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quinta-feira, 19 de junho de 2025

On the more "right-wing" interpretation of the fictional romance between Rose and Jack from the film Titanic (1997)

 The original synopsis of the fictional romance in James Cameron's film Titanic (1997) is about Rose, a young Englishwoman from the "elite" and the fiancée of an American industrialist, who falls in love with Jack, a talented but poor artist, during the tragic maiden voyage of the Titanic in April 1912; how she never forgot her love for him, many years after the ship sank and Jack's death. It is a simple but no less impactful love story that has moved and continues to move many people since the film was released. However, in recent years, a more "right-wing" interpretation of this romance has emerged, let's say, in which Rose is characterized as a spoiled young woman from the "elite" who falls in love with an unemployed bum, and is ungrateful because she does not reciprocate the "love" (toxic feeling of possession) of her rich fiancé; who keeps for herself a valuable jewel that she received from her ex-fiancé, and who, instead of donating it to charity, one night, when she returns to the place where the Titanic sank, on the Canadian coast, throws it into the sea. Not to mention the contempt she would feel for the man who lived with her all her life. So, Rose's nonconformity regarding the hypocrisy of the social environment in which she lived is reclassified as a defect and not a virtue of character; her love for Jack as impulsiveness and recklessness; her sentimental attachment to that jewel, her only memory of her great love, as selfishness, and the fact that she was unable to nurture the same affection for her ex-fiancé and her husband as ingratitude.


Yes! This is what some people have been thinking about this fictional novel, and it is not limited to it, since this impoverished emotional understanding seems to be the modus operandi of those who only think about money, status... and treat feelings, such as genuine love and friendship, without material interests, with coldness or suspicion. And that, even in relation to a fiction, they cannot understand or accept that there are people who sincerely fall in love with others, or who maintain true bonds of good feelings without greater pretensions, who do not treat life only as obligations, rules, rankings and accumulation of "wealth".


Furthermore, it is also a somewhat hypocritical interpretation, when dealing with people who tend to put money or material wealth above life, and who, if they had possession of a very expensive piece of jewelry, it is very likely that they would use it for themselves.

Sobre a interpretação mais "à direita" do romance fictício entre Rose e Jack do filme Titanic (1997)

 A sinopse original do romance fictício do filme de James Cameron, Titanic (1997), se trata de Rose, uma jovem inglesa de "elite" e noiva de um industrial americano, que se apaixona por Jack, um artista talentoso, mas sem eira nem beira, durante a viagem inaugural e trágica do navio Titanic, em abril de 1912; de como ela nunca se esqueceu do seu amor por ele, muitos anos depois do naufrágio do navio e da morte de Jack. É uma história de amor simples, mas não menos impactante, que emocionou e ainda emociona muita gente desde o lançamento do filme. No entanto, nos últimos anos, surgiu uma interpretação, digamos, mais "à direita", sobre esse romance, em que Rose é caracterizada como uma jovem mimada de "elite" que se apaixona por um desempregado vagabundo, e ingrata, por não corresponder ao "amor" (sentimento tóxico de posse) de seu noivo rico; que guarda para si uma jóia de alto valor que ganhou de seu ex noivo, e que ao invés de doa-la para a caridade, em um certa noite, quando retorna ao local onde o navio Titanic afundou, na costa canadense, joga essa jóia no mar. Sem falar do desprezo que sentiria pelo homem que viveu com ela por toda sua vida. Então, o inconformismo de Rose em relação à hipocrisia do ambiente social em que vivia é reclassificado como um defeito e não uma virtude de caráter; seu amor por Jack como impulsividade e imprudência; o seu apego sentimental por aquela jóia, sua única lembrança que guarda do seu grande amor, como egoísmo, e o fato de não ter conseguido nutrir o mesmo afeto pelo seu ex noivo e pelo seu marido como ingratidão.  


