Sem o canto do sabiá
N'aldeia, no tempo parado
À fogueira o calor se dissipa
E no escuro da alma
O frio grita
Nas sensações sem fronteiras
Na fronteira das sensações vive a loucura
Sem lugares apropriados
As emoções se misturam
De uma nação
Que agora Moldávia
Jaz o encontro o borbulhar de algos
De perguntas em seus colares
Ciganas bailam e afrontam
O silencio da Lua
Contemplam desnudas
Num não lugar, numa ponte corcunda
As pedras falam
Cantores abundam
Cantam felizes as dores da vida
A Bessarabia é sábia
Por mais não ser
Como aos sábios
Que também deixaram de crer
Veem seus egos de antemão
São zonas habitáveis da razão
n'aqui, n'acolá
bailam sofrido este mundo de partir
Estrelas, a casca do primeiro ovo dourado
O ovo primevo,
dourado e uno,
brilhante, nascido da inércia,
que cansou de ser preguiça,
transtornou-se, e num dia de fúria,
quebrou-se, em gema, clara e cascas,
colonizou nadas supremos,
e as estrelas, pequeninos ovos,
e as galáxias, cores da primeira febre,
a pincelarem um novo quadro,
forças que brotaram misteriosas,
pequenas faíscas que incendeiam toda floresta,
o nada que nada nunca foi,
a nano-vibração que de uma breve gota,
gotejou demais, até cair como chuva
e chorou em minha face
o martírio de ser vida
e de saber muito que esta ida
é nas escuras
o maior risco de todos
que é viver
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