Em um texto anterior, eu disse que o mais importante da inteligência linguística não é aquilo que mais tem sido socialmente considerado como tal: tamanho e sofisticação do vocabulário e proficiência em aprender línguas, mas o que é mais essencial à linguagem, não apenas à humana: capacidade de comunicação e de compreensão factual (da realidade vivida). Então, parece lógico de perceber que a essência da linguagem, ou da inteligência linguística, também é um aspecto muito importante da capacidade racional, se só podemos compreender, bem como de confundir, sobre a realidade pela linguagem. Portanto, é a precisão e a objetividade da linguagem, associadas a uma maior compreensão factual que, em muito, contribuem para uma maior racionalidade. Além da capacidade de percepção de padrões verdadeiros ou factíveis, que eu já havia determinado como um aspecto cognitivo da capacidade racional.
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quarta-feira, 30 de julho de 2025
A essência da inteligência linguística também é um dos aspectos cognitivos mais importantes da racionalidade
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Inteligência e QI, domesticação e raciocínio
Inteligência e QI, domesticação e raciocínio
Quando nos deparamos com um texto excepcionalmente bem escrito, com palavras raras, que nem sabemos o que significam, geralmente temos a tendência de identificar o autor do texto como uma pessoa muito inteligente. É elementar, porque ter um vocabulário robusto e sofisticado sempre foi associado à inteligência. Nos testes cognitivos, ou de QI, esses aspectos verbais são os que mais se relacionam com o fator G, a tal partícula estatística que interliga os testes. No entanto, eu vou lhes mostrar que, talvez, o que parece um claro sinal de maior capacidade cognitiva, na verdade também pode estar mais relacionado com a domesticação.
Primeiro, precisamos falar um pouco sobre a linguagem. Vocês sabiam que a linguagem é uma convenção? O que é determinado como o certo e o errado de ser escrito, ortográfica e gramaticalmente, não é baseado totalmente na lógica. Por exemplo, a maneira como falamos tende a se dissociar da maneira como escrevemos, dependendo do sotaque. E isso NÃO É LÓGICO, porque criam-se regras gerais que são parcialmente negadas ou alteradas. A palavra ''aprende'' é uma dessas dissociações. O mais interessante é que muitos dos erros cometidos pelas pessoas na hora de escrever está baseado justamente nesse atrito entre a lógica e a convenção. Quando eu falo ''aprende'', na verdade, falo de acordo com o meu sotaque, ''aprêndi''. Pela lógica, tal como se fala é tal como se escreve, de acordo com a sonoridade dos vocábulos. Mas, os sotaques geralmente variam e, ainda foi convencionado que a única maneira ''correta' de se escrever essa palavra, até para diferenciá-la do ''aprendi'' [''aprendí''], é com seu término em ''e''. É um caso em que certa convenção se sobrepõe à sua própria regra ou lógica ''se escreve tal como se fala, de acordo com a combinação dos vocábulos''. Outro exemplo, que acho pertinente de ser usado nesse texto, encontra-se na língua inglesa, e é o uso do ''you are'', tanto para o singular ''você é'' quanto para o plural ''vocês são''. Ora, mas se existe o ''is'' para o ''é'', então por que é usado ''you are''? A lógica pura não explica isso, mas a lógica da convenção sim, e ela não precisa estar totalmente vinculada à essa primeira.
Memorizar uma convenção é o mesmo que ''memorizar leis ou regras'' impostas por terceiros ou coletivizadas por muitos. Tal como ''lavar as mãos antes de comer'' ou ''se sentar na cadeira durante a aula''. É fato que quando aprendemos algo, também estamos memorizando leis ou regras deste algo, de seu comportamento estrutural, já que todo conhecimento assim se constitui, aliás, tudo. No entanto, tem uma diferença aí, entre memorizar uma realidade concreta, forjada ou abstrata, e uma convenção ou determinada por outras pessoas, mesmo em relação à sonoridade das palavras, se o ''a'' terá um som mais fechado ou agudo, por exemplo. Estou concluindo, portanto, que uma boa parte da dita ''inteligência verbal'', não se consiste naquilo que a inteligência se caracteriza de modo mais significativo, que é o raciocínio afim de compreender uma realidade, mas na memorização ou ''raciocínio passivo'', no sentido de memorizar leis ou regras de convenção, isto é, de mostrar o quão obediente ou perfeccionista se está em relação às mesmas, e isso é domesticação ou comportamento domesticado.
Se os testes de QI se relacionam mais com os aspectos verbais, então pode ser que sigam similar realidade, em que, apesar de expressarem aspectos importantes da inteligência, também estão condensados de habilidades que são mais sobre domesticação ou capacidade de obedecer, internalizando regras de convenção, do que de raciocínio. A inteligência verbal, em sua qualidade, seria, ora pois, o raciocínio verbal, no intuito de compreensão das palavras, em sua aplicação cotidiana mais adequada, de reconceituá-las de modo mais preciso, ou de inventar novas [criatividade ou cognição verbal aprofundada], de preferência, palavras que não sejam sinônimos muito próximos de outras. A memorização além de uma capacidade de suporte ao raciocínio, portanto, também se consistiria em uma característica de domesticação, especialmente se for associada à internalização de regras de convenção.
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segunda-feira, 28 de outubro de 2019
A língua é uma convenção

Fonte:https://pgl.gal/wp-content/uploads/2016/01/acordo-ortografico-brasil.jpg
A língua é uma convenção
Escrever errado não é sinal de estupidez. A língua é uma convenção, um malabarismo de como se fala e como se escreve. Boa parte dos erros acontecem nessa tradução. Não é culpa de quem não aprende a sua malandragem. O telefone de hoje não é o mesmo telephone de 80 anos atrás. O pára do verbo parar, até perdeu seu acento. São regras, com lógica, mas também com muitas exceções. Sim, quem escreve muito bem, é inteligente nisso. Mas quem não escreve, não deve ser penalizado, humilhado, mesmo se for um mínion de direita [ainda que esse já venha com um pedregulho na mão, na hora de debater]. O português veio do latim vulgar. Imagine um latim de cortiço, cheio de gírias e palavras escritas "errado'?! O certo e o errado ainda existem na hora de escrever. Mas são relativos à convenção usada no momento. É importante reconhecer o que realmente faz uma pessoa inteligente: sua curiosidade, sua vontade e capacidade de aprender [em relação a tudo que for possível]. E quanto às palavras. Saber quem são, como vivem, o que fazem.. e como usá-las. Se é um português formal ou não, a natureza da língua é ser diversa e fluida.
quarta-feira, 27 de junho de 2018
Preconceito cognitivo ou emotivo
Será que só existem os preconceitos cognitivos?? Vou especular sobre isso.
Primeiro, o que é preconceito cognitivo?
Como quase sempre faço, e de metido ou presunçoso, o conceituarei sem a ajuda de cartas, universitários ou dicionários online, já que o farei ao meu modo, pretensamente mais preciso.
Preconceito, como eu tenho comentado, ou não, para dizer a verdade eu nem me lembro direito, seria o pensamento indutivo usado no cotidiano, em que, ao invés de buscarmos compreender uma dada situação, via observação, análise e crítica, possivelmente neutras, "deduzimos' via indução, produzindo linhas de achismo com base no conhecimento que temos [ou mesmo, e o mais provável, com base em nossos próprios instintos, com os conhecimentos que herdamos].
Até posso pensar nisso por outros dois modos: instinto e simpatia.
Os instintos são os comportamentos com os quais nascemos. Por exemplo, se eu sou mais emotivo desde que me conheço por gente, então isso se consistirá em um instinto ou pré-disposição para agir/ser desta maneira. Não é algo que aprendemos, que conseguimos controlar com facilidade, e que dependendo dos traços, definirá parte significativa de nossas personalidades.
Simpatia: Talvez, se houver um outro blogue, falarei bastante dela, e de sua nova cara a partir do meu conceito. Esta seria, portanto, de acordo "comigo", em um mecanismo de sensibilidade, à priore, a contrastes, e claro, a partir de nossas perspectivas, que são avaliados subjetivamente. Tal sensibilidade, então, nos ajudaria a diferenciar os elementos que são mais favoráveis para a nossa sobrevivência, daqueles que não são.
A simpatia é esse mecanismo.
Os instintos seriam os comportamentos que, quando em ação conjunta, e sempre estão, usariam a simpatia para dividir ou diferenciar o mundo em "us and them". E talvez também em ''unknown''.
E o preconceito??
O instinto é o comportamento inato. ok.
A simpatia é parte (importante) do seu mecanismo [mas também da razão, quando à ela se acopla, e sempre faz]. ok.
E o preconceito é o resultado dos dois e claro, mais intimamente da simpatia.
Não a confundamos com empatia, outro tópico que me é de interesse e que também comentarei, bastante, no próximo e tão prometido novo blogue [aliás, algo que já fiz por aqui, de outras, e menos precisas maneiras]. Apesar desta se consistir em uma evolução da simpatia, ainda não são a mesma coisa, claro, pois seria como dizer que, pelo calor ser uma evolução do frio, por serem ambos temperaturas, então seriam os mesmos.
Cognição: faz um tempo que tenho tentado e acho que não tenho conseguido, compreender as diferenças entre a cognição e a emoção, ou o tenho feito de modo disperso e desorganizado. Se pudéssemos nos ver como uma máquina, com um coração, então, parece óbvio que a cognição seria a primeira e a emoção o segundo.
Mas prefiro me aprofundar razoavelmente de outra maneira, pelas ideias de ação e reação.
A emoção é sempre uma reação, uma resposta, do que uma deliberação, ainda que também possa se manifestar durante o processo de raciocínio e/ou a partir de uma ação mais elaborada [ainda assim, agindo sempre desta maneira, como julgamento/reação qualificativa aos padrões sentidos e/ou percebidos].
A emoção portanto parece ser mais instintiva do que a cognição, especialmente a humana. A cognição por sua vez seria tudo aquilo que se relaciona ao raciocínio: à memória e para diferentes tópicos (informações pessoais, interpessoais e impessoais); aos estilos de pensamento, que inevitavelmente induzem a comportamentos, por exemplo, se é mais lógico ou mais divergente, e aos tipos de pensamento ou melhor, especializações: verbal, espacial, etc...
É elementar de se constatar que a emoção atuará junto à cognição. A cognição é a percepção, e a emoção é o julgamento daquilo [interações exteriores//fatos] que foi percebido, pelos sentidos, e também aos nossos próprios estados biológicos, aliás, emoção e simpatia, por esta via de observação e análise, estariam excepcionalmente próximas em significados, com dois diferenciais possíveis:
- de pertencerem a diferentes espectros, a simpatia ao espectro da consciência (com senciência, empatia e autoconsciência) e a emoção ao espectro do raciocínio (com a cognição);
- e da emoção vir primeiro que a simpatia, por ser uma reação qualificativa e a simpatia, mais atrelada ao contexto, como um produto da emoção.
''Eu tenho simpatia por ti'' é o mesmo que ''eu estou emocionado''??
Eu não sei realmente, acho que a simpatia seria uma ação, propriamente dita, enquanto que a emoção sempre seria uma reação, e/ou, a simpatia como uma emoção direcionada ou deliberada.
A emoção especificamente como julgamento de padrões, e a simpatia, como percepção ou reconhecimento e julgamento de padrões, ambas diretamente relacionadas com a sobrevivência, se são mecanismos absolutos aos nossos comportamentos, se as 'usamos' a todo momento, inclusive nos de inércia relativa.
A emoção, talvez, como a combustão que gera o fogo, e a simpatia como a maneira com quê o fogo reage ao estado atmosférico em que está 'interagindo'. Ou, finalmente eu tenha que admitir que sejam quase a mesma coisa [praticamente o mesmo nível de similaridade que felicidade e alegria], a partir de minhas reinterpretações,
Pois é....
Portanto agora vamos buscar especular quanto à uma possível existência do preconceito emotivo e diferenças com o cognitivo.
Pensar versus reagir
Se eu nasci e/ou demonstro desde cedo uma maior tendência de reatividade ou emotividade, então eu devo ser mais instintivo neste aspecto. Falamos preconceito porque é anterior à presença da linguagem e/ou do processo de conceituação, isto é, o pensamento[raciocínio] que é essencialmente não-verbal [instintivo].
Se eu nasci ou demonstro desde cedo aptidão verbal e déficit na área de matemática, então, este será o meu perfil cognitivo, que também é um preconceito, porque veio antes da linguagem. Isto é, não foi, absolutamente falando, apenas a educação de baixa qualidade ou mesmo a minha desmotivação, que me fez ser desequilibrado em minhas aptidões mas, primeiro de tudo, os meus preconceitos cognitivos [bases inatas de comportamento cognitivo].
Portanto, todos nós temos preconceitos, e sem um contexto, eles farão nem bem e nem mal, porque quase toda palavra abstrata assim o é, ao menos no princípio, de antes de ser aplicada e misturada à circunstâncias, e de adquirir atribuições ou qualidades a partir delas.
Preconceito como sinônimo imperfeito para a ignorância
Por que as pessoas usam tanto essa palavra?? E tendenciosamente, de maneira tão vaga??
Primeiro, porque "as pessoas", em média, assim o fazem com a maioria das palavras de maneira geral e em especial quando são socialmente persuadidas.
Segundo, porque o preconceito pode ser aplicado como sinônimo imperfeito de ignorância, acusando outrem de atribuir valores por si mesmos, por seus instintos, e não por "conhecimento'. No entanto... eu já devo ter comentado, e com certeza o farei novamente, que os nossos instintos também são conhecimentos, só que são transmitidos geneticamente, ao invés de apreendidos, e mais crus ou primários, e mesmo no caso dos conhecimentos tradicionalmente adquiridos, já apresentam pré-condições para que essa apreensão possa ocorrer, de novo o exemplo das capacidades verbais. Se eu não nasci com tais capacidades, diga-se, em alto nível, então é muitíssimo pouco provável que conseguirei apreender, durante a minha vida, um vocabulário robusto e ''correto', e/ou que também conseguirei ser um articulista verbal prodigioso, pelo menos quanto à escrita, porque em termos orais ou diretamente sociais, de interação, não é incomum encontrarmos tais tipos oralmente talentosos, e desprovidos dessas capacidades verbais mais abstratas, a esses níveis, e eu especulo que sejam produtos de uma evolução maior da inteligência verbal oral, anterior à escrita ou abstrata.
Faz algum tempo eu "culpei" a simpatia como causa fundamental para o preconceito e não estou errado. Agora percebi por meio desse texto o quão próximo do instinto ele [e ela] se encontram.
Pois então, parece que existem os dois tipos, isto é, que também existe o preconceito emotivo, até por razões óbvias, por se consistir em um produto da simpatia, que por sua vez, é um dos produtos do instinto ou um tipo de instinto em si mesma, mas dotada de um termo que salienta essas diferenças sutis de "etapas", tal como dar nomes às ruas que são mutuamente subsequentes mas tendo em mente que são construções semânticas possivelmente mais artificiais do que representações reais ou de realidades absolutamente diferenciadas ou atomizadas em si mesmas.
Seria mais interessante buscarmos saber se, apesar dos dois preconceitos se diferenciarem, como parece ser, quase sempre colaborarem entre si para resultar no mesmo produto, isto é, que não seja possível de diferenciar as suas influências...
