Ou você prefere o ''caos'' ou você não entende a ordem
A psicologia deve ter um dicionário inteiro de eufemismos sobre as características psicológicas que tendem a predominar no grupo ideológico-neurológico a que a maioria dos psicólogos, psiquiatras e pesquisadores na área tendem a pertencer. Isso claro que não é ciência mas auto-propaganda, e pior, sem verificar quanto à veracidade do que está sendo produzido, se no final tudo é mais ou menos auto-projeção, que ao menos seja factual, tal como eu tenho tentado fazer neste blogue, por meio de uma pretensa ''empatia total'' aos conhecimentos que eu tenho escrutinado.
Um dos traços psico-politicamente "ideais" segundo a psicologia popular é a cavernosa, grande e multifacetada abertura para a experiência. Esta é mais um caso de conceito muito amplo, vago e internamente variável em que tipos contrastantes podem ser facilmente encontrados e sem falar da subjetividade que o termo apresenta, abertura para a experiência, isto é, aquilo que é ''novo'' pra você pode não ser pra mim, então como determinar o que é de fato objetivamente/universalmente novo, e não apenas por impressões subjetivas*
As pessoas mais criativas por causa de suas tendências à inconvencionalidade e curiosidade tendem a ser muito abertas para experimentações de todos os tipos, e em especial aquelas que eu denominei de ''criativas contínuas''. No entanto, há novamente de se dar maior precisão semântica a essas vagas atribuições. Eu, por exemplo, posso ser [e de fato sou, parcialmente falando] mais aberto para algumas experimentações [e menos para outros tipos] e no entanto compreender que: existe uma ordem natural ou factual das coisas, quer eu queira quer eu não queira e de ser prodigioso no entendimento factual da mesma, a partir de uma hierarquia perceptiva filosófica/essencialmente correta.
Nos acostumamos a ler, ou pelo menos eu tenho me acostumado, que ''os mais criativos'' são mais abertos para a complexidade e ''portanto'' para o ''caos''. No entanto, o caos é algo bem mais significativo do que apenas graus invariavelmente presentes de desordens. Por exemplo, o caos, eu não diria absoluto, mas bastante forte, encontrar-se-á presente nas favelas da cidade de Lagos, a metrópole tropical nigeriana, no que diz respeito à infraestrutura e à criminalidade, só pra começar, enquanto que este ''caos' se fará muito menos intenso em ruelas parisienses onde vivem artistas de todos os tipos. Pra sermos sinceros, ninguém em sã consciência prefere o ''caos'' ou níveis altos de caos em relação à ordem, porque seria negar a proteção muitas vezes custosa da própria zona de conforto.
Portanto ao invés da ideia de que algumas pessoas simplesmente prefiram ''caos'', eu diria, ordenado, por exemplo, a cidade ''liberal' de São Francisco, eu estou tentando ver esta afirmação popular da psicologia popular como ''pessoas que tendem a exibir mentes mais confusas ou sub-lógicas/pobres em compreensão factual, tendem a ter maior tolerância pela desordem''. Parece ousado, avant gard, superior, intelectualmente intrigante... mas é apenas o floreamento de uma fraqueza, um potencialmente grave déficit psico-cognitivo e nas partes mais primárias do pensar. Eu que tenho elevada abertura para experiência, nomeadamente nas partes intelectuais e artísticas, vos digo que eu adoro ordem, até porque tendemos a viver em graus intolerantes de desordem, mas talvez a maioria dos meus colegas mais criativos sejam mais repelentes à ordem .... ou menos capazes de entendê-la, entender o seu valor inestimável e de buscá-la de maneira incessante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário