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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Quem mente mais, direita ou esquerda??/Who lies more, right or left?

 A mentira patológica é um transtorno mental que se caracteriza por uma tendência crônica de mentir ao ponto de acreditar nas próprias mentiras e/ou de apresentar dificuldade para diferenciar o que é mentira do que é verdade. Como de praxe, a psiquiatria tende a considerar como sintomas de mentira patológica apenas as crenças falsas ou delirantes que estão sob o âmbito pessoal do indivíduo. Isso significa que, uma pessoa acreditar com profunda convicção em mentiras de natureza política ou ideológica, por exemplo, não é considerado potencialmente diagnosticável como mentira patológica. Então, se fulano acredita que ficou milionário, sem ter realmente ficado, isso pode ser visto como sintoma do transtorno. Mas se fulano pensar que a sexualidade não é determinada pela biologia, hoje em dia, se tornou uma crença aceitável, no sentido de não ser psiquiatrizável, pelo menos por uma parte da população e mesmo por ditos profissionais das áreas mais relacionadas, como a própria psiquiatria. Porém, se uma doutrinação ideológica tem sido imposta, isso não significa que tenha se tornado verdade só porque se tornou parte das narrativas do governo ou da mídia ou mesmo se a maioria das pessoas acreditam. Pois em relação à pergunta do título, primeiro é preciso destacar que a direita conservadora tem sido historicamente dominante e, durante esse longo período de domínio ideológico e estrutural, a mesma tem se baseado de maneira predominante em distorções factuais, falsas crenças e/ou falácias para se sustentar. Por exemplo, a religião tradicional, essencialmente baseada em afirmações extraordinárias e sem qualquer rastro de evidências extraordinárias: da existência de Deus ou deuses à existência de vida após a morte ou de uma metafísica exclusiva para humanos; e o absolutismo monárquico, também baseado em afirmações extraordinárias, tal como de que aristocratas têm o direito divino de governar, buscando justificá-lo por associação à religião (uma afirmação extraordinária que se baseia em outra afirmação extraordinária). Claro que existem outros exemplos de como a direita tradicional ou o tradicionalismo conservador tem adotado pseudo ciências e pseudo filosofia (sistemas morais baseados em falácias, manipulações de fatos ou verdades...) para justificar, impor e aprofundar o seu poder. Atualmente, a direita conservadora sobrevive especialmente sob a bandeira do capitalismo, que também se baseia ou se justifica primariamente por ficções falaciosas, tal como pela imposição do valor monetário acima do valor da vida. No entanto, desde que as esquerdas marxista e identitária começaram a despontar no cenário acadêmico, cultural e político, que o monopólio do poder, bem como do seu abuso apoiado em mentiras, passou a ser "compartilhado' com as mesmas, mas principalmente com a identitária, e, para os mais sensatos, bem como para os que também se colocam como antagonistas mais naturais às suas ideias, crenças e políticas, geralmente de conservadores descontentes com a "nova ordem", tem se percebido por elas tendências bastante pronunciadas de apego à mentiras, mesmo que obviamente não se baseiem apenas em manipulações ou distorções de fatos e falácias... Pois, por mais mentirosa que a direita conservadora tenha sido ou agido e continue a ser em relação a vários tópicos, ainda tende a se manter fiel à algumas verdades muito básicas, como as diferenças biológicas entre indivíduos e grupos humanos, em oposição à esquerda que, ao já se principiar por ficções humanas, primordialmente a luta pela justiça, tende a mentir ou distorcer mais sobre fatos ou verdades, especialmente os que considera inconvenientes às suas crenças, mesmo alguns dos mais básicos, como o citado: diferenças biológicas e/ou intrínsecas entre indivíduos e grupos humanos, e, por tabela, acaba agindo parecido com a direita tradicional nesse cenário de "poder compartilhado", promovendo e impondo políticas públicas injustas, baseadas nas mentiras em que acredita, mesmo se aparentam ser bem intencionadas, isso quando não age de maneira abertamente opressiva, tal como em cenários de domínio político absoluto, como em países oficialmente socialistas. 


