Um relato pessoal
Imagine que você nasce uma "criança viada", do tipo tímido e introspectivo, passe a sua infância e adolescência dentro do armário com medo de decepcionar sua família e do julgamento da sociedade, até que, entrando na vida adulta, não consegue mais segurar sua própria natureza e decide, em segredo, explorar sua sexualidade, se abrindo para uma pequena parte do mundo ao seu redor e esperançoso de ser bem recebido por aqueles que são oriundos de contextos similares ao seu, de discriminação e auto-repressão. Então, vai percebendo, aos poucos, que a tal comunidade não passa de um grupo de indivíduos que, na maioria das vezes, se procuram apenas em busca de sexo casual, que geralmente se tratam de maneira fria ou impessoal, dividido em diversas tribos de sectários; com uma maioria de emocionalmente imaturos, enfim, incapazes de estabelecer relações interpessoais maduras e genuínas... Sai do armário, pelo menos para si mesmo, busca refúgio nessa tal comunidade para fugir da falta de empatia, respeito, compreensão e solidariedade lá fora, mas encontra justamente essa falta entre os seus "associados".
Então, ao invés de uma rede de ajuda e afeto, o que temos é uma rede de conveniências, pragmatismo sexual, individualismo extremo e divisionismos, enfim, um mercado de carne humana, um antro de falsidades e desencontros.
Decepcionante, sim ou com certeza???
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