O mal se arrepende
Usando uma cruz de sacrifício no pescoço
Depois de ter sacrificado uma vida inocente
As declarações falsas e a conversão ao dinheiro
Mais um empresário de almas
Mais um vendedor de correntes
O arrependimento é uma atuação
E a ficção comovente
Basta seguir os rituais,
bastam as demonstrações aparentes
É preciso apoiar falsos messias e se dizer um crente
O paraíso já está garantido
Quem nunca se arrepende
Criminoso, bandido, desprezível,
Atores de um teatro decadente
Dubladores de mentiras
Corvos que choram e falam como serpentes
No paraíso do mal
O mal nunca aprende
O mal só quer prender e enganar, roubar e matar
O mal em si é inconsequente
São muitas as cruzes, as velas que nunca acendem
Em cada ódio insano há um cristo morto
Há um buda com os olhos ausentes,
uma mulher sem véu e inconsciente
uma história sem rosto
No altar de imperadores e líderes
De mentirosos e loucos
O sangue jorra em cima do ouro
As cédulas molham como papel transparente
E a beleza se transforma em dor
E a civilização é apenas um reino cruel
Um feudo cheio de escravos e demônios
Nem as catedrais mais reluzentes
Nem os discursos mais otimistas
O paraíso do mal
O inferno na terra
O espectro fascista
São as florestas vermelhas, destruídas
São os prédios grandes e feios, como pinturas cubistas
É o cimento sem sentimento
É a miséria das almas perdidas
É a sina humana, até quando continuará maldita?
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