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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Preconceito cognitivo ou emotivo

Será que só existem os preconceitos cognitivos?? Vou especular sobre isso. 

Primeiro, o que é preconceito cognitivo?

Como quase sempre faço, e de metido ou presunçoso, o conceituarei sem a ajuda de cartas, universitários ou dicionários online, já que o farei ao meu modo, pretensamente mais preciso. 


Preconceito, como eu tenho comentado, ou não, para dizer a verdade eu nem me lembro direito, seria o pensamento indutivo usado no cotidiano, em que, ao invés de buscarmos compreender uma dada situação, via observação, análise e crítica, possivelmente neutras, "deduzimos' via indução, produzindo linhas de achismo com base no conhecimento que temos [ou mesmo, e o mais provável, com base em nossos próprios instintos, com os conhecimentos que herdamos].

 Até posso pensar nisso por outros dois modos: instinto e simpatia

Os instintos são os comportamentos com os quais nascemos. Por exemplo, se eu sou mais emotivo desde que me conheço por gente, então isso se consistirá em um instinto ou pré-disposição para agir/ser desta maneira. Não é algo que aprendemos, que conseguimos controlar com facilidade, e que dependendo dos traços, definirá parte significativa de nossas personalidades

Simpatia: Talvez, se houver um outro blogue, falarei bastante dela, e de sua nova cara a partir do meu conceito. Esta seria, portanto, de acordo "comigo", em um mecanismo de sensibilidade, à priore, a contrastes, e claro, a partir de nossas perspectivas, que são avaliados subjetivamente. Tal sensibilidade, então, nos ajudaria a diferenciar os elementos que são mais favoráveis para a nossa sobrevivência, daqueles que não são

A simpatia é esse mecanismo. 

Os instintos seriam os comportamentos que, quando em ação conjunta, e sempre estão, usariam a simpatia para dividir ou diferenciar o mundo em "us and them". E talvez também em ''unknown''

E o preconceito?? 

O instinto é o comportamento inato. ok. 

A simpatia é parte (importante) do seu mecanismo [mas também da razão, quando à ela se acopla, e sempre faz]. ok. 

E o preconceito é o resultado dos dois e claro, mais intimamente da simpatia. 

Não a confundamos com empatia, outro tópico que me é de interesse e que também comentarei, bastante, no próximo e tão prometido novo blogue [aliás, algo que já fiz por aqui, de outras, e menos precisas maneiras].  Apesar desta se consistir em uma evolução da simpatia, ainda não são a mesma coisa, claro, pois seria como dizer que, pelo calor ser uma evolução do frio, por serem ambos temperaturas, então seriam os mesmos.

Cognição: faz um tempo que tenho tentado e acho que não tenho conseguido, compreender as diferenças entre a cognição e a emoção, ou o tenho feito de modo disperso e desorganizado. Se pudéssemos nos ver como uma máquina, com um coração, então, parece óbvio que a cognição seria a primeira e a emoção o segundo.


 Mas prefiro me aprofundar razoavelmente de outra maneira, pelas ideias de ação e reação. 

A emoção é sempre uma reação, uma resposta, do que uma deliberação, ainda que também possa se manifestar durante o processo de raciocínio e/ou a partir de uma ação mais elaborada [ainda assim, agindo sempre desta maneira, como julgamento/reação qualificativa aos padrões sentidos e/ou percebidos]. 

A emoção portanto parece ser mais instintiva do que a cognição, especialmente a humana. A cognição por sua vez seria tudo aquilo que se relaciona ao raciocínio: à memória e para diferentes tópicos (informações pessoais, interpessoais e impessoais); aos estilos de pensamento, que inevitavelmente induzem a comportamentos, por exemplo, se é mais lógico ou mais divergente, e aos tipos de pensamento ou melhor, especializações: verbal, espacial, etc... 

É elementar de se constatar que a emoção atuará junto à cognição. A cognição é a percepção, e a emoção é o julgamento daquilo [interações exteriores//fatos] que foi percebido, pelos sentidos, e também aos nossos próprios estados biológicos, aliás, emoção e simpatia, por esta via de observação e análise, estariam excepcionalmente próximas em significados, com dois diferenciais possíveis

- de pertencerem a diferentes espectros, a simpatia ao espectro da consciência (com senciência, empatia e autoconsciência) e a emoção ao espectro do raciocínio (com a cognição); 

- e da emoção vir primeiro que a simpatia, por ser uma reação qualificativa e a simpatia, mais atrelada ao contexto, como um produto da emoção

''Eu tenho simpatia por ti'' é o mesmo que ''eu estou emocionado''??

