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terça-feira, 25 de abril de 2023

Sobre a "Cleópatra da Netflix"

 A Cleópatra, particularmente a mais famosa das Cleópatras, era grega, nascida no Egito. E retratá-la como uma mulher negra  não tem nada a ver com justiça social. Pelo contrário, tem a ver com apropriação ou distorção étnica para fins político-propagandísticos e, assim, continuar alimentando o "dividir para conquistar", ou controlar, de continuar colocando mais lenha na fogueira da polarização ideológica.


Esse não é o único exemplo de trabalho artístico com tema histórico que autodeclarados  "de esquerda" ou "progressistas" têm adulterado para favorecer suas narrativas...

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Por que os conservadores [ em sua maioria] odeiam livros de história??

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Por que os conservadores [ em sua maioria] odeiam livros de história?? 

A "Tempestade do século" para ilustrar

Contém spoilers..

Baseado no livro do Stephen King

Este filme conta a história de uma comunidade de cidade pequena e costeira do nordeste americano, que está se preparando para mais um período de frio devido à chegada do inverno. O que parecia ser mais um fim de ano comum, na verdade, acaba por se absolutamente revelador, pois a pequena cidade terá a visita ilustre de nada mais nada menos que o diabo, em pessoa. Ao contrário do que reza a mitologia cristã, desta vez, o diabo é o justiceiro  que vinga os crimes cometidos por indivíduos do rebanho de Jesus, e que foram sendo esquecidos ou escondidos pela própria comunidade. A marca do demo passa a ser rastreada em cada novo caso de morte ou homicídio, seja de uma senhora aparentemente pacata, ou de um homem qualquer da cidade, ambos, aos olhos de todos, perfeitos cidadãos de bem, que dormem toda noite com a consciência tranquila por cumprirem com os seus deveres de zelar pela ''harmonia'', pela moral e pelos bons costumes da comunidade. Apesar do filme ser de fantasia, para adultos, "A tempestade do século" é uma parábola muito realista quanto ao nível de hipocrisia e dissimulação que, com frequência, predomina nas sociedades humanas, em sua grande maioria, conservadoras.  Os podres de cada um, especialmente de alguns, convenientemente escondidos aos olhos do público, vão sendo tirados debaixo do tapete e expostos a todos, em especial para o próprio meliante de bem que posa como paladino da justiça divina ou como pacato cidadão da civilização, antes de pagar por eles. Crimes hediondos, do passado, que não foram julgados, agora passam a ser, pessoalmente, pelo visitante das trevas. É engraçado como que as esquerdas, o progressismo e/ou a justiça  social são frequente e literalmente demonizados pelos direitistas, né?? Por que será?? Não é que todo esquerdista seja um satanista, como os de direita gostariam que fosse, mas a partir do momento que agimos como as suas próprias autoconsciências ou autocríticas, como os espelhos que não querem olhar, quando compactuam com a continuidade do domínio absoluto das ideologias conservadoras; quando se dizem conservadores ou herdeiros culturais do conservadorismo, por exemplo, dos 4 séculos de escravidão e genocídio afro ameríndio nas Américas perpetrados pelos colonizadores e invasores europeus..

Ler um livro de história, que não conta apenas as glórias dos povos especialmente do seu, que seria um politicamente correto só que usado pelos conservadores, é quase o mesmo que ler a própria condenação no tribunal, por crimes cometidos, desde quando passa a se identificar como ''herdeiro'' das ''tradições'' [e consequências] das ideologias de direita.  É por isso que a maioria deles detesta livros de história com pensamento crítico ou filosofia [autoconsciência/autocrítica] embutida. Ninguém gosta de levar sermão, de ser apontado como ''passador de pano' para erros e crimes injustificáveis, até se tornar mais autoconsciente e portanto autocrítico.

Por isso que eles querem acabar com a [des]doutrinação "da esquerda" na educação, em relação a esses fatos históricos que lhes são tão difíceis de explicar. Para que possam recontar a história da humanidade, escondendo esta longa lista de crimes cometidos pela linhagem cultural e histórica conservadora que se dizem herdeiros e defensores. Eles querem ficar com os louros das conquistas supostamente graças às suas ideologias conservadoras [e que na verdade é ''apesar delas'']... enquanto que seus podres são escondidos ou semanticamente manipulados, por exemplo, a farofa de se afirmar que ''o nazismo ERA/É DE ESQUERDA'', apenas levando-se em conta os seus aspectos sociais e econômicos, e desprezando completamente o seu hiper-conservadorismo ou aspectos culturais [o coração de toda a ideologia que é a cultura]...

Cosmos e o ''presente''

Assisti a famosíssima série dos anos 80, Cosmos. Já virei fã logo nas primeiras horas. Até baixei uma música de sua linda trilha sonora. É uma obra de arte indiscutível. Seu tema me encanta. Como sempre, de maneira superficial, artística, em que o resto eu deixo por conta da minha imaginação.

Em um episódio, Carl Sagan conta a vida difícil de Johannes Kepler, sempre fugindo da estupidez cristã, de sua mitologia babuína e sociopática. Eu penso que já foram tantos os homens e mulheres de gênio como ele, que deram enorme contribuição para o avanço da humanidade, e que, em suas vidas, comeram o pão que o diabo cristão [ou mitológico] amassou...

No último episódio, Sagan homenageia Hipátia de Alexandria, primeira mulher a ser considerada matemática [ao menos no mundo ocidental] e responsável por um trabalho numeroso dedicado à ciência, à filosofia, enfim, ao conhecimento. Sua morte foi um crime contra toda a humanidade, e claro, perpetrada por esses babuínos de ''bem''.

A voz dublada do Sagan me acalma. Seu convite às galáxias e às estrelas é cortês e fascinante. Comparo a sua perspectiva de espaço/tempo, Nova Iorque, no início dos anos 80, com os nossos dias cada vez mais obscuros, com esses mesmos exércitos de malucos e malignos, agora, se apossando do planeta azul, querendo explorar e destruir tudo, apenas para encher seus bolsos com essa ilusão que não compra a alma. Nossos heróis...?? Bondosos demais, especialmente com quem não merece compaixão.. temo pelo futuro, não apenas o meu. O que será do Brasil, que parece estar caminhando para o precipício?? Os ânimos continuam aflorando. A Terra virou um grande ringue para que os testosterônicos possam medir suas forças e inseguranças. Cientistas conseguirão avanços esperados. Mas, poderiam ser muito mais significativos. Sem falar dos mesmos problemas tóxicos, disfarçados de cientistas, que realizam experimentos ''anti-éticos'' [eufemismo]. O pensamento crítico não perdoa nem o velho sonho da humanidade de conquistar as estrelas, por causa da perpetuação dessas ervas daninhas que enfraquecem a árvore humana, desde a civilização.

Imaginem se o ser humano consegue pousar uma nave tripulada em outro planeta, enquanto o mundo continua a ser destruído??

