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sábado, 17 de junho de 2017

O aumento [idealmente falando] da autoconsciência pode: aumentar o comportamento sexual fluido [com ênfase na bissexualidade] mas pode reduzir o desejo pelo sexo anal

Eu estou escrevendo uma estória [que pretende ser] futurista, de ''fricção científica'', e espero terminá-la quem sabe um dia, nublado se possível, e com um sol tímido combinando-lhe com perfeição. No mais, neste livro eu estou trabalhando com possíveis mudanças no comportamento humano acaso a autoconsciência e desejosamente a racionalidade se tornarem predominantes, isto é, em larga escala social. 

Em algumas sociedades o comportamento [ou certos comportamentos], ao menos em suas versões mais orientalmente tradicionais, não tem sido enfatizado em relação à identidade daquele que o pratica. Então ao invés de ''ser'' algo, você ''não o é'', porque o pratica. Enfim, meio confuso e potencialmente equivocado, tanto do lado ''pós-moderno'' que enfatiza as identidades, especialmente as mais qualitativamente polêmicas, quanto deste lado ''meio oriental'', que parece negar a identidade rente à expressão comportamental. 

De fato é certo dizer que, quem age de certo jeito, deste jeito [também o] será. Tal como eu tenho esboçado, nós somos entidades que se consistem na soma de todas as nossas facetas ou identidades. E somos formas que se expressam por meio do comportamento, isto é, refletindo ou projetando aquilo que temos ''por dentro'', como intrínseco, para fora, tornando-o[s] extrínseco[s].

 O ''jeitinho oriental'' de descrever ''forma/indivíduo e expressão/comportamento'' parece ainda mais equivocado do que o ''jeitinho ocidental'', que reforça a identidade ou a forma, porque se eu ajo de um jeito, então indubitavelmente eu assim o serei, ao menos em relação a essa perspectiva [ou mesmo num dado momento, por exemplo, quando se está alcoolizado]. A ideia ''oriental'' de descontinuidade ou de-subsequência da forma em relação à expressão parece-me errada pelo simples fato de não ser possível, em condições naturais, de não ser aquilo que se faz [se eu entendi bem o que li].

O comportamento sexual é o principal exemplo quanto a essas diferenças de interpretação. Por exemplo, no [moderno] ''ocidente'', o indivíduo que mantém relações íntimas com alguém do mesmo sexo é identificado como ''homossexual'' ou ao menos como ''não-heterossexual''.. No [velho] ''oriente'', o indivíduo que mantém relações íntimas com alguém do mesmo sexo, necessariamente não é identificado como ''homossexual'', mas como alguém que pratica este tipo de comportamento, isto é, é enfatizado a ação e não o sujeito que a pratica.

Voltando à proposta do texto.

O que te impede de ser mais carinhoso com o seu amigo, de preferência do mesmo sexo [sem necessariamente chegar aos ''finalmente'']*

Primeiro, questões hormonais, de maneira que, quanto mais ''masculino'' se está, mais propenso será para rejeitar maiores aproximações físicas com o mesmo sexo [claro que de acordo com a macro-conjuntura humana em termos de distribuição e expressão de certos comportamentos entre os sexos].

Segundo, inculcação cultural/moralidade subjetiva

e Terceiro, medo da reação alheia.

Eu acredito que com um possível advento da hegemonização do perfil racional de pensamento e comportamento entre os seres humanos, obviamente que só poderia se dar com base em duas vias de propagação: germinativa e cultural, a fluidez ou liquidez do comportamento sexual se tornará mais endêmica, mesmo talvez a nível epidêmico dependendo da macro-conjuntura sexual/biológica da população ou grupo. E por que*

Porque os nossos instintos naturais + os nossos instintos [subconscientemente] treinados [os instintos naturais aculturados] nos impedem de pensar de maneira mais racional sobre os nossos próprios pensamentos [metacognição] e ações e também por nos tomar uma visão mais existencial ou profunda/real[realista] sobre a vida, de modo que, evitamos maior contato físico com amigos do mesmo sexo [mesmo sem ter maiores intenções], porque:

- somos predominantemente repelíveis a nível diverso de expressão;

- tememos pela reação alheia [empatia parcial];

- somos inculcados culturalmente a rejeitar qualquer tipo de aproximação mais íntima ou carinhosa com os nossos amigos do mesmo sexo.

