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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Mais pensamentos pecaminosos

 A crueldade, geralmente, é uma combinação entre covardia e injustiça 


Existem dois tipos de covardes, aquele que sempre foge das situações e aquele que sempre confronta com violência quem é menos forte que ele ou o faz de maneira desonesta, por exemplo, em bando 

No entanto, é o primeiro tipo que costuma ser mais moralmente condenado 

Já o outro seria o mais conceitualmente covarde, se a prudência é relativa aos contextos pessoal e circunstancial e, portanto, nem sempre é sinônimo de covardia, enquanto que, agir de maneira violenta com quem é mais fraco ou fazê-lo em bando contra apenas uma pessoa é sempre covarde

Aquele "vagabundo" que não trabalha, ainda não é diretamente explorado pela "sociedade capitalista", mais ou menos como o ladrão que rouba ladrão

A opinião mais racional é, frequentemente, a mais impopular 

A racionalidade é mais como uma habilidade de auto controle sobre a vontade ou a necessidade de interpretar fatos de acordo com os próprios sentimentos, isto é, um controle sobre a própria auto projeção 

A maneira mais direta de analisar a inteligência de um indivíduo é buscando saber o quão racional ele é ou está. Já a aplicação de uma bateria de testes cognitivos é uma maneira bem mais indireta, porque, enquanto todo altamente racional é muito inteligente, em termos racionais, existe uma maior diversidade de desempenho intelectual no mundo real quanto aos que pontuam mais alto em testes de QI 

O indivíduo altamente racional também é o mais autoconsciente e, portanto, o mais realista, aquele que menos filtra a realidade objetiva 

Contradições de direita 

1. 

" 'Bullying' reforça o caráter" 

Mesma pessoa, indignada 

"Vejam aquela pessoa branca sendo espancada por um homem negro sem qualquer razão aparente" 

2. 

"Nunca disse que o capitalismo é perfeito"

Mesma pessoa 

Geralmente incapaz de criticar o capitalismo, de perceber suas incongruências

"Não importam as eras, a nostalgia é sempre o mesmo sentimento subjetivo de que o passado vivido era melhor que o presente vigente"

Não mesmo, até pelas grandes irregularidades que tem caracterizado o fluxo da história humana. Por exemplo, uma pessoa que viveu plenamente sua juventude nos anos 20 do século XX, especialmente se foi nos EUA ou na Europa Ocidental, e viu a crise de 29 e a ascensão do nazifascismo, com certeza teve mais razão para sentir nostalgia sobre essa época do que outra que viveu toda sua vida sem passar por grandes turbulências sociais. Tal como hoje em dia, no ano de 2024 em que escrevo esse pensamento, as gerações mais velhas e mesmo os jovens que nasceram nas últimas duas décadas do século XX, têm razões mais lógicas para lamentar pelo tempo presente, muito mais turbulento, do que quem viveu toda sua vida sem ter a experiência de qualquer declínio civilizacional 

Os mais autoconscientes são os mais conscientemente contraditórios 

Uma intolerância extrema à divergências de opinião pode ser porque se acha que está mais certo sobre tudo pelo que se interessa ou porque realmente se está 

Dica: na maioria das vezes é o achismo da primeira opção

Também pode ser reflexo de uma grande insegurança (não-declarada) sobre a própria opinião ou sobre o nível de compreensão que tem sobre ela e associado a um desejo de preservá-la a todo custo

Uma das expressões mais típicas de irracionalidade é o etnocentrismo ou o nacionalismo extremo e/ou acrítico, mais uma clássica manifestação de anti-intelectualismo, de suspensão do pensamento lógico-racional em prol de uma doutrinação ideológica 

Ex ateus existem, tal como os ex religiosos. Mas também existem variações individuais de descrença e crença religiosa, sendo que, é possível pensar se a maioria dos ex ateus não eram dos mais convictos e a mesma lógica para os ex religiosos, de que não eram dos mais religiosos ou crentes. Eu já comentei que, aqueles que passam a se identificar como ateus ou agnósticos principalmente por motivação moral/emocional estão mais propensos a retornar à religião do que aqueles que o fazem por motivação intelectual. Pois em relação aos religiosos, eu acredito que o padrão seja o oposto, se o nível de intensidade de convicção religiosa é mediado pela ilógica emotiva da crença baseada na fé, que só é plenamente possível pela suspensão do pensamento lógico 

Os que mais clamam por justiça social também tendem a ser os mais desajustados, cultural ou socialmente, que também tendem a ser mais geneticamente mutantes que os mais ajustados. Também é por isso que tendem a adotar ideologias excessivamente irrealistas, paradoxalmente baseados no próprio realismo pessoal de desajuste, no realismo histórico de injustiças normalizadas, mas também no irrealismo de quererem alterar a realidade e, então, as sociedades para que reflitam suas naturezas minoritárias e/ou mais disfuncionais

Lógica controversa

Money dominates the world. "Jews' dominates the money. Jews dominate the world (??)