Eu não sei realmente, acho que a simpatia seria uma ação, propriamente dita, enquanto que a emoção sempre seria uma reação, e/ou, a simpatia como uma emoção direcionada ou deliberada.

A emoção especificamente como julgamento de padrões, e a simpatia, como percepção ou reconhecimento e julgamento de padrões, ambas diretamente relacionadas com a sobrevivência, se são mecanismos absolutos aos nossos comportamentos, se as 'usamos' a todo momento, inclusive nos de inércia relativa.

A emoção, talvez, como a combustão que gera o fogo, e a simpatia como a maneira com quê o fogo reage ao estado atmosférico em que está 'interagindo'. Ou, finalmente eu tenha que admitir que sejam quase a mesma coisa [praticamente o mesmo nível de similaridade que felicidade e alegria], a partir de minhas reinterpretações



(O -_- o)
Pois é....

Portanto agora vamos buscar especular quanto à uma possível existência do preconceito emotivo e diferenças com o cognitivo. 

Pensar versus reagir 

Se eu nasci e/ou demonstro desde cedo uma maior tendência de reatividade ou emotividade, então eu devo ser mais instintivo neste aspecto. Falamos preconceito porque é anterior à presença da linguagem e/ou do processo de conceituação, isto é, o pensamento[raciocínio] que é essencialmente não-verbal [instintivo].

Se eu nasci ou demonstro desde cedo aptidão verbal e déficit na área de matemática, então, este será o meu perfil cognitivo, que também é um preconceito, porque veio antes da linguagem. Isto é, não foi, absolutamente falando, apenas a educação de baixa qualidade ou mesmo a minha desmotivação, que me fez ser desequilibrado em minhas aptidões mas, primeiro de tudo, os meus preconceitos cognitivos [bases inatas de comportamento cognitivo]

Portanto, todos nós temos preconceitos, e sem um contexto, eles farão nem bem e nem mal, porque quase toda palavra abstrata assim o é, ao menos no princípio, de antes de ser aplicada e misturada à circunstâncias, e de adquirir atribuições ou qualidades a partir delas.

Preconceito como sinônimo imperfeito para a ignorância

Por que as pessoas usam tanto essa palavra?? E tendenciosamente, de maneira tão vaga??

Primeiro, porque "as pessoas", em média, assim o fazem com a maioria das palavras de maneira geral e em especial quando são socialmente persuadidas

Segundo, porque o preconceito pode ser aplicado como sinônimo imperfeito de ignorância, acusando outrem de atribuir valores por si mesmos, por seus instintos, e não por "conhecimento'. No entanto... eu já devo ter comentado, e com certeza o farei novamente, que os nossos instintos também são conhecimentos, só que são transmitidos geneticamente, ao invés de apreendidos, e mais crus ou primários, e mesmo no caso dos conhecimentos tradicionalmente adquiridos, já apresentam pré-condições para que essa apreensão possa ocorrer, de novo o exemplo das capacidades verbais. Se eu não nasci com tais capacidades, diga-se, em alto nível, então é muitíssimo pouco provável que conseguirei apreender, durante a minha vida, um vocabulário robusto e ''correto', e/ou que também conseguirei ser um articulista verbal prodigioso, pelo menos quanto à escrita, porque em termos orais ou diretamente sociais, de interação, não é incomum encontrarmos tais tipos oralmente talentosos, e desprovidos dessas capacidades verbais mais abstratas, a esses níveis, e eu especulo que sejam produtos de uma evolução maior da inteligência verbal oral, anterior à escrita ou abstrata.

Faz algum tempo eu "culpei" a simpatia como causa fundamental para o preconceito e não estou errado. Agora percebi por meio desse texto o quão próximo do instinto ele [e ela] se encontram. 

