Na minha opinião, retida a partir de minha lógica intuitiva/ achismo lógico, o nível de correlação das pontuações em testes cognitivos, especialmente em ''QI performance'' ou ''geral'', em relação às ''múltiplas'' inteligências, se hierarquizaria da seguinte maneira:
Inteligência matemática/quantitativa (a grande maioria daqueles que são acima da média em habilidades matemáticas, também pontuarão 'igualmente'' acima da média em testes de QI performance) ~0,80
Inteligência verbal (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades verbais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência espacial (a maioria daqueles que são acima da média em habilidades espaciais, também pontuarão igualmente acima da média em testes de QI performance) ~0,70
Inteligência musical, interpessoal, intrapessoal (proporção presumivelmente diversa, mas sem ser predominante, daqueles que são acima da média nessas [sub] inteligências, que também pontuarão acima em testes de QI performance) ~0,40
e
Inteligência sinestésica (proporção presumivelmente diversa, e possivelmente, sem chances de ser predominante, daqueles que são acima da média nessa [sub] inteligência, que também pontuarão acima da média em testes de QI performance) ~0,20
Explicação:
O QI mensura/delimita as partes cognitivas de nossas capacidades intelectuais. Escusado será dizer que aqueles que estão melhores nessa parte se sairão melhor em testes cognitivos.
A razão para eu ter colocado a inteligência matemática à frente da verbal como a que mais se correlaciona, com maior precisão, em relação às pontuações de testes cognitivos, isto é, ''é inteligente em matemática, logo terá grandes chances de pontuar alto nos testes cognitivos/ QI performance'', se dá porque apesar do papel quase basal da inteligência verbal, inclusive para a própria matemática, a mesma me parece que é mais comum e portanto com maior diversidade de perfis cognitivos. Outra razão é que, se pode ser verbalmente inteligente e no entanto apresentar déficits tanto em matemática quanto nas capacidades espaciais, enquanto que quem é muito inteligente em matemática, inevitavelmente precisará ser no mínimo acima da média em verbal, e de fato isso parece acontecer. Super inteligentes em capacidades matemáticas, necessariamente não terão capacidades verbais elevadas, em média, a ponto de poderem trabalhar mesmo nas áreas mais exigentes que tendem a necessitar dessas capacidades, mas para que possam compreender problemas matemáticos, existe a necessidade de se ter ao menos inteligência verbal acima da média. Em compensação, como eu já comentei [sempre repetitivo], não existe a restrita necessidade de se ser muito inteligente em matemática para que se possa ser muito inteligente no domínio verbal.
Outro argumento a favor da validação factual do meu ranking de correlações entre as ''múltiplas'' inteligências e QI [performance], é que a inteligência matemática [assim como também a inteligência espacial, só que mais avançada], consiste-se claramente em uma evolução mais recente da inteligência humana, ainda que a inteligência verbal mais avançada, também, obviamente, se consista em um avanço evolutivo. No entanto, a matemática e em especial a matemática de nível basal que está presente nas grandes civilizações, já se consiste em um grande avanço, neste sentido mais evolutivo, apesar de não concordar que, portanto, a matemática seja suprema em comparação às outras capacidades humanas. Verão que não apenas discordo deste ponto de vista que é muito comum entre os tipos mais inteligentes, especialmente os que estão mais inteligentes neste campo, ;), mas também que, na verdade, a hierarquia da inteligência humana, a meu ver, posicionaria a matemática, não no centro, mas como um dos satélites do famoso ''g'', que principiaria pela tão desprezada ''inteligência intrapessoal'', fortemente atrelada à racionalidade e à sabedoria, pelo simples fato de que é hierarquicamente primordial saber muito bem de si mesmo, de suas próprias forças e fraquezas (incluindo aí as sub-inteligências cognitivas como a matemática), antes de se enfatizar nas demais perspectivas de nossos intelectos. Ou seja, o nível de autoconhecimento contribui decisivamente para definir o quão qualitativamente inteligente estaremos.