A maioria dos seres humanos são socialmente conformistas, por parecer que evoluíram, tal como indivíduos nominais de toda espécie social, como as formigas, para obedecerem a um comando hierárquico superior e contribuírem com a comunidade em que residem de acordo com as suas características físico-comportamentais. Porque, basicamente, toda organização social humana funciona como um organismo e os indivíduos que a constituem como células dos seus sistemas internos. Então, é possível dizer que existem tipos especializados, que alguns tipos são mais como células brancas, que detectam invasores externos ao organismo (grupos de imigrantes potencialmente problemáticos??) bem como células "doentes' ou "defeituosas', e outros que são como as hemácias (que ajudam a reparar os danos no organismo).

Eu ainda penso que, extremos políticos podem ser metaforicamente associados a estados patológicos. Por exemplo, a extrema direita, quando no poder, pode agir como uma doença autoimune, que ataca o próprio organismo, a partir de uma defesa desproporcional às células saudáveis, além do risco ampliado de atacar outros organismos. Já a esquerda no poder, pode agir também como uma doença que enfraquece o sistema imunológico, tal como a AIDS, fazendo com que as células menos saudáveis e elementos invasores se multipliquem...

Em termos de tipos, alguns seres humanos seriam mais como células do cérebro, como os neurônios, outros mais como células especializadas de outros sistemas, como o digestivo e o excretor. E, para representar os mais racionais e mais naturalmente inconformistas a contextos disfuncionais ou aquém de uma organização social plenamente equilibrada, eu penso nos neurônios localizados em áreas especializadas em autoconsciência, autoconhecimento, percepção objetiva do mundo e nos genes-espelho, relacionados à empatia


Com imigração em massa, disgenia, hegemonia de ideologias que negam diferenças intrínsecas de intelecto e comportamento e anti meritocracia, "progressistas" estúpidos estão tornando a possibilidade de uso de práticas eugênicas não apenas viáveis como necessárias

Aliás, também estão justificando a possibilidade da volta de ditaduras de direita no ocidente

Para, talvez, a maioria das pessoas, discursos generalistas ou coletivistas são muito mais fáceis de serem internalizados do que discursos com mais nuances, detalhes e perspectivas porque podem até se contradizer, aparentemente, mas não sustentam narrativas maniqueístas 

A seleção natural é mais sobre maximizar a sobrevivência do que a fertilidade, se é a primeira o seu objetivo final e a segunda um meio. Mas geralmente a fertilidade equivale à sobrevivência de uma espécie a nível coletivo, meio e fim indistinguíveis

O que todo autodeclarado progressista de esquerda deveria aprender

Que ninguém é obrigado a gostar de nada

Ninguém é obrigado a gostar do que ele gosta

Ninguém é obrigado a tolerar a presença do outro se não for por consentimento mútuo e se tiver poder de escolha

Enfim, de aprender o básico do convívio

Uma pessoa relativista: a arte, assim como o gosto pessoal, é relativa e subjetiva. 

Uma pessoa "de esquerda" e relativista: "a arte, assim como gosto pessoal, é relativa e subjetiva, mas... (Eu acho que) aquele filme é (objetivamente) excelente..." "Eu não entendo por que tem pessoas que não conseguem gostar desse ou daquele filme..."

