Nossos comportamentos desde a sua raiz, em pensamentos, baseiam -se no desejo ou anseio de se conformar/de nos conformarmos ao ambiente produzindo assim uma desejável porém geralmente não-idealista comunhão entre nós ou os organismos que somos [ a vida ou o cenário em movimento, nômade] e o cenário fixo, "maior", o ambiente em que estamos.
Tal como a folha que sai ao vento em busca ansiosa por qualquer meio de se grudar ao solo ou aos galhos dançantes buscamos a todo momento nos fixarmos rente aos "ambientes" em que estamos pois este consiste-se na primeira auto-ilusão de controle, de determos poder sobre o ambiente, sobre a existência, a ideia de nos sentirmos firmes enquanto que somos quer queiramos ou não levados pela força do tempo e do espaço em seus movimentos constantes e imparáveis. Logo desejamos impregnar-nos de nós mesmos via registro progressivo e consistentemente subjetivo ( central ao sujeito, neste caso, a nós ) de nossos pontos de vista, nada mais nada menos do que intra-informações ou padrões de nós mesmos, alegorizados ou enriquecidos com informações extra-percebidas ou produzidas, se a expressão sempre deriva de sua forma, se a memória tem sempre um ponto central de origem. Isto é, um processo progressivo de auto-atomização, de dar sentido à própria vida mas de modo inteiramente personalizado. Nossas gravidades atraem tudo aquilo que queremos ter em nossas superfícies, como ''ornamentos existenciais'', de dar sentido a um mundo cada vez mais pobre de ''sentido sem-sentido'' ou ''instinto'', e cada vez mais auto-construtivo e ao mesmo tempo sem-referência ou diretrizes anteriores que nos faça praticá-las sem maiores críticas quanto ao porquê.
Portanto evitar a auto projeção é uma tarefa quase impossível se necessitamos da mesma para sobreviver nesta existência e a este nível de percepção.
Nada mais recomendado o verdadeiro e portanto prático autoconhecimento para que se possa aceitar a inevitabilidade da auto projeção mas sem o narciso da introspecção desprovida de extrospecção ou a proto-psicose da extrospecção sem qualquer conhecimento basal anterior mesmo que rascunhado sobre si mesmo.
Precisamos de um referencial anterior, de uma base para ''nos basear'', para principiar e nada mais recomendado que por nós mesmos, por nossas próprias formas, em outras palavras, precisamos de um chão antes de andar, mas também precisamos compreender que este chão, que esta base não representa o resto da realidade ou mesmo que a realidade não tem como ponto de princípio os nossos chãos, a nós mesmos. Pode-se dizer basicamente que precisamos da individualidade, de preferência aquela que não interfere no redor, que em níveis muito expansivos já se transtornará em individualismo, mas também precisamos saber que o mundo não gira em torno de nós, e apesar desta expressão batida, popular, a maioria das pessoas pensam e agem justamente assim, de maneira consideravelmente subjetiva, partindo de si mesmas e se alienando do mundo ao redor.
Existem muitas razões excepcionalmente racionais para o autoconhecimento, que eu já falei aqui: reconhecer de maneira precisa as próprias forças, medianidades e fraquezas, ter maior autocontrole e também o reconhecimento rápido e neutralização da ''interferência' do ego, do instinto, que inevitavelmente resultará na auto-projeção, que não tem apenas como ponto de partida uma análise possivelmente neutral ou extrospecção limpa de preconceitos cognitivos mal alocados, mas também da condensação harmônica dos mesmos sob a realidade, em especial quando estivermos lidando com fatos morais.
Auto-projetar-se é inevitável, evitar o excesso de subjetivização da realidade é possível e recomendável.
Aprende-se melhor os conhecimentos extrospectivos ou impessoais com a neutralização dos preconceitos cognitivos quase sempre mal aplicados, basicamente quando aplicamos generalizadamente nossas bases em tudo E sem qualquer ''peso na consciência''.
Aprende-se melhor sobre si mesmo ou conhecimentos introspectivos/pessoais com a apreensão progressivamente precisa e constante sobre os próprios padrões de funcionamento/comportamento.
Esta transferência ou auto-projeção de nós mesmos em direção ao ambiente, faz-se-á perfeita ou ao menos a um nível confiável de idealidade quando passamos a vigiar os nossos erros, desde a raiz da ação, no pensamento.
Chover no molhado dizer novamente que se todos passassem a agir deste jeito haveria uma redução dramática e querida no acúmulo de problemas não-resolvidos.
A expressão sempre deriva da forma, de seu ponto de origem ou epicentro de vibração e o ser humano é o primeiro que pode ver uma luz no fim deste túnel, em que existe a possibilidade do verdadeiro livre arbítrio, calcado na idealidade basal da sabedoria, que pode averiguar a expressão antes que ela se expresse, que pode estudar os melhores meios de se fazê-la perfeita ou harmonizável e em um mundo humano, perceptivo, hipotética a possivelmente expandido, a necessidade do perfeccionismo sábio, via lógica intuitiva, parece tão inevitável quanto à necessidade da vida de se auto-projetar.
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