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terça-feira, 12 de novembro de 2024

Uma maneira possivelmente efetiva de combate à bagunça em sala de aula/A potentially effective way to combat classroom chaos

 De dar peso extra à nota de conceito ou comportamento, em que ao invés de valer alguns poucos pontos por bimestre, como de costume, valer o dobro ou o triplo e ser tão decisivo quanto a nota de avaliação de desempenho intelectual...


Giving extra weight to the grade for good behavior, so that instead of being worth a few points per semester, as usual, it is worth double or triple and is as decisive as the grade for evaluating intellectual performance..

terça-feira, 11 de julho de 2023

Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nove horas”

 "A educadora Cláudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, cita algumas medidas práticas que poderiam ser adotadas o mais rapidamente possível, se for considerada a urgência de retomar o crescimento econômico. 'No contexto de automação acelerada, digitalização, inteligência artificial, precisamos educar para duas coisas simultaneamente: desenvolver o pensamento crítico e o criativo. Precisamos educar os alunos para serem pensadores autônomos e criativos”, afirma.


...

'Mas o que o Brasil pode fazer? Em primeiro lugar, parar com essa história de quatro horas de aula por dia. Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nove horas', afirma ela, que foi diretora de Educação do Banco Mundial e também chefiou a Secretaria Municipal de Educação do Rio.

'Não apenas aulas, mas laboratório, experimentação. É uma educação mais mão na massa. E evitar essa educação conteudista, em que o professor despeja um conteúdo e não ensina os alunos a pensar'. acrescenta Cláudia."



Aham, senta lá, Cláudia!!

Como se aumentar a carga horária das aulas tivesse uma forte influência no aumento da inteligência dos estudantes... 

Pois se for decidido pelo aumento da carga horária, um dos que mais sofrerão serão justamente os professores que, além de mal pagos, ainda precisam lidar com salas superlotadas e falta básica de educação e respeito por parte de muitos estudantes.

Outros "pormenores" que a "especialista em educação" parece desprezar completamente, de que o estudante brasileiro típico não é igual ao finlandês ou ao sul coreano, tanto em termos de capacidade cognitiva quanto de perfil de personalidade; que a inclinação para estudar, quer seja no sentido de aprender ou de se entreter, não está igualmente distribuída entre os seres humanos; o mesmo para criatividade e pensamento crítico ou racionalidade, que também não são igualmente aprendíveis ou desenvolvíveis... por isso que, não basta "dar uma educação crítica", seja lá o que isso signifique (poderia apostar alto que, para essa especialista, seria algo próximo de "doutrinação ideológica"), porque ninguém nasce "zero-bala".  E ainda acrescente a "pedagogia moderna", que se baseia em métodos demasiadamente idealistas para lidar com o ambiente escolar, e temos uma combinação perfeita para o desastre que podemos ver todos os dias letivos na maioria das escolas brasileiras. 

Mas concordo que a "escola" deveria reduzir o "conteudismo", especialmente algumas partes do conteúdo que não são realmente importantes para serem passadas pelo professor ou apreendidas pelo aluno, como eu já comentei em alguns textos, como nesse: "O que deveria ser reavaliado no ensino??"

terça-feira, 13 de junho de 2023

Os problemas da escola brasileira delineados

Novamente...

Problemas estruturais, ideológicos, sócio-culturais e psicológico-cognitivos

1. A demanda é maior que a oferta

Como resultado, temos: poucas escolas públicas e professores para muitos estudantes; salas de aula abarrotadas, onde a bagunça se instala com facilidade, e professores sobrecarregados.

Além da carga horária estafante e do desafio diário de manter a atenção de, em média, 30 a 35 crianças ou adolescentes em cada sala de aula, o professor é mal pago, o que contribui para diminuir o interesse pela profissão.

2. A escola não está diretamente relacionada com o mercado de trabalho

Logo, quando o estudante tira o diploma do ensino médio, encontra-se completamente abandonado. Então, sem orientação alguma, ele tenta o vestibular, um curso técnico, disputa vagas de emprego ou fica à deriva. Pois o ideal seria que setores público e privado ficassem de olho nas novas gerações de trabalhadores, ainda na escola, para já lhes garantir uma ocupação, de preferência, bem remunerada e estável.

Resumo dessa ópera: diploma escolar é garantia de nada.

2.1 A escola não recompensa os melhores professores

Parece que continuam a ser indiferenciados dos demais.

3. A escola continua acreditando em "teorias" pedagógicas há muito ultrapassadas, praticamente pseudo-científicas

Tal como a crença de que, desprezando condições congênitas diagnosticadas, todo estudante é capaz de aprender se receber uma boa educação e se demonstrar motivação suficiente. No entanto, já existe uma diversidade de cérebros e personalidades em uma sala de aula desde o ensino fundamental e a escola deveria ter esse conhecimento em mãos, de acabar com essa ideia de que professores são arquitetos dos intelectos alheios, que suas funções mais condizentes são de observar, orientar ou incentivar, avaliar e detectar padrões ou características de cada estudante, em trabalho conjunto com outros profissionais, como os psicólogos, até para traçar um perfil realista de seus potenciais e limites.

3.1 Educadores brasileiros tendem a ter uma visão muito irrealista do potencial humano do país em que vivem

Justamente por causa de suas crenças de que, o que difere um estudante excelente de um com "dificuldades" é apenas a motivação que apresentam e a educação que recebem. Por isso, pensam que os estudantes brasileiros têm, em média, os mesmos potenciais cognitivos que estudantes de qualquer outra nacionalidade.

3.2 A escola privada não é inerentemente melhor que a pública

O que acontece é que tende a ter menos estudantes e consequentemente salas de aula menos lotadas.

Outro fator, bastante "politicamente incorreto", é que a maioria dos estudantes em escolas privadas são filhos de professores, advogados, médicos (uma questão mais genética)... essa é uma das principais razões para apresentarem um melhor desempenho do que os estudantes de escolas públicas.

Em outras palavras, os pais dos estudantes que pagam escola particular o fazem enganados que a mesma seja muito superior, metodologicamente, que a pública e/ou sabendo que não é verdade, mas para sinalizar status social e manter seus filhos longe dos filhos das classes "mais baixas"...

4. A pedagogia "moderna" precisa passar por uma grande reforma

Castigos corporais continuarão proibidos, só em casos realmente extremos. Mas há de se acabar com esse empoderamento que se estabeleceu dos pais dos estudantes em relação aos professores, sendo que o ideal é uma paridade entre eles mediada pela razão.  E de entender que apenas o diálogo não irá resolver a maioria dos problemas de comportamento na escola.

4.1. O bullying precisa ser realmente combatido

Um grande exemplo de como esse método falha em prover a melhor abordagem às questões da escola é a contínua prática de perseguição sádico-sistemática, vulgo bullying, e sem punição exemplar dentro desse espaço, além de outras possibilidades que procurem combatê-lo, de fato, tal como a de expulsão, realocação ou mesmo de intervenção psiquiátrica em relação aos estudantes mais problemáticos, que o praticam com frequência, e não de apenas oferecer suporte, geralmente superficial, àqueles que sofrem com isso.  

4.2 A educação do estudante brasileiro geralmente é muito ruim

Mesmo que salas de aula abarrotadas também expliquem a bagunça, a falta de respeito, de educação básica de muitos estudantes brasileiros parece que veio de berço.


5. A escola continua desprezando o potencial dos estudantes com altas habilidades/superdotação

Ao invés de, não apenas identificá-los e orientá-los, de ajudá-los para melhor lidarem com os seus potenciais, a regra é de continuarem a ser tratados com indiferença, como se não precisassem de uma atenção extra, quando são identificados. Porque as escolas estão obcecadas em igualar resultados de desempenho e por isso tendem a focar mais nos estudantes com 'dificuldades de aprendizagem" (desprezando também que muitos indivíduos com altas habilidades/superdotação têm dificuldades explícitas e específicas de aprendizagem). 


quinta-feira, 2 de março de 2023

A "escola" não "ensina" a pensar e a gostar de conhecimento...