Um relativista é idêntico a um absolutista. Ambos reduzem a complexidade de contextos culturais a tudo ou nada

Acadêmicos versus cientistas

Nem todo cientista é um acadêmico. Nem todo acadêmico é um cientista 

Acadêmico é aquele que, a priori, trabalha dentro de uma universidade, geralmente como professor 

Cientista é aquele que idealmente se dedica à ciência, à sistematização do pensamento lógico-racional em teoria e em sua prática, geralmente dentro de uma universidade. Mas também pode fazê-lo fora, por si mesmo 
Na verdade, tem muito acadêmico que, além de não ser um legítimo cientista, se comporta como um legítimo pseudocientista 

Maior o recorte demográfico, mais escassa é a frequência de pessoas boas

Pessoas boas existem mais como indivíduos do que como grupos 

Uma definição estrutural e básica para o transtorno mental é uma instabilidade estável, que é o oposto, mas ainda igual à própria vida, que se expressa como uma estabilidade instável 

Uma das maiores injustiças sociais é a diferença de acesso à estabilidade financeira entre indivíduos de classes sociais distintas, causada principalmente pela diferença de ajuda familiar, por exemplo, pelo pagamento da mensalidade de universidade particular, em contraste à ausência e eficácia dessa mesma ajuda por causa da penúria característica e intergeracional de muitos das classes menos privilegiadas. 

Mas, com o roubo do protagonismo da luta de classes pela de identidades dentro da hierarquia de prioridades das ditas esquerdas, o foco no classismo estrutural foi desviado para o racismo estrutural, supostamente intacto e mais importante...

O progressista típico acredita que abstrações, como "sociedade" ou "racismo estrutural", influenciam diretamente o comportamento das pessoas, isto é, ele inverte a ordem dos fatores em que, aqui, faz muita diferença, se é o mesmo que colocar a carroça na frente dos bois, afinal, as pessoas se comportam primariamente de acordo com as suas tendências psicológicas e cognitivas. Sim, o contexto influencia. E sim, mas o contexto não determina

Eu já comentei que a moralidade não é apenas humana, por também apresentar uma natureza universal, como sinônimo de imprescindibilidade a partir dos contextos adaptativo e evolutivo de indivíduos de uma espécie. Mas a moralidade também é uma ficção humana, por ser uma palavra abstrata, se a própria palavra já é, por si mesma, uma abstração, uma simbolização individualizada de elementos, fenômenos, derivações e ficções...

Nunca houve a necessidade de substituição de estilos musicais antigos pelos novos. Uma das razões para essa substituição e consequente perda de riqueza cultural tem sido as transformações econômicas, ainda mais a partir da hegemonia do capitalismo, sistema baseado no lucro ou a curto prazo

A cultura popular brasileira foi completamente obliterada pela cultura popular capitalista 

Ser bissexual não é como ser ambidestro, igualmente canhoto e destro, mas como ser ambivertido, extrovertido e introvertido, mais dependente do contexto e mais fluido em sua expressão


A imaturidade do passado era crer que existia um pai todo poderoso olhando por todos os seres humanos

A imaturidade do presente é acreditar que não existem limites nem deveres, apenas potenciais e direitos 

Para ser bem franco, e vindo de um homo(bi)ssexual, a homossexualidade é uma desordem hormonal, só que branda, não necessariamente uma doença. E também é por isso que a sociedade humana deveria tolerá-la, até certo ponto, incentivando comportamentos saudáveis e isso não inclui a promiscuidade, também por causa da imperfeição intrínseca da vida .

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

"O capitalismo é meritocrático"

 Umas semanas atrás, uma atriz brasileira ganhou 200 mil apenas pela "venda" do nome do filho que está esperando aos 50 e tantos de idade. Enquanto isso, milhões de pessoas trabalham duro para cooperar com a mesma sociedade que lhes paga muitíssimo menos e que jamais receberão essa quantia mesmo se trabalhassem por 100 anos.


Esse exemplo deprimente de anti-meritocracia não é exceção, mas a regra no sistema capitalista já que, quanto maior a conta bancária, menor a contribuição bruta ou direta que o indivíduo presta à sociedade em que vive, mais do que delega a si mesmo, se estendendo para além do mundo das artes e dos esportes, também para políticos, empresários e "profissionais' de ocupações consideradas de prestígio... Mas por quem?? Quem foi que decidiu que um médico tem que ganhar muito mais que um professor ou qualquer outro trabalhador que se encontra em uma posição abaixo na hierarquia??? E mesmo se o artista ou esportista fosse muito talentoso, qual é a razão para que um jogador de futebol ou ator famoso ganhe valores astronomicamente maiores que o restante da população?? 

