A cultura ocidental tem passado por muitas transformações desde o início do século XX. Mudanças no vestuário e nas atitudes tem sido significativas. No início do século XX a grande maioria das nações ocidentais eram consideravelmente conservadoras, religiosas, discriminativas e tradicionais. No final deste mesmo século as mudanças foram imensas especialmente em algumas nações ocidentais, das mais avançadas, com o avanço do secularismo, do cientificismo e de agendas culturais que incentivam a transgressão das regras conservadoras e quanto menos tradicional melhor. Pesquisas recentes comparando as gerações mais velhas com as mais novas tem mostrado diferenças bastante significativas em termos de atitude das mais diversas ordens. E essas mudanças não parecem ser apenas na cultura mas também na aparência, na constituição fisiológica e em especial em relação aos homens. Bem isso é o que muitos tem comentado especialmente os "alt reichers" e "red pilhados". Eu tenho a impressão que existe um fundo de verdade em suas crenças mas como quase sempre acontece quando temos dois grupos clamando por posições muito extremas há de se principiar pela ponderação e quem sabe depois de uma análise mais caprichosa avançar para um dos extremos?
Primeiro existe mesmo uma maior, eu diria, sinceridade hoje em dia que em sociedades tipicamente tradicionais tende a ser fortemente combatida em especial quando esta sinceridade desfavorece os seus pontos de vista. Por exemplo, os conservadores em especial os mais característicos tendem a ser muito sinceros para falar sobre diferenças raciais em inteligência especialmente quando os favorece. No entanto no passado e ate bem recente a maioria dos homossexuais eram forçados a esconder as suas preferências como maneira de não incentivar este tipo de comportamento.
Tal como acontece com a proporção de esquerdistas e de autistas, muitos fatores culturais tem escondido as suas proporções em outras épocas e no caso dos esquerdistas eu não diria exatamente ''esquerdismo'', mas disposições psico-cognitivas que os tornam vulneráveis ou suscetíveis para abraçar esse guarda-chuva ideológico.
No mais, eu caí em tentação e pequei, conjecturando por aí, soltando teorias abstratas tal como a do distúrbio de continuidade cultural.
Supostamente temos espécies e elas apresentam modos de vida e quanto mais perturbado os seus rituais evolutivos de sobrevivência e acasalamento estiverem, supostamente, igualmente perturbadas se tornarão as próximas gerações, especialmente em relação aos organismos mais mutantes, no caso humano, os homens, que são mais sensíveis à mudanças no ambiente [se forem mesmo}. Esta teoria poderia confirmar a veracidade da impressão dos 'alt-reichers'' de que os homens atuais seriam ou estariam mais frouxos, afeminados do que os homens do passado, mas será*
Convivendo com homens heterossexuais eu vejo bem pouca mudança [infelizmente, mudança pra melhor é claro] o que acontece agora é que temos uma maior sinceridade no jeito de comportar, maior liberdade e diversidade, e antes todos eram forçados a se comportar de um jeito e como a maioria das pessoas, homens inclusos, são conformistas, então, muitos internalizavam que apenas aquela realidade com aqueles limites que poderiam existir e além daquilo já era loucura. Pense na inculcação sobre racismo e preconceito, compare as atitudes de nossos avós com as ''nossas' atitudes atuais e aplique o mesmo ao comportamento sócio-sexual. Hoje, homens médios, que são a maioria, são criados dentro de uma cultura menos tradicional, supostamente, ou com um maior leque de possibilidades e ao invés de serem forçados a agir ''como homens típicos'', podem ser o que melhor desejarem, menos se for ''politicamente correto'', é claro.
Talvez se esta liberdade tivesse sido praticamente imposta nos anos 30, já teríamos nos deparado com resultados robustos poucas décadas depois. No entanto eu repito, a heterossexualidade continua aí, firme e forte. A maioria dos homens ao menos na América Latina continuam gostando preferencialmente do sexo oposto, de cerveja, de futebol e de duvidar da masculinidade alheia. Existe é claro um espectro maior de não-heterossexuais, maior visibilidade e mesmo de incentivo por parte da ''mídia''.