Eu coloquei a inteligência verbal à frente da espacial como a que mais se correlaciona com os testes cognitivos, justamente por causa do seu papel basal, só que menos ''evoluído' do que a matemática. A matemática depende da verbal, na maioria das vezes. O mesmo acontece com a espacial. No entanto os problemas de geometria costumam ser mais visuais do que verbais, e portanto presume-se então que a inteligência espacial esteja menos dependente da verbal. Aliás, a matemática pode ser considerada como uma diversificação justamente daquilo que a inteligência verbal também é, isto é, uma diversificação dos símbolos por associação, letras/palavras e números, que temos inventado, e enquanto que a capacidade verbal talvez possa ser compreendida como uma espécie de ''matemática por descrição qualitativa'', em que se pode associar, descrever, comparar, julgar como melhor/maior ou pior/menor (ou o oposto, no caso depende do contexto) a matemática também pode ser descrita como ''verbalização quantitativa''. No verbal, dizemos se uma pessoa é mais inteligente, mediana ou menos inteligente [dependendo para quê]. Na matemática, comparamos as suas pontuações em testes de QI, ou o tamanho dos seus crânios. Valores qualitativos representados por adjetivos são substituídos por valores quantitativos representados por números. Substituímos um tipo de simbologia por associação descritiva [palavras/letras] por outro [número]. Se está menos dependente da inteligência verbal então a inteligência espacial também será menos correlacionado com os testes de QI performance ou geral, a priore, que exigem ao menos que se tenha uma inteligência verbal acima da média para que se possa pontuar alto, de maneira generalizada, nos testes.
Dos valores correlativos que coloquei, apenas o da inteligência verbal que é o mais factual, de fato, que não se consiste apenas em um chute pedante, e em relação à populações sem tilts (neste caso excluindo grupos como os judeus asquenazes), a inteligência verbal será fortemente correlacionada com a inteligência [cognitiva] geral ou ''QI performance''. Interessante que, provavelmente por causa do déficit em capacidade visual-espacial o nível de correlação entre inteligência verbal e performance/geral entre os judeus asquenazes, pelo que já vi, tende a ser em torno de 0,30. O peso da inteligência espacial então parece ser alto o suficiente para reduzir este coeficiente correlativo, ou humilde e sinceramente falando, eu não entendo patavinas deste assunto. Ou então ''30% dos judeus'' apenas, que pontuarão alto nos dois, verbal e performance/geral, enquanto que 70/80% dos ''gentios'' que pontuam alto em verbal também pontuarão ''igualmente' alto na ''inteligência geral''.
Saímos da parte predominantemente cognitiva da inteligência humana e partimos para o mundo onde que a capacidade psicológica também é levada em conta, aliás, minto, em todos os tipos, perspectivas ou lados de nossas inteligências, a parte psicológica também é muito importante. No entanto, partindo deste cenário em que o QI é: muito relevante, forçosamente central, então sim, é possível fazer essa afirmativa sem concluir que são bobagens faladas ao vento. Lembremos que no mundo real, a inteligência é integrada, e as respostas quase sempre assim serão. Menos no mundo sem contexto dos testes cognitivos, em que a inteligência será mensurada sem toda a sua integridade (as suas partes cognitivas atomizadas entre si) e em atuação direta com o mundo real. Isso significa que, você pode pontuar alto em testes verbais, ao fazer corretamente as associações verbais, ''aculturais'', isto é, entre as palavras, que estão presentes nos testes de QI, além de outros subtestes. No entanto, ''verdadeiras pontuações'' só se dão em cenários reais, em que as palavras tem significados e propostas reais, corretas ou não, isto é, com contextos. No mundo encantado da psicometria ''on the right'', todos os ''altos QI's'' serão geniozinhos e todas as suas falhas serão perdoáveis, como eu já falei muitas vezes aqui, sobre o primo rico e o primo pobre. No entanto no mundo real, atitudes idealmente corretas ou uma predominância delas, principalmente em relação àquilo que entendemos como ''racionalidade'', parece que encontrar-se-ão francamente distribuídas pela curva de sino de maneira que, ''ter'' um alto QI, especialmente se for performance/geral, não é sinônimo de supremacia intelectual, como se ''eles'', os de maior QI, fossem insuperavelmente inteligentes, em tudo, em relação aos outros ''reles mortais'', e as 'múltiplas' inteligências estão aí para desbaratar esta hierarquia unilateral e injusta/incorreta.
