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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Ideações racistas podem ser mais complexas do que aparentam (um relato pessoal)

 E por que as abordagens progressistas atiçam ao invés de aplacá-las? 


"É a personalidade, estúpido!"

Eu sou mais introvertido, sensível, irritadiço e tímido, mas também busco ser simpático e empático com todos que consigo ser. O meu perfil de personalidade, ainda mais para um homem, não é comum onde eu moro. Talvez fosse se morasse em um país nórdico. Mas eu moro no Brasil e aqui é a terra da extroversão, especialmente de Minas pra cima, ainda que seja uma tendência variavelmente presente em todo território nacional, inclusive no sul. Dos brasileiros, assim como acontece em outras regiões do mundo, um dos grupos mais extrovertidos são os negros e pardos. Isso se deve também por serem mais geneticamente propensos a apresentar esse tipo de personalidade*. Não significa que todos sejam assim se estou falando de médias estatísticas. De qualquer maneira, é praticamente impossível não perceber que indivíduos de diferentes grupos raciais e étnicos tendem a apresentar médias diferentes de personalidade. Você pode até querer explicar que essas diferenças se devem ao meio, cultura ou criação. Só não pode negar que elas existam. 

* Desconheço estudos sobre genes relacionados a certos traços de personalidade e suas distribuições entre grupos raciais e étnicos. Estou deduzindo com base na consistência dos padrões dessas diferenças médias, pois tendem a se manifestar em todas as regiões onde cada grupo se encontra.

O fato é, o povo brasileiro, por ser dos mais extrovertidos, tem um excesso de pessoas que, além de serem diferentes do meu perfil psicológico, introvertido, ainda são altamente desrespeitosas ou demasiado "informais", especialmente os homens. E entre os de raça negra, essa tendência de falta de decoro básico com o próximo parece mais pronunciada do que em outros grupos. 

Sempre ressaltando que não estou querendo dizer que "brancos, amarelos e vermelhos são muito mais educados". É possível perceber maiores diferenças, dependendo do país que você escolher. De qualquer maneira e, aqui, no Brasil, especialmente os indivíduos autodeclarados brancos, em média, são bem menos polidos que os norte europeus (que, por sua vez, também não são maravilhosamente educados). A diferença é que tendem a ser aparentemente mais formais e frios que negros e pardos.

Se até no Japão, mundialmente conhecido por ter uma população, em média, disciplinada e respeitosa, pelo menos em espaços públicos, acontecem conflitos humanos geralmente causados por indivíduos pouco empáticos e/ou simpáticos, imagine no nosso país socioeconomicamente maltrapilho e toxicamente extrovertido?? 

Mas volto a enfatizar que existem essas diferenças raciais de proporção de indivíduos muito mal educados, com uma desproporção deles que são negros e pardos, um efeito colateral do perfil predominantemente extrovertido dessa população. E não acredito que a única explicação seja por uma falta de "educação de qualidade". Eu sei bem disso porque, com o meu jeito muito excêntrico de ser para as terras brasileiras, já fui discriminado e quase sempre por crianças e adolescentes desses grupos. Por isso, desde há um tempo que eu desenvolvi mais reservas em relação aos mesmos do que aos outros. 

Por ser branco, eu já tenho uma tendência de viés instintivo a favor dos brancos, que tenho tentado controlar até pela percepção de comportamentos muito reprováveis que é comum de serem praticados por esse grupo, inclusive de desrespeito ao próximo. Mas também tenho um sentimento de simpatia instintiva por orientais ou descendentes de asiáticos do extremo oriente. Pra ser sincero, em relação a indianos, aborígenes australianos e nativos das Américas também sinto um sentimento "instintivamente' positivo, mais em relação aos nativos americanos até pela presença mínima à inexistente dos outros grupos aqui no Brasil. Talvez por nunca ter convivido com os ameríndios, possa ter contribuído para ter uma visão muito positiva deles. Mas também por ser empático à sua história de sofrimento perpetrado pelos europeus colonizadores/invasores, por ter a impressão de serem menos extrovertidos e também de serem desprezados pelas esquerdas, ou tratados como um grupo de menor importância em sua militância, se comparados aos negros...

Pois além dessa antipatia, que não tem nada a ver com os traços raciais de negros e pardos, e sim com base no histórico de desrespeito gratuito que já sofri por indivíduos desses grupos, de uma percepção de desproporção de indivíduos "mal educados" entre eles, e que se relaciona diretamente com diferenças médias de personalidade, eu acredito que a maneira como as esquerdas: políticos, influenciadores, intelectuais, indivíduos comuns, tendem a tratá-los e a retratá-los: como se os outros os discriminassem ou tivessem reservas sobre eles apenas por colorismo, ou preconceito por cor da pele; sempre inventando desculpas ou justificativas quando se comportam de maneira reprovável; querendo acusar de racismo qualquer conflito: agressão ou ofensa, contra indivíduos desses grupos por indivíduos de outros grupos raciais, mesmo quando existe uma razão lógica para isso; que querem acabar com as desigualdades sociais, mas desprezando completamente brancos pobres e de classe média baixa, como eu; enfim, elevando-os à condição de "vacas sagradas", como se fossem incriticáveis... parece que, ao invés de combaterem o racismo, o têm atiçado ainda mais, especialmente naqueles que já costumam ter ideações racistas em níveis variados, inclusive em mim, a princípio, pelo simples fato de ser injusto que sejam tratados desta maneira e em relação aos outros grupos, ainda mais se existe uma desproporção de indivíduos negros e pardos, geralmente homens, que apresentam uma maior constância de comportamentos reprováveis e, claro, sem nunca generalizar.

2 comentários:

  1. Sua família é estrangeira ou a maioria é brasileira?

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    1. Brasileira. Mas sou bisneto de português por parte de pai e italiano por parte de mãe.

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