No entanto eu não nasci homossexual ''porque a cultura que os meus pais e avós tem vivido passaram por grandes mudanças, supostamente perturbando o meu desenvolvimento durante a gestação da minha mãe .. ou sei lá onde'', até mesmo porque as mudanças mais significativas de fato só se tornaram salientes a partir de umas duas, três décadas atrás, até aos dias de hoje. A maioria dos homens continuam homens, talvez menos masculinos que antes, sem referências e sem uma pressão cultural que os forçasse a ser ou a aparentar maior masculinidade, mas ainda assim masculinos.
Eu posso estar errado e de fato os homens atuais, nomeadamente as novas gerações estão cada vez mais andróginas e que talvez a minha teoria ou conjectura possa ter alguma valia, ou que muitos outros fatores possam estar tendo um papel e não apenas a associação vaga entre ''distúrbios culturais'' e ''mudanças inter-geracionais''.
Conjecturas são sempre levitantes, fora do chão, do tato, do físico, do literal. Eu posso estar errado mas sinceramente eu duvido de que esteja certo e acho mesmo que:
- por causa da tendência à conformidade, muitos homens são mesmo limitada porém evidentemente manejáveis, especialmente alguns tipos, porque tal como acontece com ''canhotismo'' e ''destrismo'', não existe apenas os dois, e não existe apenas ''hétero'' e ''homo'', pois tem um espectro variável [ pólos intermediários ] entre os pólos, alguns evidentes outros nem tanto;
- não houve um aumento real de não-heterossexuais, mas de maior liberdade para uma maior diversidade de prática e como resultado maior visibilidade e mobilidade cultural em direção a essas experimentações que antes estavam virtualmente lacradas, aconteciam na surdina ou não superavam a barreira do pensamento. Além do mais graças ao véu obscuro do conservadorismo, não sabemos realmente como é que as pessoas se comportavam no passado, especialmente no passado recente, séculos XIX e XX, porque ao menos eu sei que o mesmo é totalmente contraproducente para a investigação do comportamento, se tende a forçá-lo à uniformidade moral excessivamente restritiva;
- Mutações acontecem, geralmente em famílias ou em combinações de pessoas/casais com maior propensão para produzir filhos mais mutantes, evidentemente, por exemplo o histórico de transtornos mentais na minha família materna, incluindo um caso não-oficializado de homossexualidade feminina e percebam que eu ''puxei'' mais para o lado da minha mãe, como eu já disse e devo falar novamente eu sou como uma ''quimera de meus pais e [dos genes] do meu tio materno''.
Portanto para explicar a minha homossexualidade a minha teoria parece falhar porque os meus avós e pais tem sido pouco expostos a mudanças culturais e tal causalidade não funciona, ''mudanças culturais, logo = distúrbios no desenvolvimento de organismos masculinos'', e mais pois a maioria dos homens héteros igualmente expostos e suas famílias à essas mudanças simplesmente continuam como os seus avós e bisavós, só que precisam se adequar à novas regras, e talvez a maior diferença possa ser encontrada nos tipos menos evidentes de potenciais experimentadores sexuais de outras práticas além das fronteiras da heterossexualidade exclusiva.
Casos de diabetes e alcoolismo em minha família materna em co-ocorrência com transtornos mentais podem ser mutualmente causais, isto é, ''bebo muito, logo poderei ter filhos com problemas'' OU a ansiedade e natureza obsessiva pode usualmente fazer um indivíduo se tornar mais embebido na bebida, especialmente se ele tiver tolerância para tomar um galão inteiro, e justamente essas características que antecedem ao alcoolismo que podem ser transmitidas para os filhos...
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