Faces me excitam e me transtornam. Eu as persigo nas ruas, mas geralmente viram de lado quando me veem caminhando em suas direções. E quando sou eu que estou fugindo, são elas que se viram em minha direção. Não, eu não sou (completamente) psicótico. Eu não estou fantasiando, eu sei quando alguém olha direto nos meus olhos, porque eu estou sempre olhando pra eles. Eu sou bom para comparar essas faces e encontrar similaridades. Muitos devem ser assim também, bons para detectar padrões de similaridades, diferenças, perturbações ou simetrias biologicamente desejáveis, isto é, bons em fisionomia. O meu mundo é assim, parece que o que mais lhe define é o seu caráter sempre intermediário, sempre híbrido entre duas correntes geralmente opostas. Cada extremo puxa mais e mais para o seu próprio lado. O frio quer ser mais frio, a ponto de congelar instantaneamente. O calor quer mais a si mesmo, e continua desejando, que o sol engula todo o sistema que lhe prega obediência e saia vencedor de sua própria derrota.
Faces me causam medo, ansiedade, curiosidade, interesse e me atraem para ver o que há além de suas superfícies. As pessoas me interessam e me assustam. Eu quero ver mas não quero, quero apenas entender e sou direcionado para este lado social, ainda que, um rabugento anti-social.
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