No entanto, talvez, a melhor maneira de diferenciação [em que um terá maior influência de causa do que o outro] se dará entre os tipos mais emocionalmente frios e em relação aos mais emocionalmente quentes, pois os primeiros, ao invés de sofrerem maior influência de suas emoções/sistemas instintivo-avaliativos, o fariam a partir de suas cognições/sistemas instintivo-perceptivos.
Se conseguiu chegar até aqui depois desta nova confusão, parabéns, você é um vencedor!!
Primeiro, o que é preconceito cognitivo?
Como quase sempre faço, e de metido ou presunçoso, o conceituarei sem a ajuda de cartas, universitários ou dicionários online, já que o farei ao meu modo, pretensamente mais preciso.
Preconceito, como eu tenho comentado, ou não, para dizer a verdade eu nem me lembro direito, seria o pensamento indutivo usado no cotidiano, em que, ao invés de buscarmos compreender uma dada situação, via observação, análise e crítica, possivelmente neutras, "deduzimos' via indução, produzindo linhas de achismo com base no conhecimento que temos [ou mesmo, e o mais provável, com base em nossos próprios instintos, com os conhecimentos que herdamos].
Até posso pensar nisso por outros dois modos: instinto e simpatia.
Os instintos são os comportamentos com os quais nascemos. Por exemplo, se eu sou mais emotivo desde que me conheço por gente, então isso se consistirá em um instinto ou pré-disposição para agir/ser desta maneira. Não é algo que aprendemos, que conseguimos controlar com facilidade, e que dependendo dos traços, definirá parte significativa de nossas personalidades.
Simpatia: Talvez, se houver um outro blogue, falarei bastante dela, e de sua nova cara a partir do meu conceito. Esta seria, portanto, de acordo "comigo", em um mecanismo de sensibilidade, à priore, a contrastes, e claro, a partir de nossas perspectivas, que são avaliados subjetivamente. Tal sensibilidade, então, nos ajudaria a diferenciar os elementos que são mais favoráveis para a nossa sobrevivência, daqueles que não são.
A simpatia é esse mecanismo.
Os instintos seriam os comportamentos que, quando em ação conjunta, e sempre estão, usariam a simpatia para dividir ou diferenciar o mundo em "us and them". E talvez também em ''unknown''.
E o preconceito??
O instinto é o comportamento inato. ok.
A simpatia é parte (importante) do seu mecanismo [mas também da razão, quando à ela se acopla, e sempre faz]. ok.
E o preconceito é o resultado dos dois e claro, mais intimamente da simpatia.
Não a confundamos com empatia, outro tópico que me é de interesse e que também comentarei, bastante, no próximo e tão prometido novo blogue [aliás, algo que já fiz por aqui, de outras, e menos precisas maneiras]. Apesar desta se consistir em uma evolução da simpatia, ainda não são a mesma coisa, claro, pois seria como dizer que, pelo calor ser uma evolução do frio, por serem ambos temperaturas, então seriam os mesmos.
Cognição: faz um tempo que tenho tentado e acho que não tenho conseguido, compreender as diferenças entre a cognição e a emoção, ou o tenho feito de modo disperso e desorganizado. Se pudéssemos nos ver como uma máquina, com um coração, então, parece óbvio que a cognição seria a primeira e a emoção o segundo.
Mas prefiro me aprofundar razoavelmente de outra maneira, pelas ideias de ação e reação.
A emoção é sempre uma reação, uma resposta, do que uma deliberação, ainda que também possa se manifestar durante o processo de raciocínio e/ou a partir de uma ação mais elaborada [ainda assim, agindo sempre desta maneira, como julgamento/reação qualificativa aos padrões sentidos e/ou percebidos].
A emoção portanto parece ser mais instintiva do que a cognição, especialmente a humana. A cognição por sua vez seria tudo aquilo que se relaciona ao raciocínio: à memória e para diferentes tópicos (informações pessoais, interpessoais e impessoais); aos estilos de pensamento, que inevitavelmente induzem a comportamentos, por exemplo, se é mais lógico ou mais divergente, e aos tipos de pensamento ou melhor, especializações: verbal, espacial, etc...
É elementar de se constatar que a emoção atuará junto à cognição. A cognição é a percepção, e a emoção é o julgamento daquilo [interações exteriores//fatos] que foi percebido, pelos sentidos, e também aos nossos próprios estados biológicos, aliás, emoção e simpatia, por esta via de observação e análise, estariam excepcionalmente próximas em significados, com dois diferenciais possíveis:
- de pertencerem a diferentes espectros, a simpatia ao espectro da consciência (com senciência, empatia e autoconsciência) e a emoção ao espectro do raciocínio (com a cognição);
- e da emoção vir primeiro que a simpatia, por ser uma reação qualificativa e a simpatia, mais atrelada ao contexto, como um produto da emoção.
''Eu tenho simpatia por ti'' é o mesmo que ''eu estou emocionado''??
Eu não sei realmente, acho que a simpatia seria uma ação, propriamente dita, enquanto que a emoção sempre seria uma reação, e/ou, a simpatia como uma emoção direcionada ou deliberada.
A emoção especificamente como julgamento de padrões, e a simpatia, como percepção ou reconhecimento e julgamento de padrões, ambas diretamente relacionadas com a sobrevivência, se são mecanismos absolutos aos nossos comportamentos, se as 'usamos' a todo momento, inclusive nos de inércia relativa.
A emoção, talvez, como a combustão que gera o fogo, e a simpatia como a maneira com quê o fogo reage ao estado atmosférico em que está 'interagindo'. Ou, finalmente eu tenha que admitir que sejam quase a mesma coisa [praticamente o mesmo nível de similaridade que felicidade e alegria], a partir de minhas reinterpretações,
(O -_- o) |
Portanto agora vamos buscar especular quanto à uma possível existência do preconceito emotivo e diferenças com o cognitivo.
Pensar versus reagir
Se eu nasci e/ou demonstro desde cedo uma maior tendência de reatividade ou emotividade, então eu devo ser mais instintivo neste aspecto. Falamos preconceito porque é anterior à presença da linguagem e/ou do processo de conceituação, isto é, o pensamento[raciocínio] que é essencialmente não-verbal [instintivo].
Se eu nasci ou demonstro desde cedo aptidão verbal e déficit na área de matemática, então, este será o meu perfil cognitivo, que também é um preconceito, porque veio antes da linguagem. Isto é, não foi, absolutamente falando, apenas a educação de baixa qualidade ou mesmo a minha desmotivação, que me fez ser desequilibrado em minhas aptidões mas, primeiro de tudo, os meus preconceitos cognitivos [bases inatas de comportamento cognitivo].
Portanto, todos nós temos preconceitos, e sem um contexto, eles farão nem bem e nem mal, porque quase toda palavra abstrata assim o é, ao menos no princípio, de antes de ser aplicada e misturada à circunstâncias, e de adquirir atribuições ou qualidades a partir delas.
Preconceito como sinônimo imperfeito para a ignorância
Por que as pessoas usam tanto essa palavra?? E tendenciosamente, de maneira tão vaga??
Primeiro, porque "as pessoas", em média, assim o fazem com a maioria das palavras de maneira geral e em especial quando são socialmente persuadidas.
Segundo, porque o preconceito pode ser aplicado como sinônimo imperfeito de ignorância, acusando outrem de atribuir valores por si mesmos, por seus instintos, e não por "conhecimento'. No entanto... eu já devo ter comentado, e com certeza o farei novamente, que os nossos instintos também são conhecimentos, só que são transmitidos geneticamente, ao invés de apreendidos, e mais crus ou primários, e mesmo no caso dos conhecimentos tradicionalmente adquiridos, já apresentam pré-condições para que essa apreensão possa ocorrer, de novo o exemplo das capacidades verbais. Se eu não nasci com tais capacidades, diga-se, em alto nível, então é muitíssimo pouco provável que conseguirei apreender, durante a minha vida, um vocabulário robusto e ''correto', e/ou que também conseguirei ser um articulista verbal prodigioso, pelo menos quanto à escrita, porque em termos orais ou diretamente sociais, de interação, não é incomum encontrarmos tais tipos oralmente talentosos, e desprovidos dessas capacidades verbais mais abstratas, a esses níveis, e eu especulo que sejam produtos de uma evolução maior da inteligência verbal oral, anterior à escrita ou abstrata.
Faz algum tempo eu "culpei" a simpatia como causa fundamental para o preconceito e não estou errado. Agora percebi por meio desse texto o quão próximo do instinto ele [e ela] se encontram.
Pois então, parece que existem os dois tipos, isto é, que também existe o preconceito emotivo, até por razões óbvias, por se consistir em um produto da simpatia, que por sua vez, é um dos produtos do instinto ou um tipo de instinto em si mesma, mas dotada de um termo que salienta essas diferenças sutis de "etapas", tal como dar nomes às ruas que são mutuamente subsequentes mas tendo em mente que são construções semânticas possivelmente mais artificiais do que representações reais ou de realidades absolutamente diferenciadas ou atomizadas em si mesmas.
Seria mais interessante buscarmos saber se, apesar dos dois preconceitos se diferenciarem, como parece ser, quase sempre colaborarem entre si para resultar no mesmo produto, isto é, que não seja possível de diferenciar as suas influências...
No entanto, talvez, a melhor maneira de diferenciação [em que um terá maior influência de causa do que o outro] se dará entre os tipos mais emocionalmente frios e em relação aos mais emocionalmente quentes, pois os primeiros, ao invés de sofrerem maior influência de suas emoções/sistemas instintivo-avaliativos, o fariam a partir de suas cognições/sistemas instintivo-perceptivos.
Se conseguiu chegar até aqui depois desta nova confusão, parabéns, você é um vencedor!!
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quarta-feira, 25 de abril de 2018
Você não precisa saber o seu qi [ou fazer um teste cognitivo para estimá-lo] se você pode analisar o seu desempenho na escola e em sua vida, de maneira geral, para estimar as suas capacidades cognitivas
Comece por aqui mesmo.
Escreva uma redação e peça para uma pessoa da área analisa-la.
Se quiser, escreva mais de uma redação, escolha o tema e mande brasa. Primeiramente será analisado a sua ortografia, primeiro proxy para o vocabulário. Se você escreve 'bem", regular ou "ruim'. Logo depois a sua gramática também será avaliada para ver se você pontua corretamente e/ou compreende mais ou menos outras regras, por exemplo, a conjugação das palavras em diferentes tempos. O nível de coerência do seu texto será outro fator importante, ainda que isso em partes também possa revelar um pouco da sua personalidade, transcrita. O seu nível de conhecimento sobre o assunto também será analisado. Neste caso adentraremos em uma arena mais arenosa já que o nível de compreensão factual geralmente não é muito requisitado em um teste cognitivo especialmente quanto aos assuntos mais importantes geralmente relacionados às humanidades e às ciências naturais. No mais os testes cognitivos até hoje não se aprofundam muito nesses aspectos, portanto o seu desempenho técnico já será potencialmente suficiente para julgar a sua inteligência verbal.
Maior e mais correto (isto é, de acordo com as normas) for o seu vocabulário, maior será a sua inteligência verbal ou parte dela.
Neste caso não haveria a necessidade primária de compara-lo com outras pessoas já que esses aspectos são universais, porque se fossem mesmo absolutamente relativos então não seria possível julgarmos o desempenho individual por si mesmo, até mesmo porque toda comparação advém de regras previamente estabelecidas. Parece elementar de se supor que, maior e mais correto (de acordo com as regras) o vocabulário, melhor, a priore.
Escreva uma redação e peça para uma pessoa da área analisa-la.
Se quiser, escreva mais de uma redação, escolha o tema e mande brasa. Primeiramente será analisado a sua ortografia, primeiro proxy para o vocabulário. Se você escreve 'bem", regular ou "ruim'. Logo depois a sua gramática também será avaliada para ver se você pontua corretamente e/ou compreende mais ou menos outras regras, por exemplo, a conjugação das palavras em diferentes tempos. O nível de coerência do seu texto será outro fator importante, ainda que isso em partes também possa revelar um pouco da sua personalidade, transcrita. O seu nível de conhecimento sobre o assunto também será analisado. Neste caso adentraremos em uma arena mais arenosa já que o nível de compreensão factual geralmente não é muito requisitado em um teste cognitivo especialmente quanto aos assuntos mais importantes geralmente relacionados às humanidades e às ciências naturais. No mais os testes cognitivos até hoje não se aprofundam muito nesses aspectos, portanto o seu desempenho técnico já será potencialmente suficiente para julgar a sua inteligência verbal.
Maior e mais correto (isto é, de acordo com as normas) for o seu vocabulário, maior será a sua inteligência verbal ou parte dela.
Neste caso não haveria a necessidade primária de compara-lo com outras pessoas já que esses aspectos são universais, porque se fossem mesmo absolutamente relativos então não seria possível julgarmos o desempenho individual por si mesmo, até mesmo porque toda comparação advém de regras previamente estabelecidas. Parece elementar de se supor que, maior e mais correto (de acordo com as regras) o vocabulário, melhor, a priore.
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segunda-feira, 26 de março de 2018
Mais pensamentos sobre a inteligência verbal [estilo de pensamento]
A inteligência verbal em suas raízes não é apenas cultural. Talvez possamos dizer que o estilo de pensamento seja a inteligência verbal (oops múltiplas ...) + inteligência emocional sem cultura.
A inteligência verbal é sobre a comunicação, que é um dos aspectos mais importantes da inteligência, não apenas da humana. Não é "apenas" comunicação entre as pessoas, mas também intrapessoal. A inteligência verbal está diretamente relacionada com a autoconsciência, talvez mais íntima do que qualquer outra habilidade bio-cultural-acessória (que também é aprendida). Obviamente que, para pontuar de forma normal em um teste de QI verbal, deve-se aprender a ler e a escrever pelo menos na sua língua materna.
A inteligência verbal através da internalização cultural da linguagem é apenas a expressão do estilo de pensamento, associado a símbolos, em interação perceptiva com a realidade envolvente.
Portanto nós temos:
Estilo de pensamento e percepção do mundo, tradução ou filtro desta percepção e tradução ou verbalização do mesmo via linguagem.
A inteligência verbal é sobre a comunicação, que é um dos aspectos mais importantes da inteligência, não apenas da humana. Não é "apenas" comunicação entre as pessoas, mas também intrapessoal. A inteligência verbal está diretamente relacionada com a autoconsciência, talvez mais íntima do que qualquer outra habilidade bio-cultural-acessória (que também é aprendida). Obviamente que, para pontuar de forma normal em um teste de QI verbal, deve-se aprender a ler e a escrever pelo menos na sua língua materna.
A inteligência verbal através da internalização cultural da linguagem é apenas a expressão do estilo de pensamento, associado a símbolos, em interação perceptiva com a realidade envolvente.
Portanto nós temos:
Estilo de pensamento e percepção do mundo, tradução ou filtro desta percepção e tradução ou verbalização do mesmo via linguagem.
quarta-feira, 21 de março de 2018
Inteligência verbal essencial (invenção e compreensão semântica das palavras) versus inteligência verbal secundária (vocabulário//gramática..)
