Em condições excepcionais/ de risco de vida as pessoas tendem a parar de raciocinar pensando unicamente na própria sobrevivência. Como quando multidões tentam sair ao mesmo tempo de um estabelecimento ardendo em chamas ou quando tentam entrar ao mesmo tempo no ônibus que já está lotado. Não há raciocínio, não há ponderação, existe apenas a vontade de se fazer aquilo. E sem pensar é claro que as pessoas acabarão agindo como tolas.
Mas pelo que parece não são apenas em momentos calamitosos, de alto risco que deixamos de pensar, isto é, pelo simples ato de pensar-antes-de-reagir.
Mesmo quando não estamos em multidões ou em situações de risco tendemos a ser mais propensos a bloquearmos o simples ato de raciocinar, fértil na criatividade, pois ficamos ANSIOSOS pelas conclusões, de sairmos deste"martírio" de se pensar mais profundamente. Me parece que, tal como eu tenho matematicofobia, medo, mal estar, ansiedade para pensar em problemas matemáticos, muitas pessoas parecem ter uma fobia mais generalizada, tal como uma intelectofobia. Nossas mentes nos bloqueia, nos previne de/para não pensarmos, tal quando o corpo nos previne de pular do precipício, por causa do medo do novo, do incerto. A agitação intelectual nos pensadores mais constantes e ativos dá lugar ao torpor, confirmando que a ignorância pode ser mesmo abençoada. A tsunami de insights e questões paradigmáticas ou paradoxais sede ao bloqueio mental e ao invés de se pensar em possibilidades, algumas reais, simplesmente é acionado o sistema de fuga, fugindo do desafio ou mesmo sequer buscando pelo mesmo.
A criatividade puramente intelectual mais a objetividade prática mostram-se fundamentais em situações de risco porque muitas vezes as mesmas bloqueiam naturalmente a possibilidade do uso de respostas ou reações menos convencionais dificultando as chances de sobrevivência, que é muito semelhante no caso dos debates e quem não pode pensar por ou em muitas perspectivas se tornará dependente de uma quantidade diminuta de possibilidades de ''escape''. E quem pensa em muitas perspectivas está de fato pensando no ambiente exterior [extrospectiva] e interior [introspectiva] como um todo.
Portanto eu concluo apressadamente que o bloqueio mental mais do que a exceção ou que tende a ocorrer apenas em momentos de evidente pânico, tende a se consistir em uma regra de conduta do ser humano no que se refere à sua capacidade de raciocínio, em que possibilidades criativas, que tendem a ser espontânea, intuitivamente produzidas nas mentes mais perceptivas, tornam-se escassas ou mesmo inexistentes para os demais, tendo como resultado esta sensação de ''bloqueio mental'', se não pode ou não consegue ir mais além, apelando para as medidas mais convencionais, e não é preciso grande instabilidade do ambiente para que mentes comuns se reduzam à convencionalidade, o que em outras e certeiras palavras pode ter o seguinte significado: mesmo em estado de descanso e segurança, nossas reações tenderão a ser mais conservativas do que original-especulativas, só que muitas e decisivas vezes o que deveria servir como defesa pode se transformar em uma prisão de insegurança e riscos, como nos exemplos citados acima.
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