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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Omniversão ou ambiversão "patológica'??

Eu sou um ''ambivertido intenso'' de nascença? A omniversão existe mesmo? Ou alguns fatores importantes me impedem de ser mais extrovertido?? 

O introvertido [característico, que não está consideravelmente conurbado com outros tipos de expressões comportamentais] sente o mundo de maneira mais intensa que o extrovertido. Eu já comentei que o primeiro sente o mundo de maneira mais correta e portanto mais reciprocamente/possivelmente assimétrica enquanto que o segundo tende a ser mais constante ou generalizado. Em um ambiente cheio o introvertido sente esta densidade demográfica elevada. O mesmo talvez não possa ser dito sobre o extrovertido. Em um ambiente vazio de pessoas e de estímulos o introvertido especialmente o característico, sentirá este vazio. O mesmo talvez não possa ser dito em relação ao extrovertido. Não é que ele não sinta os contrastes. A diferença é que parece sentir [muito] menos. O introvertido parece prestar maior atenção ao ambiente que o extrovertido.

No mais eu estava pensando sobre isso porque desde a um bom tempo que eu achava que era um introvertido e recentemente comecei a me questionar se a minha introversão é realmente mais genética / significativamente característica ou se é mais como o produto [secundário] das circunstâncias extrínsecas e intrínsecas, ou indireta, que alguns chamam de "introversão patológica".

A introversão patológica ou artificial consistiria supostamente em uma introversão causada por fatores secundários como no meu provável caso, gagueira e sexualidade desviante, por exemplo. No entanto parece que ainda não se sabe se a maioria ou se uma fração dos introvertidos apresentariam esta constelação de fatores intrínsecos e extrínsecos que por sua vez seriam os responsáveis por suas maiores inibições ou sensibilidades. Parece que não. Tenho a impressão que mais do que uma ''introversão patológica'', nós na verdade estejamos falando de ''timidez reforçada'', que pode ter um impacto em alguns tipos de ambivertidos* ou mesmo de maior sensibilidade, obviamente em relação ao ambiente.


No mais existem gagos e homossexuais que são extrovertidos. Aliás a maioria dos homossexuais parecem ser bem mais extrovertidos do que introvertidos. E também, no caso dos gagos, pode haver uma correlação entre introversão e a própria condição e acabar resultando naquilo que chamei acima de ''timidez reforçada'' e não unicamente em uma causalidade, da gagueira resultando em uma maior inibição.

Eu pensei então que talvez possa ser mais introvertido também por causa desses fatores, mas como mostrei rapidamente acima, se existem exceções, então a ideia de causalidade pode não ser a mais viável, ao menos para me explicar. Acho que por ter uma mente mais lógica e empática, por me interessar mais por pessoas, e portanto por ser mais mentalista, e generalizadamente lógico/ou racional, sinto que esses traços que apresento, sejam de fato, dignos de vergonha, em especial a gagueira mas também a homossexualidade, ainda que já sejam assuntos quase totalmente resolvidos pra mim e que eu mesmo, literalmente falando [o meu EU], acredite que, especialmente em relação à segunda, não haja tanto alarde para sentir vergonha, porque falo mais em relação às impressões que os outros tendem a ter. 


Se eu sou mais lógico [a ponto de ser mais racional], a priore, então eu vou identificar a gagueira e a homossexualidade como desordens potencialmente infrutíferas mediante uma perspectiva evolutiva, que só não é mais importante do que a existencial, mas que se relaciona consideravelmente com as nossas auto-percepções de ''qualidades' e defeitos.

E se eu sou mais empático, de maneira geral, mas mais para a cognição do que para a afetividade, ainda que também o seja nesta segunda, então eu vou ser mais sensitivo à opinião alheia sobre mim.


Conjugue os dois e vamos ter um aumento de precaução em relação às [outras] pessoas, e mesmo em relação a si mesmo, em como que se comporta durante as interações pessoais. 