A primeira é extremamente importante:
- saber o significado das palavras e a melhor aplicação delas; inventar novas e factuais interpretações das mesmas ou mesmo novas palavras [criatividade verbal e heurística/compreensão factual].
A segunda é comparativamente menos importante:
- saber correta-a-consideravelmente a ortografia e a gramática, a maneira ''mais correta' de escrever.
-- acúmulo geral de palavras e dos seus conceitos, sem necessariamente levar em consideração a qualidade, usabilidade ou compreensão factual das/em relação às/ mesmas [memória semântica//QI] e claro, aplicadas aos mais diversos contextos.
E um plus potencial a visivelmente confuso::
Produtores [criativos/ criadores do conhecimento/da cultura];
Consumidores [sustentadores/vivenciadores acumulativos da cultura/ do conhecimento];
Decompositores intelectuais/culturais//semânticos [geralmente associados aos produtores// os mais sábios no que se refere à essência e função da linguagem/ corretor do conhecimento/da cultura].
Inteligência verbal essencial: Produtores E decompositores;
Inteligência verbal secundária: Consumidores/sustentadores.
Aplicável para todos os tipos ou facetas da inteligência.
decompositores (decompõem/essencializam)
Produtor / o mais criativo
Consumidor / o mais inteligente
Decompositor / geralmente o sábio de ''menor calibre''
Os três: o sábio mais inteligente
Todos são consumidores;
A maioria não é produtora/inventora;
A maioria não é decompositora/corretora.
- saber o significado das palavras e a melhor aplicação delas; inventar novas e factuais interpretações das mesmas ou mesmo novas palavras [criatividade verbal e heurística/compreensão factual].
A segunda é comparativamente menos importante:
- saber correta-a-consideravelmente a ortografia e a gramática, a maneira ''mais correta' de escrever.
-- acúmulo geral de palavras e dos seus conceitos, sem necessariamente levar em consideração a qualidade, usabilidade ou compreensão factual das/em relação às/ mesmas [memória semântica//QI] e claro, aplicadas aos mais diversos contextos.
E um plus potencial a visivelmente confuso::
Produtores [criativos/ criadores do conhecimento/da cultura];
Consumidores [sustentadores/vivenciadores acumulativos da cultura/ do conhecimento];
Decompositores intelectuais/culturais//semânticos [geralmente associados aos produtores// os mais sábios no que se refere à essência e função da linguagem/ corretor do conhecimento/da cultura].
Inteligência verbal essencial: Produtores E decompositores;
Inteligência verbal secundária: Consumidores/sustentadores.
Aplicável para todos os tipos ou facetas da inteligência.
decompositores (decompõem/essencializam)
Produtor / o mais criativo
Consumidor / o mais inteligente
Decompositor / geralmente o sábio de ''menor calibre''
Os três: o sábio mais inteligente
Todos são consumidores;
A maioria não é produtora/inventora;
A maioria não é decompositora/corretora.
domingo, 27 de agosto de 2017
Vinculando as ''inteligências não-cognitivas'' com as ''inteligências cognitivas''
Inteligência emocional [intrapessoal e interpessoal] = um tipo de inteligência verbal [geralmente de natureza oral/auditiva, memória verbal]
Sub-inteligência musical = inteligência sinestésico-corporal/motora [sistema nervoso periférico e central] === inteligência verbal/matemática [composição das músicas, memória verbal, etc]
Inteligência naturalista/científica = inteligência verbal, espacial, matemática
Inteligência existencial/filosófica [derivada da intrapessoal, especialmente] = inteligência científica === inteligência verbal
Elementar de se re-constatar que todo tipo de capacidade humana deriva do reconhecimento de padrões e da verbalização/símbolo-associação desses padrões via ''inteligência' verbal.
Sub-inteligência musical = inteligência sinestésico-corporal/motora [sistema nervoso periférico e central] === inteligência verbal/matemática [composição das músicas, memória verbal, etc]
Inteligência naturalista/científica = inteligência verbal, espacial, matemática
Inteligência existencial/filosófica [derivada da intrapessoal, especialmente] = inteligência científica === inteligência verbal
Elementar de se re-constatar que todo tipo de capacidade humana deriva do reconhecimento de padrões e da verbalização/símbolo-associação desses padrões via ''inteligência' verbal.
terça-feira, 11 de abril de 2017
Um perfil contextualmente ingrato
Meu perfil psico-cognitivo: a minha inteligência é mais cognitivamente específica do que geral... e mais psicologicamente geral do que específica.
Isso significa que eu apresento habilidades cognitivas mais específicas ou assimétricas, enquanto que em relação às minhas habilidades psicológicas, especialmente em termos teóricos, eu acredito que sejam mais gerais ou simétricas, por exemplo, em relação ao auto-conhecimento ou habilidades intrapessoais, interpessoais [teórica e não ativa, que eu já expliquei em alguns textos, que se pode conhecer muito bem as outras pessoas mas que, a personalidade pode frear o uso constante desse talento] ou ''empatia cognitiva'', e afetiva.
Capacidades verbais internamente assimétricas (verbal > matemática) e inteligência geral cognitiva internamente assimétrica (verbal > ñ verbal/performance).
Eu acredito que este tipo de perfil seja contextualmente ingrato ou problemático porque os sistemas meritocráticos existentes tendem a enfatizar por:
- habilidades cognitivas gerais, por exemplo em concursos públicos;
- não enfatiza por melhores nem maiores capacidades psicológicas, isto é, não busca pelo ideal nas relações humanas, mas apenas no ''feijão com arroz'', lugar comum em um mundo que foi projetado para o mediano, mas que é gerenciado e dominado pelos mais espertos;
- habilidades verbais simétricas, verbal e aritmética, também em relação a concursos públicos;
sem falar da criatividade e da racionalidade, ambas personas non-gratas na maioria dos ambientes de trabalho, apenas as suas manifestações mais brandas, e mais para o caso da criatividade, mais convenientes, que tendem a ser valorizadas.
Isso significa que eu apresento habilidades cognitivas mais específicas ou assimétricas, enquanto que em relação às minhas habilidades psicológicas, especialmente em termos teóricos, eu acredito que sejam mais gerais ou simétricas, por exemplo, em relação ao auto-conhecimento ou habilidades intrapessoais, interpessoais [teórica e não ativa, que eu já expliquei em alguns textos, que se pode conhecer muito bem as outras pessoas mas que, a personalidade pode frear o uso constante desse talento] ou ''empatia cognitiva'', e afetiva.
Capacidades verbais internamente assimétricas (verbal > matemática) e inteligência geral cognitiva internamente assimétrica (verbal > ñ verbal/performance).
Eu acredito que este tipo de perfil seja contextualmente ingrato ou problemático porque os sistemas meritocráticos existentes tendem a enfatizar por:
- habilidades cognitivas gerais, por exemplo em concursos públicos;
- não enfatiza por melhores nem maiores capacidades psicológicas, isto é, não busca pelo ideal nas relações humanas, mas apenas no ''feijão com arroz'', lugar comum em um mundo que foi projetado para o mediano, mas que é gerenciado e dominado pelos mais espertos;
- habilidades verbais simétricas, verbal e aritmética, também em relação a concursos públicos;
sem falar da criatividade e da racionalidade, ambas personas non-gratas na maioria dos ambientes de trabalho, apenas as suas manifestações mais brandas, e mais para o caso da criatividade, mais convenientes, que tendem a ser valorizadas.
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017
QI e ''múltiplas'' inteligências... qual [sub] inteligência que se correlaciona mais com as pontuações em testes de QI*
Na minha opinião, retida a partir de minha lógica intuitiva/ achismo lógico, o nível de correlação das pontuações em testes cognitivos, especialmente em ''QI performance'' ou ''geral'', em relação às ''múltiplas'' inteligências, se hierarquizaria da seguinte maneira:
Inteligência matemática/quantitativa (a grande maioria daqueles que são acima da média em habilidades matemáticas, também pontuarão 'igualmente'' acima da média em testes de QI performance) ~0,80
Inteligência verbal (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades verbais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência espacial (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades espaciais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência musical, interpessoal, intrapessoal (proporção presumivelmente diversa, mas sem ser predominante, daqueles que são acima da média nessas [sub] inteligências, que também pontuarão acima em testes de QI performance) ~0,40
e
Inteligência sinestésica (proporção presumivelmente diversa, e possivelmente, sem chances de ser predominante, daqueles que são acima da média nessa [sub] inteligência, que também pontuarão acima da média em testes de QI performance) ~0,20
Explicação:
O QI mensura/delimita as partes cognitivas de nossas capacidades intelectuais. Escusado será dizer que aqueles que estão melhores nessa parte se sairão melhor em testes cognitivos.
A razão para eu ter colocado a inteligência matemática à frente da verbal como a que mais se correlaciona, com maior precisão, em relação às pontuações de testes cognitivos, isto é, ''é inteligente em matemática, logo terá grandes chances de pontuar alto nos testes cognitivos/ QI performance'', se dá porque apesar do papel quase basal da inteligência verbal, inclusive para a própria matemática, a mesma me parece que é mais comum e portanto com maior diversidade de perfis cognitivos. Outra razão é que, se pode ser verbalmente inteligente e no entanto apresentar déficits tanto em matemática quanto nas capacidades espaciais, enquanto que quem é muito inteligente em matemática, inevitavelmente precisará ser no mínimo acima da média em verbal, e de fato isso parece acontecer. Super inteligentes em capacidades matemáticas, necessariamente não terão capacidades verbais elevadas, em média, a ponto de poderem trabalhar mesmo nas áreas mais exigentes que tendem a necessitar dessas capacidades, mas para que possam compreender problemas matemáticos, existe a necessidade de se ter ao menos inteligência verbal acima da média. Em compensação, como eu já comentei [sempre repetitivo], não existe a restrita necessidade de se ser muito inteligente em matemática para que se possa ser muito inteligente no domínio verbal.
Outro argumento a favor da validação factual do meu ranking de correlações entre as ''múltiplas'' inteligências e QI [performance], é que a inteligência matemática [assim como também a inteligência espacial, só que mais avançada], consiste-se claramente em uma evolução mais recente da inteligência humana, ainda que a inteligência verbal mais avançada, também, obviamente, se consista em um avanço evolutivo. No entanto, a matemática e em especial a matemática de nível basal que está presente nas grandes civilizações, já se consiste em um grande avanço, neste sentido mais evolutivo, apesar de não concordar que, portanto, a matemática seja suprema em comparação às outras capacidades humanas. Verão que não apenas discordo deste ponto de vista que é muito comum entre os tipos mais inteligentes, especialmente os que estão mais inteligentes neste campo, ;), mas também que, na verdade, a hierarquia da inteligência humana, a meu ver, posicionaria a matemática, não no centro, mas como um dos satélites do famoso ''g'', que principiaria pela tão desprezada ''inteligência intrapessoal'', fortemente atrelada à racionalidade e à sabedoria, pelo simples fato de que é hierarquicamente primordial saber muito bem de si mesmo, de suas próprias forças e fraquezas (incluindo aí as sub-inteligências cognitivas como a matemática), antes de se enfatizar nas demais perspectivas de nossos intelectos. Ou seja, o nível de autoconhecimento contribui decisivamente para definir o quão qualitativamente inteligente estaremos.
Eu coloquei a inteligência verbal à frente da espacial como a que mais se correlaciona com os testes cognitivos, justamente por causa do seu papel basal, só que menos ''evoluído' do que a matemática. A matemática depende da verbal, na maioria das vezes. O mesmo acontece com a espacial. No entanto os problemas de geometria costumam ser mais visuais do que verbais, e portanto presume-se então que a inteligência espacial esteja menos dependente da verbal. Aliás, a matemática pode ser considerada como uma diversificação justamente daquilo que a inteligência verbal também é, isto é, uma diversificação dos símbolos por associação, letras/palavras e números, que temos inventado, e enquanto que a capacidade verbal talvez possa ser compreendida como uma espécie de ''matemática por descrição qualitativa'', em que se pode associar, descrever, comparar, julgar como melhor/maior ou pior/menor (ou o oposto, no caso depende do contexto) a matemática também pode ser descrita como ''verbalização quantitativa''. No verbal, dizemos se uma pessoa é mais inteligente, mediana ou menos inteligente [dependendo para quê]. Na matemática, comparamos as suas pontuações em testes de QI, ou o tamanho dos seus crânios. Valores qualitativos representados por adjetivos são substituídos por valores quantitativos representados por números. Substituímos um tipo de simbologia por associação descritiva [palavras/letras] por outro [número]. Se está menos dependente da inteligência verbal então a inteligência espacial também será menos correlacionado com os testes de QI performance ou geral, a priore, que exigem ao menos que se tenha uma inteligência verbal acima da média para que se possa pontuar alto, de maneira generalizada, nos testes.
Dos valores correlativos que coloquei, apenas o da inteligência verbal que é o mais factual, de fato, que não se consiste apenas em um chute pedante, e em relação à populações sem tilts (neste caso excluindo grupos como os judeus asquenazes), a inteligência verbal será fortemente correlacionada com a inteligência [cognitiva] geral ou ''QI performance''. Interessante que, provavelmente por causa do déficit em capacidade visual-espacial o nível de correlação entre inteligência verbal e performance/geral entre os judeus asquenazes, pelo que já vi, tende a ser em torno de 0,30. O peso da inteligência espacial então parece ser alto o suficiente para reduzir este coeficiente correlativo, ou humilde e sinceramente falando, eu não entendo patavinas deste assunto. Ou então ''30% dos judeus'' apenas, que pontuarão alto nos dois, verbal e performance/geral, enquanto que 70/80% dos ''gentios'' que pontuam alto em verbal também pontuarão ''igualmente' alto na ''inteligência geral''.
Saímos da parte predominantemente cognitiva da inteligência humana e partimos para o mundo onde que a capacidade psicológica também é levada em conta, aliás, minto, em todos os tipos, perspectivas ou lados de nossas inteligências, a parte psicológica também é muito importante. No entanto, partindo deste cenário em que o QI é: muito relevante, forçosamente central, então sim, é possível fazer essa afirmativa sem concluir que são bobagens faladas ao vento. Lembremos que no mundo real, a inteligência é integrada, e as respostas quase sempre assim serão. Menos no mundo sem contexto dos testes cognitivos, em que a inteligência será mensurada sem toda a sua integridade (as suas partes cognitivas atomizadas entre si) e em atuação direta com o mundo real. Isso significa que, você pode pontuar alto em testes verbais, ao fazer corretamente as associações verbais, ''aculturais'', isto é, entre as palavras, que estão presentes nos testes de QI, além de outros subtestes. No entanto, ''verdadeiras pontuações'' só se dão em cenários reais, em que as palavras tem significados e propostas reais, corretas ou não, isto é, com contextos. No mundo encantado da psicometria ''on the right'', todos os ''altos QI's'' serão geniozinhos e todas as suas falhas serão perdoáveis, como eu já falei muitas vezes aqui, sobre o primo rico e o primo pobre. No entanto no mundo real, atitudes idealmente corretas ou uma predominância delas, principalmente em relação àquilo que entendemos como ''racionalidade'', parece que encontrar-se-ão francamente distribuídas pela curva de sino de maneira que, ''ter'' um alto QI, especialmente se for performance/geral, não é sinônimo de supremacia intelectual, como se ''eles'', os de maior QI, fossem insuperavelmente inteligentes, em tudo, em relação aos outros ''reles mortais'', e as 'múltiplas' inteligências estão aí para desbaratar esta hierarquia unilateral e injusta/incorreta.