Pathological lying is a mental disorder characterized by a chronic tendency to lie to the point of believing one's own lies and/or having difficulty differentiating between lies and truth. As usual, psychiatry tends to consider only false or delusional beliefs that are within the individual's personal sphere as symptoms of pathological lying. This means that a person who believes with deep conviction in lies of a political or ideological nature, for example, is not considered potentially diagnosable as pathological lying. So, if someone believes that they have become a millionaire, without actually having done so, this can be seen as a symptom of the disorder. However, if someone thinks that sexuality is not determined by biology, nowadays, this has become an acceptable belief, in the sense that it is not subject to psychiatry, at least for a part of the population and even for so-called professionals in the most related areas, such as psychiatry itself. However, if an ideological indoctrination has been imposed, this does not mean that it has become true just because it has become part of the government or media narratives or even if most people believe it. For in relation to the question in the title, it is first necessary to highlight that the conservative right has been historically dominant and, during this long period of ideological and structural dominance, it has predominantly relied on factual distortions, false beliefs and/or fallacies to sustain itself. For example, traditional religion, essentially based on extraordinary claims and without any trace of extraordinary evidence: from the existence of God or gods to the existence of life after death or a metaphysics exclusive to humans; and monarchical absolutism, also based on extraordinary claims, such as that aristocrats have the divine right to rule, seeking to justify it by association with religion (an extraordinary claim that is based on another extraordinary claim). Of course, there are other examples of how the traditional right or conservative traditionalism has adopted pseudosciences and pseudophilosophies (moral systems based on fallacies, manipulations of facts or truths...) to justify, impose and deepen its power. Currently, the conservative right survives especially under the banner of capitalism, which is also based on or justified primarily by fallacious fictions, such as the imposition of monetary value above the value of life. However, since the Marxist and identitarian left began to emerge in the academic, cultural and political scene, the monopoly of power, as well as its abuse supported by lies, began to be "shared" with them, but mainly with the identitarian left, and, for the most sensible, as well as for those who also place themselves as more natural antagonists to their ideas, beliefs and policies, generally conservatives dissatisfied with the "new order", they have been perceived as having quite pronounced tendencies of attachment to lies, even though they are obviously not based only on manipulations or distortions of facts and fallacies... Because, as much of a liar as the conservative right has been or acted and continues to be in relation to various topics, it still tends to remain faithful to some very basic truths, such as the biological differences between individuals and human groups, in opposition to the left that, having already started with human fictions, primarily the fight for justice, tends to lie or distort more about facts or truths, especially the that considers inconvenient to their beliefs, even some of the most basic ones, such as the one mentioned: biological and/or intrinsic differences between individuals and human groups, and, by extension, ends up acting similarly to the traditional right in this scenario of "shared power", promoting and imposing unfair public policies, based on the lies in which they believe, even if they appear to be well-intentioned, that is when they do not act in an openly oppressive manner, such as in scenarios of absolute political dominance, as in officially socialist countries.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Sobre uma dicotomia político-cinematográfica: Blanche (esquerda) versus Stanley (direita) e com muitos "spoilers"

 




Texto originalmente publicado em 22 de janeiro de 2016 em um velho blog e cuja ideia principal irei comentar novamente aqui...



Blanche DuBois é a personagem principal do romance e que também virou filme, Um Bonde chamado Desejo, de Tennesse Williams. Ela é a irmã mais velha de Stella que é casada com Stanley Kowalski, um casal de classe trabalhadora que vive em Nova Orléans. Blanche aparenta ser uma mulher fina, educada e um pouco afetada, enfim, uma dama da alta sociedade. O completo oposto de Stanley, um tipo glutão, bem masculino, cheio de músculos, testosterona e grosseria, típico das classes mais baixas. Stella é a personagem mais equilibrada da trama, uma típica dona de casa, jovem, sensível, preocupada com a irmã que foi morar com ela e emocionalmente dependente de seu marido, Stanley. Aos poucos, a relação entre os três deteriora, chegando ao ponto de ruptura, quando as mentiras de Blanche são descobertas por ele e Stella, grávida, decide se afastar dos dois, ainda mais depois da internação de sua irmã em uma clínica e por não aguentar mais os abusos físicos e psicológicos de Stanley.

Clinicamente falando, Blanche representa um caso de mentira patológica, uma condição psiquiátrica em que o portador apresenta uma necessidade incontrolável de mentir, a ponto de acreditar nas próprias fantasias. Mas ela não é a única desse romance que pode ser diagnosticada com transtorno mental, porque Stanley também se encaixa, particularmente no de personalidade anti social, por causa do seu jeito muito insensível e sádico de ser. 

Então, algum tempo atrás, tive a ideia de associar esses personagens e suas relações, de maneira metafórica, ao espectro político-ideológico vigente no mundo ocidental, em que Blanche representaria certos tipos ou traços comuns à esquerda, tal como um apego à fantasias idealistas (ou irrealismos); Stella representaria o centro, mais silenciosa e coadjuvante, ainda mais em tempos de polarização ideológica, e Stanley certos traços ou tipos de extrema direita, excessivamente sincero e insensível, ao ponto do sadismo. A primeira é mais feminina, artística e intelectualmente inclinada, sensível e mais propensa a mentir para não ofender, especialmente em relação a certos grupos e também sobre si mesma. E o último, o seu oposto, mais masculino, voltado para o mundo físico do que mental e mais propenso a ofender para não mentir (ou dizer a verdade sobre o que pensa e sente), também pelo simples descompromisso de não ser respeitoso com os outros, ainda mais com aqueles que considera inferiores. 