 Falência ambiental, obscurantismos ideológicos de ambos os lados, dominando e brigando pela hegemonia, e disso uma série de outros problemas sérios, como o emburrecimento da população...

Imaginem o nível de dissonância que deve ser o teor da mensagem criada pela Nasa para buscar  contato com possíveis civilizações extraterrestres, e a realidade humana e terráquea??

Mensagem:

'' Olá, amigos! 'Somos' uma civilização tecnológica, pacífica e racional''
 
Realidade:

zzzzzzzz

Sem o domínio praticamente absoluto de ideologias de direita, por séculos a fio..

Já teríamos carros voadores movidos a energia limpa;

.. cura para a maioria das doenças incluindo cânceres;

... aprendido a lidar harmônica e respeitosamente com o meio ambiente;

Não mais haveria miséria, fome e guerras idiota$$;

Nem mais preconceitos ou  fanatismos tolos;

Nem mais parasitas e predadores humanos..

..ou sofrimentos desnecessários;

Nem mais exploração do trabalho ou superprodução de mercadorias apenas para que uma minoria se beneficie imensamente..

Mas...

E,  para complicar só um pouquinho, a estupidez primitiva do conservadorismo não trabalha sozinha porque [no ocidente] a esquerda jacobina tem mostrado sua incompetência em conseguir cortar esta erva daninha sem se colocar em seu lugar...

Vendo os direitistas sempre se esforçando para defender retrocessos de direitos e conquistas nas sociedades, séculos e mais séculos, protagonizando a história agonizante da espécie humana, como os vilões (não-medievais), não tem como concluir outra coisa a não ser que são o principal atraso no avanço da humanidade em direção a um horizonte de ponderação, harmonia, conhecimento, enfim, de sabedoria.

Sem todos esses séculos de sinos de igrejas oprimindo as vozes racionais humanas, talvez já "teríamos" avançado muito. Sem o capitalismo idiocrático se colocando como necessário para a ciência... Sem seres humanos com níveis primitivos de consciência brigando entre si, levando países inteiros para ditaduras estúpidas e guerras... É repetitivo mas extremamente verdadeiro e necessário dizer isso.. Esse é o papel fundamental do verdadeiro filósofo. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Fatos, justiça social e sabedoria

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Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/deflagrada-ha-100-anos-revolucao-russa-tambem-mudou-o-brasil/ARQUIVO_S_01_____01C.jpg/@@images/image/imagem_materia

Fatos, justiça social e sabedoria

Era uma vez um país extremamente desigual, um resquício feudal de dimensões continentais, onde o Ocidente e o Oriente se encontram e se confundem, em que um grupo crescente de pessoas passou a acumular fatos justamente sobre as injustiças que estavam a ser cometidas pelas elites em relação ao povo. Abraçaram uma ideologia formada a partir de ideais de sabedoria, ancorados pela revolução francesa (antes de se transformar em carnificina). Jovens com oratória enérgica, carismática e genial, apareceram. De um movimento de intelectuais, artistas, da juventude letrada, chegando às fábricas e campos. O povo não aguentava mais tanta exploração. Ver uma minoria extremamente rica, egoísta, enfim, parasitária, agir com tanto desprezo e crueldade. Estourou a revolta dos oprimidos, dos injustiçados. A velha elite, de tradição conservadora e feudalismo monárquico, caiu. Nem as filhas adolescentes da família real foram poupadas. Nem o caçula hemofílico. Levantou-se a promessa de um governo composto por gente comum, de ser o próprio povo. Novos desdobramentos. E, ao invés de um horizonte democrático, igualitário, o que se percebeu foram nuvens grossas, de chumbo, tirania, ódio, perpetrados justamente por aqueles que juraram acabar com esse ciclo. Um mito tomou o lugar do outro, e o mesmo direito divino. Uma nova monarquia, disfarçada de povo, de consenso democrático. Aqueles que se opuseram à nova ordem e que haviam segurado as mesmas bandeiras também não escaparam do desejo implacável de sangue de um torturador tirano, de um homem tóxico. Aliás, a masculinidade tóxica sempre esteve presente por aquelas terras longínquas. O ar que se respira por lá, já convida ao desequilíbrio da mente masculina. Melhorias ao povo se sucederam. Sem precedentes na história daquele país. Agora, uma união de várias repúblicas engolidas pela hegemonia de uma mãe super "protetora". Mas, sem democracia, sem a voz do povo, sendo tratado como o mesmo "gado", de quando eram súditos miseráveis de príncipes bem vestidos. Falam de atrocidades, de gulags e Holodomor. Veio a segunda guerra mundial, a segunda comprovação massiva de irracionalidade, da raça que tinha o  mundo como uma taça em suas mãos brancas, com veias azuladas. Falam de soldados, antes, meros camponeses, empurrados pra morte certa, visando conter a todo custo, outro desabrochar da rosa destrutiva da masculinidade tóxica. Se reconstruiu, depois da "estoica' vitória, sem plano Marshall. O demônio morreu. O país ficou um pouco menos tirano, ainda um enorme engodo. A chantagem de, ajudar e esperar como resposta ou gratidão o silêncio. Mandou uma cachorrinha morrer no espaço, enquanto comemoravam. Quem liga?? Senhoras de meia idade, "bichas sensíveis" como eu. Saiu à frente do colosso capitalista, do outro lado do Atlântico. Eu poderia continuar até à perestroika e à glasnost e depois ao fim da URSS, e ao começo de uma nova e velha Rússia, do mesmo tormento, que também nos afeta aqui no sul do mundo, os mesmos homens tóxicos, suas autoconsciências mudas, suas bonecas infláveis ou mulheres que louvam o pior do ser humano.

Este é um exemplo de, apesar de minha instintiva incapacidade de escrever, científica ou academicamente, apenas seguir fatos, já ser o suficiente para concluir que a justiça e a injustiça social não são exclusividades de um lado, mesmo sabendo que um deles sempre defende os mais privilegiados. E de mostrar como que a sabedoria se alinha perfeitamente com a exposição apenas factual dos eventos históricos, sem nenhum teor ideológico...

sábado, 9 de novembro de 2019

E se Lênin tiver sido um sociopata?? E um complemento: binarismo versus múltiplas perspectivas

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E se Lênin tiver sido um sociopata?? E um complemento: binarismo versus múltiplas perspectivas

Todo mal caráter tem um transtorno mental?? Todo aquele com transtorno mental é mal caráter??

Pois parece que é isso que está sugerindo o novo filme russo sobre Vladimir Lênin. Que o famoso líder russo/soviético, ao contrário de sua imagem mitológica, não foi um incansável humanista que lutou por um mundo melhor a partir dos desdobramentos da revolução russa que ele mesmo organizou. Que foi um "doente mental"... e que, talvez, sua doença tenha resultado em seus atos de barbarismo,... em seu idealismo e consequente ou suposto abraço à ideologia comunista.