Das 3 [sub) inteligências que eu coloquei praticamente no mesmo nível de correlação, eu aposto que a inteligência intrapessoal será a mais correlativa com a inteligência cognitiva geral, mas sinceramente eu não tenho qualquer prova contundente quanto à essa minha afirmativa. Acho inclusive que essas três inteligências, intrapessoal, interpessoal e musical, serão aquelas com a maior proporção de perfis irregulares ou assimétricos. Por exemplo eu acho que a inteligência intrapessoal precisa de uma inteligência verbal acima da média, para que possa ser melhor efetuada ou praticada, mas o mais importante será tanto uma capacidade de auto-consciência a ponto de compreender os próprios [reais] preconceitos cognitivos, maior perfeccionismo, consciência estética, compreensão factual, enfim, uma série de traços psico-cognitivos, e não ''apenas' cognitivos, de maneira que eu posso estar equivocado quanto a este meu [outro e isolado] palpite. No mais pela lógica, quem entende o significado das palavras, lhe nutre grande curiosidade, devoção e respeito, será menos propenso a cair na tentação de agir estupidamente, por longo prazo e subconsciente sobre as consequências das próprias atitudes, porque afinal de contas nós operamos justamente com base em o quão proficientes estamos para entender e aplicar as palavras que aprendemos e como já falei aqui em outros trechos, a inteligência verbal é basal, crucial para a inteligência humana, de qualquer maneira. Por causa de uma maior intimidade da inteligência intrapessoal com a capacidade mais pura de pensamento, a importância de se ter um bom vocabulário e excelente compreensão do mesmo, torna a capacidade verbal muito importante para o auto-conhecimento, se se consiste puramente em habilidades auto-analíticas. Outros fatores podem ser importantes para a inteligência intrapessoal, por exemplo, níveis acima da média de neuroticismo, a capacidade de ver os ''dois'' lados de uma mesma ''moeda'', ou de se pensar em mais de uma perspectiva, e neste caso já estaremos adentrando no domínio da criatividade.
A inteligência interpessoal já é um termo bem complexo, talvez... Presume-se que, o reconhecimento de padrões factualmente corretos consista-se na pedra filosofal da inteligência. O que diferencia é o tipo de padrão. Quem é mais inteligente em verbal, será melhor, diversamente falando, para reconhecer padrões... verbais. E assim por diante. Então aquele que é mais interpessoalmente inteligente, pelo que parece, se dividiria em tipos, eu mesmo poderia dizer, bem distintos entre si, a priore. O primeiro seria uma espécie de complemento básico da inteligência intrapessoal, isto é, é bom para conhecer-se, então tenderá a ser ''igualmente' bom para conhecer os outros* Se os padrões universais de operacionalidade ou comportamento tendem a ser os mesmos entre você e eu** Portanto, o que já falei [ uma frase corriqueira aqui], este se consistiria no ''inteligente interpessoal teórico'', sem ter um adjetivo melhor do que ''teórico'' para que possa elucidar esta parte. Isto é, ele sabe, reconhece os padrões de comportamento, temperamento, personalidade, dos outros, claro, acima da média neste quesito, MAS, na hora de agir o seu nível de eficiência pode não ser logicamente correspondente e por que*
Porque ele pode conhecer melhor as outras pessoas, que elas mesmas poderiam fazer por si mesmas, e elas tendem a partir desses auto-resumos interagirem com as outras pessoas, enquanto que o interpessoalmente inteligente, de natureza teórica, ''o complemento da inteligência intrapessoal'', partiria de uma base progressivamente ideal/correta de comportamento, e no mundo social humano, em sua grande maioria, você não precisa de muito pra ser socialmente bem sucedido, a priore, basta espelhar ''empaticamente' aquilo que os outros gostariam de ouvir, concordar com eles, os elogiar, rir de suas piadas [mesmo as sem graça ou as de mal gosto], dizer que tem os mesmos gostos, enfim, os emule, e aposto que não terá muitos problemas, ao menos a nível superficial. No entanto, quem é [mais] intrapessoalmente inteligente, dificilmente conseguirá se adequar a este mundo, até mesmo por ser