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terça-feira, 17 de maio de 2016

Geografia e psicologia... continuando com a ideia de perfis psico-cognitivos intermediários....




Será que eu sou uma peça rara*

Quando tentei o mestrado, o professor responsável pelo ''aceite'' além de fazer um polido ''pouco caso'' em relação à minha proposta de expansão conceitual do termo geografia (''já existe ''um'' conceito'', durrr!, ele disse) também parece ter estranhado a associação ''incomum'', porém totalmente válida, entre o conhecimento do seu curso de especialização e a psicologia, que propus como um importante complemento do meu projeto. 

Parece que é assim que eu sou, um ser que está dotado de um perfil psico-cognitivo intermediário, entre o conhecimento das humanidades e das ciências biológicas. Isto é, a minha personalidade pende tanto para o conhecimento do espaço, tempo e dinâmica ali inseridos (humanidades: geografia, história, sociologia, filosofia) assim como também mais precisamente em relação aos mecanismos mais biologicamente/estruturalmente íntimos ou 'sutis'' desta dinâmica (ciências biológicas, o início espectral das ditas ''ciências difíceis').

 Ao longo do tempo, sem qualquer paciência ou mesmo o mínimo de tolerância em relação aos currículos impostos, que tendem a homogeneizar os homogeneizáveis ''neuro-típicos'', eu fui construindo o meu conhecimento de maneira completamente personalizada, isto é, seguindo instinto e intuição próprios, sem obedecer a qualquer critério pré-estabelecido de ''apr(e)endizado'' ou filtro proto-factualizado ( o conhecimento curricularmente limitado ou técnicas super-especializadas/atomizadas).


Auto-honestidade e novamente, o simples hobby de aprender


Perfis psico-cognitivos intermediários costumam ser raros, pelo que parece. Agora imaginemos se além desta intrínseca raridade, ainda existirem adições de exoticidades em especial, na personalidade, o que temos**

Um candidato em potencial para a solidão ou ao menos para ter poucos amigos. Todo mundo tem menos amigos do que conhecidos, ou companhias minimamente toleráveis. Para tipos como o meu, a presença reduzida de potenciais companhias sociais (não necessariamente de amigos) já será muito provável de se delinear ao longo da vida. E de fato tem acontecido, mas por que**

Eu não sou muito feio pra ser rejeitado por causa de minha aparência. Na verdade eu até faço relativo sucesso e em especial com o mesmo sexo.

Eu não sou extremamente bruto no trato social, pelo contrário, ainda que em meu atual estado ao estilo ''porco espinho'', tenha mostrado maior embotamento, isso não significa que não possa expressar melhorias neste sentido. Eu sinto que tenho grande potencial e os ''meus eleitos'' sabem disso. 

Eu não sou tolo nem maluco. Devem haver razões muito racionais para explicar o meu estado e eu sei quais são e talvez, a origem de todas elas, a minha singularidade.

Mas o que é singularidade e quando for relacionada ao meu contexto pessoal* (e que pode ser reverberado para os contextos de outras pessoas)

Eu sou intermediário, tal como uma pessoa com vitiligo, eu tenho dois tipos de pele, enquanto que o normal é ter apenas uma ou vestir apenas uma. Teatro e sociedade são muito similares se tal como acontece com as peças teatrais, também ''herdamos'', conscientes ou não, papeis sociais desde cedo em nossas vidas.

Eu poderia apenas repetir as mesmas diretrizes tribais do pessoal das humanidades que com certeza teria encontrado uma namorada (ou um... e dentro deste meio sócio-cognitivo), feito muitos amigos (ao estilo neurotípico/superficial/vago de se fazer amigos) e por fim construído uma rede social abrangente em sua superfície, porém potencialmente fraca em suas raízes. 

Ao mesmo tempo em que eu me enamoro com demasiada alegria em relação a todos os assuntos que são (tolamente) pautados nas humanidades, eu também gosto de pensá-los ou de associá-los a outros assuntos, que já se encontrarão distantes do núcleo de especialização das humanidades, visando com isso enriquecê-los, dotando-os de todas as partes logicamente associadas aos seus respectivos corpos. Em outras palavras, por causa da natureza conformista e super-especializada dos seres humanos, as universidades terminaram por expressar muito corretamente essas tendências, se se consiste em um amontoado de especializações mutuamente atomizadas. As humanidades não acabam em si mesmas, mas continuam a se espalharem, a se sobreporem e a serem sobrepostas à outras áreas do conhecimento humano. Esta atomização apresenta finalidades laborais e não filosóficas, uber-holisticamente corretas ou sábias, o simples e fundamental ato de buscar pela verdade dos fatos. O meu pensamento está totalmente correto, mas eu me esbarro em relação à morosidade acadêmica de acatar sem maiores críticas o destino a que lhe foi destinado, enquanto uma fábrica polidamente estruturada de trabalhadores de ''alto nível'. 