A ideologia comunista é o resultado de trabalhos de análise científica e filosófica sobre as estruturas sociais e econômicas do século XIX, em que concluiu o que deveria ser óbvio para todo mundo: a existência de desigualdades sociais profundas, suas injustiças cruéis, o papel basilar do capitalismo dentre outras ideologias conservadoras em seu fomento, e seu caráter essencialmente parasita.

Será que, observar que o patrão contrata o empregado, lhe paga muito menos do que ele ganhará com o seu negócio, concluindo que se consiste numa relação parasita (mesmo se involuntariamente), é sintoma de alguma "doença mental'??

Pra piorar, é um problema comum das esquerdas, essa necessidade irresistível de ter referências concretas de países, eventos históricos ou nomes famosos que expressem os seus ideais, mesmo que muito aquém, do tipo, tratar Cuba como um exemplo de país comunista, elevando-a acima de qualquer crítica sensata, sempre passando pano para os seus "erros" históricos e estruturais que resultam em sua condição de ditadura militar (tipicamente autoritária) de esquerda.

"Se não tem tu, vai tu mesmo"

E se Lênin, Guevara (o Stálin com certeza) e Marx realmente foram pessoas ou figuras de caráter mais duvidoso?? Se cometeram crimes injustificáveis [contra civis inocentes, diga-se], ainda assim, isso não significa que reconhecer as ideologias conservadoras como armadilhas de parasitas para o rebanho, seja um equívoco. Taí um exemplo de como aprender a diferenciar um pensamento simplório, destituído de rigor quanto aos fatos, e de aprender a reconhecer suas nuances ou complexidades, especialmente neste caso.

De

"Lênin era um sociopata. Logo, o comunismo ou suas observações factuais e idealistas, sobre a sociedade europeia do século XIX, estão sumariamente erradas ou, o capitalismo e o conservadorismo são ideologias absolutamente corretas"
??

Para

"Se Lênin foi um sociopata e/ou mandante direto de crimes contra 'inocentes", no início da ex-URSS, ainda há de se aceitar os fatos corretamente apontados pelos teóricos centrais da ideologia esquerdista, sintetizados por essa frase precisa: o capitalismo é um sistema econômico (e social) parasitário"

A primeira conclusão é apressadamente binária, onde que uma explicação factual e mais complexa é substituída ou encurtada por associações hiperbólicas.

''Se Lênin era mal, então,
comunismo e humanismo maus; capitalismo e conservadorismo bons''

 Parafraseando a famosa frase do livro "A revolução dos bichos":

- Duas patas ruim, quatro patas bom.

O binarismo geralmente se expressa pela ansiedade (ou a preguiça) de se buscar por todos os fatos de dado domínio, resultando na conclusão precipitada, reforçada por preferências subjetivas ou fanatismos do indivíduo.

''Se eu gosto do capitalismo, então eu vou sempre ver ou exagerar o seu lado bom e desprezar sumariamente os seus aspectos mais polêmicos''

No entanto, apenas seguindo os fatos, diga-se, o que era para ser uma ação trivial da mente humana, podemos, inclusive, revalidar o binarismo, sem se consistir numa distorção da realidade, já que, neste caso: o comunismo ideal, aquele que os jovens tchecoslovacos pediram na primavera de Praga e que tiveram como reposta tanques soviéticos em suas ruas, e humanismo (hoje em dia mais conhecido como "direitos humanos"), são melhores que capitalismo e conservadorismo.

Percebam que eu usei o termo ''melhor'' e não o ''certo'', aplicando as minhas concepções sobre eles, que escrevi no texto "Gosto não se discute''.

A priori, o que importa são os fatos, e, geralmente, é inevitável que acabemos concluindo por contraposições, por exemplo "um dia muito  frio é menos agradável que um dia medianamente frio". O problema não são esses binarismos ou conclusões, per si, mas a falta de uma correta análise para se chegar a eles.

Pelas múltiplas perspectivas, pode-se admitir várias conclusões corretas que, no início, podem até se contrapor mutuamente, por exemplo, de também admitir que o comunismo "real" tem sido menos humanitário que o capitalismo, sem se esquecer de sua natureza essencial perniciosa. Pela perspectiva de comparação "comunismo real" x capitalismo, o capitalismo se sai bem melhor. Pela perspectiva de comparação comunismo ideal x capitalismo, mesmo que um exista, por enquanto, apenas em teoria, o capitalismo perde essa disputa. E ainda, pela perspectiva não-comparativa ou apenas descritiva, o capitalismo não precisa de uma ideologia antagônica para se expressar e ser percebido como um sistema parasitário, e sim que o pensador esteja filosoficamente afiado ou compromissado apenas com a sabedoria para concluir por este modo moralmente [factualmente] preciso.

Entre pensar como um minion, forjando e contrapondo hiperbolismos, comprando "blocos" monolíticos de achismos subjetivos, e como um homo sapiens sabendo analisar e se necessário isolar conceitos e práticas, buscando pela justiça em seu raciocínio, dando nomes corretos "aos bois"...

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Dois possíveis insights políticos, ou não... a escolher .. e um plus [ou menos]

Primeiro: o aumento da criminalidade no Brasil foi também provocado, se não absolutamente negligenciado, pelo regime militar, porque justamente durante a ditadura que ocorreu o inchaço urbano/demográfico, e concomitante ''favelização'' das periferias/aumento das desigualdades sociais, e mesmo sem qualquer planejamento familiar que possibilitasse a contenção desta explosão populacional e urbana... O regime militar brasileiro exacerbou o sonho bonito porém irresponsável de Kubistchek [se é assim que se escreve porque eu não sei falar tcheco]. Quando o regime militar acabou o país já se encontrava em maus lençóis sociais e econômicos, culpa de quem* de quem teve poder total durante duas décadas...

Segundo: a revolução industrial FOI a revolução capitalista, em que também ocorreu a expropriação de terras dos trabalhadores rurais [assim como aconteceu com a revolução comunista na ex URSS], começando é claro pela pioneira Inglaterra, com leis que as transferiram para as mãos de latifundiários, empurrando essa população para os centros urbanos, e estas sendo usadas como mão de obra barata, mediante a sua abundância, ociosidade e ''baixa qualidade''. 

Segundo e 1/2: ''Escola sem partido'' ou ''Escola sem ideologia'', mais uma ideia pra lá de idiota dos ''liberais'' brasileiros, uma racinha que, em média, gravita entre o semi-analfabetismo e a completa ignorância quanto à história. Fui a favor do ''Escola sem partido'', mas então eu fui percebendo uma coisa: se tirarmos a ideologia da maioria dos professores, a ''esquerdista'', então será passaremos a ter uma educação totalmente neutra no aspecto ideológico** Com certeza que não, pois tudo o que pensamos, acreditamos, seguimos ou tentamos impor também É ideologia. Ideologia é o estudo e o uso de [certas] ideias. Capitalismo, liberalismo [para ricos] econômico, conservadorismo e religião também são ideologias... Então pensei em um exemplo bem literal do que seria a aplicação da tal ''escola sem partido''

Realidade ou o que aconteceu: africanos foram escravizados por árabes e europeus, sendo que estes segundos os levaram para as Américas, resultando em uma mácula histórica e longa de exploração absolutamente desumana. [interpretação ''esquerdista'', ou, neste caso, mais condizente com a realidade]

Suposta ''neutralidade ideológica'': africanos foram levados por árabes e europeus para trabalharem em suas respectivas destinações, sendo que estes segundos os levaram para as Américas... ;)

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Bolsonários... o lado podre da ''direita''...


