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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Impulso simulado= imaginação. Tentativa de re-explicar a minha teoria sobre a imaginação

No meu último texto sobre imaginação parece que eu não deixei muito bem explicado do que se tratava. Então agora com este texto possivelmente pequeno eu pretendo fazê-lo. Eu disse que a imaginação ou que a sua composição fundadora se consistiria em uma assimetria entre a vontade de fazer muitas coisas ou impulsividade e maior auto controle. Ficou estranho o uso do termo assimetria ainda que possivelmente falando faça sentido de alguma maneira. No entanto tive outras ideias de como explicar esta minha teoria de maneira menos confusa ou cavernosa. Vamos lá!

O próprio nome diz: impulso simulado. Vou pegar um exemplo proto-erótico, o nobre ato da masturbação. O sexualmente impulsivo que é incapaz de se conter, quando lhe vem à mente a vontade de fazer sexo, geralmente ou esperadamente, se porá a buscar pela consumação de tal ato até mesmo por vias extremamente imorais como o estupro. Em compensação quem é muito imaginativo pode ser capaz de, em partes, se contentar com uma "homenagem" no banheiro, imaginando cenas e forçando sensações. O que percebemos? Ele tem impulsos fortes. Mas também tem auto controle e pode ter a imaginação como aliada, como uma maneira de sanar temporariamente uma vontade que não pode satisfazer ao vivo, isto é, com uma pessoa de carne e osso. Não sei quanto a vocês mas eu sempre fui muito imaginativo e quando fico muito nervoso com uma pessoa ou situação eu imagino cenas sei lá, de assassinato/justiça final ou de brigas. Percebam que o imaginativo parece ou pode ser muito impulsivo mas também auto-controlado, tudo ao mesmo tempo. A imaginação aparece como uma maneira de conter a impulsividade ao menos parcialmente. Aquele que é muito impulsivo poderia ser o tipo que "vive a própria fantasia" tendo ou vendo poucas barreiras (geralmente morais) que o impeça de tentar consumar certo ato, imoral ou não.

Evidente que  a imaginação é um produto do pensamento abstrato [pensar além do imediato], de um maior autocontrole [via reflexão ideacional ou planejamento antes da ação], mas também de um maior impulso, se funciona justamente como uma simulação mental daquilo que se impulsionou ou desejou fazer.


Portanto quando sentimos a necessidade de fazer algo e não é possível de se consumá-lo ao vivo ou de maneira literal, então tenderemos a apelar para as nossas capacidades imaginativas, e claro que, aquele que as exibi-las de maneira, constante e [minimamente] vívida, muitas vezes o fará por causa de seu maior auto-controle, transbordamento em pensamentos vívidos, aquilo que não pôde consumar no exato momento. Também poderíamos pensar no imaginativo como alguém que tem muita vontade ou impulso de viver de maneira mais agitada mas por causa tanto de suas capacidades imaginativas quanto de seu maior auto-controle acaba utilizando deste artifício como compensação, ''concordando'' em partes com o meu primeiro texto sobre esse assunto. Portanto temos o impulsivo e o impulsivo com maior auto-controle, e que pode usar a imaginação como descarga de seus impulsos, de praticar no pensamento aquilo que pretendeu fazer de maneira literal ou real. Claro que, altos níveis de imaginação podem comungar com altos níveis de impulsividade comportamental, e mesmo a maioria dos mais imaginativos, por serem ou parecerem ser mais vívidos, acabarão sendo menos auto-controlados do que por exemplo uma pessoa com níveis mais baixos de imaginação, mais ''pé no chão''. Aqui eu propus que a imaginação parece funcionar como uma válvula de compensação, por parecer que se manifesta com maior intensidade em indivíduos que são ao mesmo tempo, mais vívidos/instintivos/impulsivos mas também mais auto-controlados. Transformam o impulso instintivo em simulação mental, ao invés de praticá-lo, de irem diretamente do pensamento para a ação. Portanto apesar de sua maior energia vívida, em média, pelo que parece ser, o muito imaginativo, justamente por causa de sua maior tendência para a deliberação ideacional/imaginativa, será mais propenso a dialogar e refletir mais, a priore, antes de praticar uma ou outra ação, tal como, metaforicamente, se tivéssemos uma grande massa de água seguindo em direção a certo porto e ao invés de invadi-lo e subsequentemente a cidade em frente, parasse em meio às barreiras e portanto jorrasse de maneira mais esparsada e fraca do que direta e portanto intensa. O imaginativo ou talvez alguns tipos, seria aquele que apresentaria uma grande carga de pensamentos ou impulsos instintivos mas que ao invés de se entregar à correspondência imediata dos seus desejos, ''dialogaria'' consigo mesmo com o intuito de frear as suas disposições impulsivas. O famoso ''contar até 10'', mas com imagens e sensações.


Ou nem tanto....

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