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segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Subjetividade: Assimetria [parcial] entre um dos valores quantitativos ou qualitativos [novamente]
Fonte: tenhaumatoalha.com
Exemplo
O gosto musical é subjetivo
Músicas de mesmo nível qualitativo ou quantitativo
... mas que são variáveis em termos quantitativos ou qualitativos/qualificativos
MPB versus rock anos 80
Elis Regina versus Adriana Calcanhoto
Sertanejo universitário versus arrocha
Música clássica versus música ambiental (Harold Budd por exemplo)
Etc
''Mas o conceito de subjetivo já existe''
Subjetivo é tudo aquilo que é próprio do sujeito ou a ele relativo. É o que pertence ao domínio de sua consciência. (É algo que está baseado na sua interpretação individual, mas pode não ser válido para todos. = esquizofrenia é subjetivo, meu chapa!!)
Então supostamente o subjetivo também não está sob o domínio ou influência de seu antônimo objetivo**
Subjetivo não é apenas aquilo que está atrelado à percepção do sujeito, até mesmo porque aquilo que o sujeito percebe também está sob o domínio da objetividade (lógica à racionalidade), e que por sua vez encontra-se mais diretamente relacionada com a realidade por si mesma, que já exibe os seus próprios critérios, e que nós os utilizamos. Na verdade, pode-se dizer que a objetividade está sob o domínio da subjetividade, e portanto que a segunda se consista em variações de objetividades ou sub-objetividades, que estão menos generalistas e mais particulares ou pontuais, e no entanto, ainda assim diversamente objetivas.
Por exemplo, é generalizadamente reconhecível a beleza/simetria harmoniosa de uma mulher muito bonita, e no entanto se tornará subjetivo quando o marido ou namorado comentar sobre a beleza de sua esposa ou namorada que não tiver um nível de beleza significativo a ponto de ser generalizadamente reconhecido pela maioria, se não pela grande maioria. Ainda assim haverão sub-objetividades operando para que o marido ou namorado fale, sinceramente ou nem tanto, sobre a beleza de sua esposa ou namorada, que aos olhos da objetividade, não serão intrinsicamente belas, isto é, com alto valor de intrinsicabilidade (intensidade da/de certa expressão ou traço).
A subjetividade tende a ser pluri-fatorial para explicar e/ou emular algo que tende a ser uni-fatorial ou objetivo. E claro, podemos ter um único modelo de comparação subjetiva, e vários modelos de comparação objetiva, que continuará diversamente equiparável/subjetivo e simplesmente concluível/objetivo.
Objetivo = absoluto/ideal
Subjetivo = relativo --- ainda que atrelado ao objetivo.
Aquela mulher muito bonita ... é muito bonita, tal como um é igual a um = obviamente objetivo.
Aquela mulher não é tão bonita, mas
1. ela é minha mulher,
2. ela faz sexo comigo,
3. ela é mãe dos meus filhos,
4. ela é uma amiga para contar em qualquer hora,
5. ela me acha bonito ou bom na cama,
6. ela tem uma bunda bonita,
7. ela tem olhos bonitos,
etc...
A beleza está e não está nos olhos de quem vê.
1,2, 3, 4 e 5 são valores subjetivos pessoais ou relativos, que dependem mais do sujeito, descrição pessoalmente tendenciosa, do que da realidade, isto é, da descrição neutra de valores (contrastes/similaridades, etc).
6 e 7 são valores subjetivos absolutos, sub-objetivos ou localizados, isto é, são objetivamente particulares, se comparados à primeira mulher, de beleza 'universal' ('universalmente' apreciada).
A mulher x é muito bonita ( = em rosto e corpo)
A mulher y tem bunda e olhos bonitos, e talvez, sejam até melhores que a bunda e/ou os olhos da mulher x.
Também se pode criar este tipo de comparação:
duas mulheres com o mesmo nível de beleza, mas que se diferem no tipo, na natureza da mesma.
este tipo, eu diria, se consistiria na subjetividade típica, perfeitamente adequada ao conceito do título deste texto.
Há de se separar que tipo de subjetividade que estamos lidando, pessoal ou absoluta/impessoal e mesmo, em relação à mentira ou pseudo-subjetividade, quando exageramos as qualidades de uma pessoa querida como técnica de auto-ilusão, para nos sentirmos melhores, assim como também a pessoa em questão, ou em relação a qualquer outro elemento.
... mas a minha mulher tem uma bunda bonita...
Muitas vezes podemos mentir sobre alguma particularidade, exaltando-a, em especial para os nossos ''amigos', colegas, parentes e/ou conhecidos, e com isso criar um falso valor de subjetividade.
Se a sua mulher não for tão bonita quanto a mulher x, mas tiver uma bunda mais bonita do que a dela, então de fato, você estará criando uma comparação genuinamente subjetiva.
No entanto (como é muito comum) se você estiver mentindo e a bunda de sua mulher não for assim ''uma Brastemp'', especialmente em relação à [bunda] da mulher x, então se consistirá na popular pseudo-subjetividade.
