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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Borda e núcleo e outros turvos

A gradualidade de intensidade para explicar o tribalismo e cosmopolitanismo assim como também todas as formas inter-relacionadas de força e fraqueza



O núcleo é quente, 
mais forte e atraente,
As bordas são mais fracas, 
ecos ou lembranças mortas,
do centro
da Terra ou duma tribo, 
e também desta metáfora, 
em gradual intensidade,
do dominante ao persuasivo,
do dominado ao atuante,
até ao completo niilismo,
poetas românticos,
homens em seus cânticos,
tambores de guerra,
ou flores na relva dos cabelos,
eco magro, queima que de tão leve esquenta,
fraco o vento, 
e o furacão, 
forte, 
dramático, 
dominante,
 lazarento,
é o seu próprio centro, do seu próprio juízo,
mas por ser tão de si, se anula num caos circulante, 
e decisivo,
se insinua louco, porém fixo,
declara-se à normalidade,

o mundo é de camadas, de sobreposições,
mil espelhos se afrontam e se mostram,
em percalços ou precauções,
e a força de um, será a fraqueza do outro,
o inferno de um, será o paraíso de todos, 
se é paz e amor, de quem não vê qualquer barreira,
confunde anarquia com inércia, sai como ao vento
soprando areia,
migra, se adapta à confusão, ao complexo,
mas não se adapta,
apenas volta casa,
pro seu ambiente natural,

na borda, no núcleo,
 estou eu no canto, 
entre os filhos de Deus,
sou como os cacos da terra,
sou parte dela, mas também sou livre,
menos de mim,
se sou escravo do meu sistema,
do meu eu-verso,
e em versos eu desabafo,
eu sou o problema,
todos nós somos,
somos infecciosos, doenças,
sou intermédio, sou a minha técnica,
entre o inconsciente e o louco,
entre o núcleo quente e o fino assopro...






Mente/tempo e corpo/espaço 


A mente está no espaço do tempo 
O corpo esta no tempo do espaço
A mente é o encontro de dois mundos, 

o abstrato extremamente rápido, 
efêmero e expressivo 
E o concreto, mais demorado em sua passagem, 

mais regular em seus passos
mais lento e esquecido,
mas o tempo nunca esquece

A mente conta as horas do seu tempo 
De sua existência 
O corpo sente o espaço em sua vida
Em seu decompor de experiências ricas
Pressente e sente 

num constante presente

Numa constância de inconsequências voluntárias

a teimosia da matéria a se espalhar
E a inteligência vital
de conservar-se  perfeito 
E também a maior dúvida
O porquê
Como um viciado moribundo
Que procura por seu ópio em latas de lixo
Buscamos por porquês em qualquer lugar
E muitas vezes 

a satisfação vem no primeiro olhar
Não importa a qualidade do produto 
Mas o produto de se ser

de entender as próprias origens
e os próprios fins
e de viver,
mais tranquilo...


O judeu médio é materialista, o caucasiano europeu médio é classicista, o sábio é vitalista 


Só temos a nós e aos nossos irmãos de alma
A vida é a única verdade
Mesmo a ponte mais alta, mesmo a arte, 

em sua beleza porosa e cálida
Nada aquece mais que o calor do corpo 
Do que o toque, a verdadeira religião 
Continuamos, ao cortarmos a primeira onda, 

a nos dividirmos em diferentes realidades,
 em diferentes ênfases,
e nos fecharmos em diferentes conchas,

O mais louco prefere objetos, 

se prende por um amor doentio ao inanimado,
Uma parafilia embaraçosa, 
E tem aquele que prefere o status,
Por sua posição social zelosa, 


Na hiperrealidade

voltamos a ser objetivos, 
significativos,
passamos a buscar por nós mesmos 
por nossas extensões em amigos do peito, 

nossas vidas em outras vidas, 

Acostumado ao dinheiro e ao ouro
Que até se tornaram parte da família 


Tão a espera de um bom lugar na platéia
E quando a vaidade é maior
e quer ser a estrela do espetáculo 
Da matéria ao abstrato 
Nada vale perto da vida 


Regredir ao único sentido de viver
À única direção que se pode ter 
E seguir 


Somos adjetivos
Alguns são tão potentes
Tão característicos


Alguns definem coletivos, 

povos em seus inteiros,
em suas massas, multidões 
em seus cortiços e pardieiros
em suas psicoses de nações

O nômade de muitas bandeiras
mas que louva apenas uma nação
E o homem branco, o europeu
Que se considera um deus


