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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Andar sozinho e outros ninhos

Seguindo a própria sombra
A lua em cima, de vigília
Mãe urra em silêncio
As cores são sóbrias
O lamento, soerguia
Só, e não é de momento
Minha perspectiva
Meu existir 
Meu barco, apenas um marujo
Meu leme, leva-me ao nada
De onde eu vim,
O vento da vida
Sopra fundo em meu coração
É melancolia
Mais que desperto 
Mais que alerta
Mais que adaptação 
Ou sobrevivência
Se o que mata é a vida
Num universo
Entre ego-versos
Cá estou, um verso de mim,
Eu rezo sem ver deus
Eu espelho o mistério de ser
Eu sou puro reflexo 
De corpo e alma
De torso e chama


O meu vácuo 


Aqui, escuro e silencioso,
O som quer ser ouvido, mas sussurra em voz baixa,
A luz quer brilhar mas é fraca,
Muito aqui dentro, onde os sonhos são eternos,
Onde a essência é solta e imperiosa,
Onde o olhar vivo procura por vida, na morte da existência, 
Num olho sem matéria ou energia,
No centro da terra, no meu umbigo,
Numa frequência muito baixa,
O barulho do vácuo, o núcleo do núcleo,
O meu laço com o sentido,
Os meus passos, na rua, ou pisos,
A minha teia, em veias,
Em lágrimas ou pêssegos,
Sentir o vazio dentro de mim,
E ver este fenômeno, este sentir,
De buscar em minha'alma,
As origens deste, do meu existir.

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