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sábado, 7 de maio de 2016
A vida é o ápice da individualidade
A gota d'água
se entorna, e animada
faz vida
o ápice d'individualidade
Rara liberdade de ser
Rara singularidade
De si
se mexer
Se ver
Sentir-se
És uma prisão
Mas também é uma bênção
Belo frescor em reflexão
O ser
torna o universo
escravo de sua atenção
Oh pequenino tormento!!
Oh pequena decepção!!
Ser mais que um aumento
Luta por qualquer redenção
Evolui
Para depois sucumbir
Como eu queria ser o fim
Mas sou apenas ir...
não sou um'ação terminada
Eu sou propósito
E não o ápice
Sou perfeito
mas apenas pra mim
Sou uma cena desta peça
Estou preso
E serei liberto
Quando o meu .. morrer
O que é morte*
O que é sorte*
O que é trevo*
Eu quero um bote
Mas serei alvo
Deste veneno
d'um desfiladeiro
Por ser sendo
Por não ter sido
Já morto
muitos eus se foram
Por ainda ser
De teimoso
Se fosse futuro
Eu não seria
Eu serei
Sou só um moribundo
Todos querem miragens
Eu só quero água
Neste deserto de fatos
Eu só tenho sede
Curiosidade
Curiosamente
Eu estou indecente
Oh selvagem
A evitá-lo
este falso sabor
É loucura
desafiar a realidade
Como se desafiasse a si mesmo
Pôs-se a gladiar com os próprios medos
Ir muito n'alto
Ir muito além
Onde não vê ninguém
Nesta escura dimensão
Percebe a escuridão
Tateia sem ver
Não cheira
Os sentidos cessam
Puxado por este flerte
Na sombra
Sente um muro
D'outro lado é outro mundo
Outro fado
Outra polka
Outro quadro
ou outra arte
Se a humana
É apenas o reflexo desta vida insana
Deste universo
Que é o ato mais nosso
Trocar olhares com todo este mistério
E perceber que também se-lo
Oh indivíduo
percebeu-se ainda mais misterioso
A história da vida
do existir
está dentro de si
a dualidade mora em seu coração
precisamos passar este tormento
se herdamos tempestade
a intra-existência
esta vida,
o mundo lá fora,
todo aqui dentro,
como se pedras e ventos
começassem a falar,
a sentir,
quanto mais singular
e auto-percebida,
mais ego-sentida,
e mais desta melancolia
a cortar de leve
este sopro n'alma
estes porquês
que sempre escorregam pelas mãos
quem foi o paciente zero**
quem foi o primeiro a se contaminar de esperanças
de todas essas coisas vãs*
a vida é a maior rebeldia
e quanto mais vivida,
mais rebelde,
mais perdida
mais em busca de algum cetro
de algo para se apoiar
de algo para se descontrair
vendo-a passar
vendo-se perder
vende-se com vendas nos olhos
quer a estabilidade
quer a verdade de mentiras doces
oh vida humana,
você é tão tola
e tão certa!!!
talvez
a sua loucura
não seja de todo errada
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