No entanto ainda pode ser possível pensar em pessoas que sejam mais ou menos lógicas e gagas, e mesmo assim, mais extrovertidas, denotando possivelmente uma natureza intrínseca e causal para a extroversão, que é causada ''por si mesma'', tal como uma tendência marcante de resposta instintiva, e o mesmo no caso de todo o espectro de sensibilidade ambiental, incluindo portanto ambiversão e introversão.

No mais, alguns dos meus ''traços'' mais marcantes parecem ter aparecido desde a tenra idade por exemplo uma forte tendência ao hiper foco (mais lúdico mas real), sendo que a minha primeira obsessão começou bem cedo [sobre dinossauros] como eu já comentei. A minha grande disposição para o hiper-foco [lúdico] pode ter um efeito em como que me comporto em relação aos outros, me tornando mais interessado nos meus assuntos prediletos ''do momento', do que na socialização. No entanto talvez tenhamos muitas pessoas que também apresentam hiper-foco, de maneira mais intensa, se quase todo mundo é um pouco ou muito focado em alguma coisa, em suas predileções existenciais, só que elas conseguem conciliá-lo até de maneira natural com a socialização. Portanto culpar o hiper-foco de maneira generalizada por uma tendência para a hipo-socialização pode não ser o mais correto a ser feito. E no meu caso, os meus assuntos de interesse ainda são ou se tornaram socialmente polêmicos, só pra piorar um pouquinho. Se é com relação às pessoas com as quais nós temos maior intimidade que nós mostramos quem realmente somos, então eu posso dizer que seja mais calmo em algumas dimensões de minha personalidade, em termos interpessoais, e mais consideravelmente em termos intrapessoais, especialmente nos dias de hoje, mais bem humorado e prestativo em meu lar doce lar assim como também com aqueles que estão mais próximos de mim e que merecerem, mas a minha hiper-sensibilidade permanece e talvez revele a minha introversão não-forjada ou ''patológica' assim como também uma perceptividade aguçada. De fato eu estou mais sensível ao ambiente, não a um nível autista, mas estou, talvez ao nível de um introvertido neurotípico. 


Será que desde criança que eu sou assim* Tentando puxar pela memória, alguns rasgos ou frascos do espaço/tempo que vivenciei e que ainda teimam, graças a ''deus', a continuarem dentro da minha cabeça, eu tenho a impressão que desde a tenra idade já apresentava muitos dos níveis expressivos de comportamentos que tenho hoje. Realmente não sei dizer se antes dos meus 7, 8 anos eu era tão introvertido como agora, mas estou quase certo que sempre fui muito perceptivo e como consequência curioso, interessado sobre o meu ambiente, o meu redor. Tenho uma leve impressão, talvez uma falsa memória, de que eu já não gostava de participar de eventos sociais, nomeadamente na escola, antes dos meus oitos anos, ainda que o fizesse. Parece que no início eu ficava ansioso [talvez toda criança fique um pouco* talvez o uso da palavra ''toda'' não faça sentido neste contexto] e mesmo chegava a pensar em refugar, mas acabava participando desses eventos [forçados]. Sempre fui mais caseiro, não tinha muitos amigos e parece que não gostava de brincar com muitas crianças, mas sozinho [sinal de independência intrapessoal e maior ''criatividade primitiva' ou lúdica] ou com ''apenas'' uma criança ''de cada vez''. Como 7 anos passam rápido então eu não tive tempo, talvez, para saber como que teria me comportado além desse curto período e no ambiente que predominou em minha primeira infância, que foi bem distinto daquele que passou a predominar a partir deste período e até bem recentemente.

A relação entre maior criatividade [ao menos a do tipo lúdica] e solidão é que enquanto que uma criança regular parece necessitar de outras crianças em sua companhia para brincar, as mais ''precocemente' criativas talvez tendam a ser auto-suficientes para as mesmas tarefas.

Maior autoconsciência e racionalidade??