Sim! É isso que um pessoal por aí tem pensado sobre esse romance fictício, e que não se limita a ele, já que essa compreensão emocional empobrecida parece ser o modus operandi de quem só pensa em dinheiro, status... e trata sentimentos, como o amor e a amizade genuínos, sem interesses materiais, com frieza ou suspeita. E que, mesmo em relação a uma ficção, não conseguem entender ou aceitar que existem pessoas que se apaixonam sinceramente por outras, ou que mantêm laços verdadeiros de bons sentimentos sem maiores pretensões, que não tratam a vida apenas como obrigações, regras, rankings e acúmulo de "riquezas".  

Além disso, também é uma interpretação um pouco hipócrita, se tratando de pessoas que tendem a colocar o dinheiro ou a riqueza material acima da vida, e que, se tivessem posse de uma jóia caríssima, é muito provável que a usariam para si próprias. 

sábado, 15 de março de 2025

Por que eu não torci para o filme "Eu ainda estou aqui"?

 Porque seria o mesmo que torcer para a hipocrisia, o cinismo, o fanatismo...


Porque seria o mesmo que torcer para a vitória de um diretor bilionário, herdeiro de banco, que lucra com a miséria de muitos brasileiros, e que "luta contra o fascismo" fazendo filmes que também lhes dá dinheiro, o que ele já tem de sobra... 

Sua "consciência de classe" parece bem pouco prática, pois se fosse realmente progressista, buscaria _ajudar_ ONGs, indivíduos ou grupos de maneira direta, que, em linguagem bem capitalista, significa "com MUITO dinheiro" (o que ele tem de sobra)...

Porque seria o mesmo que torcer para uma atriz mediana, filha do privilégio e do nepotismo (que foi imensamente beneficiada em sua carreira por ser filha de atores conhecidos), e que só se interessa por queimadas na Amazônia e no Pantanal ou pelo sofrimento do povo brasileiro quando o governo é de "direita"... Seletividade extrema de indignação que muitos dos seus pares ideológicos também praticam. E isso diz MUITO sobre o caráter de uma pessoa...

Porque seria o mesmo que torcer para que mais um filme mediano ganhe um prêmio imerecidamente e que, diga-se, perdeu boa parte do seu prestígio nos últimos anos (ou décadas?), por causa de sua maneira muito "subjetiva" de avaliar produções do cinema, priorizando o caráter político do filme do que suas qualidades objetivas, e que se tornou ainda mais enviesado recentemente, praticamente uma "festa" particular de "progressistas ricos e de fachada"....

Porque seria o mesmo que continuar prestigiando uma premiação dominada há um bom tempo por uma certa "tribo" e que, atualmente, também domina uma boa parte da política, da educação e da mídia ocidental, não para o nosso deleite, praticando seu nepotismo étnico de maneira desavergonhada nessa premiação (vide certas "vitórias" suspeitas, como a de "melhor atriz", nesse ano), enquanto pratica outras de suas maldades* (carnificina de um certo povo; lavagem cerebral de ideologias nocivas, especialmente em países ocidentais, e imposição das mesmas com sérias consequências, tal como a imigração em massa e o "multiculturalismo", duas políticas extremistas ou radicais que visam destruir a homogeneidade cultural e étnica das nações para estabelecer sociedades atomizadas, excessivamente individualistas, enquanto se mantêm unidos e coesos**...), com a cumplicidade ou conivência quase absoluta justamente das "instituições' em que envolveu com os seus braços ("conexões")...

* Evidentemente que não são os únicos, aliás, é difícil encontrar uma população humana que não cometa atos irracionais que possam ser classificados como desnecessários, insensatos, extremos e/ou cruéis. Mas, enquanto politicamente hegemônicos em nossa época...

** Mesmo se fosse o caso de construir sociedades mais plurais e/ou menos coletivistas, que fosse feito de maneira correta e não como tem sido imposto, em que se percebe um aumento exponencial de conflitos. 

Porque seria o mesmo que torcer para um filme que discursa corretamente contra a ditadura militar, mas sabendo que os seus criadores, e muitos daqueles que o apoiaram até à sua trajetória "vitoriosa" no Oscar, também apoiam, de maneira descarada, ditaduras "de esquerda", bem como as ditaduras que, sem um posicionamento ideológico claro, se colocam politicamente contra os interesses estadunidenses, ao invés de, coerentemente, se posicionarem contra qualquer tipo de regime totalitário... Sem falar que também apoiam outros tipos de ditadura, mais indiretas, tal como a polícia do pensamento em vigor no mundo ocidental...

