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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Não sei se já falei sobre isso... existencialmente realistas seguem o tempo...

A distração distorce o tempo e quanto mais prolongado for o torpor, mais distorcida e irrealista será a percepção da passagem do tempo, e da própria vida...

O filtro de nossos cérebros que ''purificam'' a realidade, pode ''falhar'' em alguns de nós, resultando no realismo existencial em que ao invés do filtro da narrativa da narrativa, ou distração, a distorção da realidade percebida, passa-se a vivenciar a vida na ''mesma velocidade'' que o tempo, isto é, sincronizado ao mesmo, sem boa à maior parte do filtro, sem purificação, e portanto de modo mais complexo, mais ''poluído''. 

A cultura esquerdista é uma espécie de alargamento para uma maior demografia, do pensar e vivenciar fortemente filosófico, ainda que não necessariamente característico, isto é, em que o estilo e modo de vida de poetas e pensadores, não necessariamente sábios, mas caracteristicamente de realistas existenciais ou fatalistas, passa a se expandir para um número maior de pessoas previamente suscetíveis ou vulneráveis. 

O imediatismo existencial é um produto comportamental ou reação mais do que óbvia do realismo existencial, aumentando a importância do eu, que também poderíamos denominar de narcisismo existencial. O realista existencial tende a viver exclusivamente para si, se quando acordado das distrações que o protegia e o asfixiava, agora, ele reconhece a finitude, fragilidade e urgência da vida, isto é, de sua própria vida, e a partir desta constatação, de sua ''iluminação'', tende a deixar de lado as suas ''obrigações'' naturalistas/primariamente mundanas, como constituir família, provê-la de bens materiais progressivamente abundantes e conformar-se à velha e quase universal regra social, em prol de sua própria realização ou vivenciação, reconhecendo ou internalizando de modo ultra-prioritário a importância de sua própria vida.

Neste imediatismo existencial, em que não existe o amanhã, e de fato, ''não existe'', em especial para as vidas, passa-se então a acompanhar sincronicamente a passagem do tempo, ao invés de se confiar às constantes e características distorções cronológicas que a cultura/sociedade tende a produzir.

Enquanto que tal perspectiva existencial costuma ser o lugar-comum para os tipos mais naturalmente dispostos ao realismo/imediatismo existencial, como poetas e ''filósofos', o mesmo não será plenamente verdadeiro para muitos que apresentarem fraca porém existente ''vulnerabilidade'', resultando, ao invés de uma autenticidade, isto é, de ser o que se é, em essência, para estes casos, na sobreposição de uma possibilidade fracamente autêntica de se ser, tornando-se realidade, e com potenciais reverberações negativas, ao patrocinar a alucinação filosófica do indivíduo...

Tal como um cantor de meia tigela que se convence do contrário, esses tipos podem ser então alucinados, cegados por suas intimidades com os seus próprios egos, resultando naquilo que nos tornamos habituados a chamar de esquerdismo e de esquerdistas.

O que não se sabe é se esses grupos na verdade sempre existiram, ou se, com a derrubada e deslocamento gradual e constante da narrativa esquizo-naturalista ou ''religiosa'' no mundo ocidental, para uma narrativa esquizo-''filosófica'' ou esquizo-existencialista, houve um aumento intergeracional desses tipos. 

Sábios, ''poetas', ''filósofos', virtuosos em geral, assim como também psicopatas 'e'' astutos tendem a vivenciar em um realismo/imediatismo/narcisismo existencial. E alguns subgrupos intermediários, entre o mundanismo naturalista, a clássica alucinação proto-filosófica (religião, cultura, ideologia, ...) e a verdadeira iluminação filosófica. Religião, cultura e ideologia como proto-filosofias, pseudo-filosofias ou filosofias parciais e portanto incorretas, que costumam atrair esses tipos mais intermediárias a partir desta perspectiva de comparação e categorização transcendental.


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