O pseudo e o anti intelectual 

Blanche DuBois, assim como acontece com a esquerda, pretende se passar pelo que não é. Ela, como uma dama da alta sociedade. A esquerda, como detentora absoluta de sabedoria e razão. Ambas, portanto, cairiam numa categoria de anti intelectualismo, de negacionismo da realidade, mas pretendendo não fazê-lo. Já Stanley Kowalski, assim como acontece com a direita, faz questão de ser fiel à própria autenticidade, só que ou por isso fechado para reflexões e críticas. De certa maneira, também acabam negando fatos que não corroboram ou confirmam suas auto imagens. Daí, expressariam um anti intelectualismo, de suspensão do pensamento crítico em prol de suas emoções ou instintos. 

Valendo lembrar que o pseudo intelectualismo é basicamente um anti intelectualismo, só que disfarçado de sofisma.

Como conclusão, ambos(as) negam realidades que não se alinham às suas visões de mundo. Mas, enquanto as primeiras, Blanche e esquerda, pretendem ser ou acham que são o que não são (muito insuficientemente), Stanley e direita fazem questão de serem o que são e apenas isso, desprezando qualquer desvio, independente de sua qualidade ou potencial construtivo. Stella seria a terceira via, ainda que, tal como acontece com o centro no espectro político-ideológico, ela, durante a trama,  tende a ser demasiadamente tolerante com o seu marido e a sua irmã. 

sábado, 15 de julho de 2023

Sobre fanatismo político-ideológico

 I. Fanatismo não é mentalmente saudável 


Em um mundo realmente racional, todos aqueles que estão fanaticamente doutrinados seriam identificados e tratados como portadores de um transtorno, já que claramente se consiste em uma perturbação mental, mais especificamente um desvio ao pensamento mais ponderado ou sensato. Por exemplo, um lulista ou um bolsonarista fanático não seria visto apenas como um indivíduo pleno de suas faculdades racionais que aderiu a um posicionamento ideológico ou político, tal como se faz no mundo real, mas, justamente, como um indivíduo que apresenta uma deterioração* dessas mesmas faculdades por ter aderido a um sistema de crenças de maneira totalmente acrítica ou fanática, tratando-o como a única verdade (e justamente por não ser). 

* Isso se realmente apresenta uma deterioração ou se está apenas refletindo o nível real de suas capacidades racionais.

Mas para que esse procedimento seja implementado, primeiramente a psiquiatria deveria considerar o fanatismo político-ideológico como um transtorno. Porém, a mesma apenas reflete a ordem social e política dominante do seu tempo em que o mesmo só é considerado como tal se associado a um transtorno já definido e se o indivíduo que está a sofrer disso desafiar essa ordem, ao invés de considerá-lo como um transtorno por si mesmo. 

II. O fanatismo ideológico está psiquiatricamente aparentado à mentira patológica

Na verdade, seria até possível de classificá-lo como uma expressão psicótica, do tipo delirante, se todo fanatismo ou fundamentalismo, ideológico-político ou religioso, expressa uma deficiência para pensar e julgar de maneira racional, com imparcialidade e objetividade, que torna o indivíduo afetado muito propenso a acreditar e espalhar mentiras: notícias falsas, falácias... em outras palavras, à mentira patológica e que, nesse caso, ainda tem um fator extra de complicação, o fato de que toda doutrinação ideológica também adota fatos legítimos, pontos de vista superficialmente ponderados e meias-verdades em suas narrativas, considerado fundamental para convencer os que estão mais suscetíveis a endossá-las.  

terça-feira, 13 de junho de 2023

Proposta de expansão do espectro da psicose...

 ... para o vício (especialmente o extremo), a mentira patológica, o fanatismo ideológico e o fundamentalismo religioso (mesmo a própria crença religiosa em si), pois todos compartilham um mesmo sintoma: pensamentos delirantes ou falsas crenças, com a ausência relativa a predominante de alucinações (dependendo do caso).


Eu já comentei sobre essa proposta em outros textos, de categorizar comportamentos em um sentido psiquiátrico sem um viés cultural, político ou ideológico (ou seja, diferente do que tem sido feito). Neste, apenas a expandi para outras condições, além das primeiras que havia pensado, em que se percebe esse fator em comum (inequivocamente). 

