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domingo, 3 de julho de 2016

A metáfora poética da minha família e em relação a mim

No meio de uma taberna,
ou ao lado de jogadores, pigando testosterona,
ou numa faculdade de engenheiros,
onde não existe Gomorra,
nem Sodoma,
mentes frias, entre companheiros,
entre guerreiros ou entre soldados,
estou bem aqui, do lado deles,
e quebrado,
eles, como martelos,
que mais martelam do que espelham,
e eu como um espelho de vidro,
fino, sensível, que reflete e quebra,
a metáfora, de se ser estrangeiro, no próprio seio biológico,
não fui adotado, acredito,
mas estou sempre a estranhá-los,
não me sinto parte, 
me sinto à frente, ou abaixo,
suas expectativas, não se condensam com as minhas,
eles, martelos, eles homens,
e eu, um renome, sensível, aprendiz de poeta,
um amante da sutileza,
eles, comuns em suas truculências,
gentileza gera gentileza,
um propagandeia ao peito, e na esperteza, de se ser popular,
mas dentro de casa,
nós nos sobramos,
e com faces nuas, nos desviamos ao olhar,
ao diálogo, ao entendimento,
eu busco a sabedoria, 
e eles 
que só querem se conformar.





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