Das 3 [sub) inteligências que eu coloquei praticamente no mesmo nível de correlação, eu aposto que a inteligência intrapessoal será a mais correlativa com a inteligência cognitiva geral, mas sinceramente eu não tenho qualquer prova contundente quanto à essa minha afirmativa. Acho inclusive que essas três inteligências, intrapessoal, interpessoal e musical, serão aquelas com a maior proporção de perfis irregulares ou assimétricos. Por exemplo eu acho que a inteligência intrapessoal precisa de uma inteligência verbal acima da média, para que possa ser melhor efetuada ou praticada, mas o mais importante será tanto uma capacidade de auto-consciência a ponto de compreender os próprios [reais] preconceitos cognitivos, maior perfeccionismo, consciência estética, compreensão factual, enfim, uma série de traços psico-cognitivos, e não ''apenas' cognitivos, de maneira que eu posso estar equivocado quanto a este meu [outro e isolado] palpite. No mais pela lógica, quem entende o significado das palavras, lhe nutre grande curiosidade, devoção e respeito, será menos propenso a cair na tentação de agir estupidamente, por longo prazo e subconsciente sobre as consequências das próprias atitudes, porque afinal de contas nós operamos justamente com base em o quão proficientes estamos para entender e aplicar as palavras que aprendemos e como já falei aqui em outros trechos, a inteligência verbal é basal, crucial para a inteligência humana, de qualquer maneira. Por causa de uma maior intimidade da inteligência intrapessoal com a capacidade mais pura de pensamento, a importância de se ter um bom vocabulário e excelente compreensão do mesmo, torna a capacidade verbal muito importante para o auto-conhecimento, se se consiste puramente em habilidades auto-analíticas. Outros fatores podem ser importantes para a inteligência intrapessoal, por exemplo, níveis acima da média de neuroticismo, a capacidade de ver os ''dois'' lados de uma mesma ''moeda'', ou de se pensar em mais de uma perspectiva, e neste caso já estaremos adentrando no domínio da criatividade.
A inteligência interpessoal já é um termo bem complexo, talvez... Presume-se que, o reconhecimento de padrões factualmente corretos consista-se na pedra filosofal da inteligência. O que diferencia é o tipo de padrão. Quem é mais inteligente em verbal, será melhor, diversamente falando, para reconhecer padrões... verbais. E assim por diante. Então aquele que é mais interpessoalmente inteligente, pelo que parece, se dividiria em tipos, eu mesmo poderia dizer, bem distintos entre si, a priore. O primeiro seria uma espécie de complemento básico da inteligência intrapessoal, isto é, é bom para conhecer-se, então tenderá a ser ''igualmente' bom para conhecer os outros* Se os padrões universais de operacionalidade ou comportamento tendem a ser os mesmos entre você e eu** Portanto, o que já falei [ uma frase corriqueira aqui], este se consistiria no ''inteligente interpessoal teórico'', sem ter um adjetivo melhor do que ''teórico'' para que possa elucidar esta parte. Isto é, ele sabe, reconhece os padrões de comportamento, temperamento, personalidade, dos outros, claro, acima da média neste quesito, MAS, na hora de agir o seu nível de eficiência pode não ser logicamente correspondente e por que*
Porque ele pode conhecer melhor as outras pessoas, que elas mesmas poderiam fazer por si mesmas, e elas tendem a partir desses auto-resumos interagirem com as outras pessoas, enquanto que o interpessoalmente inteligente, de natureza teórica, ''o complemento da inteligência intrapessoal'', partiria de uma base progressivamente ideal/correta de comportamento, e no mundo social humano, em sua grande maioria, você não precisa de muito pra ser socialmente bem sucedido, a priore, basta espelhar ''empaticamente' aquilo que os outros gostariam de ouvir, concordar com eles, os elogiar, rir de suas piadas [mesmo as sem graça ou as de mal gosto], dizer que tem os mesmos gostos, enfim, os emule, e aposto que não terá muitos problemas, ao menos a nível superficial. No entanto, quem é [mais] intrapessoalmente inteligente, dificilmente conseguirá se adequar a este mundo, até mesmo por ser um mundo anti-ideal, isto é, que é o seu quase-oposto. Neste sentido, eu acho que esse tipo de interpessoalmente inteligente, que também é intrapessoalmente inteligente, tenderá a se assemelhar muito, a ponto de ter níveis de correlação com ''inteligência cognitiva geral'' praticamente idêntica com a ''inteligência intrapessoal'', por razões auto-evidentes. Já aquele de maior inteligência interpessoal prática, que não precisa ser, necessariamente falando, teoricamente mais inteligente neste quesito, muitas vezes assim o será por causa de sua sorte de ter nascido no lugar certo, na hora certa, como a pessoa certa, ''ideal'' para este ou aquele ambiente social. E acho que este tipo parece representar muito bem o tipo que é o mais ''adaptativo'' ou conformativo ao ambiente em que vive, emulando com grande semelhança os tipos mais ''adaptativos'' das outras formas de vida, em um cenário que é ambientalmente dependente para o critério de ''inteligência''. Difícil definir como que poderíamos definir os tipos mais interpessoalmente inteligentes, no sentido prático, pois existem muitas maneiras de se sê-lo. Mas geralmente, numerosa lista de ''amigos'' e ''simpatizantes'', e capacidade de estabelecer relações superficialmente proveitosas com as outras pessoas são bons indícios. Extroversão, tendências mais simpáticas do que empáticas também são importantes.
Ou podemos continuar com esta minha proposta de definir os tipos de interpessoalmente inteligentes, isto é, bifurcando o tipo, evidentemente em dois, ou também podemos apenas considerar, como critério inicial, a capacidade de reconhecimento de padrões interpessoais, que eu defini como o tipo ''teoricamente inteligente'', independente do nível de sucesso prático, pois o que importaria aqui seria o quão esperto é para conhecer os padrões pessoais alheios, leia-se, inter-ligar, ligar os pontos [dos outros], praticamente o conceito mais literal da inteligência.
A inteligência musical parece relacionar-se de maneira irregular com pontuações em testes de QI, nomeadamente o performance ou ''geral'', e sinceramente eu não entendo muito bem o porquê dessa maior diversidade nas pontuações e portanto menor correlação. Creio eu que o mesmo tende a acontecer com a criatividade, especialmente a de natureza mais artística, pois seria como uma espécie de ''síndrome de savant'', amalgamada e adaptada ou acoplada a uma realidade menos extrema, isto é, em indivíduos invariavelmente ''normais'' ou ao menos, que estão menos ''ilha de gênio/oceano circundante de deficiência geral'', como os típicos portadores desta síndrome. O criativo, mas especialmente o que defini, há muito tempo, como o ''tipo savant'', seria alguém com habilidades savant isoladas (extrema facilidade para aprender algo e com grande potencial ou talento, praticamente latentes) só que sem deficiência intelectual generalizada, que o caracterizaria como portador da síndrome de savant.
Por último a inteligência sinestésica que por razões sub-lógicas, seria a que menos se correlaciona com maiores pontuações de QI, de qualquer tipo, mas especialmente o QI performance.
Pra ser médico você precisa ser muito cognitivamente inteligente (QI... e geralmente o QI geral ou performance). O mesmo não é preciso pra ser ou se tornar um grande esportista.
Novamente, a inteligência que se encontra mais próxima, mais vinculada ao próprio ser, seria evidentemente a intrapessoal, e a meu ver, seria portanto a mais importante, a partir desta perspectiva, centralizada ou principiada pelo ser, tendo-o como o epicentro, e que de fato o é, em relação ao seu próprio comportamento. Se todos fossem mais intrapessoalmente inteligentes, dificilmente seriam de alguma maneira de centralmente estúpidos, e no entanto o contrário é o mais provável de ser, isto é, é de extrema ocorrência pecar no próprio autoconhecimento e partir com este auto-resumo mal feito, tendo como resultado manifestações inequívocas de estupidez, desde o cantor de meia tigela que se convenceu que é um gênio da música, quanto do pseudo-intelectual que pensa que está provido de uma mente super racional.
Inteligência matemática/quantitativa (a grande maioria daqueles que são acima da média em habilidades matemáticas, também pontuarão 'igualmente'' acima da média em testes de QI performance) ~0,80
Inteligência verbal (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades verbais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência espacial (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades espaciais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência musical, interpessoal, intrapessoal (proporção presumivelmente diversa, mas sem ser predominante, daqueles que são acima da média nessas [sub] inteligências, que também pontuarão acima em testes de QI performance) ~0,40
e
Inteligência sinestésica (proporção presumivelmente diversa, e possivelmente, sem chances de ser predominante, daqueles que são acima da média nessa [sub] inteligência, que também pontuarão acima da média em testes de QI performance) ~0,20
Explicação:
O QI mensura/delimita as partes cognitivas de nossas capacidades intelectuais. Escusado será dizer que aqueles que estão melhores nessa parte se sairão melhor em testes cognitivos.
A razão para eu ter colocado a inteligência matemática à frente da verbal como a que mais se correlaciona, com maior precisão, em relação às pontuações de testes cognitivos, isto é, ''é inteligente em matemática, logo terá grandes chances de pontuar alto nos testes cognitivos/ QI performance'', se dá porque apesar do papel quase basal da inteligência verbal, inclusive para a própria matemática, a mesma me parece que é mais comum e portanto com maior diversidade de perfis cognitivos. Outra razão é que, se pode ser verbalmente inteligente e no entanto apresentar déficits tanto em matemática quanto nas capacidades espaciais, enquanto que quem é muito inteligente em matemática, inevitavelmente precisará ser no mínimo acima da média em verbal, e de fato isso parece acontecer. Super inteligentes em capacidades matemáticas, necessariamente não terão capacidades verbais elevadas, em média, a ponto de poderem trabalhar mesmo nas áreas mais exigentes que tendem a necessitar dessas capacidades, mas para que possam compreender problemas matemáticos, existe a necessidade de se ter ao menos inteligência verbal acima da média. Em compensação, como eu já comentei [sempre repetitivo], não existe a restrita necessidade de se ser muito inteligente em matemática para que se possa ser muito inteligente no domínio verbal.
Outro argumento a favor da validação factual do meu ranking de correlações entre as ''múltiplas'' inteligências e QI [performance], é que a inteligência matemática [assim como também a inteligência espacial, só que mais avançada], consiste-se claramente em uma evolução mais recente da inteligência humana, ainda que a inteligência verbal mais avançada, também, obviamente, se consista em um avanço evolutivo. No entanto, a matemática e em especial a matemática de nível basal que está presente nas grandes civilizações, já se consiste em um grande avanço, neste sentido mais evolutivo, apesar de não concordar que, portanto, a matemática seja suprema em comparação às outras capacidades humanas. Verão que não apenas discordo deste ponto de vista que é muito comum entre os tipos mais inteligentes, especialmente os que estão mais inteligentes neste campo, ;), mas também que, na verdade, a hierarquia da inteligência humana, a meu ver, posicionaria a matemática, não no centro, mas como um dos satélites do famoso ''g'', que principiaria pela tão desprezada ''inteligência intrapessoal'', fortemente atrelada à racionalidade e à sabedoria, pelo simples fato de que é hierarquicamente primordial saber muito bem de si mesmo, de suas próprias forças e fraquezas (incluindo aí as sub-inteligências cognitivas como a matemática), antes de se enfatizar nas demais perspectivas de nossos intelectos. Ou seja, o nível de autoconhecimento contribui decisivamente para definir o quão qualitativamente inteligente estaremos.
Eu coloquei a inteligência verbal à frente da espacial como a que mais se correlaciona com os testes cognitivos, justamente por causa do seu papel basal, só que menos ''evoluído' do que a matemática. A matemática depende da verbal, na maioria das vezes. O mesmo acontece com a espacial. No entanto os problemas de geometria costumam ser mais visuais do que verbais, e portanto presume-se então que a inteligência espacial esteja menos dependente da verbal. Aliás, a matemática pode ser considerada como uma diversificação justamente daquilo que a inteligência verbal também é, isto é, uma diversificação dos símbolos por associação, letras/palavras e números, que temos inventado, e enquanto que a capacidade verbal talvez possa ser compreendida como uma espécie de ''matemática por descrição qualitativa'', em que se pode associar, descrever, comparar, julgar como melhor/maior ou pior/menor (ou o oposto, no caso depende do contexto) a matemática também pode ser descrita como ''verbalização quantitativa''. No verbal, dizemos se uma pessoa é mais inteligente, mediana ou menos inteligente [dependendo para quê]. Na matemática, comparamos as suas pontuações em testes de QI, ou o tamanho dos seus crânios. Valores qualitativos representados por adjetivos são substituídos por valores quantitativos representados por números. Substituímos um tipo de simbologia por associação descritiva [palavras/letras] por outro [número]. Se está menos dependente da inteligência verbal então a inteligência espacial também será menos correlacionado com os testes de QI performance ou geral, a priore, que exigem ao menos que se tenha uma inteligência verbal acima da média para que se possa pontuar alto, de maneira generalizada, nos testes.
Dos valores correlativos que coloquei, apenas o da inteligência verbal que é o mais factual, de fato, que não se consiste apenas em um chute pedante, e em relação à populações sem tilts (neste caso excluindo grupos como os judeus asquenazes), a inteligência verbal será fortemente correlacionada com a inteligência [cognitiva] geral ou ''QI performance''. Interessante que, provavelmente por causa do déficit em capacidade visual-espacial o nível de correlação entre inteligência verbal e performance/geral entre os judeus asquenazes, pelo que já vi, tende a ser em torno de 0,30. O peso da inteligência espacial então parece ser alto o suficiente para reduzir este coeficiente correlativo, ou humilde e sinceramente falando, eu não entendo patavinas deste assunto. Ou então ''30% dos judeus'' apenas, que pontuarão alto nos dois, verbal e performance/geral, enquanto que 70/80% dos ''gentios'' que pontuam alto em verbal também pontuarão ''igualmente' alto na ''inteligência geral''.
Saímos da parte predominantemente cognitiva da inteligência humana e partimos para o mundo onde que a capacidade psicológica também é levada em conta, aliás, minto, em todos os tipos, perspectivas ou lados de nossas inteligências, a parte psicológica também é muito importante. No entanto, partindo deste cenário em que o QI é: muito relevante, forçosamente central, então sim, é possível fazer essa afirmativa sem concluir que são bobagens faladas ao vento. Lembremos que no mundo real, a inteligência é integrada, e as respostas quase sempre assim serão. Menos no mundo sem contexto dos testes cognitivos, em que a inteligência será mensurada sem toda a sua integridade (as suas partes cognitivas atomizadas entre si) e em atuação direta com o mundo real. Isso significa que, você pode pontuar alto em testes verbais, ao fazer corretamente as associações verbais, ''aculturais'', isto é, entre as palavras, que estão presentes nos testes de QI, além de outros subtestes. No entanto, ''verdadeiras pontuações'' só se dão em cenários reais, em que as palavras tem significados e propostas reais, corretas ou não, isto é, com contextos. No mundo encantado da psicometria ''on the right'', todos os ''altos QI's'' serão geniozinhos e todas as suas falhas serão perdoáveis, como eu já falei muitas vezes aqui, sobre o primo rico e o primo pobre. No entanto no mundo real, atitudes idealmente corretas ou uma predominância delas, principalmente em relação àquilo que entendemos como ''racionalidade'', parece que encontrar-se-ão francamente distribuídas pela curva de sino de maneira que, ''ter'' um alto QI, especialmente se for performance/geral, não é sinônimo de supremacia intelectual, como se ''eles'', os de maior QI, fossem insuperavelmente inteligentes, em tudo, em relação aos outros ''reles mortais'', e as 'múltiplas' inteligências estão aí para desbaratar esta hierarquia unilateral e injusta/incorreta.