Pois então, parece que existem os dois tipos, isto é, que também existe o preconceito emotivo, até por razões óbvias, por se consistir em um produto da simpatia, que por sua vez, é um dos produtos do instinto ou um tipo de instinto em si mesma, mas dotada de um termo que salienta essas diferenças sutis de "etapas", tal como dar nomes às ruas que são mutuamente subsequentes mas tendo em mente que são construções semânticas possivelmente mais artificiais do que representações reais ou de realidades absolutamente diferenciadas ou atomizadas em si mesmas.

Seria mais interessante buscarmos saber se, apesar dos dois preconceitos se diferenciarem, como parece ser, quase sempre colaborarem entre si para resultar no mesmo produto, isto é, que não seja possível de diferenciar as suas influências...


No entanto, talvez, a melhor maneira de diferenciação [em que um terá maior influência de causa do que o outro] se dará entre os tipos mais emocionalmente frios e em relação aos mais emocionalmente quentes, pois os primeiros, ao invés de sofrerem maior influência de suas emoções/sistemas instintivo-avaliativos, o fariam a partir de suas cognições/sistemas instintivo-perceptivos.

Se conseguiu chegar até aqui depois desta nova confusão, parabéns, você é um vencedor!!

terça-feira, 26 de junho de 2018

Dois tipos de gays/masculinos e femininos

Os que gostam do mesmo sexo e os que, além ou afora disso, gostariam ou se sentem como se fossem o outro

Eu tenho algumas fricções sobre o meu "gênero', por exemplo, quando era criança, já achei que ser mulher fosse melhor do que ser homem. Constatei isso ao ver o tratamento que davam à minha prima e em relação ao que era dado a mim. Percebi que ser homem era mais difícil do que ser mulher, pelo menos em alguns aspectos. Me lembro que já desejei ter uma vagina. Mas, graças à... minha natureza, e talvez, capitaneada por minha percepção, consegui evitar este excesso ou, como diz a minha mãe, "invenção de moda".


 Eu disse que tenho, porque continuo a ver a mulher de maneira bem mais positiva do que o homem, ainda que não o faça de modo analfabeto, isto é, hiper-binário. Eu também disse que o tenho porque na minha imaginação os protagonistas são sempre mulheres, quase todos os personagens que já inventei são elas. E quase todo personagem inventado é uma atuação, de me pensar como se o fosse, e em todos os meus casos, como se as fossem. Não entendo porque sou assim, mas isso ainda não significa que não goste de ser o que sou, homem. Gosto tanto, que quando procuro pelo amor, pelo desejo mais profundo de nossa existência, literalizado pelo sexo, eu busco por um vulto, um espelho, para que eu possa tocar em outro corpo, como se fosse o meu, sem sentir como se já o tivesse feito, de fazer cócegas em mim mesmo, em outro. Portanto, nesta balança de auto-identidade e de outro-identidade, eu vos digo que eu sou hipo-transexual em meus pensamentos e sentimentos, pois tenho algo a ver com isso, com essa vontade de ser outro sexo, e re-enfatizo pelo hipo, pois tenho a quase absoluta certeza que jamais farei ''a transição'', até porque eu me adoro sendo homem. Não há nada que me faça pensar que esteja no "corpo errado". Em termos de outro-identidade, em que depositamos desejos e/ou expectativas, eu sou homo com H maiúsculo, pois de fato amo o mesmo que a mim, mais diversificado, másculo e/ou até mesmo mais variado neste sentido, mas não mais que uma extensão do meu narcisismo, não que isso seja de todo ruim, se pensarmos neste ismo como algo moralmente neutro, até que o contexto prove o contrário, ou confirme a existência de um lado saudável do auto-amor, mesmo associado ao Narciso.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Como lutar contra um vício de intensidade média à média-alta?? Pare de pensar...

... tanto nele, QUANTO em pensar em ACABAR COM ELE, apenas aja..

Duas compulsões que tenho conseguido frear: comida e hbd. Desde o ano passado comecei uma guerra contra a minha compulsão de comer fora dos horários, resultando, junto a exercícios físicos regulares, em uma perda de mais de 10 quilos!! Claro que durante o processo da perda de peso eu tive que fechar a boca. No entanto eu acho que não teria conseguido se antes tivesse pensado muito em me conter. Justamente o que vou falar aqui. 