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

"Default network" ou rede intrapessoal?? Continuando com a minha...

... pretensiosa tentativa ''quixotiana'' de objetividade da linguagem [algo muito óbvio de se constatar, diga-se].

Recentemente eu vi um estudo em que mostrou que as pessoas com esquizofrenia e parentes próximos exibem hiper-conectividade e hiper-atividade na região do cérebro denominado de "default network" e portanto dificuldade de supressão da mesma], onde é produzido a introspecção, a meta-cognição e também a imaginação. Parece fazer sentido que aqueles que são afetados por distúrbios psicóticos e os seus parentes próximos compartilhem essas características neurofisiológicas claro que em graus variados. Eu, como um parente próximo de um portador de distúrbio psicótico (mentira patológica), acredito que também exiba hiper-atividade (e talvez hiper-conectividade) nessas áreas, se eu sou muito imaginativo, sonhador, e que isso também tenda a ter efeitos mais adversos como as minhas tendências paranoicas. Eu já cheguei a comentar em alguns textos que quando eu estou mais desligado desse estado, digamos, mais intrapessoal, e apenas me foco na interação com o exterior ou redor, a minha paranoia simplesmente desaparece. 


Agora partindo de minha ideia de hiper-objetividade e mesmo minimalismo na linguagem, eu vejo ''mais e mais'' essa tal 'Default Network' como uma "Rede Intrapessoal", ou de pensamentos desta natureza, e que deveríamos ou que poderíamos usar essa re-definição, por causa de seu caráter mais auto-entendível [ou não, e dane-se].

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ainda mais claro pra mim que

eu "tenho" uma versão amalgamada da mentira patológica do meu tio materno como eu já falei algumas vezes. Ou seria melhor, de sua imaginação muito fértil, tal como um fenótipo estendido (paranoia, imaginação, etc). Só que, enquanto que ele não tem controle cognitivo para manter esse mundo imaginário apenas dentro da sua cabeça eu por enquanto tenho e espero sempre ter. De fato eu tenho um impulso para viver parte do meu tempo diário no meu mundo imaginário, com os personagens (a maioria de mulheres) e em seus cenários artificiais, tal como um escritor que vive a sua história, enquanto que o mentiroso patológico vai ainda mais longe nesse tipo de alienação pois pretende transformar o seu paralelismo existencial/intra-pessoal em algo real/compartilhado. Interessante como as três malditas: cultura, ideologia "ou" religião, parecem fazer o mesmo. Este impulso no entanto é controlável, por agora. Já não posso dizer o mesmo quanto ao meu tio e seria bom se mais pessoas além de mim pudessem de fato compreendê-lo via empatia interpessoal benigna total.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Excesso de imaginação: esquizofrenia e mentira patológica


Aquele que sente/percebe padrões onde não há/condição hiper imaginativa "passiva" ou involuntária/ (ação) primária [e em relação à verdade objetiva/concreta/imediata] 


ou mesmo: criatividade patológica involuntária

Daquele que cria padrões onde não há/ condição hiper imaginativa "ativa" ou "voluntária"/ (reação) secundária [e em relação à verdade subjetiva/abstrata/buscada/ampliada]


ou mesmo: criatividade patológica voluntária

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A minha desconexão entre cérebro e mente (eu)

Em 2004 eu entrei para o primeiro ano do ensino médio. Passei a estudar à tarde e a minha turma mudou muito, porque a sala ficou mais cheia, novos alunos, de outras turmas. Então "sem mais nem menos" sempre/a partir de quando eu chegava na escola, uns minutos antes de começarem as aulas, eu começava a suar, de deixar o meu rosto e corpo encharcados. Tanto naquela época e ainda  mais hoje em dia eu percebo que não suava às bicas por nervosismo, porque eu não me sentia nervoso, de início. Claro que no final eu acabava ficando chateado, tímido, porque as pessoas percebiam. Um amigo meu comentou certa vez o quão suado eu estava. Teve um dia que eu comecei a suar tanto que resolvi voltar pra casa e faltar aula. Me lembro do meu nervosismo e por ter trincado uma estátua de "Nossa" Senhora Aparecida mo quarto dos meus pais de tanta raiva que eu fiquei. Aquela velha indagação: Por que eu??? 

