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sábado, 28 de janeiro de 2017

Sabe no conceito mas na hora de transferir pra prática, não sabe tão bem...

Você é racional??

Muitos se não a grande maioria dos especialistas em inteligência e adjacências acreditam que tem total ou seguro domínio conceitual e prático dos termos que usam e que estudam. Acreditam por exemplo que sejam mais versados no entendimento factual, no reconhecimento e prática do termo racionalidade, do que aqueles que estão menos relacionados com este tipo de escrutínio ou trabalho. Pode ser verdade que tendam a saber mais sobre os conceitos dos assuntos que se utilizam do que por exemplo em relação às "pessoas comuns", em média. No entanto para entender sobre esses assuntos creio eu, há de se ter ou de se providenciar um autoconhecimento constante e preciso, porque tendemos, quer queiramos ou não, a nos projetar sobre os elementos que estudamos ou analisamos produzindo assim aquilo que chamo de empatia cognitiva parcial. Nos colocamos em suas perspectivas mas não tentamos adentrar em seus interiores, como se os fôssemos que resultaria em empatia cognitiva total.

Para desenvolver um conhecimento prático sobre algo há de se ter ou de se providenciar grande integridade ou honestidade intelectual, limitando-se, a priore, a se interessar apenas e exclusivamente ao entendimento direto pelo elemento de escrutínio e especialmente quando estivermos falando sobre conhecimentos dentro da área de ciências humanas em que os efeitos dos preconceitos cognitivos são muito maiores do que em relação às ciências "impessoais".

Muitos experts em inteligência e "consequentemente" em racionalidade usualmente sobrepõe os seus próprios preconceitos cognitivos sob as áreas em que deveriam estar zelando pela integridade intelectual. Sem um olhar idealmente neutro e qualitativo ao objeto de escrutínio, a prática do seu conceito se fará com base fraca e possivelmente problemática porque preconcepções personalizadas se sobreporão e poluirão este olhar direto/honesto do ser em direção ao seu elemento de curiosidade.

Tal como saber o conceito da palavra amor mas sem saber aplica-lo corretamente apregoando-lhe valores subjetivos, ainda que não estejam de todo errado, se somos reflexos da realidade, mas somos reflexos incompletos e portanto refletimos apenas parte desta verdade, deste todo e como lógica subsequente há de se completar este quadro e não apenas com nós mesmos ou com o lado da perspectiva que naturalmente tendemos a expressar. Por exemplo, aquele que é mais emocional e empático, tende a expressar ou a refletir parte da verdade/ da realidade factual, ao tender a simetrizar os contrastes de valor entre os seres humanos/vivos em geral, que tendem a ser insensíveis aos sentimentos alheios. Ao fazê-lo, terminará, consciente ou não, buscando por pontos de similaridades, completamente assim partes da realidade/verdade, tanto objetiva/concreta quanto subjetiva/abstrata, que se enfatiza nas semelhanças e não nas diferenças de valor entre os elementos. Então, o empático busca por detalhes que possam equilibrar as diferenças individuais, sabendo ou não, refletindo apenas uma perspectiva factual da realidade, a realidade das semelhanças. 


''Ele é feio, eu sou bonito''

O empático é muito provável que argumentará:

''Mas somos todos seres humanos''

E algumas (ou muitas) vezes ele retrucará de maneira imprudente:

''Mas ele é mais esperto que você''

Esta segunda frase, ainda que se consista em uma ênfase nas diferenças de valor/descrição, o empático o fará com a crucial missão de minimizá-las e terá como resultado justamente a revelação de uma perspectiva factual, a realidade das semelhanças ou do equilíbrio.

Portanto estamos cheios de conhecedores conceituais, especialmente nas ciências humanas, que são quase analfabetos ou fracos no conhecimento prático, na aplicação do conceito. E por que*

Porque não há lugar mais fértil para o conflito entre a razão e preconceitos cognitivos do que as ciências humanas. 

O que todo mundo deveria ao menos tentar fazer...

Buscar descrever as coisas de maneira factualmente correta e aplicar quase que exatamente aquilo que descreveu, e por causa do tal ''preconceito cognitivo'' ou também ''deficiência de integridade/honestidade intelectual'', essa transferência uber-lógica, auto-evidente, e até fácil de se fazer, simplesmente não acontece e então passamos a ter esta sofrível situação, que parece ser tão corriqueira entre os seres humanos.

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