É óbvio que a inteligência emocional existe assim como também, é óbvio que, invariavelmente falando, as universidades em todo o mundo, selecionem as pessoas que são mais "cognitivamente ou semanticamente inteligentes", não todas, mas a maioria delas, para trabalharem em SUAS instituições.
Agora pergunte para um psicopata o que é inteligência emocional ou pergunte para uma pessoa hiper-empática o que é inteligência emocional [ou para uma pessoa realmente sábia].
Porque a inteligência emocional é ou parece ser mais difícil de ser medida, não significa que ela não exista. Porque os estudos sobre a inteligência emocional não tem sido muito bem replicados, isso não significa que ela não existe.
A inteligência é um '' traço '' ou um conjunto de características que VARIAM, já que a maioria, se não todas as características ou traços também variam.
Portanto, é óbvio que teremos diferentes tipos de inteligências para diferentes tipos de "tarefas";
- que algumas pessoas serão melhores do que outras nesses diferentes tipos de ''tarefas''/ênfases/objetivos;
- que expressarão algum tipo mais particular de [uso da] inteligência [que se manifesta de maneira mais localizada ou centralizada no cérebro!];
- que se consiste primordialmente na capacidade de capturar certos fatos /de refletir corretamente parte da realidade exterior: emocional ou intelectual, e de usá-las OU não... porque essa é a função fundamental da inteligência, a de refletir a realidade de maneira precisa, e essa realidade pode ser: emocional ou intelectual.
Se somos seres emocionais ou conscientes, então também somos emocionalmente inteligentes, porque praticamente todos os seres vivos são, em certa medida, inteligentes e conscientes/sensitivos.
Até poderíamos re-denominar a ''inteligência emocional'' como ''inteligência SENSITIVA'' ou ''SENSORIAL''.
O mesmo para as inteligências "múltiplas"
Ok, talvez possamos dizer que existe apenas uma inteligência e que o seu uso emocional faça parte dela, e não de uma entidade distinta ou construto. No entanto, todas as partes e, especialmente, quando esta parte é especializada, já são distintas, caso contrário não haveriam diferenças entre elas.
Essas combinações entre o reconhecimento de padrões [sensorial] que é o núcleo da inteligência e a ênfase ou direção específica para certa tarefa: intrapessoal, interpessoal ou emocional, semântica: verbal, matemática, espacial, memorização, etc... podem ser definidas como "tipos de inteligência/ tipos de uso da inteligência''.
Quando as nossas mentes se organizam ou se focam para tentar alcançar determinada tarefa específica.
Talvez possamos comparar as ''múltiplas' [combinações de] inteligências, com as atividades que podemos realizar com os nossos corpos, por exemplo, correr, pular, aguentar peso ou resistência física, ainda que esta comparação parece ser imperfeita, porque as diferenças entre escrever um texto, fazer cálculos matemáticos, analisar o comportamento ou a personalidade de uma pessoa, sentir compaixão por ela ou por outro ser vivo, pensar sobre o próprio pensamento, são atividades bem mais distintas entre si, do que os diferentes tipos de uso do corpo humano, exemplificado acima.
No mais é isso, a inteligência/reconhecimento de padrões/reflexão precisa ou perfeccionista de parte da realidade, se desloca do seu núcleo = reconhecimento de padrões para realizar diferentes tarefas/usos com diferentes finalidades. Essas diferentes tarefas ou usos exigem diferentes ativações ou configurações da mente [sistema corpo/cérebro] que podem ser denominadas de ''tipos de inteligência'' ... e que podem ser, por sua vez, diferenciados de ''tipos de inteligência's'', que não parece ser a mesma coisa, porque a inteligência é a mesma, em seu início, mas o seu uso se diferirá.
Apenas a multitude de atividades intelectuais [psico-cognitivas] do ser humano já provaria por si mesma a existência de mais de uma combinação ou modelo de inteligência, tal como o exemplo metafórico que usei, dos biscoitinhos de madame Oráculo, do filme Matrix: o recheio [inteligência] é o mesmo, mas as formas [diferentes usos/finalidades/ênfases] se diferem.
No fim, qualquer texto que tente provar o óbvio, ainda que um exercício sempre necessário no caso da humanidade [e de apelo intelectual recreativo], mostra-se deprimente e frívolo, e o culpado não será aquele que teima em redigi-lo, mas daquele que teima em negar certas obviedades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário