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terça-feira, 15 de novembro de 2022

O que está por trás da crença e da descrença religiosa?

 É a suscetibilidade para crer sem buscar por evidências que confirmem a veracidade da crença ou pelo menos uma base lógica para acreditar, que pode ou tende a resultar na crença religiosa e a predisposição ao oposto, para crer especialmente a partir de evidências ou pelo menos por uma base lógica, que expressa um maior potencial de desenvolvimento do pensamento lógico-racional ou imparcial-objetivo. Daí a correlação entre crença religiosa e um maior risco de crença em fake news e teorias conspiratórias. 


Pois o que também está por trás da crença ou da descrença religiosa é o quão dominante está a intuição sobre o pensamento crítico-analítico ou lógico-racional, no sentido de estilo cognitivo. Pois, mais intuitivo é o indivíduo, maior a sua tendência de acreditar em algo sem ter evidências, literalmente de "preferir acreditar em sua intuição". E claro que, entre o mais e o menos religioso, existe um espectro de tipos mais moderados e, portanto, de misturas dessas tendências.

Ressaltando que, essa correlação já foi encontrada em algumas pesquisas sobre o tema e também que, a intuição em si não é prejudicial à racionalidade, apenas ou especialmente se for sempre preferida em relação ao pensamento crítico-analítico, até porque ela pode estar certa. O problema é que, sem uma análise posterior, essa probabilidade tende a ser mais aleatória.

Uma fraqueza que pode ser mais comum aos menos crentes é uma tendência de preconceito em relação à sua intuição (que tende a resultar na heurística) e que é o oposto para os mais crentes, de ter preconceito pelo pensamento crítico-analítico. Isso corrobora primariamente ao que já comentei em outro texto, sobre indivíduos de esquerda, que são desproporcionalmente propensos a serem ateus e agnósticos, de também padecerem da síndrome do impostor, resultando numa maior dependência por autoridades acadêmicas ou ideológicas para construírem e/ou validarem suas crenças, e sobre indivíduos de direita, que são desproporcionalmente propensos a serem religiosos, de também paderecem de uma síndrome, mas oposta, de Dunning-Krueger, que se reflete na construção de crenças a partir de uma confiança excessiva sobre suas capacidades intelectuais ou racionais, resultado de uma confiança excessiva na própria intuição. 

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