Me lembro que um dia eu suei tanto que acharam que a minha pressão tinha caído, ai então me levaram pra secretaria da escola e telefonaram para que o meu pai viesse me buscar. Eu não estava sentindo qualquer mal estar, estava apenas suando muito. O ponto central aqui é que eu não ficava nervoso antes e com isso vinha a sudorese. Era o contrário. E sempre suava, e muito, justamente no momento em que chegava na escola. Parece que o meu cérebro chegou à "certas conclusões" sem ter me avisado, sem eu ser consultado, e acionava algum mecanismo de defesa quando eu chegava na escola, que nem é longe de casa, apenas 15 minutos ou menos de distância. Talvez o fato de ir em pleno meio dia pra escola pudesse ajudar, fracamente, diga-se, para explicar esta situação. Mas se fosse verdade mesmo que a maior temperatura realmente tivesse influenciado neste estado deplorável então eu já deveria começar a suar e muito desde casa, só que não...

Eu puxei este desregulamento das glândulas sudoríparas do meu tio materno que já comentei antes, aquele que é mentiroso patológico. Somos mais paranoicos e socialmente ansiosos do que os demais. Ele também me parece bem criativo. Também percebo em mim, além das similaridades que comentei em textos anteriores, que nós compartilhamos uma tendência de "encanto (frívolo) e posterior ênfase em celebridades". Assim como ele eu também me imagino muito diferente do que sou, claro, em meu mundo paralelo. A diferença entre nós como eu já falei antes é que ele realmente, parece que, confunde os dois mundos trazendo novos problemas pra si enquanto que eu tenho a capacidade ou precaução de saber bem onde que começa e onde que termina o mundo interior que criei pra mim e o mundo exterior, que é na melhor das hipóteses indiferente à minha pessoa.


Da mesma maneira que o meu cérebro também já me pregou outras peças que detalhei, nomeadamente a insônia que foi desencadeada por tiques nervosos que parece que foram/são causados quando eu modifico a expressão do meu rosto ocasionando por sua vez mudanças em seu ordenamento e fazendo, por exemplo ou influencialmente, a minha pálpebra pesar mais, resultando em tiques "nervosos". Escrevi alguns textos sobre essas situações que já vivenciei mas não me lembro o nome deles para que possa deixar os links.

O nosso verdadeiro eu, nosso deus interior, que nos auto-observa, nosso mediador, sempre busca por ideais, enquanto que a outra metade humana vive a si, via consciência primária, a consciência corpo-mental e posterior tomada lógica de comportamentos que respeitem as características desses sistemas . O ser humano também apresenta a consciência primária, que inclusive é significativamente influente em nossos comportamentos. No entanto o despertar da consciência secundária, o Eu, possibilita finalmente ao menos o princípio de um diálogo com o sistema instintivo, bio-especificamente impulsivo. 

É como se a 'perfeição'/equilíbrio do universo vivesse dentro de nós e nos seres vivos mais autoconscientes esta ligação, este pedaço do todo dentro dos organismos, de nós, despertasse e ainda em casos mais raros tomasse parte da dianteira da/de nossas vida(s).


No meu caso eu não sei se é a minha consciência primária, o meu literal EU, que de fato despertou de maneira mais significativa ou se na verdade isto se consista em uma idiossincrasia de minha biologia psico-cognitiva resultando na falsa impressão de que a apreensão de uma desconexão entre as intenções/ações do meu cérebro e da minha mente (de mim mesmo) tenha se dado porque eu sou mais autoconsciente do que a média humana.

Talvez os dois possam ser verdadeiros, de que exiba mesmo uma idiossincrasia de desconexão entre mente e cérebro e de que eu seja mesmo mais autoconsciente do que a média. A reverberação possível e paradigmática desta questão é:

se isto é uma idiossincrasia apenas minha ou de uma pequena parcela da população ou se consiste em um padrão universal  porque pelo que fato de ser mais autoconsciente e prendado no escrutínio dessas particularidades, tenha conseguido perceber com maior afinco do que a média, que aquilo que queremos, e no fundo, quase sempre será com base na idealidade (na perfeição), muitas vezes não será aquilo que os nossos cérebros querem e fazem, por exemplo, um fumante que deseja parar de fumar mas não consegue. 

O eu deste fumante quer parar de fumar pois sabe que isso pode trazer consequências negativas pra sua saúde mas o seu cérebro, viciado pela nicotina deseja continuar com o seu trago cotidiano.

No mais, é isso aí mesmo, de novo: somos reféns de nossos cérebros e os mais autoconscientes, dentro deste estágio intermediário, entre o instinto intuitivo, a domesticação ( amalgamento instintivo) e a razão reflexiva, serão os mais dispostos a se tornarem despertos desta realidade, para alguns ingrata, para outros nem tanto ou mesmo sortuda.