Se formos comparar ''a sua mulher'' ou cônjuge com a mulher x, de maneira holística, isto é, ao falarmos sobre todas as características que forem sendo encontradas no caminho, haverá obviamente uma expansão de comparações subjetivas e objetivas.
Claro que existirão diferentes tipos de comparações objetivas à subjetivas, mas quase sempre, pelo que parece, haverá uma pluri-factorialidade para a subjetividade enquanto que será uni-factorial para a objetividade, que vai direto ao objeto/parâmetro.
Neste caso podemos falar por exemplo que nossas ''ações primárias/comportamentos intrínsecos'' (x causa y), serão predominantemente objetivas/constantes, e que nossas ''reações secundárias/combinações entre as ações primárias e variáveis ambientais'' (x por causa de x,y,z pode causar y), serão predominantemente subjetivas. Objetivo tende a ser final, ''constante'', enquanto que o subjetivo tende a ser passível de mudança, de múltiplas interpretações factualmente corretas, é claro, assim como também de maior complexidade.
O objetivo é essencial pra ciência enquanto que o subjetivo é essencial pras artes, mas não da maneira como que muitos falsos artistas devem estar pensando. Objetivo e subjetivo são fundamentais pra filosofia.
Se o sujeito não pode estar alheio à realidade extrínseca em que está interagindo, pra ser considerado como subjetivo, e se o termo em si já se consiste no antônimo do objetivo, então o subjetivo não estará tão solto pelo ar, renegador natural das leis da física e da simetria e/ou harmonia, como muitas pessoas, vagamente, parecem estar pensando. E tal como a lógica dos espectros, todos os valores mutuamente extremos tendem a apresentá-los de maneira que objetivo e subjetivo inevitavelmente se misturarão no meio desses continuum.
São vários os exemplos, ''um último'' apenas para mostrar novamente essas diferenças.
Montanhas.
Você pode ter várias montanhas de mesma altitude = o mesmo valor quantitativo, e essas montanhas variarem em diversas características, por exemplo, em formato, cor, localização geográfica (montanhas até certa altitude, serão menos ou mais propensas à ocorrência de precipitação via neve, dependendo da latitude em que estão, uma montanha de 2000 metros de altitude a zero grau de latitude, na linha do Equador, e uma montanha com mesma altitude mas no meio da Antártica ou mesmo no sul do Chile), etc. O valor qualitativo/qualificativo -- comparativo, variará.
Esta assimetria de um dos valores, qualitativo ou quantitativo, dos sujeitos ou objetos, tende a resultar em uma dinâmica subjetiva de comparações, enquanto que em uma dinâmica objetiva, haverá uma provável tendência de assimetria abrupta em relação a um dos valores.
Elis Regina é qualitativamente melhor que sertanejo universitário = objetivo. assimetria abrupta.
Elis Regina encontra-se no mesmo nível de excelência musical tupiniquim que Adriana Calcanhoto = subjetivo. assimetria parcial (a comparação é subjetiva, a frase é conclusivamente factual ou objetiva, ;) )
A diferença entre subjetivo e imoral ou parcamente comparativo, novamente...
No entanto quando não há qualquer ou mínima possibilidade de comparação, baseado em certa perspectiva, e os dois sujeitos ou objetos comparativos encontrarem muito distantes entre si, em diferentes níveis qualitativos e quantitativos, então a subjetividade caminhará para se esvair, e esta realidade será bastante significativa em relação aos valores morais, mas também será presente em relação a outros tipos de comparações, novamente o exemplo da montanha. Você pode comparar montanhas e estabelecer, se for o caso, valores subjetivos, mas não pode comparar, a partir desta perspectiva, uma montanha ou algumas montanhas com planícies, porque não existe qualquer simetria, qualitativa/qualificativa ou quantitativa entre as duas, da mesma maneira que é difícil comparar a beleza de uma mulher, ou ser humano do sexo feminino, com a beleza de uma foca fêmea. Pode-se comparar, mas ficará demasiadamente bizarro, sem nexo.
Claro que é possível comparar as particularidades das montanhas em relação às planícies e vice-versa, e estabelecer outros valores atipicamente subjetivos ou mesmo objetivos, mas não em relação à esta comparação central, entre iguais, em relação a algum valor de qualidade ou quantidade. O mundo abstrato tem toda riqueza do mundo literal ao seu dispor, e na verdade, se origina e se constrói com base nele, redondamente constatando...
Novamente: o subjetivo pode ser trocado sem perder um de seus valores, qualitativo ou quantitativo.
Eu posso trocar a beleza de uma montanha por outra, mas não posso fazer o mesmo, ao trocar uma montanha por uma planície, pois assim não será subjetivo. Geralmente para este tipo, a meu ver, típico de comparação subjetiva, há de se comparar uma diversidade qualitativa ou quantitativa de elementos iguais em natureza primordial, por exemplo, entre frutas...
qual dessas frutas é a mais saborosa, maçã ou uva* banana ou pera*
Eu posso trocar a beleza genuína de uma mulher branca pela beleza genuína de uma mulher negra, mas não posso trocar a beleza de uma mulher humana por uma fêmea de outra espécie. Os valores de comparação além de não serem exatamente os mesmos, também variarão consideravelmente a ponto de tornar a ideia-núcleo, principal, da subjetividade (a possibilidade de não-escolher objetivamente por uma das variáveis que estão sendo comparadas) improvável de ser.
