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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Entre domésticos e "selvagens": Por que as pessoas de classe média e em especial média alta são tão passivas e mesmo indiferentes, em média, em relação ao que acontece fora de seus condomínios?

A evolução humana tem se dado com base na "auto"-domesticação. Para cooperar em sociedades grandes ou complexas é necessário apresentar maior auto-controle assim como também maior conformidade e neste caso nós até poderíamos denominar de "outro-controle", quando a influência dos outros é internalizada e em especial quando se refere à autoridades ou "hierarquicamente dominantes". 

Como resultado nós ate poderíamos dizer que boa parte de nossas psico-cognições ou inteligências tem sido selecionadas com base na domesticação e que nós somos os seus produtos acabados ou quase acabados. Uma espécie de "domestication  confound" [similar ao ''genetics confounding'', quando uma espécie confunde um fator 'genético' com um fator 'ambiental', por exemplo, quando diz que 'jogar vídeo game aumenta o QI']. No mais, a Priore, a domesticação não é tão ruim assim desde que se faça com base em constante se não onipresente respeito mútuo. Eis o problema. Podemos notar que os animais mais domesticados tendem a ser também os mais sem defesas. Maior é a domesticação maior é a dependência, maior é a fragilidade. 

Estamos em níveis diferentes e para diferentes aspectos mais ou menos domesticados. Alguns mais outros menos. A domesticação geralmente caracteriza-se por um processo de seleção potencialmente progressiva de traços juvenis ainda que a função principal seja a de docilização do comportamento com ou sem retenção juvenil dos traços físicos. Diferentes classes sociais parecem representar diferentes padrões seletivos em que as classes mais baixas selecionam aqueles que são melhores para sobreviver a curto prazo, assim como também, ocorre em paralelo, processos seletivos de natureza sexual e os de natureza antropomórfica. Força ou resistência (a curto prazo), beleza ou "inteligência'. Se tivesse que chutar a proporção para cada tipo de "enfatizador seletivo" eu o faria da seguinte maneira:

Classes sociais mais baixas 

Predomínio dos enfatizadores (sub-autoconscientes) para a seleção natural e para a seleção sexual.

Classes sociais médias

Padrão parecido com as classes sociais mais baixas mas maior presença de enfatizadores para a seleção antropomórfica (maior "inteligência"*) 

Classes sociais mais altas 

Padrão parecido com as classes sociais mais baixas só que "de alto funcionamento". Ainda assim, proporção possivelmente parecido de "antropomórficos".

Antropomorfia = parecido com domesticação

Os enfatizadores "naturais" [mais puramente falando] são mais propensos a cometer crimes do que os outros dois. Os enfatizadores "antropomórficos" seriam os mais pacíficos, em média. Tal como produtos mais comuns das civilizações eles tendem a se consistir na evolução humana a partir de um cenário de "civilização" ou de domesticação mas também de uma maneira evolutivamente geral, por serem tal como uma espécie de "homem sem 'natureza' ". No entanto por nascerem fracos na capacidade de compreender o funcionamento habitual dos espécimes mais antigos acabam se tornando presas fáceis para a predação por parte dos tipos mais virulentos dos dois. O tipo natural é o que pensa mais parecido com um ser vivo não-humano. O tipo sexual ainda que também o faça já apresenta um quê de "docilidade civilizatória". Em compensação o antropomórfico parece que pensa como um ser humano predominantemente destituído dessa "persona animália". Uma das possíveis explicações seria a combinação de um relaxamento seletivo para os tipos mais comuns e antigos mais o aumento da inteligência/complexidade humana. Na verdade a civilização não apenas tende a selecionar os mais dóceis exatamente como um processo de domesticação mais longo e aleatório, só que feito em humanos, mas também tende a buscar eliminar os outros dois tipos. O relaxamento seletivo promove o  aumento da diversidade fenotípica que inevitavelmente caminha para a diversidade sexual e comportamental, resultando no aumento da antropomorfia. 

O antropomórfico de fato pensa como se o ser humano não fosse como outro animal "qualquer", porque ele basicamente só está refletindo a si mesmo, um ser que não se vê como um animal. Este longo espectro de disfunções sexuais que muitos fazem parte ainda contribui para que olhem com desdém para a seleção natural (por exemplo, por raça) ou sexual (atratividade, " a beleza está nos olhos de quem vê"). 

Portanto  a incidência desses tipos e também de "mestiços" (por exemplo, antropomórfico misturado com outro tipo de enfatizador) parece ser maior entre as classes médias e altas. Diferenciando o oportunista/partidário do idealista, o segundo é o que será mais propenso a ser um antropomórfico [do tipo puro]. 


Isso pode nos ajudar a entender porque tantas pessoas das classes médias e mesmo das mais abastadas tendem a desprezar quase que sem ser de maneira intencional o que, de fato, acontece na sociedade em que vive, em especial as mazelas.

Ainda que muito próxima ou mesmo um possível e esperado resultado da domesticação em humanos, a antropomorfia só se fará completa quando houver uma ''reversão significativa'' dos ''valores evolutivos'' ou ''naturais'.

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