''Esse cara precisa ser presidente deste país!! viva a família tradicional e as pessoas de bem!!''

Minha resposta

Então, gays não são pessoas de bem... A democracia é um erro quando a grande maioria das pessoas, direita e esquerda, não sabem raciocinar... não é porque a esquerda é essa histeria ou transtorno mental que a direita vai ser melhor. Na verdade a direita tem milênios de dominação e o que temos*** Pobreza, ódio, séculos e mais séculos de guerras, desprezo pela real inteligência, que é a sabedoria, domínio do capitalismo onde dinheiro vale mais que vidas.. A esquerda é uma reação, absolutamente crua, errada, concordo, mas é uma reação aos desmandos da linda direita, que tem reduzido este lindo e generoso planeta, em cidades industrializadas, trabalho semi-escravo, a mais absoluta ignorância reinando por séculos a fio e condenando gente de bem, de VERDADE, à uma vida de sofrimento desnecessário [escravidão, preconceitos super-generalizados]. A maioria das ''famílias tradicionais'' não parecem pessoas de bem, porque para sê-lo é necessário muito mais idealismo do que o brasileiro médio tem, é preciso sacrifício. Um exemplo REAL de pessoa de BEM, é aquela que, ao invés de rezar, ajuda o outro ou se sacrifica em prol do bem estar alheio mesmo quando não é um parente. A maioria da ''família tradicional'' ajuda quando é parente, quando é filho, se sacrifica por ele, porque se projeta nele, se esquece do resto e é capaz de passar por cima do outro, para que o seu filho possa ser bem sucedido, e em muitos desses casos, casar e manter o legado genético da ''família''. Aquele que tem grandes chances de dizer ''bacon É VIDA'', aqui, tentando ensinar sobre moralidade.


terça-feira, 19 de junho de 2018

Era uma vez, um povo que era sempre a vítima...

Onde quer que fossem eram mal compreendidos, odiados e por fim expulsos. Isso aconteceu durante boa parte de sua história. Então, em um belo dia, quando muitos se convenceram dessa narrativa lacrimosamente vitimista, excessiva e suspeita, alguns resolveram ligar os pontos ao invés de ficarem sentados ouvindo os contadores de estórias, enfim, de buscarem por si mesmos tentar entender isso de perto. E um deles, este sábio louco que vos fala, também fez o papel do menino pobre que aponta para a pele exposta do rei e diz: "ele está nu"

Não faz qualquer sentido racional o papel de santos absolutamente mal compreendidos para este (((povo))), a partir do momento em que esse padrão de ódio e expulsões, supostamente absolutos em irracionalidade, tem se repetido de costa à costa, por tanto tempo. Ainda mais agora quando os seus joguinhos e artimanhas estão ficando cada vez mais explícitos ou visíveis.

Eles não são os únicos que se pintam de seres perfeitos incapazes de cometerem erros porque esta é a regra para a maioria dos povos e culturas humanas, aliás, esta é a regra do comportamento da vida, de uma maneira geral. Mas eles são os que, com base em truques sujos, $$$poder$$$ e "trabalho de equipe", tem buscado empurrar essa versão tola de sua história e por incrível que pareça (ou não) uma proporção grande de pessoas tem caído até com facilidade, talvez porque, como eu já escrevi muitas vezes, estas sejam do tipo cronicamente preguiçoso na hora de pensar e consequentemente de buscar pela veracidade dos fatos.


Lembrem-se sempre de suspeitarem de "pessoas inatamente perfeitas", e não se esqueçam também de povos ou populações humanas que se dizem perfeitinhos...

A maioria nunca foi, tem sempre um podre, e em alguns casos, a podridão pode ser quilométrica... como parece ser este aqui.

Uma explicação complementar para o porquê de muitos caírem nessa versão extremamente suspeita da história deste povo, é que, astutamente, estes tem manipulado essas informações, dotando-as de grande complexidade ou floreamento que obscurecem a simplicidade ilógica subjacente às mesmas, enquanto que bastam os padrões estruturais, primários, para que comecemos a desconfiar dela.. 

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Culpa branca... preta, amarela...

Os conservadores são, em média, aqueles que mais celebram as suas culturas particulares ou modos de vida. E também são aqueles que, em média, quando cometem erros (sempre derivados desta interação fundamental entre o ser humano e a sua cultura, à priore individual), buscam racionaliza-los ou justifica-los, isso quando não passa batido sequer a consciência de autocrítica, sem necessariamente tê-la como subsequência. Claro, eles não são os únicos que agem assim, e os seus algozes ideológicos tem comprovado o quão universal pode ser a imaturidade humana. Mas não restam dúvidas de que sejam essas pessoas menos propensas a reconhecerem e a pedirem desculpas por erros morais já cometidos, diga-se, erros morais atrelados à moralidade universal. Eu também vou falar, ou melhor, reapresentar esse assunto no meu outro blog. Neste novo, com novo nome e nova proposta, se possível, todas as minhas ideias ou linhas de pensamento e também algumas mudanças, por exemplo, sobre os meus conceitos de moralidade objetiva e subjetiva. Decidi aprimora-los, acrescentando a moralidade primária, mantendo a subjetiva e substituindo a objetiva pela universal. 

Os conservadores, assim como a maioria da população, aliás uma redundância, já que eles são a maioria, apresentam essa tendência de ênfase predominante sobre as duas primeiras moralidades. A primária foi a primeira forma de moralidade a ter aparecido entre os humanos, basicamente emulando o comportamento hiper-pragmático de adaptação, muito comum se não característico no meio natural. Os seres humanos tendem a beber dessas moralidades, mas isso acontece tendenciosamente de modo variável, sendo que alguns (ou muitos) acabarão seguindo mais uma que as outras.

 Os mais realistas seriam, então, os mais adeptos da moralidade primária, que pode, com facilidade, se tornar falaciosa, especialmente quando adentra ao naturalismo, que eu preferi chamar de animalismo, a linha de pensamento que defende o comportamento preferencialmente oportunista ou amoral, com base no argumento que o ser humano por ser um "animal", deva se comportar como ''tal''. 