 A escola, digo, o sistema tradicional de ensino, dominante nas escolas brasileiras, simplesmente não "ensina' como pensar de maneira racional ou inteligente, pois se limita à exposição e memorização mecânica de "conhecimentos' e que, dependendo, da matéria (geralmente das ciências humanas), também ocorre muita doutrinação ideológica*, de distorções de fatos (históricos, sociais, etc) por motivação político-ideológica: do autor do livro didático, do professor, do diretor do colégio... do próprio ministério da educação...  


* Doutrinação não é o mesmo que educação porque a primeira consiste numa imposição acrítica de pontos de vista ou perspectivas tratados como verdades incontestáveis enquanto que, a verdadeira educação é a exposição e o ensino exclusivo de conhecimentos, inclusive do pensamento lógico-racional, buscando pela objetividade e imparcialidade (que não é o mesmo que neutralidade) ou justiça.  

Em outras palavras, o sistema tradicional de ensino enfatiza a capacidade de aprendizado sobre a capacidade de raciocínio, por valorizar a obediência à autoridade do professor sobre o ensinar a pensar por conta própria, que aumentaria a paridade de poder entre estudante e professor. 

Então, de fato, não "ensina" o estudante a analisar e julgar informações (capacidade de raciocínio) mas apenas a memorizar o que pede e replicar o que memorizou em suas avaliações (capacidade de aprendizado).  E nem estou comentando de novo sobre outras falhas elementares desse sistema, possivelmente a maior delas que é o completo desprezo do mesmo à diversidade psicológica e cognitiva do corpo discente.

A "escola" também reforça a ideia (mesmo se de maneira não-intencional) de que o conhecimento é apenas uma obrigação e não também ou especialmente uma forma de entretenimento, contribuindo, talvez**, para alimentar a alienação de muitos estudantes à possibilidade de transformá-lo em um aspecto permanente de suas personalidades ou de seus cotidianos.

** Ou apenas coincidindo com o que a maioria pensa, para a qual não é possível que o conhecimento se torne uma fonte primária de entretenimento. 

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Uma verdade dura sobre a educação/escolas brasileiras

 É a de que um de seus maiores problemas, essa balbúrdia literal e diária que acontece na maioria das salas de aula, especialmente nas escolas públicas (mas também e relativamente menos nas escolas privadas), é a falta de educação ou respeito básico, isto é, de empatia, inteligência emocional e/ou capacidade racional da maioria dos estudantes entre eles mesmos e em relação aos professores. Não é essencialmente a carência estrutural das escolas ou a educação recebida em casa ou o fato de serem crianças e adolescentes, nem mesmo as capacidades mais limitadas de aprendizado ou as mazelas sociais. 


Um problema que se tornou praticamente "epidêmico" a partir da universalização de um método pedagógico que trata a todos os estudantes como perfeitamente aptos a internalizar regras de convívio e respeito, pelo menos dentro do espaço escolar e que limitou em demasia as punições por mal comportamento. 

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Uma verdade dura sobre a educação/escolas brasileiras

 É a de que um de seus maiores problemas, essa balbúrdia literal e diária que acontece na maioria das salas de aula, especialmente nas escolas públicas (mas também e relativamente menos nas escolas privadas), é a falta de educação ou respeito básico, isto é, de empatia, inteligência emocional e/ou capacidade racional da maioria dos estudantes entre eles mesmos e em relação aos professores. Não é essencialmente a carência estrutural das escolas ou a educação recebida em casa ou o fato de serem crianças e adolescentes, nem mesmo as capacidades mais limitadas de aprendizado ou as mazelas sociais. 


Um problema que se tornou praticamente "epidêmico" a partir da universalização de um método pedagógico que trata a todos os estudantes como perfeitamente aptos a internalizar regras de convívio e respeito, pelo menos dentro do espaço escolar e que limitou em demasia as punições por mal comportamento. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Falsos sinônimos que precisam ser expostos: economia/capitalismo e escola/sistema tradicional de ensino

 Economia/capitalismo


O capitalismo, um sistema (socio)econômico que se organiza em torno do acúmulo de capital e do direito inalienável à propriedade privada, é o sistema mais dominante de nossa era. Mas nem por isso pode ser considerado um sinônimo de economia, tal como muitos acreditam ou pregam, por esta ser um conceito básico, relacionado às atividades que organizam e sustentam ou promovem a subsistência de uma comunidade ou sociedade. Pois, precisamos entender que, por mais enraizado possa estar o sistema capitalista, ele deve ser diferenciado da economia, até como maneira de se buscar por métodos alternativos à sua ortodoxia, especialmente os que possam contribuir para, ao menos, diminuir as enormes irregularidades sociais que tradicionalmente causa.

Para efeito de comparação, enquanto a economia pode se basear, por exemplo, em um modelo (ideal) de planejamento de longo prazo que beneficie a população como um todo, inclusive dentro de um contexto de hegemonia capitalista, o capitalismo, principalmente em seu estado mais natural ou selvagem, é quase certo que impossibilita o estabelecimento desse modelo sócio-econômico, se suas estruturas estão construídas justamente para funcionar como uma cadeia de relações parasitárias, em que as classes "superiores' na hierarquia social exploram, com salários baixos e jornadas exaustivas de trabalho, a mão de obra das que se posicionam "abaixo" delas; a curto prazo ou em busca de lucros, e sem qualquer regulação quanto à distribuição das riquezas produzidas...

Escola/sistema tradicional de ensino

A grande maioria das escolas em todo mundo têm sido baseadas no sistema tradicional de ensino, um modelo antigo e pseudocientifíco de educação que enfatiza excessivamente a memorização (vulgo, decoreba) e tacitamente despreza a existência da realidade da diversidade psico-cognitiva entre os seres humanos. Então, por ainda ser tão predominante, é costume considerar a escola e esse sistema de ensino como sinônimos. Mas mais do que um mero costume, é um equívoco fazê-lo, já que existem sistemas ou modelos alternativos sem falar sobre os que ainda poderão ser inventados. E também porque a escola é um termo básico que se refere a um espaço dedicado à educação, geralmente de menores, em idade de desenvolvimento, enquanto o sistema tradicional de ensino, apesar de ser o modelo mais adotado, ainda é um modelo especificamente definido. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Como seria um sistema ideal, racional ou científico, de ensino??

 O sistema tradicional de ensino é um modelo antigo e pseudocientífico de escola que tem prevalecido em todo mundo. É pseudocientífico porque se estrutura pela crença na tábula rasa, de que, excluindo portadores de deficiências cognitivas, nós, seres humanos, nascemos com os mesmos potenciais para aprender e que nos diferimos em desempenho acadêmico na escola e na educação superior apenas pelo nível de esforço que empregamos nos estudos, mais aspectos do meio que nos favorecem ou nos desfavorecem. Em outras palavras, esse sistema despreza a existência de uma diversidade psico-cognitiva mais natural, de comportamento e inteligência, entre indivíduos humanos. Pois um modelo ideal de ensino, isto é, científico ou racional, se principiaria justamente pela percepção e aceitação desta realidade tão básica e relevante à sua área de atuação, passando, então, a construir métodos de avaliação mais individualizados em que, em cada período letivo, os estudantes seriam avaliados de acordo com os seus perfis psicológicos e cognitivos, e sem ter que eliminar a possibilidade de também compará-los entre si, mas sem mais concluir que suas capacidades só possam ser estimadas por essa perspectiva comparativa. Afinal, se é possível perceber padrões específicos de desenvolvimento e funcionamento cerebral em seres humanos já nos seus primeiros dez anos de existência, também é possível planejar abordagens de avaliação e ensino correspondentes a cada constituição individual. 