Ainda é uma fábrica, ainda são trabalhadores... 

É bem provável que muitos daqueles com perfis psico-cognitivos intermediários possam ser potencialmente conformáveis à realidade sócio-laboral e o façam sem maiores problemas. Muitos deles é também provável que serão muito criativos. O problema, no meu caso ou no meu contexto pessoal, é de que além de ter nascido intelectualmente dividido em ''dois' mundos, (especialmente agora, mas talvez desde sempre), igualmente fracionados, mutuamente atomizados e portanto potencialmente beligerantes, é que, eu também nasci com uma muito forte veia filosófica, isto é, um pensador extremamente holístico, que é dos seres humanos menos adormecidos neste mundo de ilusões. Não restam dúvidas que as chances de ser conformável (e não necessariamente adaptável, termo por deveras extremo para ser previamente popularizado, enquanto um suposto fenômeno universal) a esta realidade serão muito baixas. E de fato, tem sido muito baixas.

Some a isso outro atributo que considero excepcional mas também muito desvantajoso, o amor natural e totalmente espontâneo pelo aprendizado

Eu eu raramente ''estudei'' na minha vida, pra ser sincero, as poucas vezes que o fiz, foi à revelia, de maneira anti-natural, pois eu sempre brinquei com o conhecimento, por sempre ter sido uma busca completamente natural, orgânica, sem maiores cobranças. Eu sempre associei o meu prazer pessoal com a busca pelo conhecimento. Quando era criança, o fazia explicitamente, ao mesclar promiscuamente o ato de brincar ao ato de aprender algo, especialmente em relação à geografia.

Não bastasse o meu perfil psico-cognitivo intermediário, que não se acopla perfeitamente a nenhum grupo (potencialmente atomizado), ainda acontece de exibir essas idiossincrasias como maneira de me isolar dos atomizados de maneira considerável, mas ''lembrando'' que isolamento não é um sinônimo para atomização, por enfatizar de maneira subjacente a distância espacial. Eu não estou atomizado ao que acontece nas faculdades de história ou geografia e especialmente no que condiz às suas partituras cultológicas. Da mesma maneira que o modo de pensar mais conservador, está longe de se consistir em um perfeita estranheza. Eu entendo os dois grupos, pois pertenço aos dois, e por ser assim, também não pertenço a nenhum deles.

Se para ser simpático eu tenho de evitar dizer verdades ou factualidades às pessoas, então eu renuncio a uma potencialmente possível popularidade em prol de minha auto-honestidade, de saber que jamais internalizarei por tempo determinado ou praticamente conclusivo qualquer tipo de mentira deste porte, ainda que continue a mentir sobre muitas coisas, de menor relevância e mesmo, para os demais, mantendo a minha ''máscara de sanidade'', muito negligentemente assegurada, se já não consigo mantê-la por muito tempo mesmo, por causa de um formigamento quase insuportável que evita a minha adesão constante à ondas de factoides, tolamente determinados como fatos incontestáveis.

Por um lado eu não posso ter amigos ''esquerdistas'', mediante a enorme proporção de mentiras que se consistem os seus sistemas de CRENÇAS/IDEIAS bem como também pelo fato de ser avesso à pessoas ''ambíguas'', leia-se, confusas e potencialmente desonestas.

Por outro lado eu tenho pouco a ver com os conservadores e o seu mundo monótono, tolo, de classe média, futebol para garotos e novela para garotas, um mundo seguro, razoavelmente lógico, especialmente em suas bases, mas muito medíocre, e claro que me refiro aos típicos conservadores.

Tenho percebido que boa parte de minha criatividade tem se originado desta ''placa tectônica'', desta tensão, em especial, entre a geografia e a psicologia, mas também em relação à filosofia, 

Eu concordo com muitos pressupostos '''esquerdistas'''' assim como também os ((verdadeiramente)) '''direitistas''' mas não posso tolerar os equívocos de ambos os lados, que pra sermos sinceros, tendem a ser bem graves. 

Como resultado, não basta ter um  perfil psico-cognitivo intermediário para que possa ser alçado ao limbo dos menos populares, mas com certeza que apresentar esta idiossincrasia é bem provável que aumentarão as chances para se tornar um outsider.

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