Outro grupo de conservadores se consistem naqueles que usam a religião como meio de ação moral. Eu decidi manter o termo moralidade subjetiva, mas, ao invés de antagoniza-lo à objetiva, diga-se, de modo tortuoso, achei melhor enfatizar pelo conceito mais central da subjetividade, algo que é vivenciado, produzido ou derivado do indivíduo. Bem no início da humanidade, construíamos os nossos valores (morais) com base em nossa conjugação adaptativa ao ambiente. Então, "começamos" a ter curiosidade por questões existenciais, nascendo a religião.  Este processo, muito provavelmente, começou com certa classe de pessoas antes de ter se tornado a regra nas comunidades. Portanto, parece que foram pessoas e grupos reduzidos que passaram a se perguntar e a responder sobre esta realidade que está muito além do alcance do consciência humana. A religião ou crença mitológica foi substituindo em partes a moralidade primária, na maioria das vezes disfarçando-a ou associando-a às suas distorções e incompletudes. Os mandamentos do ambiente foram sendo em partes substituídos pelos mandamentos do homem e para si mesmo. Quase todas as mitologias ou religiões tem fundadores que impõem os seus pontos de vista, daí o caráter subjetivo onipresente à elas. 

Se, quem acha que devemos "agir como animais (não-humanos)" mas que também tem um maior realismo quanto à natureza comportamental humana ou ao menos de suas origens, nós podemos chamar de realistas, aqueles que acreditam em mitologias, diga-se, distorções logicamente cavernosas que são usadas como explicações para as suas fundações e também para a própria realidade, eu achei apropriado denominar de surrealistas. 

Os moralistas primários são tendenciosamente insensíveis, logo eles serão deficientes na hora de buscar pelo melhor julgamento. Os moralistas surrealistas, pelo simples fato de "consultarem oráculos" para julgarem ou tomarem decisões morais (ainda que isso tenha uma base comportamental biológica), estarão não apenas moralmente tendenciosos mas também factualmente equivocados, mesmo que acertem em alguns pontos. Aliás este é o diferencial da moralidade universal sobre as outras já que busca acertar em tudo.

Breve histórico autobiográfico 


Quando eu comecei a me tornar consciente da realidade geopolítica monstruosa que o ocidente está a se afundar (ainda mais) passei a agir como um conservador típico mesmo não sendo um, chegando a ponto de justificar os muitos erros morais que "os" ocidentais tem cometido, e não apenas contra outros povos mas contra eles mesmos.


Acredito que, por causa da pouca idade ou talvez, pelo meu cérebro ainda em desenvolvimento. Então continuei com o processo de amadurecimento moral. Até cheguei a ter uns breves momentos de desvio para o surrealismo, ainda na infância, mas graças a..., eu não cheguei a afundar nessas fantasias absolutamente populares entre humanos.


Tipo de narrativa

Percebam que, quando aceitamos ou internalizamos certa narrativa hiper-coletivista, que reduz indivíduos, circunscritos aos seus espaços e tempos particulares, à peças atemporais e coladas das coletividades étnicas, ideológicas ou etc, a que também pertencem, passamos a encarar qualquer ato cometido por elas como se também fossem nossos, por exemplo, a escravidão de negros africanos por brancos europeus. Sim, eu disse qualquer ato, porque esta coletivização também pode acontecer no caso de realizações moral ou intelectualmente positivas.

Portanto, se ''os'' brancos ou, grupos de brancos [europeus], escravizaram grupos [demograficamente volumosos] de negros [africanos], do século XVI ao XX, e eu sou apenas este garoto, maroto, ''branco' [de 30], nascido no final da década de 80, então eu não tenho, à priore, nada a ver com isso, pois não fui ou não sou o causador literal deste macro-ato monstruoso. 

No entanto, isso ainda não significa que, eu não terei nada a ver com isso, porque ao ser um herdeiro indireto de atos cometidos por outros, dentro do meu nicho ecológico/cultural, então inevitavelmente me verei, de certo modo, associado a tudo isso, e o melhor a fazer, de início, é o de, aceitar esta realidade, mas sem me hiper-associar, como se, de fato, tivesse sido o responsável por toda esta presepada de bem antes do meu nascimento...

Culpar uma coletividade, qualquer coletividade, por atos sem nome = correto.

.. De preferência especificar essa coletividade buscando pelos causadores originais de tal ato, por exemplo, os tipos mais ''anti-sociais'', mais inclinados ao cometimento de atos absolutamente abusivos = MUITO correto.

Culpar indivíduos inocentes mesclando-os à coletividades resumidas = errado.

Agora pela perspectiva do indivíduo envolvido

Se culpar de modo literal por atos que nunca cometeu = errado

Culpar a sua coletividade histórica [uma de suas, diga-se, porque não pertencemos apenas à raças ou povos] por atos, de fato, cometidos = correto.

Buscar por especificidades causadoras de tais atos [o mesmo que a terceira possibilidade]: MUITO correto.


Voltando à conclusão... de sempre

O problema não é o branquelo ter consciência do passado de crimes morais cometidos por suas coletividades (nações, povos, religiões...) mas que apenas ele passe por isso. Aí sim, outra culpa estará sendo negligenciada.


Portanto, a autocrítica histórica por parte das próprias populações humanas é mais do que necessário, se nada mais é do que a manifestação primária da sabedoria, da filosofia em seu cerne. No entanto, impor esta dicotomia de cartas absolutamente marcadas, de opressor e oprimido, justificando tudo aquilo que o segundo faz, em especial se for contra o outro, e pior, colocando no mesmo rótulo de ''opressor'' quem definitivamente não o é, com certeza que funcionará como um conjunto de julgamentos absolutamente contrários aos ditames mais essenciais da filosofia aplicada, 

e é exatamente o que está acontecendo.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O capitalismo "tem dado certo" não por si mesmo necessariamente falando, mas

... por causa de sua natureza consideravelmente basal, que se consistem a permuta e mérito humanos, dentro das comunidades. Ou talvez eu não tivesse de usar outro termo se para mim a ideia de capital-ismo tende a expressar ''excesso de apego ao material/ou materialismo''. 

sábado, 5 de agosto de 2017

Maior memória semântica sobre a autobiográfica ou.. a autobiográfica é sempre maior e o que diferencia é a proporção em relação a mesma + uma firula

O que seria uma pessoa com maior memória semântica sobre a autobiográfica?? Isso existe?

Primeiro eu especulei quanto a proporção  ou distribuição proporcional individual das memórias semântica, (meso) e autobiográfica. 

Agora eu me pergunto, tardiamente talvez, se a memória autobiográfica seja sempre maior que a semântica e que, o que diferencia é a proporção da semântica em relação à auto...

Como saber?

Tentativa de tatear a resposta para essa dúvida por meio de uma breve auto-análise.

Você lembra de cor os números do seu CPF, telefone celular, telefone celular e data de aniversário das pessoas que você conhece?? Você se lembra dos nomes das pessoas que conheceu, e que não mais convive ou que tem pouco convívio?  Você é capaz de lembrar os nomes dos seus primos, especialmente no caso de ter uma família numerosa?. Só pra começar.

Se a resposta for sim para todas essas perguntas então é provável que você tenha uma boa memória autobiográfica ou ao menos em relação a uma de suas dimensões/facetas. 