Quando nos conscientizamos que temos um vício e que pode ser controlado por nós, geralmente isso é seguido pela ansiedade de se supera-lo, de vencê-lo. Talvez este seja o grande problema na maioria das vezes porque ter obsessão em acabar com o vício, pode, ao invés de ajudar, contribuir para reforça-lo. Eu vejo essa tática típica, como um embate direto, em que testamos nossa força com a ''dele". Como o vício é sempre maior que o seu portador então as chances de derrota serão significativas para o segundo. Aqui, assim como em qualquer outra situação de desproporção de forças em atrito, há de se bancar o bíblico "Davi", de se ser mais esperto que o "Golias". E a melhor, e pasmem, óbvia maneira de combater o vício, a partir de minhas experiências e observações, é o de se desligar dele, sem despedidas, frio e indiferente, e seguir em frente com aquilo que deseja alcançar.

Quanto ao vício em ''hbd'', até agora [também] tem dado certo, e usando a mesma tática de, simplesmente, me desligar desta obsessão, sem ''despedidas'' ou ''diálogos'' com a mesma.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Como refutar o argumento falacioso da "experiência"


Quando te acusam de ter sido indutivo quando você foi dedutivo...

O pensamento indutivo é o estabelecimento de regras gerais para determinado assunto ou questão em que, basicamente, a realidade "deve" se sujeitar à elas.

O pensamento dedutivo é o oposto da indução, em que, ao invés de estabelecermos regras gerais e forçar a realidade, analisamos e criticamos a mesma, e aí sim, forjando regras com base nela. Não é que a indução também não se baseie na realidade mas que geralmente o faz de modo muito tendencioso ou precipitado. 

Pois bem, existe uma falácia argumentativa extremamente popular que eu inclusive já comentei, a da "experiência", em que o aprendizado só pode acontecer via vivência. Isso pode ser em partes verdadeiro, mas as pessoas que a usam não tem mente essa parcialidade mais humilde, mas um absolutismo onde a mesma será compulsória ou totalmente necessária, do contrário não será possível aprender sobre qualquer coisa.

Eu deduzi, ;), que as pessoas que geralmente a usa, o fazem com base na acusação de indução do raciocínio, ou pensamento indutivo, de estarmos forçando regras gerais sem termos vivenciado a situação e/ou local... Mas estar no lugar ou vivenciar certa situação não é garantia que se vá compreender qualquer coisa e não é justamente isso que as pessoas mais fazem??  Isto é, vivenciam mas não aprendem de maneira considerável com a experiência
??

Não observam, percebem, criticam, comparam e deduzem...

Um exemplo hipotético. Eu estudo psicologia de maneira autodidata e começo a debater com um psicólogo e pesquisador do assunto. De repente, ao perceber que eu estou demonstrando maior ENTENDIMENTO ele decide usar essa carta barata, "eu tenho mais experiência que você na área, não discuta comigo". Aliás, tal falácia até poderia ser também definida como "apelo à própria autoridade". 

Portanto é possível aprender qualquer coisa sem ter que vivencia-la, que aliás, é um dos aspectos mais centrais da capacidade humana, de antecipar, simular ou imaginar antes de ter que experimentar algo. E essa falácia baseia-se na confusão entre o pensamento indutivo e o dedutivo, acusando aquele de "menor tempo de experiência" ou ''conhecimento CRISTALIZADO'', de estar aplicando o primeiro enquanto que muitas vezes o "acusado" estará usando as suas capacidades dedutivas, basicamente o reconhecimento de padrões e posterior pensamento analítico e crítico..


Também podemos pensar nesse embate como: entre aqueles que valorizam o conhecimento e aqueles que valorizam ou principiam pelo ENTENDIMENTO, aliás, assunto para um próximo texto [e cá com os meus botões, estou a antecipar uma série de tópicos que comentaria no outro blogue..]

Dedução aí não será o mesmo que o ''pensamento teórico'' [quase o mesmo que o indutivo]. E mais, porque para o pensar correto, DEDUZIR é a prática..

terça-feira, 19 de junho de 2018

Era uma vez, um povo que era sempre a vítima...