Enfim, porque seria o mesmo que endossar o coro desta colmeia de conformidade absoluta e de mentiras se passando como "chantagem emocional"...

segunda-feira, 18 de março de 2024

Sobre o ''paradoxo temporal'' mais famoso do cinema/About the most famous ''temporal paradox'' in cinema

 Sobre o ''paradoxo temporal'' mais famoso do cinema


Parece que tem gente achando que só existe uma possibilidade de paradoxo temporal e com base no filme "De Volta para o Futuro", em que a mudança de um evento em um cenário hipotético de viagem no passado e com protagonismo errático do viajante pode desencadear mudanças em outros eventos, alterando o futuro. 


Pode ser e pode ser que não. 


Tal como no caso do paradoxo temporal mais famoso do cinema, do primeiro filme da franquia "O Exterminador do Futuro", em que Kyle Reese volta ao passado, identifica, protege e até engravida Sarah Connor, antes de morrer e deixar como legado nada mais nada menos que John Connor, o líder dos rebeldes humanos contra as máquinas que, em um futuro distópico, dominam o mundo. Pois uma explicação para essa mudança tão significativa de sequência de eventos é que Kyle não era uma personagem central na história do futuro e, então, seu "sacrifício" não gerou grande repercussão mais tarde. Outro paradoxo sem explicação é que, sem a vinda do Kyle e do primeiro exterminador, como é que a Sarah teria compreendido o que estava para acontecer e preparado o filho para o pior?? Ou, então, ela teria tido ele e levado uma vida normal até o apocalipse nuclear, causado pelo "despertar" das máquinas, em que ele teria sobrevivido (ela teria morrido de câncer antes), e o John já apresentar qualidades de liderança, resiliência e coragem sem precisar ter passado por perseguições de exterminadores. Aliás, a existência da foto da Sarah que o Kyle levava não faz sentido nenhum, já que foi tirada logo depois da morte do Kyle, que o seu filho teria guardado e dado ao Kyle em um futuro "anterior" à sua vinda. Sei lá, essa história é muito boa, mas está parecendo mais uma confusão temporal do que paradoxo. A única salvação para isso seria se tivessem tirado a mesma foto dela, talvez no mesmo lugar, ou parecido, mas em um contexto completamente diferente, sem saber o que iria acontecer e grávida de outro homem, claro...


About the most famous ''temporal paradox'' in cinema


It seems that there are people thinking that there is only one possibility of temporal paradox and based on the film "Back to the Future", in which the change of an event in a hypothetical travel scenario in the past and with the erratic protagonism of the traveler can trigger changes in other events, altering the future.


Maybe and maybe not.


As in the case of the most famous temporal paradox in cinema, the first film in the "Terminator" franchise, in which Kyle Reese returns to the past, identifies, protects and even impregnates Sarah Connor, before dying and leaving behind nothing more than John Connor, the leader of the human rebels against the machines that, in a dystopian future, dominate the world. Because one explanation for such a significant change in the sequence of events is that Kyle was not a central character in the future story and, therefore, his "sacrifice" did not generate much repercussion later. Another unexplained paradox is that, without the arrival of Kyle and the first exterminator, how would Sarah have understood what was about to happen and prepared her son for the worst? Or, alternatively, she would have had him and led a normal life until the nuclear apocalypse, caused by the "awakening" of the machines, in which he would have survived (she would have died of cancer beforehand), and John would already show leadership qualities without having to go through exterminator persecution. In fact, the existence of Sarah's photo that Kyle was carrying makes no sense at all, since it was taken shortly after Kyle's death, which his son would have kept and given to Kyle in a future "before" his arrival. I don't know, this story is very good, but it seems more like a temporal confusion than a paradox. The only salvation for this would be if they had taken the same photo of her, perhaps in the same place, or similar, but in a completely different context, without knowing what would happen and pregnant by another man, of course...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Sobre uma dicotomia político-cinematográfica: Blanche (esquerda) versus Stanley (direita) e com muitos "spoilers"

 




Texto originalmente publicado em 22 de janeiro de 2016 em um velho blog e cuja ideia principal irei comentar novamente aqui...