Das 3 [sub) inteligências que eu coloquei praticamente no mesmo nível de correlação, eu aposto que a inteligência intrapessoal será a mais correlativa com a inteligência cognitiva geral, mas sinceramente eu não tenho qualquer prova contundente quanto à essa minha afirmativa. Acho inclusive que essas três inteligências, intrapessoal, interpessoal e musical, serão aquelas com a maior proporção de perfis irregulares ou assimétricos. Por exemplo eu acho que a inteligência intrapessoal precisa de uma inteligência verbal acima da média, para que possa ser melhor efetuada ou praticada, mas o mais importante será tanto uma capacidade de auto-consciência a ponto de compreender os próprios [reais] preconceitos cognitivos, maior perfeccionismo, consciência estética, compreensão factual, enfim, uma série de traços psico-cognitivos, e não ''apenas' cognitivos, de maneira que eu posso estar equivocado quanto a este meu [outro e isolado] palpite. No mais pela lógica, quem entende o significado das palavras, lhe nutre grande curiosidade, devoção e respeito, será menos propenso a cair na tentação de agir estupidamente, por longo prazo e subconsciente sobre as consequências das próprias atitudes, porque afinal de contas nós operamos justamente com base em o quão proficientes estamos para entender e aplicar as palavras que aprendemos e como já falei aqui em outros trechos, a inteligência verbal é basal, crucial para a inteligência humana, de qualquer maneira. Por causa de uma maior intimidade da inteligência intrapessoal com a capacidade mais pura de pensamento, a importância de se ter um bom vocabulário e excelente compreensão do mesmo, torna a capacidade verbal muito importante para o auto-conhecimento, se se consiste puramente em habilidades auto-analíticas. Outros fatores podem ser importantes para a inteligência intrapessoal, por exemplo, níveis acima da média de neuroticismo, a capacidade de ver os ''dois'' lados de uma mesma ''moeda'', ou de se pensar em mais de uma perspectiva, e neste caso já estaremos adentrando no domínio da criatividade.
A inteligência interpessoal já é um termo bem complexo, talvez... Presume-se que, o reconhecimento de padrões factualmente corretos consista-se na pedra filosofal da inteligência. O que diferencia é o tipo de padrão. Quem é mais inteligente em verbal, será melhor, diversamente falando, para reconhecer padrões... verbais. E assim por diante. Então aquele que é mais interpessoalmente inteligente, pelo que parece, se dividiria em tipos, eu mesmo poderia dizer, bem distintos entre si, a priore. O primeiro seria uma espécie de complemento básico da inteligência intrapessoal, isto é, é bom para conhecer-se, então tenderá a ser ''igualmente' bom para conhecer os outros* Se os padrões universais de operacionalidade ou comportamento tendem a ser os mesmos entre você e eu** Portanto, o que já falei [ uma frase corriqueira aqui], este se consistiria no ''inteligente interpessoal teórico'', sem ter um adjetivo melhor do que ''teórico'' para que possa elucidar esta parte. Isto é, ele sabe, reconhece os padrões de comportamento, temperamento, personalidade, dos outros, claro, acima da média neste quesito, MAS, na hora de agir o seu nível de eficiência pode não ser logicamente correspondente e por que*
Porque ele pode conhecer melhor as outras pessoas, que elas mesmas poderiam fazer por si mesmas, e elas tendem a partir desses auto-resumos interagirem com as outras pessoas, enquanto que o interpessoalmente inteligente, de natureza teórica, ''o complemento da inteligência intrapessoal'', partiria de uma base progressivamente ideal/correta de comportamento, e no mundo social humano, em sua grande maioria, você não precisa de muito pra ser socialmente bem sucedido, a priore, basta espelhar ''empaticamente' aquilo que os outros gostariam de ouvir, concordar com eles, os elogiar, rir de suas piadas [mesmo as sem graça ou as de mal gosto], dizer que tem os mesmos gostos, enfim, os emule, e aposto que não terá muitos problemas, ao menos a nível superficial. No entanto, quem é [mais] intrapessoalmente inteligente, dificilmente conseguirá se adequar a este mundo, até mesmo por ser um mundo anti-ideal, isto é, que é o seu quase-oposto. Neste sentido, eu acho que esse tipo de interpessoalmente inteligente, que também é intrapessoalmente inteligente, tenderá a se assemelhar muito, a ponto de ter níveis de correlação com ''inteligência cognitiva geral'' praticamente idêntica com a ''inteligência intrapessoal'', por razões auto-evidentes. Já aquele de maior inteligência interpessoal prática, que não precisa ser, necessariamente falando, teoricamente mais inteligente neste quesito, muitas vezes assim o será por causa de sua sorte de ter nascido no lugar certo, na hora certa, como a pessoa certa, ''ideal'' para este ou aquele ambiente social. E acho que este tipo parece representar muito bem o tipo que é o mais ''adaptativo'' ou conformativo ao ambiente em que vive, emulando com grande semelhança os tipos mais ''adaptativos'' das outras formas de vida, em um cenário que é ambientalmente dependente para o critério de ''inteligência''. Difícil definir como que poderíamos definir os tipos mais interpessoalmente inteligentes, no sentido prático, pois existem muitas maneiras de se sê-lo. Mas geralmente, numerosa lista de ''amigos'' e ''simpatizantes'', e capacidade de estabelecer relações superficialmente proveitosas com as outras pessoas são bons indícios. Extroversão, tendências mais simpáticas do que empáticas também são importantes.
Ou podemos continuar com esta minha proposta de definir os tipos de interpessoalmente inteligentes, isto é, bifurcando o tipo, evidentemente em dois, ou também podemos apenas considerar, como critério inicial, a capacidade de reconhecimento de padrões interpessoais, que eu defini como o tipo ''teoricamente inteligente'', independente do nível de sucesso prático, pois o que importaria aqui seria o quão esperto é para conhecer os padrões pessoais alheios, leia-se, inter-ligar, ligar os pontos [dos outros], praticamente o conceito mais literal da inteligência.
A inteligência musical parece relacionar-se de maneira irregular com pontuações em testes de QI, nomeadamente o performance ou ''geral'', e sinceramente eu não entendo muito bem o porquê dessa maior diversidade nas pontuações e portanto menor correlação. Creio eu que o mesmo tende a acontecer com a criatividade, especialmente a de natureza mais artística, pois seria como uma espécie de ''síndrome de savant'', amalgamada e adaptada ou acoplada a uma realidade menos extrema, isto é, em indivíduos invariavelmente ''normais'' ou ao menos, que estão menos ''ilha de gênio/oceano circundante de deficiência geral'', como os típicos portadores desta síndrome. O criativo, mas especialmente o que defini, há muito tempo, como o ''tipo savant'', seria alguém com habilidades savant isoladas (extrema facilidade para aprender algo e com grande potencial ou talento, praticamente latentes) só que sem deficiência intelectual generalizada, que o caracterizaria como portador da síndrome de savant.
Por último a inteligência sinestésica que por razões sub-lógicas, seria a que menos se correlaciona com maiores pontuações de QI, de qualquer tipo, mas especialmente o QI performance.
Pra ser médico você precisa ser muito cognitivamente inteligente (QI... e geralmente o QI geral ou performance). O mesmo não é preciso pra ser ou se tornar um grande esportista.
Novamente, a inteligência que se encontra mais próxima, mais vinculada ao próprio ser, seria evidentemente a intrapessoal, e a meu ver, seria portanto a mais importante, a partir desta perspectiva, centralizada ou principiada pelo ser, tendo-o como o epicentro, e que de fato o é, em relação ao seu próprio comportamento. Se todos fossem mais intrapessoalmente inteligentes, dificilmente seriam de alguma maneira de centralmente estúpidos, e no entanto o contrário é o mais provável de ser, isto é, é de extrema ocorrência pecar no próprio autoconhecimento e partir com este auto-resumo mal feito, tendo como resultado manifestações inequívocas de estupidez, desde o cantor de meia tigela que se convenceu que é um gênio da música, quanto do pseudo-intelectual que pensa que está provido de uma mente super racional.
domingo, 25 de dezembro de 2016
Anjos e demônios em relação à inteligência verbal ... a imprescindibilidade e o potencial ilusório da inteligência verbal
Entendemos melhor, de maneira mais precisa, mais significativa a realidade, ou ao menos parte dela, por meio de nossas capacidades verbais, mais alguns outros apetrechos atrelados, tanto de tez mais cognitiva, por exemplo, o estilo de pensamento [ mais lógico, racional a sábio], quanto os de tez mais psicológica e que são quase sempre complementares à cognição, por exemplo a honestidade intelectual/busca pela verdade objetiva. Portanto, a inteligência verbal é fundamental para que possamos aprofundar nosso conhecimento sobre o mundo, ela é basal, quase omnisciente, mesmo em relação à matemática por exemplo, se precisamos interpretar antes de fazer contas. E no entanto, é justamente dela que também surgem muitos dos piores demônios da mente humana.
Os seres mais racionais da humanidade é provável que apresentarão no mínimo inteligência verbal acima da média, porque é preciso ter grande eficiência e motivação intrínseca para se interessar, manipular e extrair fatos das associações simbólico-descritivas, mental (apenas a linguagem) ou transladada para o ''mundo material'' via letras, ou vocabulário, que em sua maioria serão de natureza abstrata, se já o são por si mesmos. Da mesma maneira que o aumento da inteligência verbal, associada à níveis generosos de racionalidade, pode nos fazer mais precisos quanto ao entendimento factual, ao menos em relação aos elementos com os quais temos maior familiaridade, mas especialmente quando nos direcionamos para as necessidades filosóficas, isto é, a caminho da sabedoria, a mesma também pode associar-se à fraquezas diametralmente opostas, resultando naquilo que chamo de ''ilusão verbal'', isto é, em que, ao invés de termos pessoas direcionadas para a precisão semântica, proxy para a justiça factual, não apenas quanto aos elementos impessoais, mas especialmente quanto aos pessoais, nós vamos ter ''contadores de estórias'', excepcionalmente capazes, em termos cognitivos, e apenas cognitivos, com bom a excelente vocabulário, capacidade/facilidade no aprendizado de mais de uma língua, e mesmo alguns dotes mais particulares como por exemplo o ''dom' da poesia, MAS QUE encontrar-se-ão severamente divorciados da realidade factual e contribuirão em demasia no convencimento de tolos desgarrados ou mesmo agarrados às suas ovelhas, de suas abobrinhas ou factoides brilhantemente enfeitados com requinte e pompa de natureza literariamente elitista/estilística. Exatamente como uma miragem no meio de um deserto caudalosamente extenso e tórrido. Eles, esses farsantes da razão, vendem a verdade tal como a miragem vende as suas promessas de água, coqueiros e odaliscas sexualmente atiçadas, e na verdade sabemos que não há nada ali.
Em outras palavras, eles, conscientes ou nem tanto, usam os seus talentos verbais, para enganar mentes crédulas que aquilo que estão afirmando pomposamente é a verdade, apelando para as fraquezas psicológicas das pessoas comuns, especialmente daquelas que estão mais perto de acatarem as suas manipulações semânticas equivocadas.
Portanto uma das maiores ilusões psico-cognitivas ou manifestação mais literal daquilo que denominei de ''inteligência artificial'', no sentido de ''não ser autêntica, enraizada, aprofundada, legítima, mas superficial, que aparenta mais do que é'' será justamente a ''ilusão verbal'', e pelo que parece a maioria das pessoas que julgamos ser mais inteligentes, especialmente por causa de seus talentos nessas áreas, é provável que serão, na verdade pálida porém justa dos fatos, de ''contadores de factoides/estórias'', predominantemente falando, constituídos por grandes capacidades verbais [cognitivas], mas que encontram-se divorciadas de um estilo de pensamento que seja no mínimo, lógico e no máximo, sábio, isto é, fracos em compreensão factual, pois internalizam meias-verdades e buscam ''transformá-las'' em verdades inteiras, resultando justamente em suas miragens, em que o desenvolvimento pode ser até mesmo interessante e intelectualmente desafiador, e no entanto, partirá de bases desenraizadas de fatos. Percebam que muitos ''filósofos'' e ''intelectuais'' exibem este perfil assimétrico e essencialmente problemático.
E pode piorar porque ainda vamos ter muitos cognitivamente inteligentes em matemática ou em cognição quantitativa, que apresentarão as mesmas assimetrias internas fatalmente problemáticas, isto é, muito inteligentes na parte cognitiva, mas na parte psico-cognitiva, ou simplesmente na completude da inteligência, deixarão a desejar de maneira demasiada. Em outras palavras, não bastarão as mesmas [palavras] para enganar crédulos, pois também poderá incrementar a sua máquina de manipulações equivocadas, outros talentos frivolamente compostos ao ser, que ao invés de serem objetivos, isto é, tendo direcionamento racional a sábio, farão o oposto, e qualquer caminho que for oposto ao da sabedoria só poderá levar à estupidez.
Os seres mais racionais da humanidade é provável que apresentarão no mínimo inteligência verbal acima da média, porque é preciso ter grande eficiência e motivação intrínseca para se interessar, manipular e extrair fatos das associações simbólico-descritivas, mental (apenas a linguagem) ou transladada para o ''mundo material'' via letras, ou vocabulário, que em sua maioria serão de natureza abstrata, se já o são por si mesmos. Da mesma maneira que o aumento da inteligência verbal, associada à níveis generosos de racionalidade, pode nos fazer mais precisos quanto ao entendimento factual, ao menos em relação aos elementos com os quais temos maior familiaridade, mas especialmente quando nos direcionamos para as necessidades filosóficas, isto é, a caminho da sabedoria, a mesma também pode associar-se à fraquezas diametralmente opostas, resultando naquilo que chamo de ''ilusão verbal'', isto é, em que, ao invés de termos pessoas direcionadas para a precisão semântica, proxy para a justiça factual, não apenas quanto aos elementos impessoais, mas especialmente quanto aos pessoais, nós vamos ter ''contadores de estórias'', excepcionalmente capazes, em termos cognitivos, e apenas cognitivos, com bom a excelente vocabulário, capacidade/facilidade no aprendizado de mais de uma língua, e mesmo alguns dotes mais particulares como por exemplo o ''dom' da poesia, MAS QUE encontrar-se-ão severamente divorciados da realidade factual e contribuirão em demasia no convencimento de tolos desgarrados ou mesmo agarrados às suas ovelhas, de suas abobrinhas ou factoides brilhantemente enfeitados com requinte e pompa de natureza literariamente elitista/estilística. Exatamente como uma miragem no meio de um deserto caudalosamente extenso e tórrido. Eles, esses farsantes da razão, vendem a verdade tal como a miragem vende as suas promessas de água, coqueiros e odaliscas sexualmente atiçadas, e na verdade sabemos que não há nada ali.