Onde quer que fossem eram mal compreendidos, odiados e por fim expulsos. Isso aconteceu durante boa parte de sua história. Então, em um belo dia, quando muitos se convenceram dessa narrativa lacrimosamente vitimista, excessiva e suspeita, alguns resolveram ligar os pontos ao invés de ficarem sentados ouvindo os contadores de estórias, enfim, de buscarem por si mesmos tentar entender isso de perto. E um deles, este sábio louco que vos fala, também fez o papel do menino pobre que aponta para a pele exposta do rei e diz: "ele está nu"

Não faz qualquer sentido racional o papel de santos absolutamente mal compreendidos para este (((povo))), a partir do momento em que esse padrão de ódio e expulsões, supostamente absolutos em irracionalidade, tem se repetido de costa à costa, por tanto tempo. Ainda mais agora quando os seus joguinhos e artimanhas estão ficando cada vez mais explícitos ou visíveis.

Eles não são os únicos que se pintam de seres perfeitos incapazes de cometerem erros porque esta é a regra para a maioria dos povos e culturas humanas, aliás, esta é a regra do comportamento da vida, de uma maneira geral. Mas eles são os que, com base em truques sujos, $$$poder$$$ e "trabalho de equipe", tem buscado empurrar essa versão tola de sua história e por incrível que pareça (ou não) uma proporção grande de pessoas tem caído até com facilidade, talvez porque, como eu já escrevi muitas vezes, estas sejam do tipo cronicamente preguiçoso na hora de pensar e consequentemente de buscar pela veracidade dos fatos.


Lembrem-se sempre de suspeitarem de "pessoas inatamente perfeitas", e não se esqueçam também de povos ou populações humanas que se dizem perfeitinhos...

A maioria nunca foi, tem sempre um podre, e em alguns casos, a podridão pode ser quilométrica... como parece ser este aqui.

Uma explicação complementar para o porquê de muitos caírem nessa versão extremamente suspeita da história deste povo, é que, astutamente, estes tem manipulado essas informações, dotando-as de grande complexidade ou floreamento que obscurecem a simplicidade ilógica subjacente às mesmas, enquanto que bastam os padrões estruturais, primários, para que comecemos a desconfiar dela.. 

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Culpa branca... preta, amarela...

Os conservadores são, em média, aqueles que mais celebram as suas culturas particulares ou modos de vida. E também são aqueles que, em média, quando cometem erros (sempre derivados desta interação fundamental entre o ser humano e a sua cultura, à priore individual), buscam racionaliza-los ou justifica-los, isso quando não passa batido sequer a consciência de autocrítica, sem necessariamente tê-la como subsequência. Claro, eles não são os únicos que agem assim, e os seus algozes ideológicos tem comprovado o quão universal pode ser a imaturidade humana. Mas não restam dúvidas de que sejam essas pessoas menos propensas a reconhecerem e a pedirem desculpas por erros morais já cometidos, diga-se, erros morais atrelados à moralidade universal. Eu também vou falar, ou melhor, reapresentar esse assunto no meu outro blog. Neste novo, com novo nome e nova proposta, se possível, todas as minhas ideias ou linhas de pensamento e também algumas mudanças, por exemplo, sobre os meus conceitos de moralidade objetiva e subjetiva. Decidi aprimora-los, acrescentando a moralidade primária, mantendo a subjetiva e substituindo a objetiva pela universal. 

Os conservadores, assim como a maioria da população, aliás uma redundância, já que eles são a maioria, apresentam essa tendência de ênfase predominante sobre as duas primeiras moralidades. A primária foi a primeira forma de moralidade a ter aparecido entre os humanos, basicamente emulando o comportamento hiper-pragmático de adaptação, muito comum se não característico no meio natural. Os seres humanos tendem a beber dessas moralidades, mas isso acontece tendenciosamente de modo variável, sendo que alguns (ou muitos) acabarão seguindo mais uma que as outras.

 Os mais realistas seriam, então, os mais adeptos da moralidade primária, que pode, com facilidade, se tornar falaciosa, especialmente quando adentra ao naturalismo, que eu preferi chamar de animalismo, a linha de pensamento que defende o comportamento preferencialmente oportunista ou amoral, com base no argumento que o ser humano por ser um "animal", deva se comportar como ''tal''. 

