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domingo, 12 de junho de 2022

O problema do termo "sem religião"

 ''Jovens 'sem religião' superam católicos e evangélicos em SP e Rio''


Esse é o título de uma reportagem da BBC Brasil


''"Eu não tenho religião, sempre fui totalmente pura a isso. Eu acredito em tudo, primeiramente em Jesus, o único Deus todo poderoso. Também acredito em entidades, que me ajudaram muito e sempre que puderem vão me ajudar... Acredito em energias, no universo...'

Assim Mariana Oliveira Viana, de 21 anos e moradora do Rio de Janeiro, definiu em uma rede social suas crenças.''

E esse é um trecho logo no início da reportagem que mostra que tem havido um aumento considerável de brasileiros das novas gerações que, oficialmente, não declaram afiliação religiosa. Mas o exemplo de Mariana é representativo da maioria desse grupo, se segundo o censo de 2010, dos 15,3 milhões de brasileiros "sem religião", apenas 615 mil (4%) se declararam como ateus e 124 mil como agnósticos (0,8%).

Pois eu sempre achei que fossem termos intercambiáveis, mas parece que, pelo menos segundo o IBGE, é possível "não ter religião" e ainda acreditar em deus... Só que essa maneira de definir, com base na afiliação e não na crença religiosa, é confusa e, por isso, talvez fosse melhor se o "sem religião" voltasse a ser sinônimo de ateu ou agnóstico, porque "não ter 'religião'" (de acordo com que tem sido denominada) literalmente significa não ter uma crença religiosa. Portanto, ao invés de "sem religião", esse grupo deveria ser denominado de "religioso moderado/sincretista", "crente variavelmente praticante" ou "religioso/crente sem afiliação definida" e ainda fazer uma divisão quanto àqueles que são "religiosos não-praticantes".

Essa é uma maneira mais lógica de buscar entender esses grupos, suas correlações ou tendências: psicológicas, cognitivas, culturais, morais... 

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