Em outras palavras, eles, conscientes ou nem tanto, usam os seus talentos verbais, para enganar mentes crédulas que aquilo que estão afirmando pomposamente é a verdade, apelando para as fraquezas psicológicas das pessoas comuns, especialmente daquelas que estão mais perto de acatarem as suas manipulações semânticas equivocadas.
Portanto uma das maiores ilusões psico-cognitivas ou manifestação mais literal daquilo que denominei de ''inteligência artificial'', no sentido de ''não ser autêntica, enraizada, aprofundada, legítima, mas superficial, que aparenta mais do que é'' será justamente a ''ilusão verbal'', e pelo que parece a maioria das pessoas que julgamos ser mais inteligentes, especialmente por causa de seus talentos nessas áreas, é provável que serão, na verdade pálida porém justa dos fatos, de ''contadores de factoides/estórias'', predominantemente falando, constituídos por grandes capacidades verbais [cognitivas], mas que encontram-se divorciadas de um estilo de pensamento que seja no mínimo, lógico e no máximo, sábio, isto é, fracos em compreensão factual, pois internalizam meias-verdades e buscam ''transformá-las'' em verdades inteiras, resultando justamente em suas miragens, em que o desenvolvimento pode ser até mesmo interessante e intelectualmente desafiador, e no entanto, partirá de bases desenraizadas de fatos. Percebam que muitos ''filósofos'' e ''intelectuais'' exibem este perfil assimétrico e essencialmente problemático.
E pode piorar porque ainda vamos ter muitos cognitivamente inteligentes em matemática ou em cognição quantitativa, que apresentarão as mesmas assimetrias internas fatalmente problemáticas, isto é, muito inteligentes na parte cognitiva, mas na parte psico-cognitiva, ou simplesmente na completude da inteligência, deixarão a desejar de maneira demasiada. Em outras palavras, não bastarão as mesmas [palavras] para enganar crédulos, pois também poderá incrementar a sua máquina de manipulações equivocadas, outros talentos frivolamente compostos ao ser, que ao invés de serem objetivos, isto é, tendo direcionamento racional a sábio, farão o oposto, e qualquer caminho que for oposto ao da sabedoria só poderá levar à estupidez.
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
O que que os testes cognitivos tem a dizer sobre mim?? E o que não tem??
Desde um certo tempo que eu desenvolvi uma relativa consciência em relação às minhas forças e fraquezas cognitivas. Até a metade do ensino fundamental, na quinta série, eu acompanhei a média das minhas turmas na escola, em todas as áreas do conhecimento curricular. No entanto a partir deste período eu comecei a ficar pra trás, especialmente na matemática. O período em que tive o pior desempenho escolar ocorreu quando eu passei para o ensino médio, no primeiro ano, em 2004, quando além da matemática, também tive de estudar física, química e geometria... para a recuperação. Parece que, paralelamente ao meu progressivo atraso nas ciências exatas em comparação aos meus colegas eu também fui me tornando mais verbalmente inteligente, como geralmente acontece neste período de flutuações cognitivas, de maturação, da infância e da adolescência. A minha personalidade ambígua, complexa, objetiva e insularmente forte, teve importante papel para que a minha vida escolar fosse turbulenta e não apenas em relação às interações com os meus colegas mas também em relação às matérias do conhecimento a que fui exposto. O melhor aluno é aquele que ao longo de sua vida escolar vai se tornando consistentemente sincronizado com o nível de dificuldade do ensino a que é exposto. O pior aluno é aquele que segue caminho oposto, se tornando cada vez mais dissociado da matéria que é dada no quadro negro.
Minha vida universitária não foi diferente da minha vida escolar porque eu também "preferi' dar maior atenção aos meus interesses intelectuais de momento do que em relação ao que foi "ensinado". Mais uma vez, a minha personalidade teve um papel crucial para o meu comportamento não muito exemplar no meio acadêmico, de displicência e pouco interesse em relação àquilo que foi oferecido.
Por outro lado, eu aprendi e tenho aprendido bastante comigo mesmo e com as minhas experiências pessoais, frutos que não são fáceis de serem compreendidos para quem está fora de minha perspectiva existencial e que não comunga com muitas de minhas características psicológicas.
Nos últimos anos o meu autoconhecimento deu um salto e passei a ter grande consciência de minhas forças e fraquezas de tal modo que cheguei à conclusão de que posso estimar a minha cognição/qi sem a necessidade de profissionais da área. Eu me encontrei na psicologia e na filosofia. Talvez tudo aquilo que já fazia desde quando não era plenamente consciente destas paixões, poderia ser remetido com certa segurança à essas duas áreas do conhecimento. Minhas constantes auto reflexões, minha natural curiosidade pelo comportamento humano, um conhecimento que ainda era virgem (a ser lapidado) porém sólido, quando comparamos, mensuramos e concluímos corretamente sem ter plena certeza do que estamos fazendo ou de ter o conhecimento em mãos para constatar em terreno firme.
Se eu realizasse um teste cognitivo completo amanhã eu aposto que me sairia bem a muito bem nas provas de qi verbal, ligeira a relativamente acima da média na "inteligência" geral, provavelmente ruim a muito ruim tanto em qi espacial quanto em qi matemático. O qi matemático na verdade se consiste em uma parte do qi verbal, então é provável que este meu déficit para o pensamento lógico-dedutivo (direcionado para esta função) reverberasse na mensuração final do qi verbal. Mas como que isso se traduz na vida real???
Este texto é um bom exemplo. Eu não tenho o talento (potencial + motivação) verbal significativo de um grande escritor, ainda que talvez possa melhorar, isto é, de que por ventura possa ter algum potencial de melhoria neste aspecto. Mas também não me encontro em um nível 'medíocre". Eu poderia apostar que pontuaria entre 120 e 140 em um teste cognitivo de ênfase verbal e que seria mais alto sem o déficit matemático. Este por sua vez eu poderia pensar em um qi médio bem abaixo do padrão-Greenwich 100... talvez 90??? Eu já expus as minhas estimativas em textos anteriores mas com este eu busco traduzir os achados em testes cognitivos para o mundo real. Também não duvidaria se fosse muito mal em inteligência espacial. Desta maneira a média para esses 3 é provável que não fosse muito maior que a padrão ou mesmo abaixo dela.
Como que isso se traduz no mundo real?? Como que se traduziu na escola e na faculdade?? E o que tem a dizer e a não dizer sobre as minhas capacidades gerais??
O sistema escolar é projetado para atender as características de uma certa demografia, mais cognitivamente ''competente', mas também tende a ser bastante generalista. O currículo escolar a que fui exposto como eu tenho falado com frequência desde a um certo tempo, foi projetado desta maneira, isto é, para ser generalista e portanto para favorecer a inteligência geral e daqueles que a possuem em um estado mais simétrico e bufante. E eu poderia pensar na palavra cognição como substituta da inteligência. A maioria dos professores acreditam que todos ou a maioria dos alunos "normais" poderão aprender ao menos na média da classe, desde que se esforcem e que sejam corretamente "ensinados". Na realidade, nós temos uma diversidade cognitiva de um lado e uma uniformidade curricular do outro lado, que trata todos os alunos como se fossem iguais. Se não fosse pela bagunça do sistema escolar brasileiro especialmente nos anos 90, talvez eu tivesse repetido de ano umas duas ou três vezes na escola.
Em termos de vocabulário, compreensão verbal e capacidade para escrever corretamente, de acordo com os meus textos, eu vejo que resplandecem uma inteligência verbal acima da média, sem dúvidas, mas que não será extremamente excepcional como julguei 3 parágrafos acima. Aplicado ao mundo real a cognição verbal sozinha não parece ser crucial para a sobrevivência nem visando o perfeccionismo da sabedoria, ainda que possa ser complementar
. Graças a uma constelação de características psicológicas que eu me tornei mais consciente em relação aos problemas do mundo e o escrever mais rebuscado ou não, por agora, me parece que não tem um efeito imprescindível ou intrinsecamente necessário para que influencie nesta função extremamente importante e que deveria ser a regra para os seres humanos, mas infelizmente não é.
Para entender a realidade você precisa ser honesto, sincero, mais literal do que metafísico em sua abordagem perceptiva, que os índios Pirahã que não me deixem mentir, mais prático, lógico, a priore, e se possível, não se deixar engolfar pelo conforto metodicamente frio da lógica e galgando novos e melhores ares a caminho de uma maior racionalidade, holístico mas também analítico, isto é, analisar por todas as perspectivas potencialmente encontráveis, para construir uma cadeia sustentável e correta de fatos que tendem inexoravelmente a se sobreporem, em nossos mundos dinâmicos, complexos porém estruturados em padrões de recorrências paradigmáticas (aquilo que não sabemos ou que se desdobra sombrio na esquina próxima), paradoxais (aquilo que não entendemos ou que não aparenta fulminante coerência, facilmente perceptível, a priore...) e lógicas.
Nas humanidades há uma grande concentração de pessoas que são dotadas de grandes capacidades cognitivas verbais e sinceramente não vejo sequer uma correlação parcial ou relativa com a sabedoria em toda sua completude. Talvez esteja sendo muito precipitado e os cursos de filosofia possam me surpreender.
A nossa realidade é permeada por palavras e números que são aliados importantes para a nossa labuta diária de tentar compreender a realidade extraordinária na qual estamos subjugados/jogados. No entanto, não são os únicos meios. Para entender as pessoas nós precisamos da inteligência emocional. Para nos entender nós precisamos da inteligência interpessoal. Para entender o básico e fundamental sobre política, cultura, trabalho, reprodução, enfim, tudo aquilo que não pode ser previamente resumido a dois ou três dígitos, nós precisamos de objetividade, praticidade, de preferência racional, pensamento ou abordagem completos, e sempre na labuta de melhorar tudo isso, aprender com os erros, reconhecendo-os. Nada disso os testes cognitivos existentes mensuram de maneira franca, direta e perfeccionista, mas todos esses quesitos se correlacionam superficialmente com eles.
Eu não tenho o maior e/ou melhor vocabulário, não sei falar muitos idiomas, e portanto acredito que não tenha talento o suficiente nesta área para que possa me tornar um poliglota, cometo muitos erros em minha escrita principalmente de concordância verbal....mas quando me colocam na frente de uma informação, especialmente se for de natureza política, cultural, psicológica ou filosófica, eu darei o meu melhor. Eu não tenho a melhor memória de minha espécie mas acredito que seja prodigioso na memória autobiográfica, apresentando lembranças vívidas de episódios do meu passado e é de costume perceber que tais lembranças não se encontram tão frescas em outras mentes que também as vivenciaram. O meu tempo de reação em testes cognitivos que medem esta particularidade não parece ser mais rápido do que a média, tenho obtido resultados muito discrepantes. Ainda assim, ser mais rápido para apertar no botão quando a cor do sinal muda não parece ter qualquer grande relação com ser rápido no mundo real, especialmente para farejar problemas/perigos reais, e eu já comentei sobre isso em uma meia dúzia de textos, em especial no velho blogue.
Em testes cognitivos assim como nas provas escolares o meu déficit em matemática será altamente transferível para o mundo real. Eu apresento alguma forma de discalculia, tenho dificuldades para fazer contas matemáticas com números de dois dígitos. Para solucionar problemas desta natureza, eu apenas consigo fazer os mais simples e quanto mais difícil, mais húngaro parecerá pra mim. Naquilo que chamam de "pensamento lógico-dedutivo", a partir de testes cognitivos, eu não costumo me sair bem. Será que eu sou ilógico e não sei fazer deduções????
Em relação à matemática sim, mas quem disse que lógica e racionalidade tenham que ser apenas numéricas???
Apesar das claras falhas de raciocínio que encontram-se invulgarmente comuns no departamento das ciências humanas, eles não estão totalmente equivocados como muitos das ciências exatas acreditam. E é justamente ai que repousa a sabedoria. Partidários desde a extrema esquerda até a extrema direita apresentam falhas de magnitudes diversas em seus pressupostos de grupo assim como também uma multitude de achados em que estarão muito corretos.
E o sábio é o ''centrista'' mais talentoso.
O papel de filtro e direção de ''nossas'' invenções de associações simbólicas
Um teste de qi não pode mensurar a capacidade de uma pessoa de se conhecer, que para muitos pode parecer uma grande bobagem ou algo sem importância mas que na verdade se consiste em uma das prioridades mais importantes para quem exibe maior alcance perceptivo/autoconsciência e que no entanto encontra-se em estado raquiticamente desenvolvido entre os seres humanos, a maior parte.
Uma bateria de testes cognitivos não pode mensurar a inteligência ou cognição emocional e é sabido que a capacidade de compreender as próprias emoções, as emoções e comportamentos alheios é de vital importância para uma série de situações que se desdobram freneticamente em nossos respectivos cotidianos.
Os testes de qi tem pouco e superficial a dizer sobre mim e provavelmente em relação a qualquer outra pessoa, ainda que o faça adequadamente em sua abrangência superficial/horizontal. De fato, os testes podem refletir muitas perspectivas de minha capacidade operacional ou cognitiva, por exemplo, meus claros déficits em cognição espacial e matemática assim como também o meu maior ''talento'' para o quesito verbal. Os testes podem dizer com sóbria precisão superficial que tipo de ''pensador'' (internalizador) eu sou, dentre outras breves particularidades.
Esta se consiste em uma de minhas ''missões'' pedantes mais centrais que é a de prover às ''coisas'' que eu interajo e desenvolvo certo ou algum conhecimento o peso que merece e a meu ver os testes cognitivos que existem refletem as superfícies, as primeiras camadas de nossos intelectos, e que apesar de sua grande importância, justamente por se consistir na base cognitiva (não confundir com a sabedoria que encontra-se na base intelectual:
cognitiva + psicológica), ainda se limitará a este nível.
Tal como eu tenho falado aqui, os testes de qi estão até relativamente perto de refletirem com precisão absoluta a inteligência, mas não é suficiente e talvez o melhor espelho/reflexo de nosso comportamento seja justamente ele mesmo e não qualquer meio que tenha qualquer pretensão de neutralidade.
Minha vida universitária não foi diferente da minha vida escolar porque eu também "preferi' dar maior atenção aos meus interesses intelectuais de momento do que em relação ao que foi "ensinado". Mais uma vez, a minha personalidade teve um papel crucial para o meu comportamento não muito exemplar no meio acadêmico, de displicência e pouco interesse em relação àquilo que foi oferecido.
Por outro lado, eu aprendi e tenho aprendido bastante comigo mesmo e com as minhas experiências pessoais, frutos que não são fáceis de serem compreendidos para quem está fora de minha perspectiva existencial e que não comunga com muitas de minhas características psicológicas.