O capitalismo parece ser basicamente uma espécie de feudalismo burguês em que, ao invés de "nobres" e "clero" como classes privilegiadas, que detêm poder e riquezas apenas para si próprias, temos, além das "sanguessugas azuis" remanescentes,  "empresários", "bilionários", "políticos", "artistas" e "esportistas", particularmente os mais famosos, como  "nobreza" e "clero" "modernos" tais como os existiam na Europa Medieval.

Pois não há absolutamente nada de sistemática ou verdadeiramente meritocrático no sistema capitalista. 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Algumas verdades para os que acreditam em um mundo de perdedores e vencedores

 1. Em essência, somos todos iguais


Se vamos todos morrer um dia e é improvável que viveremos para sempre, então, qualquer vitória ou sucesso individual será inevitavelmente em vão. Por isso que ninguém é absolutamente superior ou inferior ao outro, porque independente se somos vencedores ou não, todos seremos "perdedores" na morte.

2. Se você é bem sucedido, não conseguiu sozinho

Contatos, privilégios e/ou a sorte de estar no lugar e no momento certos... são muitas as variáveis que influenciam nossas trajetórias de vida. Pois o indivíduo que se pensa como um vencedor tende a acreditar que o "mérito" foi todo dele, ao invés de aceitar que jamais teria conseguido alcançar seu "sucesso" sem a ajuda dos outros/das circunstâncias. 

3. Os que são considerados como perdedores, geralmente, são vítimas ou injustiçados 

Chamá-los deste jeito é ignorante, cruel e falacioso. Chamar uma pessoa em situação de pobreza ou que tem transtorno mental de perdedor é o mesmo que caçoar de alguém que está em uma situação de vitimização ou vulnerabilidade e que, em sã consciência, jamais gostaria de estar sofrendo com esses infortúnios em suas vidas.

4. Todo "vencedor" pode se tornar um "perdedor" e vice-versa 

O mundo dá voltas e você, que se considera um vencedor, pode acabar em uma situação oposta. Por isso que é recomendável evitar essa mentalidade, até para não cair em contradição ou hipocrisia acaso o jogo virar para o seu lado.

5. Se você pensa que é um vencedor, você pode ter baixa autoestima 

Porque o mais autoconfiante não precisa se comparar ao outro para se sentir melhor consigo mesmo.

6. Conceitos de sucesso e fracasso podem ser muito complexos quando analisados contextualmente

Eu já comentei sobre isso, usando o meu exemplo, já que, com base nos valores atualmente dominantes da ideologia/propaganda capitalista, eu seria um perdedor, por (ainda) não ter emprego e/ou ser financeiramente dependente dos meus pais. Mas se a analisarmos de maneira mais profunda e realista, concluiremos que eu também posso me considerar, por agora, como um vencedor, só que no sentido de sobrevivente, porque até hoje não sofri com a exploração econômica que acomete a maioria das pessoas via parasitismo estrutural capitalista. 

6.1 Também podem ser muito complexos, mesmo se analisados objetivamente 

Um exemplo clássico é do "artista" medíocre, de mercado, que conquistou fama e fortuna versus um artista de fato, talentoso e dedicado à sua arte, que é muito menos famoso que o primeiro. Um faz mais sucesso que o outro, mas está claro que não é por causa de seu talento/qualidade intrínseca ou merecidamente, mas por ser mais lucrativo para a indústria do entretenimento. 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

O caso Genivaldo e por que a empatia não é universalmente "ensinável"?

 Genilvado de Jesus Santos foi parado por policiais porque estava andando de moto e sem capacete. Ele ficou nervoso e não obedeceu à ordem de colocar as mãos na cabeça. Seu sobrinho avisou aos policiais que ele tomava remédios controlados. Ele teve os pés amarrados, foi preso dentro do porta-malas do carro da polícia e asfixiado com spray de pimenta e gás lacrimogêneo. 


Eu sei que, cometer esse ato bárbaro, ainda mais se foi por motivação torpe, não pode ter sido cometido por pessoas com o básico do discernimento moral. Então, eu poderia concluir que esses policiais que o assassinaram devem ser, no mínimo, de sociopatas: de indivíduos sádicos, com uma capacidade limitada de ter empatia pelo outro.

Existem alguns estudos mostrando que, em várias profissões, há uma desproporção de psicopatas e sociopatas e que, uma delas é a de policial, também por causa do empoderamento intrínseco à função de "agente da segurança pública" que acaba atraindo esses tipos.