O material que compra
A moeda de troca
O abstrato que encanta
Títulos e pompas


E o santo sábio que apanha
Dentro deste circo de pulgas
Querem ter o controle 
Mas são descontrolados 
Por seus juízos torpes
Escalpelam a verdade, coitada

desprezam fatos dados
fardos se tornam
vírus soltos, que dobram
sinos ou roupas
que vestem,
investem na loucura
e lucram

O santo sábio que chama
lhe quer, a essência
transformar por dentro
voltar ao caminho único
á vida
ao vital, regredir à única razão
àquilo que é fundamental


O exército da ignorância



Meia volta volver
Todos aos seus postos 
Papéis e lápis na mão 
Hora de anotar a lição


Vocês ''sãos''

o exército da ignorância 
Vocês ''sãos''

 os agentes literais da pobreza
Soldadinhos de chumbo
Escondidos em seus corações frios
Cérebro de zumbi
Acrítico, obediente, perigoso
Fanático, ignorante, mentiroso, 

mesmo sem sentir 
Idiotas morais, 

imbecis retumbantes,
Saiam de suas tumbas,
Como uma praga mental, 

espalhem a sua petulância,
Não são mais indivíduos, 

mas propagandas vivas,
sem vida, sem liberdade,
a tudo querem aprisionar em certezas sujas,
em suas crueldades 
Suas guerras contra um único Goldstein

chamado verdade

Os outros são sempre os estraga-prazeres
A onda do último eco de somma
Se espalha longa 

aprisiona uma vida inteira 
O primeiro civil é soldado
Que de tão acostumado a ser servido
Servil se tornou sem se perceber
Luta por outros, ao se eleger

 a bucha de canhão que
 a escola nunca ensina
Que a vida malandrinha 

nunca avisa que é pra valer
Crianças nunca sabem a hora pra brincar

 e quando não é pra ser

Mostram olhares vulgares, 

botam os dentes pra fora
A fantasia impregnada alucina, 

veem tudo ao contrário
Ainda não aprenderam a mensurar a vida
Na consciência da morte
Pra quem não tem a consciência completa


Como um ratinho perseguindo e preso

 em sua rodinha rolante
 o queijo 
brilhoso e suspenso
 numa busca constante 

A vaga e torpe ideologia é assim
Soa maravilhosa como uma música honrosa
Mas esconde dos outros a sua sífilis
Sua face horrorosa 
O seu veneno amigo, 

o seu amor sufocante
Toda mentira que carrega, 
Todo o seu fascínio inebriante
Entontece e como álcool, vicia


É paixão de fogo 
É alucinação e ogro 
torna apaixonado, por seu gosto 


Desgosta a vida 
Robô de pele e osso 
Bicentenário oposto 


Torna máquina antes o que era homem 
Dilacera se possível 
Em estado psicótico


Alerta emoção escura, sombria 
À vil transformação 
Mil agentes, uniformizados
Com flores nos cabelos 
Ou em roupas engomadas


Direita ou esquerda 
Direita e esquerda
Sem lados 

do que a sabedoria é feita


Coxas ou charme

Pernas sensuais, reveladas pela dança,
escorregam de mãos em mãos, em kama sutras,
nas coxas dormem as ereções,
ejacular ao relento, e ouvir canções,
ou é o charme,
a personalidade é o sexo,
os olhares, anexos,
a conquista, sutil dominação,
alucina na sanidade,
coxas ou o charme,
a escolher,
a entreter nesta vida breve
insana santidade
a rezar uivos na meia noite
molha a cruz e o peito enruga
coxas ou charme
quero corpo e alma
sou guloso
e você*
que culpa*


O estupido universal, o aleijado mental 


Chamem-na de cultura, ideologia ou religião
 Eu chamo de bengala
Quando a mente é fraca
Não consegue se sustentar sozinha, 
precisa de algo que a ampare, 
para que não caia de dor, 
em sua falta de equilíbrio
 busca por algo que alivie sua condição, 
e se apaixona violenta pelos discursos vazios 
que mais lhe prendem a atenção
 Precisa de uma sustentação, 
sente frio e precisa de segurança,
 como uma criança, 
se deixa levar pela força
 ou persuasão
 quando o adulto é sempre o mestre, 
o eterno estudante 
que só aprende frases curtas e esperançosas. 

O conhecimento é parte do seu teatro, 
de sua dramatização. 

Sempre atuando,
o mentiroso inconsciente,
é um ator e tanto,
precisa ler e reler as suas falas diárias,
em sua doutrinação. 

Na dança da morte
ele flerta perigosamente
com esta dama e sem perceber, 
não sei se por sorte ou por crer

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