Alguns poderiam argumentar quanto à onerosidade de se avaliar individualmente. Mas apesar de ser uma mudança inevitável ao se buscar por um modelo realmente científico de ensino, os estudantes poderiam ser categorizados em subgrupos já que também é factual que uma diversidade de indivíduos produza uma diversidade de tipos, por semelhanças e diferenças entre eles. Outra alternativa para facilitar a vida do professor e de outros profissionais da área seria pela constituição das classes de acordo com as categorias percebidas no(s) primeiro(s) ano(s) de escola. Essas categorias poderiam ser baseadas nos níveis de capacidades cognitivas gerais, de capacidade criativa percebida, de tipo de capacidade, se mais para as exatas ou humanas...

Testes cognitivos, de personalidade e vocacionais também seriam administrados,  pelo menos, umas três vezes durante a vida escolar de cada estudante. Logo nos primeiros anos, esses testes seriam aplicados até para começar a construção de um perfil individualizado. Então, todos os resultados: de desempenho acadêmico, desses testes "extras", além das observações sobre comportamento e inteligência, que visam ser imparciais e objetivas, seriam registrados no boletim do estudante que, poderia servir como um currículo primário para ajudá-lo em seu caminho profissional, especialmente se a escola for diretamente vinculada ao mercado de trabalho e à educação superior. Isso, inclusive, poderia pôr um fim nos métodos de avaliação tradicionais, por exemplo, provas de concurso e de vestibular, se o resultado de uma prova não vale mais que um perfil construído de dez anos de avaliações e observações.

Todos os estudantes, a priori,  seriam incentivados a dar o seu melhor no que conseguem se sobressair, o que também inclui outros tipos de atividades, como o esporte. No entanto, aqueles em que se nota altas capacidades seriam ser avaliados separadamente e incentivados a desenvolvê-las. Em outras palavras, ao contrário do sistema tradicional que despreza os interesses especiais que muitos estudantes apresentam, estes seriam validados e acompanhados de perto.

De acordo com a percepção do comportamento do estudante, diferentes abordagens seriam adotadas. Se mais tímido, trabalhos de apresentação na frente da sala, por exemplo, não seriam obrigatórios a ele, ainda que poderia ser incentivado a se expressar mais perante os colegas de classe. E se forem percebidos padrões de comportamentos anti sociais ou excessivamente antagonistas à autoridade do professor, e por razões irracionais, o estudante seria a priori, isolado dos outros que apresentam o mesmo perfil,distribuídos em classes diferentes, como medida preventiva quanto à possíveis turbulências organizadas e protagonizadas em grupo dentro de sala de aula. 

Para ser bem sincero, o ideal seria que os estudantes em que se percebe uma frequência de comportamentos cruéis fossem encaminhados para uma avaliação psiquiatra séria. E como não há qualquer tratamento disponível do transtorno de personalidade anti social, dependendo da gravidade de suas ações ou do diagnóstico, deveriam ser isolados do convívio social, no mínimo...

(Sempre quando entro nesse tópico, é inevitável frisar que, na minha opinião e, com base no que acho mais lógico de se fazer, a partir do conhecimento que temos, a medida mais adequada, de prevenção, nesses casos seria de, além do isolamento forçado de todos os indivíduos anti sociais identificados, independente da classe social, também a esterilização, inclusive a possibilidade de castração química dos mais rebeldes, por mais polêmica possa parecer especialmente aos olhos de humanistas). 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

A grosso modo, o sistema tradicional de ensino ou "escola" se baseia em uma pseudociência

 Porque está estruturado a partir da crença na tábula rasa, de determinismo absoluto do meio sobre a inteligência e o comportamento humanos, pregando que, excetuando portadores de deficiências cognitivas, todo ser humano nasce com o mesmo potencial de aprendizado e que as diferenças percebidas de desempenho acadêmico são resultantes do nível de esforço empregado em combinação com condições ambientais específicas. 


No entanto, não é difícil perceber padrões que, indiretamente, corroborem para a confirmação da influência até predominante dos genes no comportamento humano. Alguns dos mais importantes são: as semelhanças predominantes de personalidade e inteligência entre filhos adotados e seus pais biológicos do que em relação aos seus pais adotivos; o mesmo predomínio de semelhanças entre irmãos gêmeos idênticos; a percepção de variação individual de desempenho acadêmico e de comportamento em um mesmo ambiente, escolar ou familiar e de estabilidade dos mesmos durante toda vida...

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Qi não apenas correlacionar com desempenho escolar porque também é DERIVADO do mesmo

Dizer que ''QI correlaciona com desempenho escolar'' é tal como dizer que ''o suco de laranja CORRELACIONAR com a laranja''..

domingo, 7 de maio de 2017

Por que odeiam/odiamos os nerds [especificamente os CDF]??

O ódio ou desprezo aos nerds, em média, ou melhor, aos estudantes nota 10 [cdf], como eu já falei, tende a se consistir em uma ação irracional. No entanto...

...ninguém gosta de puxa sacos
O sistema está logo à sua frente, com ou sem um sorriso no rosto, com ou sem consciência de que representa a sua autoridade, que trata a todos nós de maneira desumana, fria, pragmática, incluindo os seus próprios agentes, incluindo os professores. Ela ou ele deseja lhe transferir, supostamente, todo o seu conhecimento que, no entanto, ainda precisa do auxílio de livros didáticos, porque poucos são capazes de decorar e aprender tudo aquilo que é passado durante os anos escolares. A rebelião contra o agente pode se fazer com indiferença, falta de entusiasmo ou com base em suas típicas características, expressando a raiva, o escárnio, a luta contra os mandos da autoridade. Outra possibilidade, e talvez a mais racional, ainda que improvável de ser sempre frutífera, é a de tentar negociar com os professores antes de partir para as táticas mais comuns. A escola ainda nos quer massificar mas somos indivíduos, idiossincráticos e individuais, e mesmo o mais bem comportado dos alunos ainda esboçará sinais de rebelião interna algumas vezes de modos surpreendentemente improváveis, por exemplo, acatando a todas as suas ordens para se ver livre de sua desumanidade técnica e burocrática. 

No entanto é evidente que, para se rebelar você precisa mostrar a sua rebelião. Não são todos aqueles que, de alguma maneira, mesmo a mais implícita, se rebelam à flagrante tentativa de desumanização ou coletivização técnica da juventude. E alguns dos alunos mais convergentemente inteligentes farão parte desta tropa de "colaboracionistas" do sistema. Eles gostam do ambiente escolar nomeadamente durante as aulas, apreendem e aprendem boa parte do que é passado, estão sempre preocupados em estudar bastante nas provas para que possam tirar as notas mais altas. Tal como o funcionário do mês, eles buscam fazer tudo aquilo que o sistema lhes propõe. Pode parecer e de fato é sempre bom para o professor, que em sua maioria apresenta as melhores intenções no seu ofício, quando os alunos bem comportados, obedientes e estudiosos predominam em sua sala de aula. Apesar de quase sempre torcermos para os professores eles são em partes responsáveis por suas situações, por serem, muitas vezes, como esses estudantes obedientes à autoridade. Eles só querem ajudar os seus alunos a se tornarem competitivos no mercado de trabalho, muito parecido com o sentimento comum dos pais em relação aos seus filhos. No entanto no interior desta situação a luta de classes, de tipos humanos (sociotipos), enfim, da vida humana, simplesmente define o que de fato acontece na escola. Poderia ser diferente, a escola poderia ser idealmente projetada e com intenções e práticas verdadeiramente boas e eficientes. No entanto esta ilusão cai por terra quando lhe adentramos de maneira mais profunda e vemos que mesmo os sorrisos mais sinceros dos seus subalternos contratados, na verdade esconde uma máquina de massificar, doutrinar, conformar humanos, que não estão lá para serem paparicados pelo pai estado, mas para serem preparados pelo não tão pai, à vida técnica ou laboral, e para um sistema que é corrupto, tolo e desigual desde a sua raiz. 

O nerd e em especial alguns dos seus tipos, não é apenas aquele que se conforma desde cedo aos mandos autoritários de um sistema corrupto porque também caminhará para competir, vencer e se posicionar confortável em sua posição social de prestígio econômico e social, quando não é ele quem se torna o dono dos meios de produção e de organização. 


O sistema o quer por causa de sua inteligência técnica, de trabalhador, que aprende fácil, de maneira convergente e que aplica esse conhecimento em sua área de trabalho. O sistema quer trabalhadores inteligentes e conformados como o nerd, e não quer bobos da corte como os bullies na escola, os valentões ou palhaços que fazem troça com os outros estudantes mas especialmente com aqueles que mais se destacam, de maneira positiva, polemicamente descritiva ou mesmo predominantemente negativa [ainda que acabe usando esses tipos, sem falar que no final do período escolar, a conformidade em busca de conforto mundano e egoísta predominará na maioria das mentes juvenis]. 


O sistema também não deseja milhões de observadores ou pensadores lamuriando pelas estrelas, tecendo versos do alto de suas afetações filosóficas, ou escrevendo textos como este, enfim, lhes olhando bem no fundo dos olhos. O sistema precisa de sua matéria prima ou de trabalhadores e os mais espertos deste grupo são essenciais para que possa se manter e se perpetuar. E claro que o sistema tende a se consistir em sua maioria de manipuladores.

Graças aos ''cdf's'' que temos a civilização, especialmente em seus aspectos mais técnicos, mas também graças a eles, em média ou em sua maioria, estando plenamente conscientes ou não, que temos sistemas sócio-econômicos culturalmente tolos, mentirosos, propositalmente construídos para reproduzir desigualdades sociais, conflitos e sofrimentos totalmente desnecessários, que eles ajudam a sustentar, e pior, a construir, porque a maioria dos manipuladores que infectam os centros de poder tem como maiores atributos psico-cognitivos e evolutivos as suas capacidades de manipulação maligna e subsequente parasitismo.

Portanto, sim, os alunos mais convergentemente inteligentes, bem comportados e obedientes aos professores [agentes do sistema] também são aqueles que mais contribuem, conscientes ou não, para o sistema monstruoso que civilizações & impérios viciosamente produzem, ao menos durante o período escolar, que por sua vez mais parece reproduzir um simulacro das sociedades em que vivemos. 

Enquanto que a maioria dos nerds são invariavelmente discriminados nesses ambientes e sem haver razões racionais que validem este tipo de comportamento reprovável, também existem justificativas plausíveis para o mesmo, ao menos em relação a certos tipos, por exemplo quando os outros alunos começam a vê-los como colaboradores de um sistema-monstro. Sim, existe a inveja dos demais por causa de sua maior inteligência [do tipo convergente e cristalizada], conflitos de divergências culturais e de comportamento [os estudantes mais convergentemente inteligentes tendem a ser mais comportamentalmente racionais/psicologicamente maduros do que os demais estudantes], de aspecto físico, mas por outro lado, também temos essa percepção por parte de muitos estudantes, que pra sermos sinceros, em sua maioria, só querem se divertir, especialmente quando estão na adolescência, e que veem nos mais estudiosos ou naqueles que tiram as maiores notas, como colaboradores deste sistema que os impedem de viver de maneira mais livre, de acordo com os seus desejos juvenis de momento. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sabedoria também é saber o momento certo

Eu me lembro muito bem na escola acho que na terceira ou quarta série quando uma colega de classe (da qual eu nutria interesses tímidos) em um jogo promovido pela professora me sorteou e como resultado teve que escrever algo sobre mim numa folha de papel e depois me enviar. Eu não me lembro direito quem foi que eu peguei e o que eu escrevi, mas sei quem foi que me sorteou e o que ela escreveu porque aquilo me impactou a ponto de se tornar lembrança cristalizada. Ela escreveu que eu sou um garoto legal que sabe a hora certa pra brincar e pra prestar atenção na aula. Sim, ela disse isso em palavras. Sim ela foi bastante precisa em sua observação. Eu me lembro de ter concordado totalmente com os seus dizeres. E hoje eu vejo que apesar de não ser perfeito eu tenho mesmo esta tendência de saber o momento certo.

Outro exemplo


Palavrões ou palavras chulas?? Apenas em momentos mais quentes. É ''sexy'' bancar o ''machão de linguajar chulo'' apenas no momento certo (geralmente na cama) e com a pessoa certa. 

Pode parecer incrível constatar isso mas é verdade. As pessoas geralmente nascem com falta de ''semancol'' e erram bastante na hora de ter a reação ou a percepção certa das ''coisas''.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Personalidade inteligente, maior racionalidade e desapego natural à convenções sociais como proxy para discriminação sistemática na escola do que apenas inteligência

O forte e/ou popular estereótipo do nerd estudioso, consciencioso ou legal, conformista às ordens dos seus superiores na escola/professores e introvertido continua a soar em nossas mentes com grande vigor. Hoje em dia com a expansão do termo nerd no entanto este tipo mais "asperger-esque" deixou de representar toda a classe e se tornou em mais um subtipo de nerd. Talvez o estereótipo dos filmes de besteirol americano tenham causado demasiado impacto na cultura popular ainda que também representem parte desta realidade. No entanto o fator inteligência, ao menos a do tipo acadêmico ou convergente, não parece ser o único que nos faz alvos preferenciais de discriminação sistemática durante a época da escola mas uma comunhão de características  se ao analisarmos os padrões podemos notar que não são apenas ou mesmo especialmente os mais academicamente inteligentes que tendem a sofrer perseguição irracional sistemática por parte dos seus colegas de classe. Nem todo nerd especialmente nos dias atuais sofre discriminação na escola. Mas é muito comum que uma maior inteligência, mais : personalidade inteligente, maior tendência ao pensamento e ação racionais e desprendimento às regras sociais de "como parecer ou ser 'legal' ou popular" tendem a contribuir e muito para essa triste realidade de correlações específicas. 

A personalidade inteligente nem sempre casará perfeitamente com capacidades cognitivas superiores [que eu já comentei, inteligência cognitiva versus intelectual ou ''personalidade inteligente''). A mesma se relaciona ao sub-domínio do intelecto que por sua vez pertence ao domínio psicológico "abertura para a experiência".


 Ao invés de termos o estudante/e futuro adulto que é convergente ao que se pede na escola, que é estudioso, que apreende tudo aquilo e até mais do que aquilo que é passado pelos professores no quadro negro, que mostra-se impecável em relação ao seu comportamento nas aulas, mas que pode não ser igualmente prodigioso para pensar sobre a sua realidade, de maneira menos bitolada nas matérias escolares, será mais propenso, primeiro, a ter uma personalidade inteligente: mais cultural e moralmente sofisticada, segundo, tenderá  a ser mais emocionalmente maduro que os seus pares de convivência (forçada), ainda que isso necessariamente não implique em maior resiliência psicológica, e que tende a se manifestar caracteristicamente como aquele jovem que prefere o convívio de pessoas mais velhas e terceiro, maior sensibilidade, tal como foi profetizado por Kazimierz Dabrowski em suas hiper excitabilidades.

 Pelo que parece o academicamente/convergentemente superdotado (alto empreendedor) será menos propenso a ser hiper excitável, emocional, moral e intelectualmente falando (este último que mais parece com a criatividade) enquanto que a personalidade inteligente nada mais nada menos que se consiste na manifestação dessas hiper excitabilidades psico-cognitivas mas sem serem primordialmente patológicas.

Personalidade inteligente versus racionalidade

Você pode ter um gosto cultural incrível, refinado, rico e saber como navegar por esses conhecimentos... mas não ser muito racional. 

Você pode ter uma grande perspicácia inter-pessoal, benigna ou malignamente falando ... mas não ser muito racional...

A racionalidade parece se consistir em uma eficácia ponderada de funcionamento entre as nossas capacidades psicológicas/instintivas e cognitivas/mecânicas. Apesar de principiar-se pela cognição, a racionalidade tende a interagir e de maneira predominantemente correta com o lado psicológico da inteligência enquanto que nada previne que uma personalidade inteligente não tenha como resultado mais irracionalidade do que o contrário. Novamente, como sempre, quando não estivermos falando da mesma  coisa, então devemos exaltar as suas saliências e/ou diferenças sem tentar vinculá-las, por exemplo, deduzindo que ''quem tem um gosto cultural forte... será mais racional'', ainda que bom gosto tenda a se consistir em uma forte manifestação específica de racionalidade/sabedoria, por se consistir na consciência estética, também é necessário ser mais dotado na compreensão factual, do contrário, haverá sofisticação psicológica sim, mas sem uma bússola.

Novamente, ser mais racional e especialmente mais sábio, é exatamente como ter uma bússola de ponderação, de compreensão factual e do uso deste conhecimento de maneira proporcionalmente correta, ideal. 

E como conclusão final deste texto, sim, não basta ser mais cognitivamente inteligente para ser, na maioria das vezes, injustamente perseguido na escola.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Se a perspectiva existencial pudesse ser percebida por meio de uma sala de aula..

Alunos comportados e cognitivamente inteligentes a frente, bem perto da autoridade. Alunos menos comportados e geralmente providos com traços de personalidade anti-social, sádicos indiscriminadamente ''bem humorados'' no fundão. Medianos no miolo ou geralmente em qualquer lugar, bem distribuídos e geralmente mais perto dos seus epicentros de identificação mais próximo, por exemplo, um ''mediano'' só que mais para introspectivo, perto deste tipo. Os mais introspectivos e observadores/ sensíveis, geralmente nos cantos, excelentes lugares para se observar todo mundo assim como também tendo a parede como protetora. 

Aplicando os meus sociotipos, também podemos ter: trabalhadores [sociotipo] de alto funcionamento na frente, ''paparicando'' e prestando atenção a tudo aquilo que o professor/autoridade está dizendo e ensinando [ ou tentando ensinar ]. Trabalhadores de médio funcionamento, geralmente de medianos, no miolo da sala e/ou em qualquer lugar. Manipuladores geralmente no fundo, ainda que estes tendam a ser mais raros, e os manipuladores mesclados com o sociotipo do trabalhador, tendam a ser mais comuns. Observadores no canto das salas. 

Outra perspectiva: conformistas/convergentes na frente e no miolo. 
Contraventores/divergentes no fundo. Transcendentes nos cantos. 

A sua personalidade e interação com o seu meio social portanto pode ser previamente determinada mediante o lugar que você prefere ficar dentro de uma sala de aula tipicamente organizada.


Salas de aula podem representar nossas perspectivas existenciais em ambientes sociais mais amplos**

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Invenções supérfluas (cadernos escolares industrialmente fabricados) e subsequentemente supérfluas (corretivos) que aumentam o lixo produzido pelo ser humano

Eu já comentei em muitos textos sobre escola/educação o porquê de ser tão cético aos supostos poderes mágicos da(s) mesma(s) na promoção do aumento de inteligência dos alunos. 

O professor e o sistema educacional acreditam que a maioria dos alunos sairão  do colégio como polímatas, conhecedores de cada ciência humana que foi lhes foi ensinada. Mas na verdade ao invés do ideal(izado) ~ 90% de conhecimento memorizado e aprendido a realidade é significativamente mais falha visto que sejamos sinceros guardamos uma média de 30% e olhe lá do que é ensinado durante todo o período escolar. Cadernos, livros sempre atualizados, estojos com canetas, canetinhas coloridas, lápis, borracha, enfim uma parafernália que me parece muito supérflua e excessiva se foi projetada com base nas esperanças tolas do sistema escolar e de seus funcionários de que promovam de maneira direta, imperativa talentos e rendimentos e não na realidade nua e crua, de que a influência do professor tenda a ser substancialmente mais limitada seja na melhoria ou piora do "desempenho" dos seus alunos do que ele mesmo tende a acreditar. Motivações intrínsecas, estilos psico-cognitivos diferentes e a inteligência genotípica contribuem ostensivamente para o desempenho dos estudantes durante o período escolar. Por estarem em fase de desenvolvimento mental (biológico) criou-se a ideia de que o professor, como uma espécie de substituto dos pais, possa ser o principal responsável pela melhoria ou piora do comportamento e da "inteligência' de seus alunos. Por um lado os professores podem tirar uma boa carga de responsabilidade de suas costas. Por outro lado eles se verão em maus lençóis ao perceberem o quão limitada são as suas influências, se esquecendo que na lei da ação e reação a natureza dos elementos de interação é fundamental e respondem por boa parte das respostas ou reações em relação aos estímulos que estão a sofrer impacto. Portanto, por exemplo, um aluno que for mais cognitivamente inteligente e consciencioso é provável que apreenderá mais rápido e melhor que os outros. Em outras palavras, a participação do professor no "aumento' de inteligência (fenotípica ou "cultural") deste (tipo de) de aluno será muito mais indireta e portanto menos determinante do que muitos tendem a pensar.
Os esforços excessivos que são concentrados na educação parecem ter se esquecido do meio ambiente pois produz muito lixo e lixo supérfluo pois se aprendemos (apreendemos) tão pouco então não faz sentido por exemplo cada aluno ter uma mini biblioteca de livros anualmente atualizados/fabricados se a grande maioria dos estudantes darão pouca a nula importância aos mesmos, se no final não aprenderão apenas ou unicamente por causa deles mas por si mesmos, quando se interessarem pela matéria, quando os seus cérebros gostarem do que está sendo passado no quadro negro.

Se não bastassem as invenções escolares "necessárias" a fantástica criatividade humana também adora inventar em excesso resultando no incremento do lixo humano que é produzido e por puro capricho. Um exemplo muito interessante é o corretivo. 

Vamos nos ambientar melhor. Você tem uma criança hipotética em idade escolar com os seus cadernos e livros, sua mini biblioteca anualmente atualizada. Então esta criança que se tornará um adolescente quando escreve errado em seu caderno  e de caneta ela pegará o seu corretivo e corrigirá o erro. Vejamos. O caderno que depois de usado virará lixo juntamente com o corretivo e a caneta. Ela usará o seu corretivo até acabar e então comprará outro. O mesmo para o caderno  e a caneta. O mesmo para lápis e borracha. Apenas uma criança já terá um mini lixão que acumulará durante toda a sua vida escolar. Imaginemos milhões delas fazendo o mesmo e a quantidade de lixo que será acumulado. Sem lápis e borracha ela não aprenderia o vocabulário?? Um giz não poderia solucionar parcialmente esta situação? Sem cadernos e livros será que um ser humano apreenderá menos que o de costume todo conhecimento a que é exposto durante a sua vida escolar?? Mas o verdadeiro aprender não é o apreender. Não basta expormos outrem a certo conhecimento e esperar que sua memorização se traduza subsequentemente em verdadeiro aprendizado, em saber como que aquele conhecimento funciona, reconhecer os seus padrões, as suas estruturas. A escola é um dos grandes engodos de nossa era, super valorizada e no entanto não sabemos mesmo ou temos a impressão de que o verdadeiro método científico não tem sido usado para mensurar e analisar o grau de eficiência do sistema escolar para a melhoria objetiva e precisa da inteligência  fenotípica ou "cultural" dos alunos. É fato que sem forçarmos jovens humanos a ficarem de frente a um quadro negro e convence-los por linhas tortas que isso é importante pras suas vidas é possível que teríamos uma situação ainda pior. No entanto eu estou a criticar mais especificamente as frivolidades inventadas por seres humanos que terão como derradeiro fim os lixões urbanos. Eu acredito com veemência que não é preciso todo este material escolar para que um ser humano possa apreender ao menos 10% do conhecimento a que for exposto durante a sua vida escolar. Sem este lixo que na minha opinião é supérfluo eu acredito que teríamos o mesmo resultado que usualmente temos com toda esta parafernália. Que me perdoem as papelarias mas esta sandice precisa parar.


