O deslocamento do Eu do ego subconsciente para o ego consciente
Com a dominância do ego subconsciente, agimos mais do que pensamos e quando pensamos, tendemos a fazê-lo consistentemente em relação à questões sócio-pessoais e raramente em relação à questões introspectivas. Estamos em primeira pessoa. Esta é uma tendência se não for mesmo uma característica marcante, do nível extrovertido, de consciência mais global da realidade, isto é, um nível subconscientemente auto-centrado, com perdão aos extrovertidos, só mais próximo do nível não-humano de consciência.
Não refletimos, não ricocheteamos os nossos pensamentos e como resultado, agimos muito mais sem antes termos pensado em como fazê-lo. Em resumo auto-explicativo, apenas confiamos nos nossos instintos... ''deixamos a vida nos levar'', ou melhor, os nossos instintos nos levarem.
Quando passamos a pensar de maneira mais introspectiva, a atividade cerebral ''aumenta de tal maneira'' que pode nos passar a ideia de que o cérebro esteja agindo por conta própria. Apenas porque passamos a refletir, a olhar mais por dentro, que vamos percebendo ou tendo potencial para perceber que o cérebro tende a agir de maneira mais impulsiva, mais por conta própria, especialmente em um estado pré-introspectivo, e é a partir daí que tanto o autocontrole como a introspecção passam a se tornar possíveis, ainda que muitos daqueles que são melhores para se controlarem tendam a ser menos intensos ou impulsivos de qualquer maneira. É aquelas: é mais fácil controlar um fogo pequeno do que um fogaréu. Isso significa que mesmo com grande autoconsciência continuará sendo mais difícil de controlar se o ''fogo'' já for muito intenso.
Introspecção e criatividade
Como já se sabe a introspecção é o pensar sobre si mesmo, sobre os próprios pensamentos e a criatividade se consiste na capacidade de conectar pontos remotos entre si produzindo insights. A criatividade é significativamente intuitiva, e falo por experiência própria. Parece que, quando focamos sempre no pensamento, o comportamento e especialmente o social, se torna mais manual, enquanto que, o pensamento passa a fluir mais rápido, mais automático (intuitivo e potencialmente criativo). Isto é, parece que, ou focamos totalmente em nosso comportamento social ou focamos em nossa introspecção. Se focamos no social a introspecção se torna manual, neste caso, no sentido de não vir naturalmente, de ser mais trabalhosa de ser efetuada, tal como a diferença entre uma marcha de carro manual e automática. Se focamos na introspecção, então esta que se tornará mais natural, intuitiva, rápida e dominante, enquanto que perderemos esta agilidade no comportamento social, que se tornará mais manual, mais artificial, difícil de ser fluida ou espontaneamente efetuado.
É como se, ao darmos maior atenção a um dos lados, aquele que se torna o alvo passasse a nos monopolizar, tendo efeitos deletérios no lado que não fosse favorecido.
Isso ao menos tem acontecido comigo. Eu, quando estou menos pensativo, fluo com maior naturalidade no departamento das interações
A introspecção também pode reduzir as nossas auto-ilusões assim como também a autoconfiança porque passamos a nos tornar muito mais auto-críticos ou auto-perfeccionistas em relação aos nossos pensamentos, e por contra partida, nos fazendo vacilar mais em situações sociais, mais lentos, mais titubeantes, mais manuais, sem a folga que instinto e intuição usualmente nos dão assim como também a menor precaução. E como eu já disse, um excesso de introspecção e uma falta de extrospecção, nós fará mais mentalmente narcisistas, paranoicos, etc.
Parece então que, para nos tornarmos mais criativos em relação à questões não-sociais, existe a necessidade de sacrificarmos os sucessos de nossas vidas sociais, especialmente quando for feito sem qualquer fator protetivo, por exemplo, a fama ou a riqueza que inevitavelmente tendem a atrair as pessoas.
Como eu já falei, os nossos cérebros são os nossos empregados mas também os nossos patrões, e dependendo de nossos graus de passividade ou dominância aos nossos instintos, nós seremos mais os seus subalternos ou os seus comandantes.
Os mais socialmente instintivos seriam, de acordo com a proposta deste texto, mais como os seus subalternos, especialmente no que diz respeito ao aspecto interpessoal, enquanto que os mais introspectivos, ao passarem a acionar com grande frequência o ''segundo eu'', se tornariam os seus comandantes, ao menos em relação às suas capacidades intelectuais, especialmente as intelecto-divergentes.
Ou não, mais um texto sem eira nem beira... e possivelmente repetitivo... =((
Nenhum comentário:
Postar um comentário