Nos últimos anos o meu autoconhecimento deu um salto e passei a ter grande consciência de minhas forças e fraquezas de tal modo que cheguei à conclusão de que posso estimar a minha cognição/qi sem a necessidade de profissionais da área. Eu me encontrei na psicologia e na filosofia. Talvez tudo aquilo que já fazia desde quando não era plenamente consciente destas paixões, poderia ser remetido com certa segurança à essas duas áreas do conhecimento. Minhas constantes auto reflexões, minha natural curiosidade pelo comportamento humano, um conhecimento que ainda era virgem (a ser lapidado) porém sólido, quando comparamos, mensuramos e concluímos corretamente sem ter plena certeza do que estamos fazendo ou de ter o conhecimento em mãos para constatar em terreno firme.
Se eu realizasse um teste cognitivo completo amanhã eu aposto que me sairia bem a muito bem nas provas de qi verbal, ligeira a relativamente acima da média na "inteligência" geral, provavelmente ruim a muito ruim tanto em qi espacial quanto em qi matemático. O qi matemático na verdade se consiste em uma parte do qi verbal, então é provável que este meu déficit para o pensamento lógico-dedutivo (direcionado para esta função) reverberasse na mensuração final do qi verbal. Mas como que isso se traduz na vida real???
Este texto é um bom exemplo. Eu não tenho o talento (potencial + motivação) verbal significativo de um grande escritor, ainda que talvez possa melhorar, isto é, de que por ventura possa ter algum potencial de melhoria neste aspecto. Mas também não me encontro em um nível 'medíocre". Eu poderia apostar que pontuaria entre 120 e 140 em um teste cognitivo de ênfase verbal e que seria mais alto sem o déficit matemático. Este por sua vez eu poderia pensar em um qi médio bem abaixo do padrão-Greenwich 100... talvez 90??? Eu já expus as minhas estimativas em textos anteriores mas com este eu busco traduzir os achados em testes cognitivos para o mundo real. Também não duvidaria se fosse muito mal em inteligência espacial. Desta maneira a média para esses 3 é provável que não fosse muito maior que a padrão ou mesmo abaixo dela.
Como que isso se traduz no mundo real?? Como que se traduziu na escola e na faculdade?? E o que tem a dizer e a não dizer sobre as minhas capacidades gerais??
O sistema escolar é projetado para atender as características de uma certa demografia, mais cognitivamente ''competente', mas também tende a ser bastante generalista. O currículo escolar a que fui exposto como eu tenho falado com frequência desde a um certo tempo, foi projetado desta maneira, isto é, para ser generalista e portanto para favorecer a inteligência geral e daqueles que a possuem em um estado mais simétrico e bufante. E eu poderia pensar na palavra cognição como substituta da inteligência. A maioria dos professores acreditam que todos ou a maioria dos alunos "normais" poderão aprender ao menos na média da classe, desde que se esforcem e que sejam corretamente "ensinados". Na realidade, nós temos uma diversidade cognitiva de um lado e uma uniformidade curricular do outro lado, que trata todos os alunos como se fossem iguais. Se não fosse pela bagunça do sistema escolar brasileiro especialmente nos anos 90, talvez eu tivesse repetido de ano umas duas ou três vezes na escola.
Em termos de vocabulário, compreensão verbal e capacidade para escrever corretamente, de acordo com os meus textos, eu vejo que resplandecem uma inteligência verbal acima da média, sem dúvidas, mas que não será extremamente excepcional como julguei 3 parágrafos acima. Aplicado ao mundo real a cognição verbal sozinha não parece ser crucial para a sobrevivência nem visando o perfeccionismo da sabedoria, ainda que possa ser complementar
. Graças a uma constelação de características psicológicas que eu me tornei mais consciente em relação aos problemas do mundo e o escrever mais rebuscado ou não, por agora, me parece que não tem um efeito imprescindível ou intrinsecamente necessário para que influencie nesta função extremamente importante e que deveria ser a regra para os seres humanos, mas infelizmente não é.
Para entender a realidade você precisa ser honesto, sincero, mais literal do que metafísico em sua abordagem perceptiva, que os índios Pirahã que não me deixem mentir, mais prático, lógico, a priore, e se possível, não se deixar engolfar pelo conforto metodicamente frio da lógica e galgando novos e melhores ares a caminho de uma maior racionalidade, holístico mas também analítico, isto é, analisar por todas as perspectivas potencialmente encontráveis, para construir uma cadeia sustentável e correta de fatos que tendem inexoravelmente a se sobreporem, em nossos mundos dinâmicos, complexos porém estruturados em padrões de recorrências paradigmáticas (aquilo que não sabemos ou que se desdobra sombrio na esquina próxima), paradoxais (aquilo que não entendemos ou que não aparenta fulminante coerência, facilmente perceptível, a priore...) e lógicas.
Nas humanidades há uma grande concentração de pessoas que são dotadas de grandes capacidades cognitivas verbais e sinceramente não vejo sequer uma correlação parcial ou relativa com a sabedoria em toda sua completude. Talvez esteja sendo muito precipitado e os cursos de filosofia possam me surpreender.
A nossa realidade é permeada por palavras e números que são aliados importantes para a nossa labuta diária de tentar compreender a realidade extraordinária na qual estamos subjugados/jogados. No entanto, não são os únicos meios. Para entender as pessoas nós precisamos da inteligência emocional. Para nos entender nós precisamos da inteligência interpessoal. Para entender o básico e fundamental sobre política, cultura, trabalho, reprodução, enfim, tudo aquilo que não pode ser previamente resumido a dois ou três dígitos, nós precisamos de objetividade, praticidade, de preferência racional, pensamento ou abordagem completos, e sempre na labuta de melhorar tudo isso, aprender com os erros, reconhecendo-os. Nada disso os testes cognitivos existentes mensuram de maneira franca, direta e perfeccionista, mas todos esses quesitos se correlacionam superficialmente com eles.
Eu não tenho o maior e/ou melhor vocabulário, não sei falar muitos idiomas, e portanto acredito que não tenha talento o suficiente nesta área para que possa me tornar um poliglota, cometo muitos erros em minha escrita principalmente de concordância verbal....mas quando me colocam na frente de uma informação, especialmente se for de natureza política, cultural, psicológica ou filosófica, eu darei o meu melhor. Eu não tenho a melhor memória de minha espécie mas acredito que seja prodigioso na memória autobiográfica, apresentando lembranças vívidas de episódios do meu passado e é de costume perceber que tais lembranças não se encontram tão frescas em outras mentes que também as vivenciaram. O meu tempo de reação em testes cognitivos que medem esta particularidade não parece ser mais rápido do que a média, tenho obtido resultados muito discrepantes. Ainda assim, ser mais rápido para apertar no botão quando a cor do sinal muda não parece ter qualquer grande relação com ser rápido no mundo real, especialmente para farejar problemas/perigos reais, e eu já comentei sobre isso em uma meia dúzia de textos, em especial no velho blogue.
Em testes cognitivos assim como nas provas escolares o meu déficit em matemática será altamente transferível para o mundo real. Eu apresento alguma forma de discalculia, tenho dificuldades para fazer contas matemáticas com números de dois dígitos. Para solucionar problemas desta natureza, eu apenas consigo fazer os mais simples e quanto mais difícil, mais húngaro parecerá pra mim. Naquilo que chamam de "pensamento lógico-dedutivo", a partir de testes cognitivos, eu não costumo me sair bem. Será que eu sou ilógico e não sei fazer deduções????
Em relação à matemática sim, mas quem disse que lógica e racionalidade tenham que ser apenas numéricas???
Apesar das claras falhas de raciocínio que encontram-se invulgarmente comuns no departamento das ciências humanas, eles não estão totalmente equivocados como muitos das ciências exatas acreditam. E é justamente ai que repousa a sabedoria. Partidários desde a extrema esquerda até a extrema direita apresentam falhas de magnitudes diversas em seus pressupostos de grupo assim como também uma multitude de achados em que estarão muito corretos.
E o sábio é o ''centrista'' mais talentoso.
O papel de filtro e direção de ''nossas'' invenções de associações simbólicas
Um teste de qi não pode mensurar a capacidade de uma pessoa de se conhecer, que para muitos pode parecer uma grande bobagem ou algo sem importância mas que na verdade se consiste em uma das prioridades mais importantes para quem exibe maior alcance perceptivo/autoconsciência e que no entanto encontra-se em estado raquiticamente desenvolvido entre os seres humanos, a maior parte.
Uma bateria de testes cognitivos não pode mensurar a inteligência ou cognição emocional e é sabido que a capacidade de compreender as próprias emoções, as emoções e comportamentos alheios é de vital importância para uma série de situações que se desdobram freneticamente em nossos respectivos cotidianos.
Os testes de qi tem pouco e superficial a dizer sobre mim e provavelmente em relação a qualquer outra pessoa, ainda que o faça adequadamente em sua abrangência superficial/horizontal. De fato, os testes podem refletir muitas perspectivas de minha capacidade operacional ou cognitiva, por exemplo, meus claros déficits em cognição espacial e matemática assim como também o meu maior ''talento'' para o quesito verbal. Os testes podem dizer com sóbria precisão superficial que tipo de ''pensador'' (internalizador) eu sou, dentre outras breves particularidades.
Esta se consiste em uma de minhas ''missões'' pedantes mais centrais que é a de prover às ''coisas'' que eu interajo e desenvolvo certo ou algum conhecimento o peso que merece e a meu ver os testes cognitivos que existem refletem as superfícies, as primeiras camadas de nossos intelectos, e que apesar de sua grande importância, justamente por se consistir na base cognitiva (não confundir com a sabedoria que encontra-se na base intelectual:
cognitiva + psicológica), ainda se limitará a este nível.
Tal como eu tenho falado aqui, os testes de qi estão até relativamente perto de refletirem com precisão absoluta a inteligência, mas não é suficiente e talvez o melhor espelho/reflexo de nosso comportamento seja justamente ele mesmo e não qualquer meio que tenha qualquer pretensão de neutralidade.
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domingo, 24 de julho de 2016
Analogia sobre a facilidade humana para aprender a falar uma língua e a de aprender a ler, escrever, expandir o vocabulário e entender o significado das palavras
O ser humano parece que foi moldado para o rápido aprendizado da linguagem visto que a menor exposição à mesma, em especial nos primeiros anos de infância, tende a resultar em seu aprendizado praticamente a nível instintivo. Da mesma maneira que somos geralmente velozes para aprender uma língua durante os primeiros anos de vida, também somos, porém mais diversamente assimétricos e portanto menos universalmente homogêneos, para aprender capacidades mais específicas da mente humana. Existe a ideia de que a criança aprende rápido por ter um cérebro mais criativo. No entanto, um cérebro mais plástico (e ainda em formação) necessariamente não quer indicar ou resultar em criatividade. Eu já me questionei se isso é verdade em um texto que fiz sobre o assunto. Por exemplo. O caso mais famoso de "criança feral", da Ucrânia. Atualmente, a até então menina que agia como um cachorro por (supostamente) só ter convivido com cachorros durante os seus primeiros anos de vida, parece ter aprendido muito bem a linguagem humana já adulta. Parece "hardware" a nossa capacidade para aprender uma língua mas especialmente se for a nossa primeira língua ou "materna". Em compensação parece mais difícil para o ser humano médio aprender mais de uma ou duas línguas. O cérebro infantil, provavelmente por ser muito mais plástico, torna a possibilidade de aprendizado veloz muito mais viável. Ao longo do tempo esta plasticidade que pode resultar na criatividade vai se ossificando tornando o cenário infantil bem mais difícil de se prolongar por "toda" vida, em especial para os não-poliglotas.
Claro que esta realidade parece se encaixar perfeitamente com a 'minha' ideia da ''metáfora dos elásticos, da corrida com obstáculos...'' enfim, todas as minhas tentativas de explicar essas diferenças. Isto é, se há ''mais espaço no cérebro'' para aprender mais de uma língua então o indivíduo, em especial aquele que tiver este tipo de cérebro, quando exposto (minimamente falando, isto é, sem grande necessidade de incentivos constantes ou intensos para esta tarefa) à possibilidade de aumentar o seu número de línguas aprendidas, o fará sem grande dificuldade. Isso quer indicar que o seu ''elástico'' ou potencial--facilidade para continuar neste caminho, isto é, superar com facilidade os obstáculos, será muito maior. Talvez nenhum ''aprendizado'' se sustentará por toda uma vida se não estiver diretamente/intrinsecamente relacionado com as suas potencialidades/facilidades individuais.
O cérebro adulto do ser humano médio carregado de aprendizados tende a se tornar progressivamente menos plástico e portanto menos apto para aprender novas torrentes de habilidades ou técnicas.
Também parece existir a noção popular que o aprendizado do vocabulário encontra-se bem mais influenciado por circunstâncias ambientais do que por exemplo o aprendizado da matemática. Pode ser parcialmente verdade mas eu tenho a impressão que esta é uma noção superficial e que portanto tenha mais nuances do que a sua conclusão.
Da mesma maneira que o aprendizado da linguagem especialmente da primeira linguagem parece ser "hardware" entre boa parte dos seres humanos o potencial para aprender a verbaliza-la por meio da escrita também parece ser " parcialmente hardware" mas menos universal e portanto mais assimétrico/desigual do que a primeira. Isto é, o potencial para o aprendizado do vocabulário precisa da exposição mínima do mesmo para que possa ser ao menos conhecido. A partir desta primeira etapa, nas escolas, as crianças humanas apresentarão diferentes níveis ou facilidades para aprende-lo, desenvolve-lo, de um nível simples para um nível complexo. Um cérebro zero-bala, fresco, sem qualquer memória ambiental (e 100% preenchido por ''memória genética/genotípica''). Podemos nos comparar aos carros e os carros recém saídos da fábrica seriam como as crianças recém nascidas. Assim como cada carro já apresenta as suas próprias características de fabricação o mesmo acontecerá com qualquer criatura orgânica. Nascemos com um modelo de possibilidades cravado em nossos genes, em nosso código genético. E claro que o ambiente terá um papel, porque não existe vida sem cenário.
O desgaste da vida ou o envelhecer também é se "contaminar" de "memórias ambientais" ou lembranças. Assim como acontece com os carros que ''nascem'' zero-quilômetro e ao longo do tempo vão se acumulando de ''memória ambiental''.
A memória ambiental e em como que a gerenciamos define os nossos comportamentos, e essas ''memórias'' funcionam como gatilhos para as ações que delas se originam.
Eu não concordo que a inteligência verbal seja menos genética que a inteligência não-verbal, porque na verdade esta primeira também é um tipo de inteligência não-verbal. A inteligência verbal esconde ou omite aquilo que de fato é. As palavras são como roupas para o corpo, e se é o corpo aquilo que veste, então as palavras não podem ser o fim em si mesmas, mas o corpo, o fim e também o começo, que em um mundo honesto ou apenas analiticamente honesto serão os mesmos.