Então  estou tentando entender se eu sou mais software ou hardware em relação a minha introversão. Parece que um dos traços comuns entre os muito criativos é justamente este contraste interno/ ou maior plasticidade de personalidade. Pode ser necessário novamente diferenciar timidez de introversão e buscar pelo conceito da segunda e claro, aplicando-o ou contextualizando-o. Eu já falei que a timidez mais parece se consistir em uma introversão muito forte e mais direcionada ou sensível para as relações inter-pessoais, mais mentalista. Ainda que, de acordo com a minha re-definição, a timidez se consista em um tipo e/ou nível de introversão, a mesma, em sua manifestação mais característica e menos modificada por interações de outros ''traços'', seria exatamente aquilo que falei acima, e até de maneira mais neo-simplificada, isto é, em uma maior disposição para prestar atenção ao redor ou ambiente, basicamente uma espécie de maior sensibilidade ambiental, não no sentido de abraçar árvores, mas de ser mais sensível aos seus estímulos, padrões ou detalhes, influenciando na maneira de perceber/e pensar antes de agir, em uma maior frequência. Eu até já especulei se a timidez seria mais uma reação secundária a uma combinação entre introversão/maior sensibilidade ao ambiente e mentalismo, mais circunstâncias ambientais favoráveis a este aperto de vulnerabilidade tornando-se em uma vulnerabilização ou ''vulnerabilidade consumada''.


Se eu não sou um ambivertido ou introvertido patológico, e se talvez possa do alto de meu delírio me auto-denominar como um ''omnivertido'', que ou aquele que comunga com as características de ambos os níveis usualmente opostos em seu espectro comum [sem serem amalgamados como no caso dos ambivertidos comuns], isto é, que estou constantemente motivado ''pelo ambiente'' [e também por mim mesmo, por causa dos meus interesses específicos, e/ou que esteja introspectiva e extrospectivamente estimulado, dando liga à fundação deste canal criativo mais constante ou alerta], tal como um extrovertido, mas que também esteja constantemente absorvido por seus padrões, os que são capturados, tal como um introvertido, e que isso possa se manifestar numa maior sensibilidade perceptiva, então também posso pensar se, uma possível maior autoconsciência, representada por capacidades metacognitivas ou introspectivas mais constantes e progressivamente precisas, não tenha contribuído, desde cedo em vida + circunstâncias ambientais não-favoráveis, só que no início de maneira mais subconsciente, para o estabelecimento de uma personalidade extrínseca menos interpessoalmente receptiva, e não necessariamente em uma ''introversão ou ambiversão patológica''.

Portanto eu não sou um ''introvertido ou ambivertido 'patológico''', que se tornou mais arredio em relação às outras pessoas apenas ou fundamentalmente por razões secundárias, e acho até difícil acreditar que tal conceito exista de fato, especialmente por causa do termo ''patológico''. Os 3 fatores-chave que tem delineado as minhas reações comportamentais de maneira generalizada são: maior sensibilidade e perceptividade ao ambiente; maior racionalidade e maior mentalismo. Antes, quando eu era menos auto-entendido, e reagia de maneira mais instintiva ou irreflexiva, os fatores que predominavam eram: maior sensibilidade [introversão] ao ambiente + maior mentalismo ou interesse/e preocupação pela opinião alheia/por pessoas + ambiente invariavelmente desfavorável, amplificando essas tendências. E sim, pelo fato de ter reconhecido em mim desde cedo, e por razões óbvias, gagueira e sexualidade desviante, contribuiu para me tornar ainda mais arredio, sem sombra de dúvidas, mas não fundaram a minha introversão, talvez a minha timidez. A minha praticidade e/ou falta de necessidade de socialização, também é muito provável que tiveram influência. A partir do momento em que encontrei o caminho da sabedoria principiando pelo auto-conhecimento, este fator adentrou como um re-organizador de minha percepção.

Portanto como conclusão final desta confusão proto-arranjada acima eu não sou um ''pseudo-introvertido'', ou eu acredito que não seja, porque eu sempre apresentei características que se relacionam com a introversão, porque mesmo em um ambiente mais familiar eu as exibo, isto é, sou mais perceptivo, sensível ao ambiente e claro às pessoas ao meu redor, ainda que a própria ideia de introversão ou extroversão precise ser talvez melhor aprofundada. 

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