E uma das principais razões para este excesso, isto é, de se acreditar que lápis, muitos cadernos e livros irão tornar os seres humanos mais inteligentes, é justamente porque o sistema escolar enfatiza a memorização pretensamente acumulativa de ''todo'' o conhecimento multifacetado que ''ensina'' ao corpo discente.  Sabemos que no final, ao contrário da promessa de que sairemos polímatas, na verdade na maioria dos casos, aprendemos bem menos que a metade que foi ensinada, especialmente em matérias escolares que são mais (contextualmente) difíceis, por exemplo, química e física. 

Deveríamos jogar fora boa parte dessas ilusões [ideológicas, de todas as matizes encontráveis] que povoam e influenciam de sobremaneira o sistema escolar, e não apenas no ocidente nauseabundo, de fato buscar saber o quão efetiva é a educação na fixação de conhecimento útil e valoroso, repensar em suas prioridades que são predominantemente técnicas (literalmente falando, isto é, na pretensa apreensão de técnicas ou conhecimentos) e possivelmente começar a acabar com as aulas massivas em que os estudantes gastam as pontas dos seus lápis ou as tintas de suas canetas, para depois descartá-los aos milhões, assim como também os seus cadernos e os livros, que os colégios geralmente descartam, para supostamente aprender (apreender) o que está sendo passado no quadro negro, enfim, de se pensar o quão necessário é todo este lixo, se é realmente supérfluo, pois não restam dúvidas que, em uma macro-escala quantitativa, eles estão engordando o tamanho dos lixões urbanos... e pra quê mesmo*

O problema da Reciclagem

Reciclamos mas e depois??

Ao invés de reduzir o problema do lixo a reciclagem parece que contribui para aumenta-lo. Pega-se um material jogado no lixo o recicla ele será usado e depois descartado novamente. 

O ideal seria que não tivesse sequer a necessidade de se reciclar o lixo. 

A reciclagem esta cheia de boas intenções mas não é efetiva mesmo que comece a ser praticada em larga escala. O mais importante não é reaproveitar o lixo mas reduzir de preferência o mais supérfluo como eu já comentei antes, sobre a inutilidade das embalagens para uma quantidade significativa de alimentos sem falar naqueles que são apenas exageros alimentícios por exemplo a enorme quantidade de biscoitos industrializados. 

Não restam dúvidas que a criatividade humana sem qualquer sabedoria se transformará em um estorvo.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Raciocínio ''lógico'' versus mundo real, a grande falha dos testes ''culturalmente'' neutros e novamente, a grande enfase no intelecto do trabalhador e não do ser humano



Qual é o seu ''qi''**

Eu tenho batido muito nesta tecla e tenho razões muito fortes para insistir neste caminho. 

Os escravos costumavam ser analisados pela qualidade dos seus dentes, que serviam para indicar melhor ou pior saúde para o trabalho.

Hoje em dia, ao invés de mensurarmos o potencial de um trabalhador por qualidades corporais, o fazemos principalmente por meio de testes cognitivos, quer seja na escola ou em exames seletivos para cargos públicos



Estou fazendo alguns exercícios de ''raciocínio lógico'', que são comumente usados em muitos tipos de testes cognitivos e nomeadamente os de ''inteligencia verbal''. Acredita-se que, quem se sai muito bem nestes testes, tenderá a fazer o mesmo em relação ao mundo real, isto é, será ''lógico'' em relação a realidade.

Mas o que é ser lógico em nossos contextos sociais altamente complexos***

Por exemplo

A conformidade ideológica em relação a dinamica social moderna é uma maneira de se ser (contextualmente) lógico!!

È eficiente, é pragmático, é ou pode ser muito vantajoso.....

Mas não é racional porque ser conformista em relação a uma ideologia que for baseada em fantasias e mentiras não será obviamente uma atitude universal ou absolutamente certa... eu diria, racional.

Além do mais, eu duvido que a maioria das pessoas parem para raciocinar reflexivamente sobre as suas ações, porque tendem a faze-lo subconscientemente, resultando numa incompreensão sobre o que se está fazendo, não apenas em relação as ideias equivocadas que internalizam enquanto verdades ou fatos.

O ''culturalmente neutro'', de fato, não está avaliando como que interagimos, abordamos e construímos nossos respectivos sistemas de crenças, fatos e princípios morais. Está avaliando apenas a cognição, como que nossos cérebros costumam funcionar reativamente a uma bateria de exercícios mentais que tem pouco ou nenhuma relevancia para que possa se entender melhor a realidade, o princípio mais importante para um potencial de sobrevivencia bem como também de construção transcendental exponencionalmente harmonica (sabedoria).

Não somos culturalmente neutros, muito pelo contrário, e portanto, avaliar como que o cérebro humano funciona mecanicamente em relação a um apanhado de questões, que pra ser sincero, tendem a ser bem tolas, não irá expressar a(s) inteligencia(s) humana(s) em toda a sua primazia, em seu todo e o mais importante, direcionadas para o mundo real, do ser em direção ao seu ambiente de vivencia... e não apenas em relação ao seu ambiente laboral.


Q.I é a 'inteligencia'' (cognição) de um trabalhador e não de um ser humano, que está completo em suas idiossincrasias bio-existenciais.


Nem lógico, nem racional

Os testes cognitivos não refletem a realidade, cultural, interativa, multidimensional (como aprender a tocar um instrumento, decorar o caminho da casa para o trabalho, aprender como flertar com o sexo oposto ou do mesmo time, como se comportar em certos ambientes, como ser verdadeiramente empático e ''para quebrar a rotina'', fazer coisas boas) do ser humano e (de) por si mesma. Matemática, linguagem, memória e senso de proporção espacial obviamente que existem e interagem uns com os outros no mundo real. Mas essas interações não se darão apenas (obviamente) nos ambientes de trabalho, da escola ou da faculdade, mas a todo momento!!! 

A tentativa de transferencia ou de tradução perfeita (ou quase perfeita) entre acertar a maioria das respostas de raciocínio lógico de um teste cognitivo qualquer e de aplicar esta suposta comprovação conclusiva de superioridade cognitiva em um mundo real, vivido agora, o seu, o nosso mundo, em relação a política, cultura, interações interpessoais, intrapessoais ou autoconhecimento, enfim.... mostra-se extremamente falha.






sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Não existe ''dom'' *** (breve continuação do texto ''Malcolm e os elásticos'')



Um dia desses eu tive uma conversa com o meu irmão mais velho sobre o tão comum e polêmico tema ''genética e ambiente''. Meu irmão mais velho é bem menos estúpido que o meu irmão esquerdista, ''o do meio'', ainda que como todo ''não-sábio'', demonstre suas fraquezas mentalmente/cognitivamente integradas de muitas outras maneiras. O tema da conversa foi ''existe ou não existe o dom'' ** O termo dom pode ser facilmente cambiado para ''talento''. Aquele que se conhece, mais do que outros poderiam fazer por si mesmos, terá grande chance de concordar comigo sobre a realidade do talento ou dom inato, sem falar do mais agudo de todos eles, o gênio. 