Eu, por exemplo, não lembro, se nem sequer cheguei a memorizar, as datas de aniversário de todos os membros da minha família direta, bem como de quase todas as pessoas que eu conheço. Eu sei a data de aniversário de uma prima porque se refere à uma tragédia histórica (os atentados de 11/09) e agora pouco ao puxar pela memória eu lembrei da data de aniversário de um amigo/quase colega próximo/e antigo, talvez porque ele é homossexual e faz aniversário no dia 24/08. 

Pelo que já percebi eu sou bom para lembrar dos eventos que se sucederam/e sucedem em minha vida, e com certeza sem ser a um nível hipertimésico, ainda que acredite estar acima da média nesse quesito. No entanto em relação aos fatos autobiográficos interpessoais, isto é, das outras pessoas e em especial os seus dados pessoais, parece que eu não tenho uma boa memória. 

Outra dúvida: dado pessoais psicológicos e/versus técnicos

Eu conheço a personalidade de minha mãe e [quase] "tudo" o que nela está embutido. Mas eu não sei o dia em que ela nasceu.

O que isso significa??

Como eu já falei outras vezes  eu tenho uma mente muito prática e tão lógica que periga de ser racional.


 Logo "eu" ou ela, deduz que, decorar datas de aniversário não é importante, se, por exemplo, a pessoa pode te dizer, te avisar o dia, mesmo se for a senhora-sua-mãe. Agora saber os gostos e desgostos dessa ou daquela pessoa é muito mais importante ou.... esse é o jeitinho todo-especial da minha mente e não há maiores ou melhores explicações para o porquê de ser assim, ainda que, pensar em explicações quanto à sua natureza (de suas facetas) e consequentemente de suas expressões também parece ser válido enquanto um exercício intelectualmente objetivo. 

No mais, faz sentido lógico que, conhecer a personalidade, gostos e desgostos, da pessoa que te colocou no mundo, é muito mais importante do que saber a sua data de nascimento [ainda que seja comum que elas fiquem tristes ou bravas quando lhes dizemos que não sabemos de cor a data de seus aniversários].

Em relação à memória semântica, pra começar, eu tenho um bom vocabulário, como tenho demonstrado em meus textos, que está acima da média, mas muito provavelmente a um nível moderadamente alto. Como explicar: o meu vocabulário não chega ao nível de um gênio literário como Dostoiévski. Mas também parece estar no mesmo nível de um professor universitário, que não dê aulas na faculdade de Letras, é claro. Eu tenho, ainda, uma certa vantagem [mais como uma faca de dois gumes] por ter uma maior criatividade verbal.

A minha memória semântica matemática é razoável à média. Desde o básico como o reconhecimento dos números e saber como fazer contas simples à medianas, até algumas fórmulas matemáticas como a de Baskhara. 


A minha memória semântica se concentra em: Geografia (espaço), História (tempo) e Psicologia (pessoas), ainda que se faça [muito] assimétrica [ou localizada] e comparativamente menor do que em relação a alguém que é excelente a excepcional, especificamente em uma delas. Por exemplo, em História, o meu conhecimento é cristalizadamente superficial ainda que também use do raciocínio lógico para entende-la [até mesmo porque a estória humana tende a ser incrivelmente repetitiva e estúpida].

 História do Brasil: sei o básico. Um professor acadêmico ou um historiador com certeza tem muito mais desenvoltura e conhecimento. Em Geografia os meus conhecimentos se concentram muito mais na parte da humana/Geopolítica do que na física, sem falar da pouco usual memorização das capitais de vários países. Eu tenho um bom conhecimento nessa área a ponto de conseguir reconhecer o continente e mesmo a localidade mais geograficamente precisa de qualquer país e mesmo se for uma cidade, por memória e/ou por raciocínio lógico/dedutivo [por exemplo, o nome de uma cidade, que eu posso associar a um idioma que se assemelha em sonoridade ou estrutura]. Eu gosto muito de Filosofia, mas sinceramente, até agora eu não tive vontade de ir mais a fundo nos trabalhos dos grandes filósofos, preferindo primeiro pensar por mim mesmo. Em Psicologia os meus conhecimentos se ampliaram desde que comecei a "estuda-la", como é o esperado para qualquer pessoa, mesmo em relação às fraquezas. No entanto assim como acontece com as outras disciplinas de estimação ou de fixação, a minha bagagem é tradicionalmente superficial, ainda que o potencial neo-conhecimento que tenho produzido possa compensar de alguma maneira.

Realmente não consegui chegar a uma resposta satisfatoriamente precisa, já que é bem difícil quantificar o tamanho geral e relativo de nossas memórias, especialmente a autobiográfica e talvez menos no caso da semântica [e os testes cognitivos são relativamente bons nessa tarefa]. 

No mais, até então eu estava achando difícil pensar na existência de pessoas com  memória semântica maior do que a autobiográfica. Aí eu notei que existem os hipertimésicos, que são o exato oposto, isto é, apresentam memórias autobiográficas gigantes em valores absolutos, e se forem comparadas com a semântica. Pensando por esse lado, se existem eles, então porquê não aqueles*

Neste caso, os portadores da Síndrome de Savant, sem falar nos portadores de Savantismo, ou do espectro maior da condição, sem a co-expressão de deficiência severa, poderiam ser exemplos opostos da Hipertimésia [em valores relativos: memória semântica versus autobiográfica], por apresentarem memórias semânticas, se não mais prevalentes que a autobiográfica, ao menos, muito significativas. 

Tentando uma auto-análise ''esperta'' eu concluí por agora que eu devo ter uma memória semântica e meso-semântica [características psicológicas das pessoas, por exemplo] ligeiramente maior do que a memória auto-biográfica, ou com diferenças não muito significativas, nem um hipertimésico, nem um savant [ainda que, em ambas, eu me encontre, digamos, hiperativo]. Em termos de tamanho, especialmente a semântica, acho que, de maneira geral, expressa bem o meu nível [relativamente] acima da média [padrão Greenwich =100] de inteligência-QI, ainda que fortemente assimétrica.

Auto-chutômetro

''tamanho'' da[s] memória[s]

muito pequena/quase nulo
pequena
médio-pequena
médio
médio-grande
grande
muito grande

[ hipertimésia =muito grande em memória autobiográfica, se comparada com a semântica; savantismo= muito grande em memória semântica, e/talvez se comparada com a autobiográfica. Potencialmente verdadeiro, no caso da Síndrome de Savant*].

Memória autobiográfica:

intrapessoal [eventos ou] episódica: médio-grande/grande,
intrapessoal técnica [número do telefone, data de aniversário, número do CPF]: pequena

Memória meso-semântica ou meso-autobiográfica:

intrapessoal [características pessoais, minimamente corretas]: grande/muito-grande,
interpessoal [características das outras pessoas]: médio-grande/grande


Memória interpessoal técnica: pequena,
Memória interpessoal [características psicológicas/físicas]: médio-grande,
Memória interpessoal episódica: médio/médio-grande
Memória interpessoal visual: médio-grande

geral:médio-grande [~~~~~~...]


