando todas as forças para a própria sobrevivência.
Prisma social: O prisma social é onde a maioria das espécies sociais se localizam por razões desnecessariamente explicáveis ou auto entendíveis. A maioria dos seres humanos também pertencerão a esta categoria.
O paradoxo
Por um lado quanto menor o alcance perceptivo maior a liberdade aparente de ação ou irresponsabilidade natural, por outro lado menor será o potencial de liberdade intrínseca, visto que qualquer possibilidade de livre arbítrio tenderá a ser inexistente. O impulsivo parece ser mais livre por agir sem pensar, mas só parece...
O nível de percepção aumenta em relação ao primeiro prisma existencial porque além da própria preocupação e a nível inconsciente a subconsciente, agora o ser também se preocupará com os outros seres mesmo que a nível superficial. Quanto mais avançado for o prisma existencial, maior será o acúmulo em relação ao prisma anterior, exatamente como uma sobreposição de camadas, das mais antigas às mais novas, a partir de uma linha de desenvolvimento ideal ou ''espectro subjacente entre a estupidez e a sabedoria'', porque será muito comum que os seres, em especial os humanos, manifestem esta diversidade de modo individualmente assimétrico, isto é, imperfeito ou não-ideal.
Prisma artístico e científico
Nesses prismas, que eu defini como igualmente perceptivos ainda que se difiram em termos qualitativos (em relação a que perspectiva/parede que estão direcionados), a abrangência da percepção aumenta de modo considerável ainda que seja muito comum que, se perca do mundo prático dos dois primeiros prismas, ou que se mescle de maneira evolutivamente regressiva reduzindo as possíveis qualidades dos prismas mais avançados em percepção à expressões menos características. Em ordem ideal, os tipos mais científicos e artísticos seriam como proto-filósofos.
Maior a responsabilidade intrínseca ou potencial de livre arbítrio menor a irresponsabilidade natural de ação, que é geralmente ocasionada pela hipo percepção. No entanto a liberdade real de comportamento tende a ser comprometida por causa do concomitante aumento da responsabilidade ou expansão da consciência perceptiva, isto é, internalizando uma maior quantidade de particularidades da realidade, em especial as que forem de natureza moral. Um exemplo muito simples e moderno: duas pessoas que vivem nos EUA, a primeira se preocupa com as condições de trabalho no sudeste asiático, região de onde veio o seu par de tênis de marca famosa. A segunda pessoa não se preocupa. A primeira pessoa agregou mais uma particularidade da realidade pra si mesma, neste caso a preocupação com as condições de trabalho no sudeste asiático, expandindo a sua consciência, temporariamente ou a longo prazo, sobre uma outra realidade. E tal preocupação adquire cores ainda mais fortes em tempos de globalização via internet. Ter com o que se preocupar também tende a significar ''ter com o que ter em mente, de fazer tais particularidades emergirem para a sua zona de prioridades/preocupações. O neuroticismo racional é uma pálida manifestação de uma autoconsciência (e consciência) mais expandida.
A maioria dos indivíduos apresentarão combinações ou assimetrias de evolução existencial e portanto em especial para os dois últimos prismas até agora citados, dificilmente se encaixarão idealmente nos mesmos.
O prisma artístico se consiste na expansão da consciência ou empatia afetiva e consequentemente relacionar-se-á com a consciência existencial ou simplesmente auto consciência. O prisma artístico como auto expressão relaciona-se com o Eu e a consciência de si próprio, de seu lugar no mundo, de sua vida, ações e finalmente com a angústia existencial, que se consiste em uma reação secundária da melancolia. O prisma artístico tem como bússola a consciência estética, isto é, a busca pela beleza. É o lado ''positivo' porém melancólico (realisticamente emotivo) da vida.
O prisma científico por sua vez relaciona-se com a expansão da percepção lógica ou factual e portanto da percepção em relação à dinâmica fenomenológica que nos circunda, que nos encurrala. A abordagem em uma perspectiva científica tende a ser menos epicêntrica e mais neutra ainda que como eu já comentei antes, mesmo uma menor neutralidade ainda precisará de uma hierarquia epicêntrica, isto é, de principiar pelo ser, para de fato conquistar uma neutralidade decididamente mais abrangente se aqueles que estão mais naturalmente direcionados para o prisma científico tem, obviamente, as suas naturezas refletidas por ele denotando portanto tendências anteriores e/ou uma falsa neutralidade disfarçada de epicentro científico, a priore, menos eu-tendencioso do que os demais.
O filósofo verdadeiro se consistiria na unção do artista existencialmente fatalista com o cientista existencialmente factual-pragmático, em que a fragilidade do fatalismo artístico caminhará ou não para se mesclar idealmente com a rigidez ou segurança da lógica científica.
Prisma filosófico
Do prisma egoísta, chegamos ao seu quase total oposto, o altruísta potencialmente perfeito, que percebe uma maior quantidade de relações de causa e efeito, ação e reação, entre os elementos que compõem a dinâmica fenomenológica, e em relação ao próprio fenômeno da existência.
O prisma primário percebe pouco e age muito. A pseudo-liberdade da impulsividade.
O prisma filosófico percebe muito e infelizmente tende a agir pouco mediante a grande quantidade de relações morais que sua mente percebe e internaliza de maneira prioritária.
Os prismas existenciais podem ser relacionados à "minha" hierarquia de sócio-tipos: trabalhador, manipulador e observador, assim como também aos sistemas morais existentes: Predadorismo, egoísmo, parasitismo, altruísmo e mutualismo.
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