O verdadeiro autoconhecimento tende a se dar por causa de uma curiosidade natural quanto a si próprio, na tentativa de ampliar o conhecimento que tem sobre si. Se consiste em um ramo pouco conhecido da ciência, que por sua vez se consiste em toda a forma de observação/manipulação da fenomenologia que obedeça à regras e finalidades de natureza puramente lógicas, isto é, na tentativa de se entender a realidade com base em uma construção convergente de padrões intercambiáveis ou coerentes entre si. Para alguém que é muito autoconsciente (ou que apresenta grande disposição para enveredar por este caminho ou destino), a noção de que o ser não tenha qualquer influência sobre o seu comportamento e suas motivações, parece absurda demais. É uma incongruência sem eixo de direção coerente, uma bússola desregulada, de quem não sabe realmente o que está afirmando. Toda vontade precisa partir do próprio ser, mesmo quando não for plenamente consciente, aliás, quase nada daquilo que fazemos será, em um sentido hiper-literal, ''consciente'', justamente porque quando agimos, estamos nada mais nada menos do que expressando todas as nossas variáveis bio-cognitivas como abordagem reativa natural, respondendo ao atrito, reagindo apenas e com (base em) nossas respectivas realidades orgânicas. Ao nos expressarmos, inevitavelmente estaremos partindo de um ponto pseudo-cego de subconsciência. O simples fato de estar redigindo este texto poderia ser entendido como uma forma de subconsciência. Por que eu estou fazendo isso** Com que motivação** O único cenário de plena consciência e consequente livre arbítrio se daria em uma realidade improvável em que a consciência nascesse antes do sistema corpo-mente e pudesse decidir sobre seu destino, isto é, sobre a construção de suas próprias características bio-cognitivas.  O sentido da ação espontânea ou naturalmente reativa está em si próprio, é a causa e o efeito simultâneos, por meio de nossas clausuras naturais ou armaduras orgânico-cognitivas (que se consiste a vida), reagimos. O ser humano é singular por ser o primeiro a conseguir desafiar esta orquestra profundamente misteriosa que serpenteia todas as nossas ações, MESMO àquela que nos faz mais singulares e despertos da realidade que nos envolve e nos afronta. 

Este não-tão-breve texto que está um pouco fora do tema principal, se consiste em uma tentativa de mostrar-lhes primeiramente o quão profundo podem ser todos os impulsos naturais de reação, de maneira que, todo o comportamento será inevitavelmente ORIGINADO pelo sistema corpo-mente do ser. O que diferenciará um comportamento do outro, será o grau de prevalência ou correlação causal de cada um, isto é, da origem até a expressão/externalização. O comportamento instintivo se consiste em uma causalidade em relação às características bio-cognitivas, por exemplo, o voo do pássaro e suas asas, o andar ereto e a constituição bípede do ser humano, a tromba e o elefante, o rabo e o macaco, etc... As reações comportamentais variarão desde a corporal-sinestésica até à respostas que forem mais influenciadas pelo ambiente. As ''simples'' reações via características fisiológicas em atrito com o ambiente até às reações mais complexas e provavelmente a mais radical de todas será a tentativa de trespassar os desígnios naturais que nos foram 'impostos'' desde nossas ''fabricações'', da concepção até os últimos dias do nascimento, situação que o ser humano está mais perto de alcançar. 

O dom se consiste na manifestação do instinto/naturalidade/causalidade comportamental que poderá ou não ser influenciado pelo ambiente, só que de uma maneira diferente daquela que os behavioristas acreditam.

Em alguns casos, haverá a necessidade de que ''circunstâncias ambientais vantajosas'' possam contribuir para que certa habilidade e especialmente, dom ou talento, possa ser desenvolvida. O exemplo mais elucidativo seria a música, especialmente em relação aos instrumentos musicais. Uma criança que tem natural inclinação/disposição para gostar e aprender (ou mesmo, algumas vezes, apenas para aprender) e for exposta cedo ou precocemente familiarizada com o instrumento musical que melhor lhe agradar, é provável que se encontrará em grande vantagem do que uma outra criança hipotética, com mesmo talento natural, mas que nunca for exposta ou familiarizada com a aparelhagem necessária.

Outros exemplos abundam. Por exemplo, a exposição para conhecimento matemático avançado, que só poderia se dar por intermédio de livros. O que se deve ter em mente é que as crianças superdotadas (talentosas ou cognitivamente dotadas) e especialmente, as geniais e as sábias, já apresentarão vantagens biológicas/naturais em relação aos seus pares de mesma faixa etária e portanto, ao serem expostas ou, o que acontece na maioria das vezes, haver uma curiosidade/procura natural pelo objeto de interesse, apresentarão um desenvolvimento muito mais rápido de especialização, aprendizado. É interessante notar no entanto, que esta mesma realidade será menos logicamente intensa em relação ao gênio criativo, porque este comungará com dois estilos mentais tendenciosamente divergentes (mas não opostos), criatividade e inteligência analítica. O que parece óbvio pra mim, parece impossível de ser entendido ou mesmo aceito por uma extensa fração de ''cognitivamente inteligentes'', a de que deve existir uma relação de reciprocidade empática (que eu cunhei de empatia cognitiva... distinta da empatia emocional) entre o ser e o objeto que está sendo exposto para que possa haver uma procura natural e posterior desenvolvimento. E quanto mais instintivo, mais inato for este potencial, mais natural e divertido será o seu desenvolvimento, o esticamento dos elásticos, usando novamente a metáfora dos elásticos.

 Voltando ao meu relato pessoal. Durante a minha conversa com o meu irmão, ele, que advogou pela inexistência do dom, me disse que a prática precoce seria a explicação mais coerente para mostrar o porquê de algumas pessoas serem tão boas em alguma particular atividade cognitiva ou sinestésico-corporal do que outras. Então eu lhe contei sobre o meu déficit significativo em matemática e que desde sempre nunca gostei desta matéria. Ele usou Mozart, o gênio austríaco da música clássica, como exemplo, para explicar que se eu tivesse sido forçado a aprender matemática desde quando era criança, tal como parece ter acontecido com o compositor em relação à música, é provável que tivesse me tornado muito inteligente neste conhecimento. Tal como eu mostrei ou tentei mostrar no texto da ''Síndrome do Polímata'', me parece que a maioria das pessoas que são mais cognitivamente inteligentes, são mais propensas a bancarem os polímatas, isto é, aquele que acha que ''sabe de tudo'' ou ao menos em relação a uma grande variedade de conhecimentos, e especialmente em relação às ciências humanas.

Por que discutir sobre política e religião não é algo muito inteligente de ser feito**

Simples, porque todo mundo quando discute sobre política ou religião, sempre expressará SEUS PONTOS DE VISTA, suas respectivas perspectivas existenciais, e como eu tentei pedantemente mostrar acima, serão respostas instintivas, adaptadas a contextos culturais. As culturas humanas nada mais são do que representações refletidas de macro-padrões cognitivos (comportamentais, mentais e corporal-sinestésicos), metafórico-literalmente falando, existe um enorme espelho (cultura biologicamente refletida) a nossa frente e nós só ''podemos'' manter a direção de nosso olhar ''coletivo'' a ele (desprezando os verdadeiros inconformistas).  Discussões são prolíficas, debates são raríssimos. Todo mundo acha que pode falar sobre política, religião, comportamento, porque são fatores muito mais pessoais, muito mais comuns em nossos cotidianos. Mas na verdade, os 3 apresentam macro-padrões, são sistemas, podem ser divididos, hierarquizados, em outras palavras, nós podemos ver seus esqueletos, suas estruturas, e perceber que se assemelham a qualquer outro sistema, porque tudo aquilo que é lógico e sustentável (lógico não é o mesmo que racional) será sistemático e obedecerá a padrões que se retroalimentarão por tempo indeterminado. 

