Se por um lado a nova vida foi ruim pra mim o mesmo não pode ser dito em relação ao meu irmão do meio que foi o que menos sentiu a mudança, mesmo sendo poucos anos mais velho do que eu.
Mentes mais comuns tendem a se adaptar em qualquer lugar onde forem predominantes, pois já esta praticamente tudo pronto pra elas, os amigos ou"amigos", as relações sociais, o sentimento de estar certo e tendo poucos dedos queixosos apontando, te condenando. Quando o ambiente não é hostil não há com o que se preocupar. E no entanto talvez toda esta robustez aparente de fato seja mais hardware e como resultado reforce imensamente o software, em especial se tiver grande intrinsicabilidade/
Por outro lado, este excesso de segurança também pode resultar em prisão tornando-os dependentes dos seus ambientes, passando a tratá-los como autoridades máximas. E a falta constante de segurança em composição a uma personalidade mais sensível ou mesmo emocionalmente flutuante pode resultar no aumento da autoconsciência, em ser melhor na apreensão de problemas, de ser crítico ao ambiente que lhe negou aconchego, que lhe rejeitou desde cedo e se tal intrinsecabilidade/
Percebe-se que as nossas reações estão sempre conjugadas à complexidade dos ambientes em que estamos, sob muitas perspectivas que nos interessam e que algumas personalidades parece que serão bem mais robustas ou re-adaptativas, o nível de agradabilidade tenderá a reforçar esta robustez e que por outro lado essas mentes também caminharão para se tornarem mais dependentes ou subservientes aos ambientes que lhes acolheram. Integridade ou estabilidade muitas vezes pode se transformar em prisão ou em limitação, da mesma maneira que muitos se não a maioria dos homossexuais, por exemplo, ao enfatizarem ou ao darem grande prioridade de importância à sua homossexualidade, passam a se limitarem a ela, ''trabalhando ao seu redor'', reduzindo a amplitude ou alcance de suas mentes à condição que levarão por toda uma vida, e isso acontece com todos nós, e parece a priore inevitável, ainda também precisemos separar para cada caso e condição ou característica o grau de limitação bem como também de periculosidade da mesma, isto é, se pode ser muito perigosa para nós, para o nosso bem estar, sem possibilidade de re-configuração da mesma por exemplo, as minhas propostas justamente sobre a homossexualidade.
Interessante também perceber como que as personalidades hiper sensíveis tendem a atrair ambientes pessoais hostis, especialmente por serem peças raras e por estarem em contraste gritante com o mundo glutão, embotado de emoção e cheio de superficialidades que tende a caracterizar o reino humano. Tal como presas naturais, por sermos diferentes e por talvez atrairmos a atenção daqueles que mandam e que desejam manter a ordem das coisas, por lhe serem flagrantemente conveniente mantê-las assim. Isto é, não bastasse nascermos mais ''agudos'' também tendemos a atrair muito da monstruosidade ou primitivismo humanos pra cima de nós, sem nos perceber.
Eu poderia dizer, como conclusão, que por viver em um ambiente onde sou uma minoria [de muitos tipos e que esta raridade aumentou desde que comecei a incorporar outras identidades minoritárias por exemplo o vegetarianismo] e com o adendo de minha hiper-sensibilidade, emocional e objetivamente/filosoficamente objetiva, tenho vivido em uma espécie de ''limbo existencial'', em uma espécie de sub-ótimo ou sub-idealidade, que está muito aquém de minhas exigências ou necessidades, mas que, ao contrário daquele que se satisfaz e que se tornará consideravelmente relaxado em seu paraíso existencial particular, eu continuaria com minha curiosidade mesmo vivendo em um ambiente subjetivamente ideal, isto é, que é ideal pra mim.
Portanto a minha personalidade atual tem se resultado mais num tipo reativo e re-integrativo, aquele que sobrevive, mais do que vive, por causa dos constantes atritos que afetam a sua/minha epiderme.
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