Uma mente mais racional ou factualmente analítica e balanceada se questionará o porquê de não ser mais carinhoso com o amigo, mesmo ou talvez a ponto de resultar em um enlace mais ''caliente''. O que nos impede de fazê-lo é, como eu já falei, além de fatores genéticos mais arraigados, também o medo da reação alheia e a inculcação ou instinto culturalizado, de que tal atitude é equivocada. As razões sempre escasseiam ou derivam de bases vagas. Por exemplo o pseudo, proto ou hipo-argumento: ''eu não faço carinho físico no meu colega porque isso não é coisa de homem''.

Em um cenário ou mente preponderantemente racional, este tipo de justificativa não fará mais sentido por uma série de outras razões falarão mais alto e claro, como os exemplos abaixo:

- fazer carinho é bom;

- isso não te faz menos homem, especialmente se tiver predileção pelo sexo oposto, porque também não te fará menos heterossexual;

- a vida, pelo que sabemos, é uma só. Por que evitar tomar uma atitude relativamente segura e positivamente aditiva*;

- você gosta muito do seu amigo;

- você o acha de boa aparência;

...

- você não precisa necessariamente ''chegar aos finalmente...'' com ele.


Portanto sem a moralidade subjetiva nos prevenindo de pensar de maneira mais analítica/profundamente coesa, é especulante se mais pessoas não se sentiriam mais inibidas em aprofundar a sua ''amizade física'' com quem quer seja, e a partir de variados níveis.

A mulher, por ser mais socialmente inteligente, já esboça maior expressão de carinho ou contato físico com as suas amigas do mesmo sexo. Neste cenário proposto é possível que esta tendência se alargaria entre elas. E com um aumento da inteligência emocional masculina também é possível pensar se a fluidez sexual se tornaria predominante ou ao menos bem mais significativa. 

Maior fluidez sexual no comportamento = racional


Menor vontade de praticar sexo anal = racional

Da mesma maneira que os horizontes de escolha particularizados em ações, isto é, fazer aquilo que considera metricamente racional para dado momento, e que necessariamente não significa que determinará totalmente a sua identidade, é especulativamente possível que seriam alargados, outras vias de liberdade ou ''liberdade' individual no comportamento, seguindo a mesma lógica-da-racionalidade, é possível que se fechariam, e um dos exemplos mais interessantes é justamente o da procura por ''sexo anal''. Da mesma maneira que a negação por um compartilhamento de agrados físicos [variados em intensidade] entre amigos, do mesmo sexo [e claro, do sexo oposto também, aqui enfatizei mais este outro lado] não faria mais sentido para uma mente racionalmente pensante, ainda que em paralelo é possível que também aumentaria o espectro de escolhas metricamente corretas de comportamento, o mesmo poderia ser aplicado à procura por sexo anal, que seria identificado como ''potencialmente doloroso'', a priore, pra começar. Percebe-se que escolhas extremadas e constantes praticamente desapareceriam enquanto que haveria um inchaço de escolhas comportamentais justamente no meio do espectro.

Como eu falei no último ''parágrafo', para finalizar este texto, ao invés da generalização do comportamento: o exemplo, ''eu sou homem, por isso que eu não tenho intimidade física com outros homens'', haveria um processo de particularização analítica ou especialização do comportamento, em que, dependendo da situação poderia ou não se dar a tomada de certa atitude, tudo sempre sendo balanceado, analisado... 

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