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segunda-feira, 30 de maio de 2016
É muito fácil socializar... difícil é aceitar os seus absurdos
O mestre mandou...
Imite, concorde,
ria de piadas grosseiras ou sem graça,
ria de absurdos,
se desvie de sofrimentos alheios,
se vista de acordo com a normalidade,
se os cabelos grandes voltarem à moda masculina,
deixe os seus crescerem selvagens,
nunca faça análises muito apuradas ou profundas,
perceba que o medíocre tem um teto pequeno,
caiba dentro dele,
persiga essas sombras de movimentos homogêneos,
veja em qual molde melhor se encaixa,
repita as mesmas palavras,
as mesmas bobagens,
mostre que é como eles,
é apenas mais um,
se tiver sorte,
se for mais belo ou encorpado,
se tiver algo a mais,
o use e ainda sairá um pouco na frente dos demais,
é muito fácil socializar,
basta apenas se encaixar,
mas é muito difícil aguentar,
aceitar os seus absurdos,
sempre tolos, incompletos, sádicos,
é sempre como estar bem perto,
mas nunca conseguir alcançá-lo,
os passos dessas danças ridículas são até bem fáceis,
mas é complicado aceitá-los,
é complicado,
quando nasceu com um grande espelho do seu lado,
quando não é apenas um,
perdido,
mas dois,
perdidos também,
ainda que lhe digam que dois é bom,
se está de bom tamanho,
dois é o número da igualdade,
pares que se dão as mãos,
se ajudam,
pode te fazer louco,
pode se perder entre seus dois,
despertados,
pode voltar a dormir pra verdade,
mas se tudo der certo,
também pode te acordar naquilo que falta aos outros,
senso de ridículo*
senso de senso*
senso de,
apenas saber,
que não é o caminho certo,
que não é o certo a se fazer,
que menos é mais,
que ponderado é sábio,
que antes de sair aos extremos,
se deve pensar,
se está mais do que certo,
lógico,
por que não racional*
é muito fácil socializar,
difícil é ser sociável,
ser aberto,
tolerante,
cadeirante de inteligência,
de fingir,
se eles já fingem,
quem nunca fingiu,
como que conseguirá**
mais fácil é continuar em sua vida mesmo,
e garimpar ouros raros
onde prevalecem essas pedras vadias,
comuns, que brilham sem intensidade,
que vivem como se não vivessem,
sempre esperando,
sempre se enganando pelo trabalho,
pelas ''obrigações'',
vá buscar por uma sombra,
por suas sombras
para abraçar, copiar, se sustentar,
se manter de pé,
brincar com as suas semelhanças,
celebrar a mesma essência,
de se completar,
bem difícil,
mas parece ser o caminho mais fácil,
dar meia volta,
e nunca mais voltar.
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