No entanto, nas ciências humanas parece quase consenso que o principal problema da violência policial é a institucionalização de práticas excessivamente violentas, especialmente contra indivíduos da classe trabalhadora. Pois se é lógico que o incentivo à truculência na polícia aumenta a sua frequência, também é lógico que indivíduos de má índole estarão mais propensos a praticá-la e com maior gravidade... 

Por isso, não adianta apenas "ensinar" policiais a serem menos brutos, se o mais importante seria, primeiro, punir com rigor, expulsar ou não selecionar sujeitos em que se perceba uma tendência ao comportamento desproporcionalmente violento para trabalhar ou que trabalham nessa área, claro, uma medida muito mais difícil de ser colocada em prática mediante o seu potencial de mudança estrutural, porém menos superficial do que limitar-se a culpar instituições e defender pelo investimento em "programas educativos". 

Só cortando o mal pela raiz para que casos inaceitáveis como o de Genivaldo nunca mais aconteçam. 

Esclarecendo que não estou afirmando que preparar policiais para lidar com situações como essa seja inútil, mas que será muito mais difícil educar aqueles que mostram-se cronicamente incapazes de aprender sobre empatia e compaixão. Por isso, não vale esse risco de deixar a população civil nas mãos de um número invulgarmente alto de sujeitos que, na verdade, deveriam estar presos ou isolados do convívio social. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Fatos, justiça social e sabedoria

Resultado de imagem para revolução russa

Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/deflagrada-ha-100-anos-revolucao-russa-tambem-mudou-o-brasil/ARQUIVO_S_01_____01C.jpg/@@images/image/imagem_materia

Fatos, justiça social e sabedoria

Era uma vez um país extremamente desigual, um resquício feudal de dimensões continentais, onde o Ocidente e o Oriente se encontram e se confundem, em que um grupo crescente de pessoas passou a acumular fatos justamente sobre as injustiças que estavam a ser cometidas pelas elites em relação ao povo. Abraçaram uma ideologia formada a partir de ideais de sabedoria, ancorados pela revolução francesa (antes de se transformar em carnificina). Jovens com oratória enérgica, carismática e genial, apareceram. De um movimento de intelectuais, artistas, da juventude letrada, chegando às fábricas e campos. O povo não aguentava mais tanta exploração. Ver uma minoria extremamente rica, egoísta, enfim, parasitária, agir com tanto desprezo e crueldade. Estourou a revolta dos oprimidos, dos injustiçados. A velha elite, de tradição conservadora e feudalismo monárquico, caiu. Nem as filhas adolescentes da família real foram poupadas. Nem o caçula hemofílico. Levantou-se a promessa de um governo composto por gente comum, de ser o próprio povo. Novos desdobramentos. E, ao invés de um horizonte democrático, igualitário, o que se percebeu foram nuvens grossas, de chumbo, tirania, ódio, perpetrados justamente por aqueles que juraram acabar com esse ciclo. Um mito tomou o lugar do outro, e o mesmo direito divino. Uma nova monarquia, disfarçada de povo, de consenso democrático. Aqueles que se opuseram à nova ordem e que haviam segurado as mesmas bandeiras também não escaparam do desejo implacável de sangue de um torturador tirano, de um homem tóxico. Aliás, a masculinidade tóxica sempre esteve presente por aquelas terras longínquas. O ar que se respira por lá, já convida ao desequilíbrio da mente masculina. Melhorias ao povo se sucederam. Sem precedentes na história daquele país. Agora, uma união de várias repúblicas engolidas pela hegemonia de uma mãe super "protetora". Mas, sem democracia, sem a voz do povo, sendo tratado como o mesmo "gado", de quando eram súditos miseráveis de príncipes bem vestidos. Falam de atrocidades, de gulags e Holodomor. Veio a segunda guerra mundial, a segunda comprovação massiva de irracionalidade, da raça que tinha o  mundo como uma taça em suas mãos brancas, com veias azuladas. Falam de soldados, antes, meros camponeses, empurrados pra morte certa, visando conter a todo custo, outro desabrochar da rosa destrutiva da masculinidade tóxica. Se reconstruiu, depois da "estoica' vitória, sem plano Marshall. O demônio morreu. O país ficou um pouco menos tirano, ainda um enorme engodo. A chantagem de, ajudar e esperar como resposta ou gratidão o silêncio. Mandou uma cachorrinha morrer no espaço, enquanto comemoravam. Quem liga?? Senhoras de meia idade, "bichas sensíveis" como eu. Saiu à frente do colosso capitalista, do outro lado do Atlântico. Eu poderia continuar até à perestroika e à glasnost e depois ao fim da URSS, e ao começo de uma nova e velha Rússia, do mesmo tormento, que também nos afeta aqui no sul do mundo, os mesmos homens tóxicos, suas autoconsciências mudas, suas bonecas infláveis ou mulheres que louvam o pior do ser humano.