Memória semântica:

Vocabulário/verbal: médio-grande
Matemático: médio-pequena
Científico [física/química/história/geografia/psicologia/biologia]: ~médio

- física = pequena/muito pequeno
- química = [possivelmente] muito pequena
- história = médio-grande
- geografia = grande
- psicologia = médio-grande
- biologia = médio/médio-pequena 

Original: médio-grande/grande

geral: médio-grande [~~~~~~~...]

Memória semântica comparativamente muito grande [em relação à autobiográfica] = possivelmente Savantismo a ''potencialidade não-especificada para o talento''.

Memória semântica ''absolutamente' grande = possivelmente superdotação cristalizada/ QI bem acima da média.

Neo-memória semântica grande a muito grande = possivelmente [superdotação] criativa.

Memória semântica [meso-autobiográfica] em relação à ''espinha dorsal da macro-realidade'':

tamanho e qualidade factual/compreensão factual

Eu= grande/muito grande
- episódica= médio-grande/grande

Os outros= médio-grande/grande
- episódica= médio/médio-grande
- visual= médio-grande

vocabulário= médio-grande
matemática= médio-pequena

 psicologia= médio-grande
Espaço/geografia= grande
Tempo/história= médio-grande

geral: médio-grande

Qualidade/compreensão factual

Eu = grande/muito grande
- episódica = grande

Os outros =grande
- episódica = médio-grande
- visual = médio-grande/grande

vocabulário = médio-grande/grande
matemática = médio/médio-grande

psicologia= grande
Espaço/geografia = grande
Tempo/história = médio-grande/grande

geral: médio-grande





terça-feira, 25 de abril de 2017

Não houve descobrimento, mas invasão... mas também não ocorreu uma colonização, pelo menos em boa parte do antigo ''território colonial europeu''

Até uns anos atrás fomos transtornados por uma vil e indecente verdade: o Brasil e vários outros lugares, não foram descobertos, mas invadidos ''pelos'' europeus. Uma obviedade que até então passava batido em muita gente. 

Ainda que, para os europeus, a invasão das Américas [especialmente], que naquela época sequer tinham esse nome geograficamente unitário, também foi uma descoberta... As duas ''expressões'' estão corretas, a partir do momento em que forem  devidamente bem posicionadas. 

No entanto, aqueles (((esquerdistas))) que vieram com este neo-pensamento sobre as ''grandes navegações [europeias]'', parecem ter se esquecido de continuarem a melhorar o entendimento semântico deste longo e obscuro período da estória humana. E, não surpreendentemente, não é que, quando a questão lhes é ideologicamente sensível eles desprezam o uso da precisão semântica**

Um caso mais do que recomendável para a aplicação da mesma é o uso da palavra ''colonização'' para se referir ao domínio europeu [ou japonês, ou americano, ...] sobre várias regiões do mundo durante todo este período das ''grandes navegações e subsequente colonialismo'', a primeira fase da globalização.

''Os'' europeus realmente colonizaram a África**

Sim, pode-se dizer que ''os'' europeus realmente colonizaram a América do Norte, porque ocorreu uma massiva transferência de pessoas do velho para o novo continente. Colonizar não é apenas tomar posse de um território, mas também povoá-lo e de preferência com as pessoas do grupo invasor. E na maioria das regiões [meridionais] que os europeus tomaram posse  por determinado período, não ocorreu uma massiva transferência de pessoas com o intuito de [re]povoá-las. De fato, o termo colônias de exploração e de povoamento, fazem muito sentido, principalmente quando percebemos que a ideia de colonização ou de expansão real do território, com a posse ou domínio de novos territórios, e posterior colonização/povoamento, de fato, não aconteceu na maioria dessas regiões. A África não foi esbranquiçada com milhões de colonos europeus, apenas algumas partes que foram parcialmente povoadas genuinamente por europeus. Nem a Ásia. No caso das Américas e da Oceania, aí nós vamos ter uma situação um pouco mais diversa, porque, enquanto que, em algumas áreas como a Austrália, a América do Norte e partes da América Central e do Sul, ocorreu o que de fato se pode chamar de ''colonização'', o mesmo não aconteceu totalmente no restante. Portamento podemos ter como veredito final que, o processo de colonização europeia deu-se de maneira parcial nessas regiões citadas acima, e primário no caso da África e da Ásia, porque de fato, houve o domínio administrativo desses territórios, mas não houve a substituição demográfica ou o povoamento dos mesmos com gente de fora.




quinta-feira, 6 de abril de 2017

Tempos ruins fazem homens fortes que constroem a civilização... Tempos bons fazem homens fracos que destroem a civilização... Parece óbvio mas será??

Tempos ruins, mas por que??

Nunca se viveu tanto no ocidente. Nunca o conforto material foi tão grande. Não apenas no epicentro ocidental mas nas periferias do mundo geopolítico o padrão de vida tem dado saltos vertiginosos, nunca antes acontecido. Chegamos a um ponto em que gordas franjas das populações em um número crescente de países estão em plenas condições de prover para a maioria dos seus filhos uma "educação acadêmica". Se o padrão de vida melhora é improvável que a qualidade de vida também não melhorará ainda que tenhamos de ter em mente as diferenças mútuas entre eles

Os tempos bons se consistem em uma acumulação e prática de ideias, teorias e hipóteses [comprovadas ... ou não] de muitas mentes brilhantes de diferentes épocas, desde a eletricidade até alguns pensamentos filosóficos que tem predominado. O fim da supremacia religiosa ou do absolutismo monárquico, pelo menos até agora, também podem ser colocados nessa soma de bem feitorias que tem sido acumuladas. Por outro lado, supostamente, os homens tem se tornado demasiado domesticados, "emasculados",  e tudo aquilo que "a civilização tem conquistado" está sendo ameaçado por essa frouxidão...causada... pelo conforto maximizado.

Mas será??

Existem muitos fatores que não estão sendo levados em conta antes de, de fato, concordarmos com o aforismo do título, de maneira que, ao menos na minha opinião, não se deve culpar o aumento do conforto, que diga-se, desde os primórdios da civilização, já devia ter sido democratizado, como o único responsável pela suposta frouxidão masculina atual. As civilizações começam muito desiguais e pouco antes de sua era dourada de auge, a decadência começa. Dizem alguns que,  cabeça "vazia", oficina do diabo. Mas será mesmo?

O perigo dos eufemismos é que eles geralmente são usados para dar beleza poética e pretensa precisão factual mesmo com as suas poucas, belas e simples palavras. O aforismo acima é um exemplo disso.

Ele nos deixa a entender que a dureza faz "o homem" mais forte, que o conforto tem o efeito oposto e que portanto a dureza é mais desejável que o conforto. 