Isso talvez possa nos ajudar a pensar em novos métodos ou intervenções psiquiátricas, buscando isolar o EU 'ou' mente, em relação ao cérebro entre pacientes e não-pacientes, enfim, de ''re''-direcionar idealmente nossa abordagem existencial/filosófica/física em relação a este mundo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A diferença sutil porém consistente entre omitir e mentir

A maioria dos mentirosos patológicos não apenas mentem mas querem que acreditemos em suas estórias tresloucadas. Em compensação quando omitimos o que mais desejamos é justamente o de evitar que os outros se interessem por aquilo que estamos tentando esconder. Eis a maior diferença entre mentir e omitir, uma obviedade muito provável, mas apenas achei interessante falar sobre este assunto.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O que é pensar pela emoção...

Eu já falei que tenho um tio que é mentiroso patológico. Eu já comentei também que ele inventou que tem uma namorada inglesa, linda, rica e famosa e que por acaso esta namorada se chama Gema Aterton. Meu tio é feio, cheira a gambá, é pobre, se veste com roupas velhas e tem um papo que em sua superfície até pode parecer simpático e interessante mas que inevitavelmente terminará revelando o seu espírito megalomaníaco e infantil. Em suma, ele não tem nada que possa cativar uma mulher. No entanto ele inventou, mostrando absoluta falta de autoconhecimento, que conseguiu conquistar uma mulher de qualidades mundanamente excepcionais. 

Uma pessoa predominantemente lógica ao ser exposta à tamanha afronta de coerência: ''um João-ninguém com toda sorte de repelentes anti-femininos embutidos em si, deixando de joelhos uma mulher linda, rica e famosa'', inevitavelmente julgará que tal situação não pode ser verídica. Mas quando temos o fator emoção mal posicionado onde deveria primeiro ter o raciocínio lógico tudo pode acontecer. Inclusive de se acreditar que tais milagres possam acontecer e em especial com um parente seu. Isso tem acontecido com a minha mãe que como típica mulher mesmo depois de muitas evidências, desde as já alardeadas até as subsequentes, como por exemplo quando o meu tio mentiu pra ela que iria viajar e foi pego no flagra, ainda tem alimentado esperanças de que a tal "namorada" aparecerá pra levar o "Zé Bonitinho" pro estrangeiro, lhe tirando a árdua tarefa de continuar tolerando a presença mal cheirosa do seu irmão problemático. Ela ainda acredita

Pensar com a emoção, e claro, em momentos equivocados, costumeiramente nos faz jogar qualquer lógica na lata do lixo mantendo apenas o sentimento pré-histérico predominando e mandando no raciocínio. Logo pode-se divorciar da métrica rigorosa da lógica e acreditar que papai noel existe ou que. mesmo depois de tantas evidências, certos milagres ainda possam acontecer. 

Como eu pendo muito mais pra lógica do que pra emoção, ainda que não o faça de modo (igualmente) desequilibrado, desde quando passei a ter conhecimento desta ''estória'' que o meu farol de desconfiômetro se ascendeu e por incrível que pareça eu ainda fui capaz de acreditar até porque a minha mente não estava plenamente familiarizada com as fotos que o meu tio usava como "provas". Ele também, proto-astutamente, usava outro nome para o seu ''amor verdadeiro''. É aquelas, por mais absurda que certa estória possa ser dependendo de nossa consciência de sua importância, podemos deixar esses furos lógicos passarem batidos e esta parece ser a regra pra maioria das pessoas.


E claro que este problema de lógica também pode ser observado em vários outros aspectos da vida, porque afinal de contas estamos a todo momento sendo expostos a desafios mentais, no mundo real.

Na política por exemplo da mesma maneira que minha mãe tem sido vagarosa para compreender a natureza explicitamente psicopática da esquerda brasileira, ainda que tal atributo se consista em algo mundialmente generalizado, ela também tem sido lenta para perceber o quão mentiroso e até mesmo perigoso pode ser o meu tio problemático.

Quando pensamos com a lógica tendemos a analisar as relações de causa e efeito, de padrões, de coerência ou contradição entre os elementos, primeiro, enquanto que quando pensamos com a emoção, sentimos primeiro, e aquilo que nossos sentimentos ditam predominará sobre aquilo que nosso raciocínio lógico está apontando, tímida e subconscientemente. 

Pra mim é absolutamente alógeno pensar que uma pessoa possa acreditar em tais incoerências ou que não possa perceber certos padrões bem lógicos, bem fáceis de serem capturados, a priore, porque a minha mente é antes de tudo lógica, mas não termina por aí, porque eu também sinto e muito, e como resultado eu também sou capaz de entender o outro lado.

