Meu toque é a minha fala,
Olho-me mais uma vez,
E resvala,
Por dois olhos, vejo, e me quero bem,
Nu espelho, vendo cada poro, cada eixo,
Consciente da própria vida,
Ciente que é sempre partida,
Se é incompleta e precisa morrer,
Se é partida então precisa partir,
Sempre em encontros e desenlaces,
Sempre em desejos e vontades,
Sempre em busca de um freio,
De uma raiz,
Quer fincar os pés e nunca partir,
Mas nasceu com o veneno e o toma dia e noite,
E mesmo se fosse eterno,
Não seria de outro jeito,
Se não pelo açoite,
Se não pelo lamento, pela confusão de sentimentos,
De engasgos em porquês,
Nu espelho e a alma navega,
Vejo os meus pensamentos em minhas expressões,
Veja o brilho no olhar, minha entrega,
Mesmo quando disfarçam, não me enganam,
Em nossa hora mais íntima,
Mesmo a mentira menos percebida é sabida,
Ínfima, na imensidão de todo resto,
Nu espelho, eu confesso,
Eu sempre confesso...
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