O ser humano parece ser a forma de vida que é a mais individualmente variada ou heterogênea. Enquanto que a maioria das outras formas de vida tendem a produzir indivíduos homogêneos, mas que não são necessariamente de clones, a humanidade parece ser a que mais produz individualidade singular, isto é, na constituição de organismos individualizados. Mais do que herdeiros, nós somos mutantes ou recombinantes geneticamente equilibráveis de nossos antepassados. Como resultado, as nossas auto-percepções de tempo/nossa mente e de nossos respectivos lugares no mundo/espaço que desembocam em nossos caminhos de vida adquirem uma paleta que mesmo a nível individual será muito mais diversificada do que em relação aos dos demais animais, e sem qualquer tentativa de ''antropo-supremacia'', é apenas uma observação possivelmente correta e óbvia. Ao ''herdarmos metade dos genes de nossos pais e mães'', nos tornamos ou somos recombinantes e não apenas clones ou replicações discretas dos mesmos.
Isso também pode ajudar a explicar a baixa herdabilidade de alguns 'traços' como o canhotismo e a homossexualidade bem como também a natureza tanto da herdabilidade quanto da hereditariedade, de maneira possivelmente mais precisa ou honesta em relação ao que realmente é, transferência intergeneracional complexa de caracteres/genes resultando na recombinação individual dos mesmos. O indivíduo humano não é apenas indivíduo por ser um organismo numericamente singular, mas também por ser um organismo organicamente singular.
Não herdamos os genes de nossos pais, apenas ou especialmente, mas
a copulação de nossos pais nos produziu, isto é, produziu nossas singularidades orgânicas e complexas, tipicamente humanas. Tal realidade será menos saliente para as outras espécies e novamente, sem qualquer intencionalidade supremacista.
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