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terça-feira, 13 de junho de 2023

Os problemas da escola brasileira delineados

Novamente...

Problemas estruturais, ideológicos, sócio-culturais e psicológico-cognitivos

1. A demanda é maior que a oferta

Como resultado, temos: poucas escolas públicas e professores para muitos estudantes; salas de aula abarrotadas, onde a bagunça se instala com facilidade, e professores sobrecarregados.

Além da carga horária estafante e do desafio diário de manter a atenção de, em média, 30 a 35 crianças ou adolescentes em cada sala de aula, o professor é mal pago, o que contribui para diminuir o interesse pela profissão.

2. A escola não está diretamente relacionada com o mercado de trabalho

Logo, quando o estudante tira o diploma do ensino médio, encontra-se completamente abandonado. Então, sem orientação alguma, ele tenta o vestibular, um curso técnico, disputa vagas de emprego ou fica à deriva. Pois o ideal seria que setores público e privado ficassem de olho nas novas gerações de trabalhadores, ainda na escola, para já lhes garantir uma ocupação, de preferência, bem remunerada e estável.

Resumo dessa ópera: diploma escolar é garantia de nada.

2.1 A escola não recompensa os melhores professores

Parece que continuam a ser indiferenciados dos demais.

3. A escola continua acreditando em "teorias" pedagógicas há muito ultrapassadas, praticamente pseudo-científicas

Tal como a crença de que, desprezando condições congênitas diagnosticadas, todo estudante é capaz de aprender se receber uma boa educação e se demonstrar motivação suficiente. No entanto, já existe uma diversidade de cérebros e personalidades em uma sala de aula desde o ensino fundamental e a escola deveria ter esse conhecimento em mãos, de acabar com essa ideia de que professores são arquitetos dos intelectos alheios, que suas funções mais condizentes são de observar, orientar ou incentivar, avaliar e detectar padrões ou características de cada estudante, em trabalho conjunto com outros profissionais, como os psicólogos, até para traçar um perfil realista de seus potenciais e limites.

3.1 Educadores brasileiros tendem a ter uma visão muito irrealista do potencial humano do país em que vivem

Justamente por causa de suas crenças de que, o que difere um estudante excelente de um com "dificuldades" é apenas a motivação que apresentam e a educação que recebem. Por isso, pensam que os estudantes brasileiros têm, em média, os mesmos potenciais cognitivos que estudantes de qualquer outra nacionalidade.

3.2 A escola privada não é inerentemente melhor que a pública

O que acontece é que tende a ter menos estudantes e consequentemente salas de aula menos lotadas.

Outro fator, bastante "politicamente incorreto", é que a maioria dos estudantes em escolas privadas são filhos de professores, advogados, médicos (uma questão mais genética)... essa é uma das principais razões para apresentarem um melhor desempenho do que os estudantes de escolas públicas.

Em outras palavras, os pais dos estudantes que pagam escola particular o fazem enganados que a mesma seja muito superior, metodologicamente, que a pública e/ou sabendo que não é verdade, mas para sinalizar status social e manter seus filhos longe dos filhos das classes "mais baixas"...

4. A pedagogia "moderna" precisa passar por uma grande reforma

Castigos corporais continuarão proibidos, só em casos realmente extremos. Mas há de se acabar com esse empoderamento que se estabeleceu dos pais dos estudantes em relação aos professores, sendo que o ideal é uma paridade entre eles mediada pela razão.  E de entender que apenas o diálogo não irá resolver a maioria dos problemas de comportamento na escola.

4.1. O bullying precisa ser realmente combatido

Um grande exemplo de como esse método falha em prover a melhor abordagem às questões da escola é a contínua prática de perseguição sádico-sistemática, vulgo bullying, e sem punição exemplar dentro desse espaço, além de outras possibilidades que procurem combatê-lo, de fato, tal como a de expulsão, realocação ou mesmo de intervenção psiquiátrica em relação aos estudantes mais problemáticos, que o praticam com frequência, e não de apenas oferecer suporte, geralmente superficial, àqueles que sofrem com isso.  

4.2 A educação do estudante brasileiro geralmente é muito ruim

Mesmo que salas de aula abarrotadas também expliquem a bagunça, a falta de respeito, de educação básica de muitos estudantes brasileiros parece que veio de berço.


5. A escola continua desprezando o potencial dos estudantes com altas habilidades/superdotação

Ao invés de, não apenas identificá-los e orientá-los, de ajudá-los para melhor lidarem com os seus potenciais, a regra é de continuarem a ser tratados com indiferença, como se não precisassem de uma atenção extra, quando são identificados. Porque as escolas estão obcecadas em igualar resultados de desempenho e por isso tendem a focar mais nos estudantes com 'dificuldades de aprendizagem" (desprezando também que muitos indivíduos com altas habilidades/superdotação têm dificuldades explícitas e específicas de aprendizagem). 


2 comentários:

  1. Você é/era professor, né?
    Uma das coisas que deixa boquiaberto é o quanto a visão de mundo do professor, falando no geral, é claro, foi se distanciando da visão de mundo do resto da população.
    Eu lembro das minhas professoras do ensino fundamental, nas ocasiões em que elas paravam de falar da matéria e passavam a falar do clima político de então, elas falavam umas coisas tão ingênuas, que até eu, que era criança, sentia vergonha alheia.

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    1. Felizmente, nunca lecionei.

      Há quanto tempo você estudou no ensino fundamental?
      O que elas comentavam?

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