Blanche DuBois é a personagem principal do romance e que também virou filme, Um Bonde chamado Desejo, de Tennesse Williams. Ela é a irmã mais velha de Stella que é casada com Stanley Kowalski, um casal de classe trabalhadora que vive em Nova Orléans. Blanche aparenta ser uma mulher fina, educada e um pouco afetada, enfim, uma dama da alta sociedade. O completo oposto de Stanley, um tipo glutão, bem masculino, cheio de músculos, testosterona e grosseria, típico das classes mais baixas. Stella é a personagem mais equilibrada da trama, uma típica dona de casa, jovem, sensível, preocupada com a irmã que foi morar com ela e emocionalmente dependente de seu marido, Stanley. Aos poucos, a relação entre os três deteriora, chegando ao ponto de ruptura, quando as mentiras de Blanche são descobertas por ele e Stella, grávida, decide se afastar dos dois, ainda mais depois da internação de sua irmã em uma clínica e por não aguentar mais os abusos físicos e psicológicos de Stanley.

Clinicamente falando, Blanche representa um caso de mentira patológica, uma condição psiquiátrica em que o portador apresenta uma necessidade incontrolável de mentir, a ponto de acreditar nas próprias fantasias. Mas ela não é a única desse romance que pode ser diagnosticada com transtorno mental, porque Stanley também se encaixa, particularmente no de personalidade anti social, por causa do seu jeito muito insensível e sádico de ser. 

Então, algum tempo atrás, tive a ideia de associar esses personagens e suas relações, de maneira metafórica, ao espectro político-ideológico vigente no mundo ocidental, em que Blanche representaria certos tipos ou traços comuns à esquerda, tal como um apego à fantasias idealistas (ou irrealismos); Stella representaria o centro, mais silenciosa e coadjuvante, ainda mais em tempos de polarização ideológica, e Stanley certos traços ou tipos de extrema direita, excessivamente sincero e insensível, ao ponto do sadismo. A primeira é mais feminina, artística e intelectualmente inclinada, sensível e mais propensa a mentir para não ofender, especialmente em relação a certos grupos e também sobre si mesma. E o último, o seu oposto, mais masculino, voltado para o mundo físico do que mental e mais propenso a ofender para não mentir (ou dizer a verdade sobre o que pensa e sente), também pelo simples descompromisso de não ser respeitoso com os outros, ainda mais com aqueles que considera inferiores. 

O pseudo e o anti intelectual 

Blanche DuBois, assim como acontece com a esquerda, pretende se passar pelo que não é. Ela, como uma dama da alta sociedade. A esquerda, como detentora absoluta de sabedoria e razão. Ambas, portanto, cairiam numa categoria de anti intelectualismo, de negacionismo da realidade, mas pretendendo não fazê-lo. Já Stanley Kowalski, assim como acontece com a direita, faz questão de ser fiel à própria autenticidade, só que ou por isso fechado para reflexões e críticas. De certa maneira, também acabam negando fatos que não corroboram ou confirmam suas auto imagens. Daí, expressariam um anti intelectualismo, de suspensão do pensamento crítico em prol de suas emoções ou instintos. 

Valendo lembrar que o pseudo intelectualismo é basicamente um anti intelectualismo, só que disfarçado de sofisma.

Como conclusão, ambos(as) negam realidades que não se alinham às suas visões de mundo. Mas, enquanto as primeiras, Blanche e esquerda, pretendem ser ou acham que são o que não são (muito insuficientemente), Stanley e direita fazem questão de serem o que são e apenas isso, desprezando qualquer desvio, independente de sua qualidade ou potencial construtivo. Stella seria a terceira via, ainda que, tal como acontece com o centro no espectro político-ideológico, ela, durante a trama,  tende a ser demasiadamente tolerante com o seu marido e a sua irmã. 

domingo, 10 de dezembro de 2023

A dissonância entre a crítica de cinema especializada e o público. Quem está mais com a razão?? Por que existe essa dissonância??

