No mais, por principiar-se pela ''espinha dorsal da macro-realidade'', por aquilo que ''mais importa'', a sabedoria, inevitável e imprescindivelmente, acabará tendo como prioridade primária os seres humanos/vivos. A seleção natural foi uma descoberta surpreendente sobre como ocorre a evolução da vida e tem implicações significativas para a sabedoria. Se uma de suas principais funções, em um mundo ideal, seria a melhoria qualitativa das populações, especialmente as humanas, então a descoberta do mecanismo que contribui ostensivamente para formar as suas características psicológicas/morais e cognitivas, tornou muito mais fácil, evidente e mesmo previsível esta tarefa. Se antes, muitos pensadores acreditavam que apenas a cultura que formava o caráter psico-cognitivo das populações, e portanto, tendo a tarefa redobrada de ''ensiná-la' às gerações de maneira sucessiva e constante, tal como em um jogo cego, esperar que o mecanismo da seleção natural, agora artificializado, começasse a operar, mas sem ter conhecimento de sua existência, por meio de apostasias, que querem indicar divergências individuais comportamentais internas/''genéticas' com as exigências culturais vigentes, agora, se pode apressar este processo em que, ao invés de forçar a cultura a uma população e esperar que ela se conforme, diga-se, um processo bem mais demorado, cheio de resultados imprecisos, com muitos tipos camaleônicos ou ''farsantes' se fazendo passar por crentes absolutos, tal como diz o ditado: ''água mole [cultura] em pedra dura [população], tanto bate até que fura'', pode-se direcioná-la de maneira consciente e muito mais previsível ou precisa. Se a seleção artificial com o intuito de alcançar uma predominância de traços desejados, tornou-se muito mais trivial, então tanto a sabedoria quanto as suas irmãs incompletas [más], como a religião, a ideologia e a cultura, também se tornaram muito mais seletivamente acessíveis. No entanto ao exagerar a individualidade prometeica do ser humano, muitos auto-declarados sábios, tem adiado ou mesmo complicado o caminho para se alcançá-la, isto é, com base na seleção artificial das características comportamentais desejadas que mais expressam a sabedoria, ou a supremacia generalizada do conhecimento, tanto em termos morais quanto em termos naturalistas. Estes tem atribuído à humanidade a sua razão ou livre arbítrio como as principais forças ou influências em suas ações, desprezando quase que totalmente o papel do instinto/genética na promoção de suas disposições de comportamento. Portanto, pateticamente falando, percebe-se que a sabedoria, ao menos em termos nominais ou identitários, tem sido sequestrada por auto-declarados sábios que, ao invés de buscarem entender a macro-realidade e em especial com o intuito de promover a sabedoria, eles tem contribuído para torná-la quase que inacessível em termos práticos, em outras palavras, auto-declarados sábios mas que na verdade tem agido de maneira indiscutivelmente estúpida. Se com base na seleção artificial pode-se alcançar a sabedoria de maneira mais rápida, segura e generalizada, então por que tantos ''sábios'' tem lutado contra a prática deste mecanismo*
A generalização psico-cognitiva, evolutiva e/ou biológica da sabedoria é de vital importância, mas muitos dos auto-declarados sábios parecem estar mais preocupados com o próprio ego do que com a introdução de práticas eficientes, seguras e mais rápidas que favoreçam à essa massificação da inteligência entre os seres humanos, e se possível também entre os seres vivos que tem sido domesticados e/ou dominados por ''nós'.
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