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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Obsessão divergente/fluida/lúdica versus obsessão convergente/cristalizada/rígida

Criatividade versus inteligência semântica

A diferença entre ficar fluidamente/ludicamente obcecado e a de ficar rigidamente obcecado

Zezinho nasceu com uma disposição para ficar obcecado e logo cedo em vida começou a expressa-la, tornando-a uma realização ou comprovação. Ele decorou o nome, o nicho ecológico dentre outras informações dos dinossauros com não mais que 8 anos de idade. Ele é/era capaz de recobrar com rapidez e precisão essas informações. Zezinho cresceu e se formou em paleontologia, e agora trabalha como professor universitário. Apesar de seu talento precoce e de suas realizações, incluindo alguns trabalhos acadêmicos de certa importância, Zezinho nunca teve muitos insights sobre a sua área.

Mariozinho (que Mario? você deve estar se perguntando...) também nasceu com uma disposição parecida para a obsessão intelectual. Só que se manifestou e se manifesta de modo diferente. Mariozinho também se interessou por dinossauros mas prefere brincar com eles, mais do que decorar os seus nomes (não se preocupem porque Zezinho também adorava brincar com o seu interesse obsessivo). Mariozinho se via/vê no período Jurássico, em meio à florestas tropicais densas e lagartos gigantes à sua espreita. O tempo passou e Mariozinho não decorou uma quantidade invulgarmente grande de nomes de dinossauros dentre outras informações relacionadas. No entanto o seu interesse não se dissipou, nem o estilo lúdico, natural com que se dedica a ele. Zezinho conseguiu construir uma vida moderna respeitável aos olhos morosos da sociedade onde cresceu. O mesmo talvez ainda não possa ser dito sobre Mariozinho. No entanto ao contrário de Zezinho, o rapaz tem tido uns bons insights na área. A sua obsessão pelos dinossauros vai além da veneração, porque é como se ele se sentisse como parte dessa perspectiva, a muito morta e enterrada como fósseis, de uma Terra, ao mesmo tempo, nova e antiga. Nova pra si, velha pra nós. Mariozinho até chegou a escrever um livro de ficção onde embaralha alguns de seus insights sobre o comportamento desses lagartões, com uma narrativa que é apelativa para o grande público. 

Os dois são obcecados pelo mesmo interesse. Só que a maneira como que lidam com ele é particularmente distinta.


Aquilo que já devo ter falado: você pode decorar vários versos do seu poeta favorito, ou de se tornar um, e essas diferenças talvez sejam provocadas pelo estilo de obsessão intelectual.

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