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domingo, 25 de junho de 2017

A metáfora do poltergeist para explicar a religião e a ideologia







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Nunca consegui assistir todo o filme Poltergeist, especificamente o clássico do inicio dos anos 80, que deu início à franquia. No entanto eu sei que a sinopse do filme se trata de uma típica família americana que se muda para uma casa grande e confortável do subúrbio e que eventos sobrenaturais começam a acontecer dentro dela. A caçula loirinha da família é a primeira e principal vítima ao ser abduzida por fantasmas através da tv da sala. Antes a hipnose depois o rapto.

Eu também acho que quase todos os sistemas de crenças humanos tem esse poder quase sobrenatural de hipnotizar e abduzir pessoas para dentro de suas TVs cheias de fantasmas dentre outros elementos que francamente falando é pouco provável de serem factuais. Entre essa dicotomia fantasia e realidade os sistemas de crenças raptam, depois da hipnose, milhões e milhões de seres humanos que depois de terem sido alvo e também por reportarem fragilidades intelectuais desta natureza, veem-se enfeitiçados por um mágico além-mundo, seja em relação às religiões ou ideologias, e passam a partir de então a considerar crenças como fatos dados e a operar de maneira parcial ou predominante por esse mundo alternativo à realidade bruta, não no sentido sentimental mas concreto. A referência universal que tem como base a realidade é parcial ou predominantemente substituída pela referência alternativa ao mundo real, mas tomada como tal, como o próprio. Se já nascem dentro dessas tvs ou Poltergeists então desde a tenra idade se encontrarão mergulhadas entre fantasmas e um número invariavelmente discutível poderá até mesmo despertar deste pesadelo, dado como única verdade. Outras pessoas podem ser alvejadas tarde em vida mas obtendo o mesmo resultado. 

A realidade bruta é um universo de incertezas que tem como alguma certeza a tocha humana do conhecimento que pouco pode clarear os horizontes e redores enquanto que os sistemas de crenças basicamente iludem milhões a crer que ao invés de serem uma luz fraca em meio à escuridão do desconhecido, são o oposto, que tudo já está esclarecido, visível, se Deus, a principal origem de toda a existência, isto é, a sua própria origem, é conhecido, todo poderoso e ainda nos protege. A ciência e a verdadeira filosofia tem pouco a oferecer além do que já tem em suas mãos. Muitos precisam de muitíssimo mais para se sentirem seguros OU ao menos aptos para cooperar pra certo sistema social.


O homem sábio, anterior ao técnico cientista, sabe que está envolto pela escuridão e que o melhor que tem é a sua tocha de fogo que tem poder limitado de iluminação, e em especial a si mesmo como ''princípio do conhecimento''. O homem tolo crê no oposto, que está envolto pela luz, por já reconhecer a origem, a motivação principal de existir, enquanto que vê a si próprio e especialmente o seu interior como um profundo buraco negro, impenetrável. Segundo ele, vivem monstros, os piores possíveis, dentro de si mesmo, e jamais poderá mergulhar-si temendo se perder pra sempre.

A cultura, a religião ou a ideologia então aparecem como essas bruxas quase idênticas que tem o poder de hipnotizar aquele que tem fraco tato com a realidade, e em especial consigo mesmo, que, por não ter plena consciência ou conhecimento de suas próprias fronteiras, encontra-se-á tomado por seus instintos primários, por sua vontade predominantemente irreflexiva de agir...

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