Apesar da teoria humoral, desenvolvida por Hipócrates e Galeno na Grécia clássica, ter sido descreditada pela ciência moderna, considero o modelo de personalidade que deriva dessa teoria muito preciso e útil, primeiro por causa de sua simplicidade e praticidade, composto por apenas quatro traços ou temperamentos: colérico, fleumático, melancólico e sanguíneo, e segundo pela universalidade dos mesmos, já que todos nós os expressamos, geralmente a partir de combinações individuais de intensidade de cada um, e ainda com significativa frequência, se eles representam alguns dos estados emotivos mais elementares: raiva, frieza ou inércia, tristeza e euforia. No meu caso, eu consigo encaixar minha personalidade de maneira bastante satisfatória nesse modelo, percebendo em mim uma prevalência dos temperamentos melancólico e colérico em relação aos temperamentos fleumático e sanguíneo. E mesmo que isso pudesse ser entendido como uma simplificação excessiva da complexidade humana, é necessário tomar nota de que cada temperamento apresenta uma série de correlações. Por exemplo, indivíduos com um temperamento mais melancólico, como eu, que também tendem a ser mais perfeccionistas, realistas e empáticos. Portanto, considero esse modelo de personalidade bastante útil, ainda que seja recomendado não se limitar ao mesmo, de buscar por outras referências da área, por exemplo, o modelo dos "cinco grandes" ou "big five", o que mais tem sido replicado em estudos acadêmicos.
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