um mundo anti-ideal, isto é, que é o seu quase-oposto. Neste sentido, eu acho que esse tipo de interpessoalmente inteligente, que também é intrapessoalmente inteligente, tenderá a se assemelhar muito, a ponto de ter níveis de correlação com ''inteligência cognitiva geral'' praticamente idêntica com a ''inteligência intrapessoal'', por razões auto-evidentes. Já aquele de maior inteligência interpessoal prática, que não precisa ser, necessariamente falando, teoricamente mais inteligente neste quesito, muitas vezes assim o será por causa de sua sorte de ter nascido no lugar certo, na hora certa, como a pessoa certa, ''ideal'' para este ou aquele ambiente social. E acho que este tipo parece representar muito bem o tipo que é o mais ''adaptativo'' ou conformativo ao ambiente em que vive, emulando com grande semelhança os tipos mais ''adaptativos'' das outras formas de vida, em um cenário que é ambientalmente dependente para o critério de ''inteligência''. Difícil definir como que poderíamos definir os tipos mais interpessoalmente inteligentes, no sentido prático, pois existem muitas maneiras de se sê-lo. Mas geralmente, numerosa lista de ''amigos'' e ''simpatizantes'', e capacidade de estabelecer relações superficialmente proveitosas com as outras pessoas são bons indícios. Extroversão, tendências mais simpáticas do que empáticas também são importantes.
Ou podemos continuar com esta minha proposta de definir os tipos de interpessoalmente inteligentes, isto é, bifurcando o tipo, evidentemente em dois, ou também podemos apenas considerar, como critério inicial, a capacidade de reconhecimento de padrões interpessoais, que eu defini como o tipo ''teoricamente inteligente'', independente do nível de sucesso prático, pois o que importaria aqui seria o quão esperto é para conhecer os padrões pessoais alheios, leia-se, inter-ligar, ligar os pontos [dos outros], praticamente o conceito mais literal da inteligência.
A inteligência musical parece relacionar-se de maneira irregular com pontuações em testes de QI, nomeadamente o performance ou ''geral'', e sinceramente eu não entendo muito bem o porquê dessa maior diversidade nas pontuações e portanto menor correlação. Creio eu que o mesmo tende a acontecer com a criatividade, especialmente a de natureza mais artística, pois seria como uma espécie de ''síndrome de savant'', amalgamada e adaptada ou acoplada a uma realidade menos extrema, isto é, em indivíduos invariavelmente ''normais'' ou ao menos, que estão menos ''ilha de gênio/oceano circundante de deficiência geral'', como os típicos portadores desta síndrome. O criativo, mas especialmente o que defini, há muito tempo, como o ''tipo savant'', seria alguém com habilidades savant isoladas (extrema facilidade para aprender algo e com grande potencial ou talento, praticamente latentes) só que sem deficiência intelectual generalizada, que o caracterizaria como portador da síndrome de savant.
Por último a inteligência sinestésica que por razões sub-lógicas, seria a que menos se correlaciona com maiores pontuações de QI, de qualquer tipo, mas especialmente o QI performance.
Pra ser médico você precisa ser muito cognitivamente inteligente (QI... e geralmente o QI geral ou performance). O mesmo não é preciso pra ser ou se tornar um grande esportista.
Novamente, a inteligência que se encontra mais próxima, mais vinculada ao próprio ser, seria evidentemente a intrapessoal, e a meu ver, seria portanto a mais importante, a partir desta perspectiva, centralizada ou principiada pelo ser, tendo-o como o epicentro, e que de fato o é, em relação ao seu próprio comportamento. Se todos fossem mais intrapessoalmente inteligentes, dificilmente seriam de alguma maneira de centralmente estúpidos, e no entanto o contrário é o mais provável de ser, isto é, é de extrema ocorrência pecar no próprio autoconhecimento e partir com este auto-resumo mal feito, tendo como resultado manifestações inequívocas de estupidez, desde o cantor de meia tigela que se convenceu que é um gênio da música, quanto do pseudo-intelectual que pensa que está provido de uma mente super racional.
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