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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A diferença entre você, ou a maioria de vocês (e de mim), em relação a um psicopata, é que ELE AGE DE MANEIRA EGOÍSTA/MAQUIAVÉLICA/PREDATÓRIA E DIRETA, enquanto que nós, muitas se não na maioria das vezes, AGIMOS DE MANEIRA EGOÍSTA/MAQUIAVÉLICA só que INDIRETA...

Fazemos mal mas por meios indiretos, ainda assim, mal....

que não queima direto, mas queima,
que não mata na hora, mas uma hora mata,
que não faz mal de imediato, mas faz, 
num vibrar fraquinho de farpas,
crescendo em zunidos, em armas,
e de espinhos,
d'espadas,
fazemos mal, não como um crápula,
mas fazemos mal,
quando é que o deixaremos*
sem querer,
algumas vezes querendo,
ou sabendo que é o mal,
sem saber muito bem o que é o bem,
dizem que a ''fé'' nos orienta,
dizem que ''ela'' nos diz o que é certo e o que é errado,
mas alguém poderia me dizer então porquê que,
a tal fé nos diz: faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço*
a fé, em suas catedrais de ouro,
de sangue e de lodo,
que prefere sempre o lado de podres poderes,
do que daqueles, que diz amar,
agimos mal,
na estupidez,
em seu véu,
em sua insensatez,
em sua parcial verdade,
donde mima a sua parcial mentira,
se misturam e a razão regurgita,
foge, e lhe deixa
em sua ignorância,
na ingenuidade de uma criança,
no corpo de um ser humano maduro,
e duro de coração,
verde, na fé que a vida nunca passa,
que a alegria é a única brasa, 
que machuca sem querer,
sem saber,
se quer saber, se quer machucar, se quer querer, 
sem ser,
e é assim este bípede híbrido,
entre a verdade da razão e a loucura das paixões,
da vulgar impulsividade,
de seguir uma trilha, desde santa idade,
e de nunca sair dela,
sem ao menos saber,
ou buscar saber,
onde que tu está indo,
onde que está indo você,
onde vai com tanta pressa,
se a vida é pra ser vivida devagar,
não sabe se terão outras,
é melhor morrer aos pouquinhos,
à conta gotas,
do que perder toda água e jorrar como um deserto abrupto,
que secou rápido demais,
que o vento levou e agora o domina,
nos uivos de tristezas,
que há muito abomina, 
seque o passo,
ande devagar,
o instinto nos faz velozes,
a razão nos faz vagarosos,
apreciadores natos,
na consciência estética, na beleza eclética da vida,
respirando cada momento, tentando encontrar rebentos,
arrebentar-nos, e em sacramento,
nos sacralizarmos, 
ele age direto,
você chega aos pouquinhos, se engana junto às multidões,
repetem em uníssono,
não somos culpados não,
mas são,
insanos vertebrados, 
de calça e sapatos,
chapéus de penas, ou tecido arrojado,
são culpados, 
nus e vermelhos de vergonha,
se escondem na vil mentira,
na inocência cândida das crianças,
pois mesmo maduros, não as perdem,
as transformam em versões caricatas,
de terno e gravata,
de responsabilidades e saciedades, 
mas nunca de piedade,
nunca de compaixão,
muda o tom de voz,
crescem pés e braços,
mas continuam imaturos,
e assim são criados,
os queriam criados mudos,
e talvez, parasitas e mutualistas os desejam assim,
cada qual ao seu gosto,
para a exploração ou para o aprendizado,
para a escravidão ou para a evolução,
nunca como a um sábio,
que a criança cultivou certo,
que acumula o tempo e cai a vaidade,
fê-la um brincar necessário, porém controlado,
que aprendeu a ser a si mesmo,
que percebeu que precisa do EU,
e em seu bocejo,
aprendeu a ser núcleo e nunca bordas,
voltou mais cedo ou mesmo tardio,
mas voltou ao inteiro,
e a partir do começo,
começou a ver-se, primeiro,
e a projetar-se em verdade,
em neutra pessoalidade, 
consertou o que muitos desprezam,
emancipou-se, ao invés de rebelar-se, e sem saber onde ou por que,
parou de enganar-se, quando o racional ideal, passou a buscar-se,
e em si, melhorar-se,
de quem nunca,
para o sempre aprender...







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