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quarta-feira, 5 de outubro de 2016
Nas profundezas do meu tempo
Fonte: oquerola.com
Havia uma pipa
Voando livre pelo vento
E segura pelo barbante
Havia um céu
Que não há mais
Houve um dia
Que hoje só se ouve por dentro
Nostalgia
Pipa grande
Enorme, aos olhos pequenos
Em que tudo é enorme
Havia alegria
Que se sentia sem saber
Haviam esperanças
Que o tempo esconde ou muda
Não haviam razões
Apenas o momento
Havia pipa
hoje, ela é meu sereno
voando livre em meu tempo
de suas profundezas
ela voou,
de mim
o vento assoprou
aos ouvidos que é a saudade
tristeza e alegria
na morada de Deus
onde a física não existe
onde os objetos se misturam
sem fronteiras
sem limites
no caos infinito
ou enfermo
a criar ordem
e a criar mimos
como a vida
nas profundezas da alma
a saudade apita
lembra que o tempo voa
que aquela pipa, que aquela rua,
que aquele céu,
ficaram no passado
porque tudo fica
inclusive a vida
quando a morte chega
a saudade se torna vida
pra quem fica
ou continua
e pra quem o passado grita
se insinua e domina
pra quem já é passado
pra quem já acumulou no tempo
e se deixou descansar
Nas profundezas do meu tempo
havia uma pipa
havia um céu
havia um presente
Marcadores:
''Nas profundezas de meu tempo'',
existencialismo,
poesias
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