O pensar com emoção pode ser lindo e existencialmente necessário quando feito de modo racional e extremamente bizarro quando se torna predominante ou desequilibrado.

terça-feira, 1 de março de 2016

Vantagem heterozigota: Argumentador nato e o mentiroso patológico??




Os mentirosos patológicos tendem a ser rápidos para elaborar contra-respostas ou argumentos convincentes, complexos e possivelmente corretos. No entanto o mentiroso patológico ou compulsivo se perde completamente (ou não) quando o assunto é sobre a SUA realidade. O seu grande talento de convencimento via agilidade verbal/semântica e inteligência ''emocional' não será acompanhado por uma necessidade de se ser sábio ou harmoniosamente realista.  


A capacidade argumentativa de um mentiroso patológico via lógica intuitiva pode também se manifestar entre os parentes mais próximos, os que compartilharem parte destas características. Da mesma maneira que a esquizofrenia, o transtorno bipolar ou o autismo ''podem ou parecem conferir'' vantagens heterozigotas, isto é, aos parentes mais próximos dos portadores, o mesmo poderia ser pensado para a mentira patológica, principalmente por causa desta lógica do espectro ou da variação de intensidade expressiva intra-familiar.

O meu tio tem uma velocidade argumentativa ou verbal impressionante. Ele também parece estar provido de uma excelente memória verbal e tem olhos afiados para perceber perturbações nos padrões de comportamento das pessoas, algumas vezes de maneira exagerada, que extrapola o bom senso, bem típico de alguém que está na fronteira da loucura. E eu herdei indiretamente parte dessa capacidade ou dessas características. A capacidade argumentativa está intimamente relacionada com a criatividade verbal e indiretamente relacionada com senso de humor, isto é, a capacidade de elaborar rapidamente uma profusão de pensamentos verbalizados seja para ser engraçado ou para tentar convencer os outros de seus pressupostos.


A memória verbal é instrumental, e é costumeiramente acessada por aqueles que a detém em melhor eficácia, para mostrar às outras pessoas as suas próprias contradições, por exemplo, quando dizem algo e desdizem-no algum tempo depois. As pessoas com boa memória verbal são capazes de recobrar essas lembranças e mostrar aos outros os seus erros de lógica de longo prazo.

Uma boa memória verbal também está relacionada com a capacidade de mentir, uma excelente ginástica mental, visto que é muito mais difícil fazê-lo do que de dizer obviedades.

Aqueles que são muito bons para mentir também serão obviamente muito bons para argumentar, mas é claro que dependerá do potencial de cada um e portanto o nível de capacidade cognitiva tenderá a ser um fator muito importante.

Quem pode produzir mentiras muito bem construídas, será mais propenso também a entender a realidade, ao menos bem mais do que os ''sociotipos humanos'' que estão mais prendados para a execução de atividades puramente cognitivas, isto é, destituídas de personalidade e/ou influências psicológicas, a real inteligência humana, o senso de autoconsciência em constante interação com a aparelhagem cognitiva. 

Portanto, sem mais delongas, estou propondo por intermédio deste texto que os parentes de sangue mais próximos dos mentirosos patológicos, serão mais propensos a herdarem vantagens heterozigotas advindas deste compartilhamento genético de variáveis psicológicas extremas. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Heterozigoto para mentira patológica?? Da não série: O legado psicogênico do meu tio materno



O meu tio materno, que é um mentiroso patológico, apresenta uma série de características psicológicas que se assemelham a muitas das minhas, como eu já falei em alguns textos anteriores. E é engraçado perceber que tenhamos muitos assuntos em comum pra conversar. Eu me vejo mais claramente como uma versão amalgamada e mais equilibrada do meu tio. Em outras palavras, aquilo que ele tem de características psicológicas atreladas ao seu transtorno (fobia social e mentira patológica), eu também tenho. Só que essas características estão muito mais evoluídas ou ao "menos" equilibradas em mim. 

Somos dois outsiders, observadores perspicazes do mundo e somos propensos a chegar a conclusões parecidas sobre aquilo que nos causa interesse e ou que nos prende a atenção.

Certa vez o meu tio veio me perguntar o porquê "dos negros serem assim"..

Assim como ele eu também tenho apreço pela qualidade, o que nos torna críticos ácidos em relação a republiqueta em que vivemos. Justamente por isso que o meu tio tem um fascínio por tudo o que é de fora assim como eu, ainda que com o avançar de minha maturidade, tenha me tornado muito menos entusiasmado em relação aos outros países.