Eu tentei assistir ao filme "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" e não consegui. Foram 20 minutos tentando entender e gostar de uma bagunça pretensamente filosófica, sem nexo e cansativa. Eu tinha pensado em assisti-lo porque vários críticos de cinema o elogiaram bastante, anunciando-o como uma novidade imperdível. Então, logo depois do choque de expectativa frustrada, fui ver se estava sozinho, se não era apenas eu e vi que, a grande maioria das críticas de pessoas comuns sobre o filme, pelo menos de brasileiros, foi muito negativa, particularmente no site "Adoro Cinema", em que obteve uma média de 3,3 pontos, bem medíocre para um filme que ganhou várias premiações no Oscar de 2023.



Outra crítica sobre esse filme que coaduna com a minha decepção, você pode ler aqui embaixo:


Pois isso pode ser mais uma demonstração de que essa premiação perdeu o seu prestígio, diga-se, já faz um bom tempo...

Isso também pode mostrar que, infelizmente, não podemos confiar sempre no gosto dos críticos de cinema. 

O que é certo é que existe essa tendência de dissonância entre o que o público gosta e o que eles gostam...

Veja que, algo parecido aconteceu com o filme "Super Mario Bros" em que, enquanto a crítica "especializada" foi implacavelmente negativa, a maioria do público adorou, se tornando um dos filmes de maior bilheteria do ano. 

Mas por que existe essa dissonância?? 

Faria sentido argumentar que os críticos de cinema, com mais conhecimento na área, tendem a estar mais certos que o público. Mas parece que está bem longe de ser só isso. Até pode fazer sentido quando se trata de um filme "cult", raro, daquele tipo excepcional, que foca no enredo e nas atuações, que não agradam ou atraem a maioria. Mas em relação a filmes comerciais, geralmente, produções americanas, não faz, já que a crítica especializada não é indispensável para avaliá-los. 

O fator ideológico

Pois se colocássemos um questionário sobre preferência político-ideológica para críticos de cinema, é bem provável que a maioria, se não a grande maioria deles, acabasse pontuando bem para o "lado esquerdo da força" e, a priori, isso não deveria significar muita coisa, afinal, um crítico de arte deveria, idealmente, ser o mais imparcial e objetivo possível em sua crítica, independente de suas opiniões políticas ou, ao menos, diluindo-as durante a construção de sua crítica. Em um mundo idealmente racional, sim. No nosso mundo, muito aquém disso, o que acontece é que, mesmo quando atuamos como alguém que avalia produções artísticas, não existe nada impedindo que o façamos com base em nossas impressões pessoais e ideológicas e é justamente o que parece estar acontecendo com a maioria da crítica especializada da sétima arte, já que tendem a avaliar os filmes de maneira tendenciosamente subjetiva. Nesse caso, a tendência é que, se um filme coloca e até exalta a tal "diversidade" ou "representatividade" de "minorias' socialmente "marginalizadas', no elenco de atores, no enredo e nos personagens,  mesmo que não seja digno de grande menção, ainda terá pontos a seu favor apenas por essa "benevolência". E, no caso, em especial, de indivíduos que estariam mais para um perfil pós-moderno, qualquer obra artística que desafie convenções consagradas de como fazer um filme, pintar um quadro ou escrever um poema e que, ainda por cima, sinalize compatibilidade ideológica com o seu pós-modernismo, é muito provável que será imediatamente avaliado de maneira positiva, mesmo que apresente mais uma falta do que uma abundância de atributos favoráveis a uma boa avaliação. Pois, enquanto muitos críticos de cinema, até para não "pisarem em ovos" com a nova censura ou ditadura do pensamento via hegemonia cultural da "esquerda" burguesa, fazem malabarismos em suas retóricas evitando qualquer crítica mais contundente sobre isso e suas consequências negativas, o povão, você e eu, por termos uma maior liberdade para criticar obras artísticas, quando vemos um filme ruim em que a propaganda política supera e se sobressai à sua qualidade intrínseca, não nos inibimos de criticar o que estamos vendo, de agir tal como o menino que aponta para o rei nu, naquele conto de fantasia. E quando vemos um filme que é mais do tipo que entretém do que "educa" (ou doutrina), não julgamos com esse preconceito de considerar qualquer filme comercial ou convencional como de baixa qualidade.