Outro grupo de conservadores se consistem naqueles que usam a religião como meio de ação moral. Eu decidi manter o termo moralidade subjetiva, mas, ao invés de antagoniza-lo à objetiva, diga-se, de modo tortuoso, achei melhor enfatizar pelo conceito mais central da subjetividade, algo que é vivenciado, produzido ou derivado do indivíduo. Bem no início da humanidade, construíamos os nossos valores (morais) com base em nossa conjugação adaptativa ao ambiente. Então, "começamos" a ter curiosidade por questões existenciais, nascendo a religião.  Este processo, muito provavelmente, começou com certa classe de pessoas antes de ter se tornado a regra nas comunidades. Portanto, parece que foram pessoas e grupos reduzidos que passaram a se perguntar e a responder sobre esta realidade que está muito além do alcance do consciência humana. A religião ou crença mitológica foi substituindo em partes a moralidade primária, na maioria das vezes disfarçando-a ou associando-a às suas distorções e incompletudes. Os mandamentos do ambiente foram sendo em partes substituídos pelos mandamentos do homem e para si mesmo. Quase todas as mitologias ou religiões tem fundadores que impõem os seus pontos de vista, daí o caráter subjetivo onipresente à elas. 

Se, quem acha que devemos "agir como animais (não-humanos)" mas que também tem um maior realismo quanto à natureza comportamental humana ou ao menos de suas origens, nós podemos chamar de realistas, aqueles que acreditam em mitologias, diga-se, distorções logicamente cavernosas que são usadas como explicações para as suas fundações e também para a própria realidade, eu achei apropriado denominar de surrealistas. 

Os moralistas primários são tendenciosamente insensíveis, logo eles serão deficientes na hora de buscar pelo melhor julgamento. Os moralistas surrealistas, pelo simples fato de "consultarem oráculos" para julgarem ou tomarem decisões morais (ainda que isso tenha uma base comportamental biológica), estarão não apenas moralmente tendenciosos mas também factualmente equivocados, mesmo que acertem em alguns pontos. Aliás este é o diferencial da moralidade universal sobre as outras já que busca acertar em tudo.

Breve histórico autobiográfico 


Quando eu comecei a me tornar consciente da realidade geopolítica monstruosa que o ocidente está a se afundar (ainda mais) passei a agir como um conservador típico mesmo não sendo um, chegando a ponto de justificar os muitos erros morais que "os" ocidentais tem cometido, e não apenas contra outros povos mas contra eles mesmos.


Acredito que, por causa da pouca idade ou talvez, pelo meu cérebro ainda em desenvolvimento. Então continuei com o processo de amadurecimento moral. Até cheguei a ter uns breves momentos de desvio para o surrealismo, ainda na infância, mas graças a..., eu não cheguei a afundar nessas fantasias absolutamente populares entre humanos.


Tipo de narrativa

Percebam que, quando aceitamos ou internalizamos certa narrativa hiper-coletivista, que reduz indivíduos, circunscritos aos seus espaços e tempos particulares, à peças atemporais e coladas das coletividades étnicas, ideológicas ou etc, a que também pertencem, passamos a encarar qualquer ato cometido por elas como se também fossem nossos, por exemplo, a escravidão de negros africanos por brancos europeus. Sim, eu disse qualquer ato, porque esta coletivização também pode acontecer no caso de realizações moral ou intelectualmente positivas.

Portanto, se ''os'' brancos ou, grupos de brancos [europeus], escravizaram grupos [demograficamente volumosos] de negros [africanos], do século XVI ao XX, e eu sou apenas este garoto, maroto, ''branco' [de 30], nascido no final da década de 80, então eu não tenho, à priore, nada a ver com isso, pois não fui ou não sou o causador literal deste macro-ato monstruoso. 

No entanto, isso ainda não significa que, eu não terei nada a ver com isso, porque ao ser um herdeiro indireto de atos cometidos por outros, dentro do meu nicho ecológico/cultural, então inevitavelmente me verei, de certo modo, associado a tudo isso, e o melhor a fazer, de início, é o de, aceitar esta realidade, mas sem me hiper-associar, como se, de fato, tivesse sido o responsável por toda esta presepada de bem antes do meu nascimento...

Culpar uma coletividade, qualquer coletividade, por atos sem nome = correto.

.. De preferência especificar essa coletividade buscando pelos causadores originais de tal ato, por exemplo, os tipos mais ''anti-sociais'', mais inclinados ao cometimento de atos absolutamente abusivos = MUITO correto.

Culpar indivíduos inocentes mesclando-os à coletividades resumidas = errado.