O meu tio entende instintivamente como que funciona a realidade, via reconhecimento de padrões e justamente por isso tem demonstrado excelente capacidade de manipulação, ainda que não tenha chegado ao nível de gênio (se não estaríamos em mais apuros). Ele é muito talentoso não restam dúvidas e como sempre acontece com estes tipos o seu Calcanhar de Aquiles é justamente a sua megalomania. 


Como eu já relatei, ele deu pra inventar que tem uma namorada inglesa. Só que se não bastasse ela ser estrangeira, ainda é também uma celebridade internacional. A sua mentira é  espalhafatosa. Se estivesse no lugar dele eu reduziria as "excepcionalidades" de seu "amor verdadeiro" porque a melhor mentira sempre tem um bocado de verdade. Visualmente falando, a sua mentira parece estar muito remotamente correlativa com a verdade. Faria mais sentido se ele tirasse estes "pormenores", isto é, que namora uma estrangeira, linda e atriz de cinema. É neste ponto que a capacidade de convencimento do meu tio começa a definhar e é ai que outros observadores em contato quase que diário com ele começam a desconstruir o seu castelo de devaneios sofisticadamente estruturados.

Meu tio assim como eu está provido de uma grande inteligência emocional e sabe usa-la até muito melhor  porque instintivamente ele entende que o mundo social humano funciona na base da subjetividade e portanto de constantes doses de mentira. As pessoas mais simpáticas conquistam mais corações do que os verdadeiramente empáticos. Como eu já comentei ele é do tipo que entende que elogiar em demasia é uma ótima maneira de se fazer amizades e de estabelecer laços de confiança. Lhe falta umas doses de autismo que estão presentes em mim pra ser mais honesto, sincero e portanto menos querido pelas outras pessoas.


Apesar do meu conhecimento superficial sobre genética eu me atrevo a pensar se não seria mais como um ''heterozigoto'' para a mentira patológica e a fobia social que encontra-se excessiva em meus tios maternos (uma tia que cometeu suicídio alguns anos atrás). 

Talvez não me repita mais neste assunto ( meu tio interessante e muito psicologicamente familiar), por estar sendo muito repetitivo e por ter concluído que não tenha mais o que falar sobre ele.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Tornando útil a propensão a fantasia



"Um país chamado desejo"

Eu já comentei algumas vezes sobre o meu tio materno e sobre ele ser um mentiroso patológico. Falei brevemente sobre as mentiras fantasiosas que ele inventa e que tenta sagazmente forçar minha família e eu, de lambuja, a acreditar. 

Pois bem, esta relativa tendência para inventar, viver, acreditar em fantasias também está presente em mim mas de maneira adaptável, isto é, ao invés de arrumar problemas pra mim, esta disposição se tornou uma aliada para me ajudar a aguentar o mundo absurdamente estupido em que vivo ( em que vivemos).

E uma das maneiras mais interessantes para tornar útil aquilo que poderia ser apenas mais uma dor de cabeça foi a de inventar países em que todas as minhas ideias de mundo perfeito pudessem ser aplicadas. Das muitas obsessões que tenho, esta é com certeza uma das que, também, mais me ajuda a aguentar a vivacidade de minha mente enquanto uma híbrida de associações difusas a la esquizofrenia e apreço estético a detalhes específicos a la autismo. 

Semelhante a utilidade de um saco de pancadas para reduzir a ansiedade, a invenção e construção subsequente que possa dar sustentação a este devaneio controlado parece estar funcionando muito bem enquanto uma maneira de dispersar todas as minhas frustrações especialmente em relação a realidade coletiva produzida pelo ser humano, exponencialmente destrutiva e categoricamente idiota. 

Meu país, uma cidade-estado ao lado de Trinidad e Tobago, perto de Maracaibo, tropical, modernamente reluzente como Cingapura, progressista como San Francisco, filosófica como a Atenas de Sócrates, alegre, artística, sisuda e elegante como a uma tal Paris, salva-me do tédio que a vida propicia a todos os seus navegantes  e ao ódio de vivenciar o predomínio asfixiante da estupidez humana e pouco poder fazer ao menos por agora.  

Tem "males" que vem pra bem. A imaginação e engenhosidade tagarela do meu tio veio-me via hereditariedade indireta, manifestar-se em mim de maneira mais branda, e eu diria, mais controlada também. Como resultado posso colocar as minhas asas imaginárias para socorrer-me primeiramente de mim mesmo, mas com certeza também do mundo ignóbil do qual eu sou forçado a vivenciar.


O que em meu tio resulta em devaneios sofisticadamente construídos, pra mim, em doses mais parcimoniosas, resulta em uma janela de oportunidade para que possa trabalhar com o meu auto-controle.