Este é um exemplo de, apesar de minha instintiva incapacidade de escrever, científica ou academicamente, apenas seguir fatos, já ser o suficiente para concluir que a justiça e a injustiça social não são exclusividades de um lado, mesmo sabendo que um deles sempre defende os mais privilegiados. E de mostrar como que a sabedoria se alinha perfeitamente com a exposição apenas factual dos eventos históricos, sem nenhum teor ideológico...

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A sabedoria do "pavio curto", especificamente o racional

"Não levar desaforo pra casa"

Geralmente acreditamos e com toda a razão que ser pavio curto por qualquer coisa não é racional e que é sempre importante analisar situação por situação antes de agir com base no impulso. Claro que tendemos a entender os conceitos mas também patinamos na hora de aplica-los, e nesta parte, geralmente sem saber que cometemos esses erros. No mais também tendemos a esquecer que cada fenótipo comportamental tem uma história ou passado evolutivo por trás e que na totalidade das vezes as pessoas não agem de maneira inteiramente ilógica [e na verdade elas tendem a agir de maneira muito lógica, ao menos em relação às suas próprias características intrínsecas, mentais e corporais]. Muitos fenótipos comportamentais que ainda prevalecem nas populações humanas refletem outros tempos, de quando surgiram, e em que se tornaram de alguma maneira demograficamente importantes. Por exemplo a crença religiosa. Em outras épocas mas mesmo em algumas culturas antigas que ''ainda'' estão entre nós, especialmente as mais isoladas, a religião pode ser considerada como o suprassumo do conhecimento da tribo ou comunidade. No entanto em "nosso" contexto moderno apesar de ainda ter muita serventia especialmente a de natureza reprodutiva, a religião se tornou mais supérflua em termos culturais. 


Cultura não é apenas cultuar mas também acreditar e tende de maneira invariável porém constante a expressar o grau de qualidade intelectual de certa população ao menos em relação ao seu cidadão médio. 

Voltando ao fenótipo comportamental do "pavio curto", que ou aquele que tem pouca paciência ou tolerância com desaforos. Existem os "esquentados" ou "coléricos" generalizados que eu também gosto de chamar de "irracionais", ainda que fenotipicamente lógicos, e os coléricos racionais, que tem boas razões para ficarem assim. Especialmente entre os homens, é comum que os mais coléricos acabem cometendo crimes. Por exemplo, se um homem te "passa a perna" qual seria a sua reação?? Muitos homens/ou pessoas, as mulheres inclusas,  relevam ou acionam a justiça para tentar solucionar o caso, e que dependendo do país, será quase que "deixar passar". Outros homens preferem fazer justiça com as próprias mãos. O homem te enganou então você vai e o mata. Esse tipo de justiça mais se parece com a "Lei de Talião", olho por olho dente por dente. Se não fossem pelos excessos desse sistema de justiça e/ou se fosse muito mais detalhado e universalmente justo, via moralidade objetiva, seria o melhor de todos e não haveria a necessidade de algumas pessoas buscarem fazer justiça com as próprias mãos. 

Ser passivo ou tranquilo demais pode te fazer mais propenso a ser "feito de trouxa". O caso "recente" do povo brasileiro que finalmente começou a perceber o nível de podridão de seus políticos e como bom gado que são permanecem passivos mesmo que mais alterados do que antes, quando a roubalheira mal era noticiada. 

São nessas horas que ser pavio curto pode ter das suas vantagens.

Não permitir que se cometam injustiças mas antes procurar analisar a situação para depois de fato agir. Eis a sabedoria de não ser sempre tolerante. No entanto vivemos em sociedades em que o nível de tolerância para quase todas as injustiças é pra dizer a verdade muito alto, e aliás, esta tem sido a historinha humana.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Os piores filhos ainda não são os mais problemáticos mas aqueles que superam os seus pais em alguns anos-luz

Resultado de imagem para propaganda da doriana

Fonte: tatiandoavida.wordpress

Por de trás da linda e brega imagem da família existe uma realidade muito mais sinistra de desarmonia, domínio da lei do mais forte ou de quem grita mais alto, hipocrisias, conveniências dentre outras situações que estão longe de refletirem a falsidade de segurança e entendimento interpessoal da propaganda.