Agora pela perspectiva do indivíduo envolvido

Se culpar de modo literal por atos que nunca cometeu = errado

Culpar a sua coletividade histórica [uma de suas, diga-se, porque não pertencemos apenas à raças ou povos] por atos, de fato, cometidos = correto.

Buscar por especificidades causadoras de tais atos [o mesmo que a terceira possibilidade]: MUITO correto.


Voltando à conclusão... de sempre

O problema não é o branquelo ter consciência do passado de crimes morais cometidos por suas coletividades (nações, povos, religiões...) mas que apenas ele passe por isso. Aí sim, outra culpa estará sendo negligenciada.


Portanto, a autocrítica histórica por parte das próprias populações humanas é mais do que necessário, se nada mais é do que a manifestação primária da sabedoria, da filosofia em seu cerne. No entanto, impor esta dicotomia de cartas absolutamente marcadas, de opressor e oprimido, justificando tudo aquilo que o segundo faz, em especial se for contra o outro, e pior, colocando no mesmo rótulo de ''opressor'' quem definitivamente não o é, com certeza que funcionará como um conjunto de julgamentos absolutamente contrários aos ditames mais essenciais da filosofia aplicada, 

e é exatamente o que está acontecendo.

Aqueles que vão até à montanha...

Quando não temos trabalhos "científicos' alheios para buscar entender uma realidade histórica a única e melhor via é a busca ou reconhecimento de padrões. Padrões são "pedaços" ou ''pontes'' de fatos que "se encaixam", ou também, tendências de comportamentos//dinâmica dos fatos que se repetem. Tudo começa com a capacidade de evitar cair na tentação das falácias lógicas básicas. Controlado o desejo, mesmo que concordemos com o que acabamos de ler, ouvir ou ver, jamais devemos nos usar como referência ABSOLUTA, na melhor das hipóteses como referência RELATIVA, se quisermos mesmo nos tornar pensadores natos, já que sempre partimos "de nós mesmos" quando buscamos pensar ou raciocinar sobre a realidade, aliás, este exercício, que começa muito antes, que é constante, quando estamos apenas existindo e/ou vivenciando a existência, por exemplo, em estado de inércia, sentados em um gramado, mesmo com os olhos fechados. 

A todo momento estamos percebendo padrões, mesmo que isso não emerja de modo verbalizado. Os pensadores ativos, portanto, são aqueles que não esperam que "a montanha venha até eles" pois, voluntariamente, vão até ela. Aí haveríamos de diferenciar os "engajadores" dos "pensadores ativos" e especialmente dos "mais sábios". À priore demonstrar maior ativismo quanto a certo assunto, não quer dizer que: o saiba mais do que os outros; que ao menos busca entendê-lo, indo até à sua "cordilheira", como se, a partir disso, automaticamente começaria a escala-la. E para falar a verdade, a maioria dos engajadores parecem ter menor entendimento sobre o que defendem (e inevitavelmente em relação ao que não defendem) do que a pessoa comum, especialmente se for uma questão advinda da "espinha dorsal da macro realidade", de nossa esfera absoluta de vivência.

Algo que já comentei sobre isso, mas aqui parece que consegui expor este pensamento, diga-se, pouco original, de maneira menos verborrágica. 

Vocês, com certeza, já devem ter percebido como que as pessoas, em média ou comuns, são acomodadas no que diz respeito aos seus pontos de vista, geralmente internalizando-os de maneira excepcionalmente ''bovina'', como se fossem extensões simbólicas ou culturais de si mesmos [e talvez sejam], como se estivessem internalizando os seus próprios reflexos de personalidade e cognição, e também de suas conjugações pessoais dentro de uma dinâmica sócio-existencial maior ou encapsulante. Esta transformação da realidade em verdade, por parte do ser humano, tem se mostrado em sua maioria falha, já que não buscam primeiramente compreender a primeira, pois não conseguem entender e mesmo aceitar que existem fronteiras que n'os separam do mundo ao redor, e o ideal seria então de aceitarmos os fatos, especialmente aqueles que estão mais íntimos a nós, e depois, aí sim, nos colocar no jogo da existência como sujeitos, quando pensarmos sobre os valores, que desenvolvemos, ou que apenas temos, e que gostaríamos que os outros também os expressassem, mesmo de pensarmos, novamente de maneira fatual, quanto à extensão demográfica desses ''outros'' em relação aos nossos nicho cultural ou existencial.