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domingo, 20 de novembro de 2022

Uma possível razão para a relação entre fecundidade, conservadorismo e homofobia

 Por acaso, conservadores de direita seriam, em média, mais parecidos com os animais não-humanos e, portanto, menos evoluídos??


Fundamentalistas religiosos são significativamente mais propensos a se declararem como ultraconservadores. Eles também tendem a produzir mais descendentes que religiosos moderados e, especialmente, que ateus e agnósticos, pelo menos na atualidade. A priori, eles são motivados pelas narrativas pró-natalistas de suas crenças. Mas, talvez, não seja apenas por isso, pois pode ser que tenha algo de mais profundo que os induza ao ímpeto reprodutivo. E a resposta pode estar nele mesmo, num ímpeto para procriação mais intacto que o de outros humanos e que se alinha ou se justifica por essas narrativas. Pois além dessa característica que parece ser mais intrínseca do que produto de alguma influência do meio, eles também são "campeões" na adoção de pensamentos preconceituosos, particularmente, a homofobia, produto de um estilo de pensamento mais intuitivo do que analítico. Isso sugere que esse ímpeto reprodutivo mais intacto pela evolução da complexidade comportamental humana pode ter maiores repercussões, além de um desejo irreflexivo em produzir bebês, que pode ser o reflexo de um nível menos evoluído de humanidade, menos racional ou mais tribal e instintivo, mais próximo dos outros animais, já que um dos pontos cruciais da evolução de nossa espécie, que nos diferencia, é a capacidade reflexiva, de "livre arbítrio" ou "julgamento complexo-reflexivo", e parece que, especialmente, os indivíduos mais conservadores, apresentam uma menor capacidade de tomar decisões com base na razão.

Portanto, um desejo instintivo de passar os genes adiante mais uma capacidade limitada para refletir pensamentos e ações podem ser um dos fatores intrínsecos que, em combinação, predispõem certos (ou muitos) indivíduos à homofobia e que também se associa a qualquer tipo de preconceito contra práticas ou justificativas anti-natalistas, além da inclinação homossexual. 

A crença religiosa como reflexo de um atavismo evolutivo

Eu também já levantei a hipótese de que a "religião", pelo menos tal como tem evoluído, historicamente, consiste numa perspectiva autocêntrica, em que o indivíduo humano percebe, analisa e julga a realidade de acordo com a sua própria perspectiva, limitando-se à mesma do que de buscar compreendê-la de maneira mais imparcial e objetiva. Também disse que essa perspectiva de autocentrismo está presente e determinante em todas as outras espécies e que, portanto, a crença religiosa seria a expressão de um atavismo, de um traço muito primitivo e universal, porém "sofisticado" pela imaginação e linguagem humanas. 

Então, além de um ímpeto reprodutivo mais intacto pela evolução, os mais conservadores também compartilhariam com animais de outras espécies essa tendência imperativa de compreender a realidade a partir de sua própria perspectiva, de maneira muito subjetivamente enviesada do que objetiva e imparcial; no nosso caso, antropocêntrica. Daí a forte correlação entre conservadorismo e crença religiosa, e também com baixa empatia (de se colocar em outras perspectivas).

Lembrando que, os indivíduos mais racionais não seriam exatamente os mais progressistas, mas aqueles que sempre buscam por posicionamentos ponderados: sensatos, factuais e/ou justos, independente de que lado no espectro político-ideológico em que estão sendo defendidos. Por isso que, é logicamente inevitável que acabem se tornando mais progressistas do que conservadores. Porém, aqueles que são demasiado progressistas também são antropocêntricos, tal como os conservadores, mas de maneira distinta, pois apesar de haver uma tendência de rejeição à crença religiosa entre eles, a substituem por outra de natureza similar, em que a humanidade é percebida como uma espécie totalmente à parte das outras, unicamente moldada pela cultura, e não como uma continuidade mais excêntrica do reino animal. 

Resumindo: o conservadorismo tende a exagerar o que temos em comum com os outros animais. Aliás, nos incentiva a "se comportar como eles", em relação ao que consideram "o mais natural", como a heterossexualidade e a constituição de uma "família tradicional", enquanto nos diz que somos especialmente distintos por sermos "filhos de deus". Já o progressismo, apesar de colocar em dúvida a narrativa religiosa, da existência de divindades e metafísica, exagera no nível de singularidade da complexidade comportamental humana, tratando o "homem" como um "animal sem natureza", totalmente moldado pelo seu meio cultural.

Enfim, o que quase toda ideologia tem em comum: contradições superficiais gritantes, mas que, em essência, são mais internamente coerentes.

2 comentários:

  1. Uma pergunta: vc seria a favor da esterelização de alcoólatras e pessoas viciadas do tipo?

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  2. Você já perguntou isso. A priori, não.

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