Uma das tristes ou decepcionantes realidades que a família tende de fato a expressar é o implícito desejo dos pais de dominarem os seus filhos e a mitologia que muitos se não a maioria deles tendem a acreditar, de que sejam naturalmente superiores, professores, tutores, "sábios" mais experientes, e que os filhos jamais conseguirão supera-los ainda em vida porque eles, os pais, basicamente estabelecem uma assimetria supostamente impossível de ser superada por seus filhos, apenas se viverem muitos anos, ainda assim, um jogo sujo em que eles se elegem como os eternos vencedores. Outro forte mito é a de que os pais tratem os seus filhos de maneira igual. Com certeza que se consiste em uma grande mentira, e eu percebo isso de maneira até significativa. Se reclamamos da injustiça, habitué nas sociedades humanas, apenas pense que a mesma encontra-se despojada, bem adaptada e pulsante nas relações interpessoais familiares ou a micro-nível de interação, de modo que, muitas vezes, a macro-injustiça social nada mais é do que a acumulação final de ecos de injustiça a partir das famílias humanas, que são como mini-sociedades, e portanto, aquilo que acontece a macro-nível/sociedade também tende a se manifestar a micro-nível/família, onde a lei do mais forte supera com folga a lei proporcional da racionalidade-a-sabedoria.

Existem duas classes de filhos que para o bem ou para o mal desafiam este esquema pré-moldado, subconscientemente querido, desejado e muitas vezes imposto pelos próprios pais sobre os seus filhos. São os filhos naturalmente problemáticos (estúpidos) e os filhos que superam os pais, em especial naquilo que se elegem como naturais detentores, sabedoria ou ao menos, em inteligência. 

Os filhos problemáticos causam problemas das mais diversas magnitudes e naturezas e forçam os seus pais, geralmente,  a se questionarem sobre si mesmos, sobre suas auto pregoadas invencibilidades pedagógicas ou agendas sutis a explícitas de controle sobre a família.

E os filhos que de alguma forma são superiores ou que superam os pais e esta realidade se torna de alguma maneira saliente em suas relações. 

O pior filho será logicamente, e mais, explicitamente falando, o naturalmente problemático, de personalidade difícil ou "gênio ruim", (ou) com alguma vulnerabilidade comportamental transformada em realidade e em especial para os seus pais. No entanto em termos implícitos o filho que superar os seus pais em alguma particularidade que eles valorizam muito e por causa do seu papel central muitas vezes será a sabedoria (ou ao menos o espectro da mesma) e isso começar a causar atritos especialmente quando este filho passa a questionar desde tenra idade a autoridade dos pais, é provável que ainda conseguirá superar o filho problemático, porque ameaçará a sua autoridade.

Filhos problemáticos são vistos por baixo, como inferiores, falhos. Em compensação os filhos superiores são vistos de cima, mas não como superiores, pois serão vistos em média (ou não) como ameaçadores, como estraga-prazeres que passam a fazer o papel que os pais desde cedo estabeleceram pra si mesmos, se colocando na função ''dos'' próprios pais. 


Filhos perfeitos são aqueles que espelham com perfeição as características dos pais e quanto maior for esta dissonância entre pais e filhos, como eu já comentei, pior será a relação entre eles, pelo que parece, como costuma acontecer na maioria dos casos. O diferencial é o grau de consciência de falha nas relações familiares e na maioria dos casos, filhos ou pais tendem, de alguma maneira, a se esquecerem desta situação, diga-se, muitas vezes, central, ou a contornarem, e no entanto, mantendo a falha presente, existente, sem desejar eliminá-la e finalmente evoluir.

Tudo isso acontece porque ao contrário da ideia popular, o ser humano está longe de ser o animal ou ser vivo mais socialmente inteligente. E o aumento da autoconsciência e a níveis moderados, se o compararmos a um modelo ideal de bom uso, parece complicar mais, ainda que também venha com uma janela de oportunidade, se todo desafio costuma aumentar a pressão mas também abrir novas janelas de oportunidade e de evolução.