Achar uma mulher bonita, mais bonita que uma foca bem apessoada é subjetivo*
Não necessariamente.
No caso dos valores morais, as implicações são mais profundas e portanto, esta possibilidade de múltiplas construções subjetivas à objetivas, desde que obedeçam às regras primordiais de ambos, se reduz significativamente, de modo que, boa parte daquilo que muitas pessoas denominam de ''contexto histórico'' ou ''cultura é subjetiva'', na verdade é apenas imoral, aos olhos, tanto da objetividade, quanto da subjetividade, em especial quando o sujeito for o sacrifício ou a refeição do dia.
Sacrificar uma pessoa para o Deus Sol é imoral, portanto não apenas está destituído de moral mas também o faz de modo contrário, negativo à moral. Tratar uma pessoa com deficiência de maneira digna se consiste no exato oposto deste exemplo. O primeiro objeto de comparação não tem moral, porque em relação ao critério moralidade, os seus valores quantitativos são tão baixos que não é logicamente qualificável pra ser considerado ''moral'', e quando os valores quantitativos são muito baixos, é pouco provável que os valores qualitativos não acabem seguindo o mesmo caminho. O segundo objeto de comparação, no meu ''último'' exemplo, é o seu oposto. É como comparar uma música muito ruim, com uma música muito boa, em termos de qualidade intrínseca (e não necessariamente em termos de popularidade) e dizer forçadamente que é subjetivo. Os valores entre si serão muito discrepantes e a ideia de subjetividade: ''são tipos diferentes de qualidades'', não se sustentará de maneira idealmente característica.
Matar um ser (humano ou não) por motivações fúteis = Imoral valores morais negativos -
Tratar um ser de maneira neutra = amoral
valores morais neutros 0
Tratar um ser (humano ou não) de maneira respeitosa = Moral
valores morais positivos +
Portanto não é apenas os olhos de quem vê que dita a subjetividade mas também as características qualitativas ou quantitativas dos objetos de comparação, e que não se consiste apenas em um julgo pessoal, destituído de regras absolutas.
Naturezas parcamente comparativas geralmente tornam a subjetividade de se [poder] escolher pelos dois objetos de comparação, mais difícil (ao invés de apenas um, que é objetivo).
Entre a beleza de uma humana e de uma foca, ''é claro'' que eu vou escolher pela beleza de uma humana, porque eu sou humano, mas também porque aos meus olhos, a humana olhar mais bonito. Objetivo e subjetivo encontram-se presentes aí.
Moralidade subjetiva*
Eu criei dois termos para dividir a moralidade em objetiva e subjetiva e definitivamente acabar com esta visão embaçada que muitos costumam ter em relação a este assunto.
Tudo aquilo que for irrevogavelmente certo ou errado (aderente ao princípio do vitalismo ou ênfase na harmonia e bem estar dos seres vivos, especialmente aqueles que mereçam) = moralidade objetiva
Tudo aquilo que for dependente de valores comportamentais relativos ao contexto local ou que não forem absolutos ou metricamente corretos = moralidade subjetiva
Em sociedades em que a moralidade subjetiva é dominante, em outras palavras, praticamente em todas as sociedades humanas, muitos tipos de ''hábitos culturais'' tem sido equivocadamente relativizados enquanto ''subjetivos'', mas que na verdade mais parecem ser imorais.
Não é subjetivo tratar bem um cadeirante ou arrancar o coração batendo de uma pessoa e oferecê-lo aos deuses maias.
É subjetivo sacrificar uma pessoa ou um animal, diga-se, imoralmente subjetivo.
É subjetivo tratar bem um cadeirante ou uma pessoa sem qualquer deficiência (visível) que merecer ser respeitada, moralmente subjetivo.
A cultura só poderia ser considerada como subjetiva para que pudéssemos levar em conta tais ''contextos históricos'' se passássemos a pensar como candidatos a psicopatas, isto é, agregando diversidade extremamente discrepante de atitudes e/ou hábitos e vejam só, esta parece ser a regra em quase todas as culturas humanas.
Novamente.
Querer o bem estar dos outros versus sacrificar milhares de animais em ode ao ''Deus Rá''
subjetivo*
Provavelmente não.
O parâmetro de comparação é, a priore, o mesmo: hábitos
No entanto, a partir de uma análise moralizada, um será o oposto do outro.
Subjetivo NÃO É contraditório, pois não nega o mundo da física, dos contrastes, enfim, da literalidade e da objetividade.
E não é niilista, não confundamos niilismo com relativismo.
Como eu já comentei, se formos levar ao pé da letra o termo subjetivo apenas como ''dependente da opinião pessoal'', então a esquizofrenia não deveria ser considerada como um transtorno mental, afinal de contas, se o esquizofrênico está vendo coisas ou escutando vozes/barulhos, quem somos nós para julgá-lo como 'inexistente'**
Não é bem assim não é*
Eu posso estar 200% errado, 70% errado, 20% ou 5% errado...
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