Partes dessa conclusão fazem sentido lógico, no entanto, novamente, será que "sacrifícios" (eufemismo para algo pior) são sempre necessários??

Sem a exploração extrema dos trabalhadores britânicos no primeiro século de revolução industrial a Grã Bretanha não teria se tornado uma super potência??? Sem séculos de exploração por parte da igreja e das coroas reais a Europa Ocidental não teria alcançado o patamar de civilização avançada?? Novamente, sacrifícios desta magnitude e impacto (invariavelmente destrutivo para muitos se não para a maioria dos indivíduos) são sempre necessários ?? É um mal necessário?? 

Então os "tempos ruins" deste país, que ceifaram as vidas de milhares se não de milhões de pessoas pobres e remediadas (em sua maioria), homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, por acaso tornaram os homens ingleses mais fortes?? 

É verdade quanto a veracidade deste padrão universal exposto no título que parece refletir o ciclo de vida/energia das civilizações, em que, no início nós temos energia masculina fresca e abundante para construir, expandir, invadir e subjugar, e depois, supostamente, as sociedades vão se tornando mais ''caridosas'', e com isso, ao invés da expansão, tem-se uma retração até a consumação final de suas energias.


 Também é verdade que, quando somos criados apenas no conforto podemos nos adaptar facilmente a esta realidade e de nos tornar mais relaxados, e claro que esta tendência é provável que variará de pessoa em pessoa. No entanto não parece ser factual que apenas o conforto que afrouxe os homens nem que os homens modernos estejam assim tão afeminados

Relaxados talvez, mais afeminados, não.



Eu já comentei que por causa de uma cultura mais aberta (mas não em relação a tudo) aquilo que era mantido na surdina, na época de predominância cultural conservadora, se tornou muito mais exposto e portanto conhecido. Não é que hoje em dia tem mais homossexuais por causa do maior conforto que supostamente emascula causalmente os homens. Primeiro que, eu duvido que a proporção de homossexuais tenha aumentado muito, segundo que, eu acho que foi a "herdabilidade" ;) ou a expressão fenotípica em relação à paisagem genotípica da não-heterossexualidade exclusiva que aumentou. O que antes era abertamente condenado, menos experimentado e se feito, apenas em guetos culturais, hoje em dia, tem sido, por segundas intenções, celebrado ou ao menos tolerado e expandido para uma maior população. A proporção de não- heterossexuais assumidos ou apenas discretamente engajados de hoje em dia, e em comparação aos tempos dos nossos bisavós e avós, é equivalente à proporção de canhotos que na atualidade tem beirado os 10% nas populações ocidentais, e que na época do predomínio cultural do cristianismo/conservadorismo, era muito menor, porque os canhotos eram forçados a aprender a escrever com a mão direita.

É verdade que devemos ensinar aos outros que o conforto não brota do nada e que muitas vezes ele precisa ser conquistado e mantido. Mas também é verdade que a conquista deste esforço não precisa se dar com base na exploração do trabalho e subsequente redução significativa da qualidade de vida, para uma importante parcela da população, e claro, pra nós mesmos. Portanto sacrifícios além do BOM SENSO quase nunca são necessários em especial quando temos em mente que existem outras maneiras de se alcançar o mesmo objetivo. 

Geralmente e desgraçadamente falando, as civilizações tem se principiado com base na exploração extrema daqueles que são das classes sociais mais baixas mas também de todos aqueles que não apresentam posses que os fariam mais iguais em termos materiais às elites. Tempos ruins testam os limites de resistência psicológica e física das populações especialmente as que estão mais socialmente vulneráveis.


 Culpar o homem comum por não estar se organizando e lutando contra o declínio da "$ua" civilização é como o pastor culpar as ovelhas por não estarem se organizando por si mesmas para se defenderem contra raposas à espreita


Ganância, expansionismos e ignorância matam impérios e não o conforto

Os impérios são como mega-empresas comunitárias que servem única e exclusivamente para aumentar e perpetuar o poder das classes dominantes. Eles começam como negócios familiares até se transformarem em multinacionais. A ignorância filosófica leva à ganância que leva ao imperialismo diplomaticamente analfabeto que leva à expansão das fronteiras com base em pilhagens e guerras e por fim a aculturação daqueles que vão sendo conquistados, claro, depois de terem sido muito explorados. 


O homem neurotípico e heterossexual continua com os seus interesses específicos sem grande importância para o melhoramento da sociedade, no sentido intelectual, isto é, ele dedica boa parte dos seus neurônios à obsessões por carros, mulheres e esportes coletivos. Porque hoje, ou a partir da decadência da civilização que (((não é tão espontânea))) assim como muitos pensam, nós temos uma maior e melhor nitidez quanto à diversidade comportamental e portanto sexual do homem, tem-se criado esta visão deturpada de que algumas das vitórias mais valorosas da civilização, por exemplo, o conforto e uma maior racionalidade [com a secularização], quase sempre envoltas em um mar de sangue e estupidez, sejam os principais culpados por sua decadência. 

Tal como um fogo selvagem que vai encontrando capim seco para queimar a civilização vai encontrando oportunidades cada vez mais megalomaníacas ou superlativas de exploração com o intuito primordial de perpetuidade no poder e de expansão da riqueza de suas elites e a mesma energia monstruosa que a construiu a destruirá, algumas vezes de maneira mais espontânea, outras vezes de maneira bem mais (((calculada))) como a decadência atual. O ocidente, tal como uma cobra, está tentando trocar de pele.

São as elites que governam e que mandam, portanto, a ideia de que são os homens comuns que hoje em dia não estão ''tão fortes ou másculos'' como em outras etapas da civilização, e que este fator é o principal responsável por sua decadência, é apenas tolice. Se não são eles que governam então não podem ser totalmente culpados e sim aqueles que de fato o fazem, as elites. 

É verdade que ambientes ruins aumentam a pressão seletiva podendo resultar em maior robustez biológica de uma certa população. Mas isso não significa que a mesma regra possa ser aplicada em macro-sociedades como são as civilizações e os impérios, porque nas mesmas são aqueles que governam que de fato ditam as regras do jogo.

O verdadeiro altruísmo tem sido usado como chantagem emocional com o intuito de preparar a civilização [ocidental] para a colonização reversa, das colônias para as metrópoles, e mesmo no caso de países sem histórico de colonialismo como a Suécia, por exemplo. Ao menos em relação à civilização ocidental, tudo tem sido bem (((planejado))), com requinte de detalhes.

Ao começarmos a desbaratar essas associações precipitadas, e parar de confundir correlação com causalidade, vamos então percebendo que as causas para as quedas das civilizações estão em si mesmas, em suas estruturas brutais, em suas energias mais fortes e obscuras, a ganância, o desejo de poder, de supremacia, e não no conforto ou em uma maior sinceridade cultural em relação à diversidade humana [e não-humana] de comportamentos. Foi a ganância, a sede de poder e de controle que forjou o Império Romano, e que também o destruiu.