As palavras representam categorias de tudo aquilo que existe, enfim de tudo. A priore aquele que compreende melhor as palavras seria um conhecedor mais afiado do mundo, mas isto tem sido provado parcialmente inconclusivo visto que existe uma grande proporção de pessoas verbalmente inteligentes que ao invés de atenderem à expectativa desta lógica proposta, em que as palavras vestem a realidade, que lhe dão simbologia associativa entendível, fixam uma ideia por meio da comunhão da palavra ou símbolo com a existência de algo que está sendo observado e aceito como existente, caminham para o caminho oposto. Em um mundo povoado por humanos, outra população se fará numerosa e complementar ao número de humanos, e será a de distrações. O mundo humano tomou a sua própria confusão voluntária, em especial para compreender o mundo abstrato, enquanto ''subjetividade'' ou ''complexidade'', mas que na plena verdade factual/física se consiste na continuidade da concretude, só que agora por meio daquilo que o mundo concreto emana ou expressa (abstrações), ao invés de apenas a observação e compreensão factual instantânea via percepção sensorial + interpretação da mente (verdade objetiva).
Para entender a realidade do comportamento humano e de sua natureza transcendentalmente híbrida, há de se focar no espectro instinto-domesticação, que simplesmente define o ser humano em suas muitas pluralidades comportamentais. Os mais instintivos, que já nascem cientes de si, de suas identidades, tendem a compreender o mundo sob o mesmo ponto de vista que é operacionalmente similar a idêntico a de outras formas de vida que não foram domesticadas e portanto tendem a agirem de acordo. Entender pelo instinto também é entender o mundo natural por si mesmo, melhor do que o domesticado, humano ou não. No entanto, a compreensão apenas instintiva ainda será altamente tendenciosa, ainda que o ser humano tenha se desenvolvido a ponto de ser entendido como ''nascido para compreender de modo inicialmente equilibrado a verdade objetiva ou realidade imediata/sensorialmente direta, por si mesma''.
A redução do instinto também significa a redução da auto-consciência irreflexiva ou intuitiva, isto é, sem grande ou mesmo qualquer reflexão quanto a si mesmo e no entanto de ainda ter um autoconhecimento ''primitivo'' (primário), sobre quem é. Por um lado abre espaço para o aprendizado de novas técnicas/realidades assim como também para o contestamento da realidade ''natural'', isto é, para a reflexão. Por outro lado reduz o reconhecimento intuitivo ou não-verbal da realidade ''natural'', concreta ou da (continuidade da) verdade objetiva. A domesticação parece que corta a evolução da percepção humana que em condições normais evoluiria ou caminharia para a ''zona habitável da sabedoria''. A redução do instinto reduz também o auto-centrismo (e egoísmo) e nos ajuda a entender aquilo que somos só que de maneira impessoal, por exemplo, a de que apesar de sermos nós, o ''eu'' se consiste em uma construção de si mesmo, e não necessariamente em uma coisa absolutamente integrada, se é pouco provável que tal coisa exista, e se de fato toda coisa que aparenta integridade física nada mais é do que um sistema, uma construção, com suas partes inter-ligadas. O ''eu'' absoluto é impossível assim como também um ''livre arbítrio'', o seu completo oposto. No entanto, a domesticação nos torna menos cognitivamente espertos/socialmente não-verbais e mais naturalmente servis. Criticamos, questionamos, enquanto domesticados humanos, em especial do tipo ''outsider'', mas sem a sabedoria, este tipo de padrão de comportamento/expressão se torna incompleto.
Como eu propus em um texto anterior, o sábio seria justamente aquele que combina perfeitamente instinto (calculismo lógico) com domesticação (docilidade/emoção).
O aumento da capacidade de aprendizado, isto é, de apreender algo além de si mesmo, enquanto o ''eu instintivo'' ou simplesmente instinto, tende a se relacionar com maiores capacidades cognitivas como a verbal. Isso pode nos ajudar a entender o porquê de tantos verbalmente inteligentes não serem, de acordo com a lógica acima, conhecedores natos do corpo ou realidade que as roupas ou palavras vestem. Eles sabem mais das ''roupas'' do que de anatomia, ;)
O sábio é justamente aquele que melhor pode compreender a realidade humana, em especial, em toda sua base plural de camadas categóricas, do instinto não-verbal à própria realidade das invenções simbólicas humanas como as palavras. O sábio é aquele que consegue prover esta união dos dois mundos que a humanidade encontra-se dispersada. O tamanho do vocabulário nem sempre significará o seu entendimento prático, isto é, ver nas palavras que estão sendo usadas com utilidade vital, por meio de seus significados mais puros e portanto corretos, e usando-os como peças para o entendimento e harmonização ou maximização da construção de um mundo objetivamente perfeita, que mais se relaciona com o instinto e com a emoção, a aplicação decisiva e absolutamente correta da filosofia na vida humana. Novamente, esta parte que está um pouco fora do assunto principal do texto contribui enquanto uma continuidade do texto sobre instinto, inteligência e domesticação.
O instintivo sabe apenas de sua verdade biológica, de maneira literal, desde quando nasce e cresce integrado, coeso à esta sua alienação natural. O domesticado, em específico o humano mas também os muitos tipos de outsiders, podem entender a verdade além da biológica, ainda que a maioria deles não o fará de modo precisamente sábio, ao se verem mais abertos para novas ideias, do que o instintivo, inclusive àquelas de tom mais filosófico e portanto holisticamente profundo. E o sábio, novamente, se consiste nesta perspectiva intermediária altamente vantajosa, uma espécie de vigor híbrido perceptivo entre as duas ''espécies'' transcendentalmente opostas.
Como eu já devo ter falado antes neste e no velho blogue do ''santoculto'', a inteligência verbal, ou melhor, a capacidade técnica de ler, escrever, desenvolver o vocabulário e compreender o significado das palavras, esconde a verdadeira natureza deste tipo de cognição que também é obviamente ''não-verbal'', e se relaciona à compreensão sensorial e percepção/interpretação mental, humanamente equilibrada, da verdade objetiva, em sua base, em suma, na compreensão da realidade, e a continuidade desta compreensão do mundo físico, em direção ao mundo abstrato ou expressões/ondas vibratórias que emanam da concretude plural (quantitativa ou matemática) ou qualitativa.
Claro que esta realidade parece se encaixar perfeitamente com a 'minha' ideia da ''metáfora dos elásticos, da corrida com obstáculos...'' enfim, todas as minhas tentativas de explicar essas diferenças. Isto é, se há ''mais espaço no cérebro'' para aprender mais de uma língua então o indivíduo, em especial aquele que tiver este tipo de cérebro, quando exposto (minimamente falando, isto é, sem grande necessidade de incentivos constantes ou intensos para esta tarefa) à possibilidade de aumentar o seu número de línguas aprendidas, o fará sem grande dificuldade. Isso quer indicar que o seu ''elástico'' ou potencial--facilidade para continuar neste caminho, isto é, superar com facilidade os obstáculos, será muito maior. Talvez nenhum ''aprendizado'' se sustentará por toda uma vida se não estiver diretamente/intrinsecamente relacionado com as suas potencialidades/facilidades individuais.
O cérebro adulto do ser humano médio carregado de aprendizados tende a se tornar progressivamente menos plástico e portanto menos apto para aprender novas torrentes de habilidades ou técnicas.
Também parece existir a noção popular que o aprendizado do vocabulário encontra-se bem mais influenciado por circunstâncias ambientais do que por exemplo o aprendizado da matemática. Pode ser parcialmente verdade mas eu tenho a impressão que esta é uma noção superficial e que portanto tenha mais nuances do que a sua conclusão.
Da mesma maneira que o aprendizado da linguagem especialmente da primeira linguagem parece ser "hardware" entre boa parte dos seres humanos o potencial para aprender a verbaliza-la por meio da escrita também parece ser " parcialmente hardware" mas menos universal e portanto mais assimétrico/desigual do que a primeira. Isto é, o potencial para o aprendizado do vocabulário precisa da exposição mínima do mesmo para que possa ser ao menos conhecido. A partir desta primeira etapa, nas escolas, as crianças humanas apresentarão diferentes níveis ou facilidades para aprende-lo, desenvolve-lo, de um nível simples para um nível complexo. Um cérebro zero-bala, fresco, sem qualquer memória ambiental (e 100% preenchido por ''memória genética/genotípica''). Podemos nos comparar aos carros e os carros recém saídos da fábrica seriam como as crianças recém nascidas. Assim como cada carro já apresenta as suas próprias características de fabricação o mesmo acontecerá com qualquer criatura orgânica. Nascemos com um modelo de possibilidades cravado em nossos genes, em nosso código genético. E claro que o ambiente terá um papel, porque não existe vida sem cenário.
O desgaste da vida ou o envelhecer também é se "contaminar" de "memórias ambientais" ou lembranças. Assim como acontece com os carros que ''nascem'' zero-quilômetro e ao longo do tempo vão se acumulando de ''memória ambiental''.
A memória ambiental e em como que a gerenciamos define os nossos comportamentos, e essas ''memórias'' funcionam como gatilhos para as ações que delas se originam.
Eu não concordo que a inteligência verbal seja menos genética que a inteligência não-verbal, porque na verdade esta primeira também é um tipo de inteligência não-verbal. A inteligência verbal esconde ou omite aquilo que de fato é. As palavras são como roupas para o corpo, e se é o corpo aquilo que veste, então as palavras não podem ser o fim em si mesmas, mas o corpo, o fim e também o começo, que em um mundo honesto ou apenas analiticamente honesto serão os mesmos.
As palavras representam categorias de tudo aquilo que existe, enfim de tudo. A priore aquele que compreende melhor as palavras seria um conhecedor mais afiado do mundo, mas isto tem sido provado parcialmente inconclusivo visto que existe uma grande proporção de pessoas verbalmente inteligentes que ao invés de atenderem à expectativa desta lógica proposta, em que as palavras vestem a realidade, que lhe dão simbologia associativa entendível, fixam uma ideia por meio da comunhão da palavra ou símbolo com a existência de algo que está sendo observado e aceito como existente, caminham para o caminho oposto. Em um mundo povoado por humanos, outra população se fará numerosa e complementar ao número de humanos, e será a de distrações. O mundo humano tomou a sua própria confusão voluntária, em especial para compreender o mundo abstrato, enquanto ''subjetividade'' ou ''complexidade'', mas que na plena verdade factual/física se consiste na continuidade da concretude, só que agora por meio daquilo que o mundo concreto emana ou expressa (abstrações), ao invés de apenas a observação e compreensão factual instantânea via percepção sensorial + interpretação da mente (verdade objetiva).
Para entender a realidade do comportamento humano e de sua natureza transcendentalmente híbrida, há de se focar no espectro instinto-domesticação, que simplesmente define o ser humano em suas muitas pluralidades comportamentais. Os mais instintivos, que já nascem cientes de si, de suas identidades, tendem a compreender o mundo sob o mesmo ponto de vista que é operacionalmente similar a idêntico a de outras formas de vida que não foram domesticadas e portanto tendem a agirem de acordo. Entender pelo instinto também é entender o mundo natural por si mesmo, melhor do que o domesticado, humano ou não. No entanto, a compreensão apenas instintiva ainda será altamente tendenciosa, ainda que o ser humano tenha se desenvolvido a ponto de ser entendido como ''nascido para compreender de modo inicialmente equilibrado a verdade objetiva ou realidade imediata/sensorialmente direta, por si mesma''.
A redução do instinto também significa a redução da auto-consciência irreflexiva ou intuitiva, isto é, sem grande ou mesmo qualquer reflexão quanto a si mesmo e no entanto de ainda ter um autoconhecimento ''primitivo'' (primário), sobre quem é. Por um lado abre espaço para o aprendizado de novas técnicas/realidades assim como também para o contestamento da realidade ''natural'', isto é, para a reflexão. Por outro lado reduz o reconhecimento intuitivo ou não-verbal da realidade ''natural'', concreta ou da (continuidade da) verdade objetiva. A domesticação parece que corta a evolução da percepção humana que em condições normais evoluiria ou caminharia para a ''zona habitável da sabedoria''. A redução do instinto reduz também o auto-centrismo (e egoísmo) e nos ajuda a entender aquilo que somos só que de maneira impessoal, por exemplo, a de que apesar de sermos nós, o ''eu'' se consiste em uma construção de si mesmo, e não necessariamente em uma coisa absolutamente integrada, se é pouco provável que tal coisa exista, e se de fato toda coisa que aparenta integridade física nada mais é do que um sistema, uma construção, com suas partes inter-ligadas. O ''eu'' absoluto é impossível assim como também um ''livre arbítrio'', o seu completo oposto. No entanto, a domesticação nos torna menos cognitivamente espertos/socialmente não-verbais e mais naturalmente servis. Criticamos, questionamos, enquanto domesticados humanos, em especial do tipo ''outsider'', mas sem a sabedoria, este tipo de padrão de comportamento/expressão se torna incompleto.
Como eu propus em um texto anterior, o sábio seria justamente aquele que combina perfeitamente instinto (calculismo lógico) com domesticação (docilidade/emoção).
O aumento da capacidade de aprendizado, isto é, de apreender algo além de si mesmo, enquanto o ''eu instintivo'' ou simplesmente instinto, tende a se relacionar com maiores capacidades cognitivas como a verbal. Isso pode nos ajudar a entender o porquê de tantos verbalmente inteligentes não serem, de acordo com a lógica acima, conhecedores natos do corpo ou realidade que as roupas ou palavras vestem. Eles sabem mais das ''roupas'' do que de anatomia, ;)
O sábio é justamente aquele que melhor pode compreender a realidade humana, em especial, em toda sua base plural de camadas categóricas, do instinto não-verbal à própria realidade das invenções simbólicas humanas como as palavras. O sábio é aquele que consegue prover esta união dos dois mundos que a humanidade encontra-se dispersada. O tamanho do vocabulário nem sempre significará o seu entendimento prático, isto é, ver nas palavras que estão sendo usadas com utilidade vital, por meio de seus significados mais puros e portanto corretos, e usando-os como peças para o entendimento e harmonização ou maximização da construção de um mundo objetivamente perfeita, que mais se relaciona com o instinto e com a emoção, a aplicação decisiva e absolutamente correta da filosofia na vida humana. Novamente, esta parte que está um pouco fora do assunto principal do texto contribui enquanto uma continuidade do texto sobre instinto, inteligência e domesticação.
O instintivo sabe apenas de sua verdade biológica, de maneira literal, desde quando nasce e cresce integrado, coeso à esta sua alienação natural. O domesticado, em específico o humano mas também os muitos tipos de outsiders, podem entender a verdade além da biológica, ainda que a maioria deles não o fará de modo precisamente sábio, ao se verem mais abertos para novas ideias, do que o instintivo, inclusive àquelas de tom mais filosófico e portanto holisticamente profundo. E o sábio, novamente, se consiste nesta perspectiva intermediária altamente vantajosa, uma espécie de vigor híbrido perceptivo entre as duas ''espécies'' transcendentalmente opostas.
Como eu já devo ter falado antes neste e no velho blogue do ''santoculto'', a inteligência verbal, ou melhor, a capacidade técnica de ler, escrever, desenvolver o vocabulário e compreender o significado das palavras, esconde a verdadeira natureza deste tipo de cognição que também é obviamente ''não-verbal'', e se relaciona à compreensão sensorial e percepção/interpretação mental, humanamente equilibrada, da verdade objetiva, em sua base, em suma, na compreensão da realidade, e a continuidade desta compreensão do mundo físico, em direção ao mundo abstrato ou expressões/ondas vibratórias que emanam da concretude plural (quantitativa ou matemática) ou qualitativa.
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