No toque dos seus raios,
Em sua luz que me ilumina,
Que me dá cores, que me alucina,
Que me traz rubores, que aquece a face fria,
Em seu brio impetuoso, que queima,
Que doura a doce vida, zeloso e teima,
Que mata, quando o afeto é ciumento,
Que perturba, que nos ilude com sua força,
Que se suaviza pelo vento,
Que nos faz menos rabugentos,
Não é mágico, não é ilusão,
Mas tampouco é verdade,
Se somos tolos e nanicos nessa imensidão,
E tu que é nosso maior espelho,
Nos faz ser a realidade,
Doura nossa pele em muitas cores,
Em muitos meios,
Nos dá calor, que perdemos até mesmo nos trópicos,
Que o deixemos, enquanto a vida o leva,
E vai nos deixando,
Nu sol, sem vergonhas humanas,
Sem trégua,
Corpo a corpo, tu és o macho em sua penetração,
E nós, frágeis fêmeas sem redenção,
Apaixonadas e efêmeras,
Expostas ao seu domínio, à sua dimensão
Ora chorosas, ora teimosas, trêmulas,
ora caindo de boca,
Ora dourando a vida, à pele,
A voz rouca,
Tecendo em pensamentos,
Em rijos breves,
Em ornamentos,
Em Deuses e lebres,
Em monumentos,
Nu sol, estamos todos nu e sóis,
Estamos todos entregues,
E nos entregamos,
Porque não sabemos,
Porque não desejamos,
Mas aqui estamos,
Nu sol, você também aqui...
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