Portanto, ''mesmo'' em relação à fenômenos que nós vivenciamos a uma base diária, também se pode exatificar, dar-lhes precisão sistemática, porque é justamente aquilo que são. Perceber a realidade é descrevê-la e nada mais. Apenas com base na moralidade ou racionalidade humana, que poderemos aplicar algo a mais, tirando-lhe a alcova de ''lógico'' ou sistematicamente pragmático.

Voltando ao tema principal. Meu irmão, ao desprezar padrões hormonais, tipo de lateralização, tamanho do cérebro, quantidade e ''qualidade'' dos neurônios dentre outras características biológicas que nos fazem distintos, isto é, desiguais, concluiu que qualquer um poderia se tornar um Mozart, desde que fosse forçado precocemente a se dedicar à música. Eu não sei de onde que ele tirou isso mas talvez não seja de todo errado. 

O ser humano, talvez, possa ser comparado à uma bolha gelatinosa que pode ser esticada, mas que, quando o esforço for cessado, voltará a sua posição habitual, de inércia, especificamente se não for do seu feitio/naturalidade fazê-lo. Esforço exagerado sem qualquer reciprocidade empática em relação à atividade que está sendo praticada, é sobre-humano, doloroso e anti-natural. Se eu começar a estudar matemática, talvez eu consiga melhorar muito o meu parco conhecimento que tenho por agora. Mas se não houver uma disposição que possa cobrir este esforço sobre-humano a longo prazo, é provável que depois de um tempo, eu volte ao meu normal habitual e esqueça boa parte do conhecimento matemático que consegui.... memorizar** 

Na escola é muito comum disto acontecer. Alguns alunos tem o hábito de decorar a matéria antes das provas. No momento da avaliação, eles tendem a ''saber'' muito mais do que sabiam durante todo o período. Logo depois da prova, também é muito comum que se esqueçam de quase tudo que decoraram. 

Eu já fiz isso,  já fiz um esforço sobre-humano que me custou algumas horas. Me deixou de mau humor, reclamando do sistema escolar, do porquê de ser assim, de nos forçar a ser aquilo que não somos, que não estamos dispostos a sermos.

A escola acredita que todo mundo poderá se transformar em um polímata até o último ano do ensino médio se a abordagem pedagógica certa for aplicada. 

Aprender/internalizar está indissoluvelmente relacionado com a essência bio-identitária do ser. Aprender é o alimento do ser, tudo o que aprendemos, transformamos em parte de nossas identidades, deve ser encaixável, recíproco.

 Como eu falei no texto ''Malcolm e os elásticos'', pode-se amplificar alguns atributos cognitivos superficiais com a prática, como decorar várias contas matemáticas ou de física, mas decoreba NÃO É aprendizado. E ainda é importante separar o que é decoreba ou memorização pragmática/superficial daquilo que se consistir em memorização complementar, isto é, que é parte de um processo de aprendizagem natural ou auto-motivada e com potencial de expansão espectralmente coerente. Aprender é internalizar, é pegar pra si aquele conhecimento e vivenciá-lo, expandir disposições cognitivas naturais, em outras palavras, exercer o seu desenvolvimento e vivência naturais. 

Portanto, como resposta ao meu irmão. O talento ou dom existe, todos nós temos algum talento ou dom; existirão claras diferenças de nível quantitativo e qualitativo em relação a uma panaceia de habilidades, todas elas que serão naturais em sua origem, mesmo um emprego de telemarketing, tudo resplandece, causativamente ou correlativamente, às nossas variáveis e disposições bio-cognitivas. Quanto mais causal for a habilidade, mais instintiva será, mais natural e potencialmente desenvolvida se tornará. 

O melhoramento de algum talento não se dá apenas por pura repetição mas também pelo uso do verdadeiro fator g em sua melhor expressão, ou seja, a sabedoria, na arte de se fazer o melhor julgamento para certa situação e consequentemente se tornar mais perfeccionista. 

Eu duvido muito que se Mozart não tivesse tido um gênio natural para a música, que teria se tornado o compositor excepcional que foi. Enfatizar (apenas, se não parecer redundante) pelo ser está errado porque de fato, existe a necessidade de ''alguma'' independência/vontade para perseverar e melhorar em determinada atividade. Mozart não foi o gênio musical que foi apenas porque ele nasceu com esta disposição, mas porque ele usou a sua disposição de maneira esperadamente espetacular a ponto de merecer tal designação. A dimensão onde que os tipos humanos mais virtuosos se encontram é por deveras muito mais complexa do que em relação aos demais, por primar pela perfeição objetiva do entendimento quanto à fenomenologia, que quer indicar múltiplas perspectivas

Quanto mais genial ou mais agudamente virtuoso, maior será a presença/influência de fatores ambientais únicos, o acaso, por exemplo, para produzir uma linda poesia, única em seus versos e também em seu nascimento, em sua produção ou para ter ideias espetaculares de qualquer natureza. É por isso que é hábito entre nós, os criativos, de sempre escrevermos nossas ideias. Porque elas são tão únicas, não necessariamente no conteúdo, mas na maneira como que vieram, por meio da intuição, que não podemos simplesmente deixá-las seguir rente ao esquecimento. Naquele espaço e tempo únicos, um ser humano teve uma nova ideia, que parece rara ou única em sua natureza. Este é um exemplo visceral de fator ambiental único, de acaso, de algo profundamente singular que não depende apenas da biologia, mas ainda depende venalmente dela, porque precisa ser apropriada para que possa haver esta combinação única de fatores.

O garoto que ilustra este texto, nos mostra que não adianta tentarmos desenvolver qualquer habilidade, se ela não vier de maneira natural, tal como desenhar. Ainda pode ser possível usar a sabedoria cognitiva (enfatizada em suas atribuições cognitivas e desprovida do senso moral significativo, em seu estado natural) para tentar superar obstáculos que são naturalmente impostos pela natureza, mas ao se ter esta consciência ou se perceber esta possibilidade, será necessário que se tenha no mínimo astúcia, a ''pequena e pragmática sabedoria'', porque do contrário, será pouco provável que conseguirá enxergar oportunidades quando ''elas não se apresentarem'' de maneira explícita e óbvia pra você.

Da mesma maneira que eu nunca tive inclinação natural pra matemática, também nunca tive inclinação natural para as artes visuais, pelo menos em relação à categoria mais impressionante, a representação visual perfeccionista ou realista. Eu já tive e admito que tenho inveja daqueles que conseguem esboçar com tanta facilidade desenhos de grande beleza e perfeição. Ter vontade, mas saber que não é bom, é apenas mais uma demonstração da sabedoria, do autoconhecimento. E é isso que parece separar de maneira mais precisa, os tipos sábios dos idiotas úteis.

Outro fator é a relativa arbitrariedade cultural do dom ou talento. Em nossas sociedades, moralmente hipócritas, certos dons evolutivos não são EXPLICITAMENTE apreciados até porque não haveria razão racional para fazê-lo especialmente sob uma ótico micro-interacional ou pessoal. Por exemplo, a astúcia natural de muitos tipos anti-sociais como os psicopatas de alto funcionamento. Outros tipos de talentos são tidos como hierarquicamente inferiores porque denotam ou refletem algo que se relaciona tanto com a disposição das classes sociais e laborais, quanto pela predominância da moralidade hipócrita, a moralidade subjetiva, em nossos julgamentos. Portanto, tocar violino pode ser considerado como um dom, mas ser um perito na arte de se fazer sexo, não será, especialmente para a classe educada. Não espere por ''diplomas de superdotação'' para um ator pornô talentoso em seu trabalho, por parte dos ''neurotípicos'', porque ele não terá reconhecimento de fora de sua esfera de atuação (foderdimento) e vivência.