Não que um filme não tenha mérito por abordar temas políticos ou de grupos social ou historicamente marginalizados, mas que o faça de maneira doutrinária, com base em distorções de fatos, focando mais na "mensagem" e/ou na "representatividade", do que na qualidade da atuação, da direção e do enredo.

sábado, 9 de setembro de 2023

"Conta Comigo" e a imersão à vida

 Eu vi, depois de um bom tempo sem a sua magia. Vi, com os preconceitos de um pós moderno que eu não sou. Vi e ouvi dublado, queria a mesma sensação das outras vezes. Me surpreendi com a sua seriedade. Me encantei novamente, como havia imaginado. Foi um arrebatamento. Aquela peça de arte que sequestra a alma por um momento. O seu eco continua até hoje, meses depois. O mesmo eco que me fez voltar a vê-lo. No original, se chama O Corpo. Sim, foi o corpo do meu espírito que me deixou por mais de uma hora. Meu pai, quando ainda era vivo, me perguntou o que estava vendo. Eu poderia chamá-lo de Imersão. Não preciso dizer que é sobre a vida. Aquele filme em que todas as cenas são sobre a vida. Aquela ficção que foi filmada no meio da década de 80 e se passa há uns 30 anos antes. Apenas amizades, desafios e uma narrativa fluindo como água limpa de um riacho, melodia e ritmo perfeitos. Imersão, em nós mesmos, nas emoções mais básicas. E o desfecho então... Ensina mais que todos os livros sagrados juntos. Nada mais sagrado que o amor entre amigos, irmãos... Pode contar comigo, de filmes lindos eu não me esqueço.

sábado, 15 de julho de 2023

A atual decadência do cinema estadunidense e o que os melhores filmes têm a ver com isso??

 Se não for muita ignorância de minha parte considero o filme Interestellar o maior filme de ficção científica de Hollywood da última década e, até o momento em que escrevo esse texto, nesse ano de 2023 "d.c", não tenho conhecimento de outro filme que o tenha superado, que pode ser considerado um mal sinal se estamos falando de quase 10 anos de diferença, se já era para terem aparecido filmes desse gênero e, no mesmo nível, porque era justamente o que acontecia há três, quatro décadas atrás. Também não faz sentido por causa dos recentes avanços da astronomia, fonte inesgotável de criatividade para as artes, especialmente para a sétima. Então, a falta de filmes excepcionais, produzidos pelos estúdios de Hollywood (Disney...), que não são remakes (destacando que a grande maioria dos remakes dos últimos anos também não têm agradado em qualidade) é apenas um dos sintomas de sua decadência. Pois uma das causas mais importantes para a mesma é o patrulhamento ideológico-identitário que tomou conta de Los Angeles (Orlando...), resultando em um aumento considerável de filmes homogeneamente submissos a esse patrulhamento, baseado em uma abordagem repetitiva e cansativa das mesmas pautas sociais e narrativas ideologicamente viciadas, com uma constante desconstrução de papéis típicos e "licença poética" para enfiar "diversidade" racial mesmo em filmes históricos que se passam em espaços-tempos monoétnicos ou em "remakes" de filmes consagrados que, originalmente, tinham elencos menos "diversos", tudo isso para supostamente "resolver" o problema da falta de representatividade de minorias raciais e sexuais* na indústria do cinema do Tio Sam, mas também, é claro, para continuar ganhando muita verdinha $$$...


Então, filmes que apresentam uma linguagem mais universal, sem lacracão**, especialmente a da ruim, e que são produtos de uma maior liberdade criativa, como Interestellar, se tornaram cada vez mais raros, reverberando no aumento de críticas e na queda brusca de audiência das produções hollywoodianas e de outros estúdios estadunidenses.

* Eu já problematizei essa ideia de representatividade nesses textos "Representatividade versus capacidade" e 
"Problemática sobre a representatividade". 

** Sem narrativas viciadas em vitimismos simplórios tipicamente identitários...